Dentro dos seus olhos. escrita por Any Sciuto


Capítulo 2
Seus olhos




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Luke já havia experimentado a dor da perda quando perdeu um amigo durante uma missão. Não era comparada a perda que ele estava experimentando agora. Ele vivia se lembrando de sorrir quando estava perto dela, apenas para ver sua cara brava quando ele se aproximava dela.

               Eles estavam apaixonados um pelo outro. Era um fato. Depois que Morgan saiu da UAC Penelope fechou o coração com medo de se magoar outra vez. Ele não a culpava. Ele sabia a forma que ela havia perdido seus pais.

               Ele estava na casa dele àquela hora, sozinho. Roxie estava coma babá Pet e então ele estava se consolando com uísque barato. Haviam copias das cartas espalhadas pela mesa da cozinha e ele queria apenas que Penelope estivesse ali em vez daquelas cartas.

               Ele pegou uma das vinte cartas que eles conseguiram encontrar em uma gaveta do escritório de Penelope.

               - Como alguém escreve coisas assim? – Ele disse pegando uma das cartas. – "Seus olhos doces olharam diretamente para mim. Aposto que fingiu não me ver. Eu não consegui chamar sua atenção e eu fiquei irado. Talvez com isso eu te conquiste. Procurei o mais bonito grampo de cabelos para enfeitar esses fios dourados quando a gente se encontrar. "

               Luke amassou o papel e jogou o copo na parede.

               - Porque eu não fiquei com ela? – Ele perguntou começando a chorar. – Porque eu fui um estupido egoísta e só pensei em mim mesmo?

               Luke realmente se sentiu mal. Ele correu ao banheiro para vomitar o uísque que havia bebido fora. Ele se sentou ao lado do vaso e sentiu seu corpo se desligando. Ele queria dormir para sempre, mas a imagem de Penelope em algum lugar escuro com medo o fez prometer para si mesmo que ele iria acha-la.

               Ele sentiu que havia amanhecido e forcou a si mesmo a abrir os olhos para o novo dia. A dor de cabeça do uísque havia batido forte. Ele tomou uma aspirina e tomou um banho longo. Ele saiu para uma corrida necessária sempre levando o celular.

               Hotch estava na UAC recebendo Emily que agora estava de volta para ficar. Eles se lembraram de se tratar com certo decoro enquanto estivessem no trabalho. Depois do trabalho eles eram duas pessoas solteiras curtindo um ao outro por algumas horas.

               Rossi estava na sala ao lado relendo as cartas do perseguidor. Ele pensava em como alguém pode ser tão louco a ponto de escrever coisas terríveis. Reid bateu na porta sendo convidado para entrar e se juntar na leitura. Simmons chegou cedo na unidade. Eles estavam correndo contra o tempo.

               JJ passou pela sala de Penelope e deu um suspiro. Ela nunca havia pensado em sua amiga em perigo. Ela era uma garota forte, mas ao mesmo tempo frágil.

               Penelope acordou no que parecia uma cabana no meio da mata. A cadeira de metal parecia assustadora, mas assustadora ela se tornou quando ela descobriu que estava com os braços e pernas amarrados a ela. Os óculos de gatinho que ela tanto amava haviam sumido. Seu cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo com um elástico preto, sem qualquer glamour. Ela pensava em quão estúpida ela tinha sido.

               Se apenas uma vez ela tivesse ouvido Luke e falado com Hotch antes, mesmo correndo o risco de levar uma bronca por demorar tanto. Ela não era o tipo de donzela em perigo que espera ser salva por um príncipe em um cavalo branco.  Ela esmagou as aranhas sozinha como se elas fossem apenas formigas, ela trocou os pneus de seu carro quando eles furaram a caminho do FBI. Ela havia dado um jeito quando fez um arroz e ele queimou. Mas era uma situação diferente. Ela nem tinha reagido.

            - Eu deveria ter gritado. – Ela falou. – Resistido. Sei lá.

            Ela havia tentado a caminho da van. Tentou fazer contato visual com algumas pessoas desconhecidas na rua, na tentativa de elas perceberem que ela estava em perigo. Quando ela abriu a boca para gritar, o homem chegou perto dela.

            - Um grito e eu dou um tiro no seu fígado. – Ele ameaçou. – Ninguém vai ouvir e chegar a tempo. E então eu vou subir lá e pegar outra pessoa até eu conseguir repor o que eu perdi.

            Ela viu a besteira que estava prestes a fazer. Ela fechou a boca e obedeceu, independente do que iria acontecer a ela mesma.

            - Eu faço o que você quiser. – Penelope falou. – Só deixe a minha equipe em paz.

            - Eu não vou te machucar, Penny. – O homem a chamou pelo apelido que poucos realmente conheciam. – E não vou machucar sua querida equipe. Se você fizer o que eu quiser.

            - Eu faço qualquer coisa que você quiser. – Ela falou. – Só deixe eles fora disso.

            - Acha que eu quero machuca-los? – Ele falou. – Sempre foi você que eu quis, Penny. – Ele votou a chama-la de Penny.

            - Porque você me quer afinal? – Ela perguntou.

            - Você não sabe o quanto eu tentei chamar sua atenção nos últimos meses. – Ele falou com raiva. – Eu ficar olhando você e aquele agente novo flertando.

            - Eu não flertei com o Luke. – Ela respondeu. – Somos amigos.

            Ele a olhou com raiva. Ele sabia que ela sentia mais que uma amizade.

            - Minta para mim de novo e você vai ganhar uma bala. – Ele falou com Raiva.

            - Não estou mentindo. – Penelope Falou. – E eu nem sei seu nome.

            - Me chame de senhor X por enquanto. – Ele respondeu. – Em território seguro te conto o meu nome verdadeiro.

            - Local seguro. É uma piada? – Ela tentou dar um sorriso.

            - Não. – Ele respondeu. – Entre na van.

            Ela entrou. Ela sabia que era uma má idéia. Tantas cenas de crimes, tantas histórias de pessoas que morreram depois de entrar em vans. E sua equipe não notaria a tempo de salva-la.

            Quando ela se sentou de frente para a porta não foi a tempo de ver o rosto do homem que a tinha sequestrado. Ela sentiu uma pequena agulha entrando em seu ombro.

            - Tenta não gritar. – Um outro homem falou. – Já sabe o que acontece se gritar.

            Ele colocou a agulha mais fundo no braço e empurrou o embolo despejando liquido.

            - Luke. – Penelope só conseguiu dizer o nome de Alvez antes de cair totalmente apagada.

Luke chegou a UAC naquela manhã disposto a recuperar sua garota. Uma vez que Morgan saiu e Hotch tinha Prentiss ele considerava Penelope sua. Ela já dava algum tipo de espaço para ele.

            Passando pela sala de Penelope e decidiu que chorar não era uma opção naquele momento. Ele ouviu algumas histórias sobre ela ter tomado um tiro, ter se iludido com homens errados e viu a brecha que ela deu quando Reid foi preso.

            Ele estava disposto a não ser mais um na lista de homens idiotas. Ele entrou na sala dela e viu um pequeno pacote na mesa dela.

— Estranho. – Luke pensou abrindo o pacote. – Um dvd. – Luke pegou o disco e levou consigo para a sala de Hotch.

— Entre agente Alvez. – Falou Hotch arrumando a gravata. – Algum problema?

— Achei esse Dvd na mesa de trabalho de Penelope. – Luke mostrou o pacote. – Tem data de ontem, mas foi entrega há alguns minutos. Ela não estava em sua sala para receber.

— Acha que ele colocou isso na sala dela e simplesmente saiu pelos corredores? – Hotch pegou o Dvd e clicou no botão Play/ Pause que apareceu na tela de entrada.

— Olá agentes. – Falou uma voz no vídeo. – Há alguns anos um homem enviou um Dvd para vocês. Por causa da nossa querida Garcia ele descobriu onde vocês moravam e o agente Reid com sua mamãe doente ajudou nisso. Quero lhes dar uma missão exatamente igual. – A imagem da câmera mudou para Penelope em uma cama dormindo. – Sei o quanto vocês a amam. Especialmente o agente Alvez que parece estar muito perto dela. Eis como esse jogo vai funcionar. – A voz tomou forma de um homem com uma máscara branca no rosto. – Os agentes Simmons, Alvez, Lewis, Reid, Jareau, Rossi, Hotchner e Prentiss vão jogar esse jogo. As pistas serão entregues a vocês logo. Se forem a mídia ou tentarem ajuda de alguém de fora que não seja um analista técnico a querida Penelope vai sofrer as consequências.

A imagem ficou preta e o Dvd parou de rodar. Um dos mensageiros do FBI entregou uma caixa para Luke.

— Marcada, Verificada e livre de ameaças. – O mensageiro respondeu.

— Obrigado. – Disse Alvez.

Eles abriram a caixa com a mensagem do psicopata.

— Um livro, uma mecha de cabelo e um bloco de anotações com números. – Falou Hotch tirando tudo com cuidado.

— Qual o problema? – Perguntou Alvez vendo a cara de JJ, Reid e Hotch.

— Tivemos um caso, antes mesmo de Rossi e Prentiss. Um cara doido invadiu o sistema de Penelope e nos mandou presentes. – Hotch respondeu.

— Presentes bizarros. – Completou JJ.

— Foi no tempo do Gideon. – Reid falou. – Ele manteve a filha sequestrada por dois anos e mais tarde ela foi morta por um UnSub. Ele nunca se perdoou.

— E esse cara está imitando esse cara? –Perguntou Alvez.

— Só pode ser. – Falou Reid. – Aquele está morto. Ele se explodiu.

— Mas ele não perseguia suas vítimas. – Hotch falou. – E com certeza não sequestraria uma agente federal.

— Está dizendo que isso pode ser uma cortina de fumaça? – Simmons perguntou.

— Ele esteve atrás dela por semanas até finalmente ataca-la. – Falou Reid. – Havia muitas chances de pega-la fora do FBI, mas ele teve que pegar ela ontem.

— Uma data importante para ele? – Perguntou JJ.

— Talvez algo que signifique tanto para ela quanto para Penelope. – Falou Rossi.

— Aniversário ou data da morte de alguém? – Prentiss falou.

— Ontem não era o aniversário de morte dos pais da Penelope? – Reid perguntou.

— Tem razão Reid. – Hotch respondeu. – O motorista que matou os pais dela foi solto há quatro semanas.

— É o mesmo tempo que ela vem recebendo as cartas. – Respondeu Luke.

— Então isso se trata de vingança? – Simmons perguntou.

— Ele ficou preso vinte anos. – Tara falou. – Talvez ache ela culpada por ele passar tanto tempo na cadeia.

— Para onde ele a levaria? – Hotch perguntou. – Não há nada no nome dele há mais de vinte anos. A esposa o deixou a quatorze anos, levando a única filha do casal.

— Ele nem alugou um quarto. – Falou Simmons. – É como se ele vivesse fora do radar.

— A casa do casal foi vendida para uma empresa de advocacia. Zuclker e Smith associados.  – Prentiss falou.

— Então ele acaba de sair da cadeia, descobre que a mulher se mudou coma filha deles, descobre que a casa foi vendida, descobre que a garota que ele matou os pais está trabalhando para o FBI, ao invés de chorar por aí. Descobre que ela tem um interesse amoroso. – Hotch não gostou do cenário. – Ele vai matá-la.

— Não podemos permitir. – Rossi falou.

A cadeira dura em que ela estava sentada e as mãos amarradas a faziam vislumbrar um cenário já visto nas fotos de crime do trabalho. Ela morreria ali, amarrada a cadeira. Ela tentou sem sucesso derrubar a cadeira, mesmo correndo o risco de ter um machucado pequeno.

Ele apareceu na cabana seguro de si. 20 anos na cadeia o haviam transformado em um homem seguro de seus atos. Junte a morte dos país dela a uma acusação de drogas e estupro e a raiva que ele sentia daquela garota desde aquele dia então o cenário parecia terrível.

— Finalmente você está aqui. – Ele falou.

— Quem é você? – Ela não o reconheceu.

— Fazem vinte anos desde o nosso encontro. – Ele respondeu. – Eu fiquei vinte anos planejando a vingança perfeita.

— Você deveria estar preso. – Ela falou. – A pena era de ...

— De 30 anos. – Ele completou. – Era um bom detento e saí antes.

— Porque quer se vingar de mim? – Ela Perguntou tentando se soltar.

— Porque? Porque? Você ainda pergunta o porquê? – Ele ficou mais nervoso.  – Eu fiquei 20 anos na cadeia, perdi minha família inteira e você ganhou um emprego bom, amigos e um homem apaixonado por você.

Ele virou para ela e deu um tapa na cara dela.

— Vagabunda. – Ele disse dando outro tapa. – Fique arrumada. Vou começar logo com seu tratamento.

Ela temeu por sua vida.

— Luke. – Ela pensou. – Me ajude por favor.


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