Correndo Perigo escrita por Arthemis0


Capítulo 6
Passados




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E como tinham pedido eles se decidiram. E essa ideia não agradou muito Alya e Marinette, que foram arrastadas cada uma para seus quartos, mas logos os meninos saíram dos quartos aos tapas, para que elas pudessem colocar seus pijamas. Depois de 15 minutos eles entraram de novo, não dando tempo para trancar as portas, mas o que adiantaria fechar as portas se eles já tinham entrado com a casa toda trancada. Depois de fazer uma cama de lençóis e almofadas para seus kwamis, que não ligavam de dormir em casais, ai todos foram para cama.

—My Lady.-Estava de pé do lado da cama, observando uma parede de travesseiros se formar.-O que esta fazendo?

—Me garantindo de suas investidas.-Olha séria.

—Que isso! Sei que gosta.-Sorriso pervertido.

—Baixa essa bola ai.- Adrien fez cara de magoado colocando a mão no peito.

—Bugboo...- Isso fez o sangue de Marinette subir.

—JÁ CHEGA ADRIEN, NÃO QUERO MAIS OUVIR SUA VOZ, ME IRRITA. SE AINDA QUISER DORMIR AQUI É MELHOR FICAR CALADO, EU TE COLOCO NO RIO, E DEPENDENDO DA SUA SORTE COM VIDA. E OLHA QUE AINDA ESTOU SENDO BOAZINHA EM DEPOIS DISSO DEIXAR VOCÊ AQUI.

—Mari...

—Agora não Tikki.

Marinette bufa e continua a parede de travesseiros, Adrien estava assustado, não sabia o porque daquela reação, ela estava bem até agora, de qualquer forma era melhor não perguntar, ela ainda queria o seu pescoço no lugar, acabou ficando por ali mesmo, e não tentou nada até pegar no sono. Já Alya e Nino já estavam deitados, um do lado do outro e olhavam para o teto.

—Não ouse encostar.- Alya cruzou os braços.

—Não vou... Mas, e se você encostar em mim?- Respondeu Nino, provocando.

—Não começa.- Alertou

Não era como se fossem íntimos, aliás não eram nada íntimos, mas se sentiam a vontade um com os outros, também, a quem mais confiariam? Estavam cercados por víboras, que podiam dar um bote a qualquer momento.

—Sabe, posso te dizer uma coisa- Nino colocou os braços para trás da cabeça.

—Sim, vai demorar para pegar no sono mesmo.- Alya deu de ombros.

—Esquentadinha...-Respirou fundo.- Nunca pensei que encontraria as representantes de Fogo e Yin trabalhando para o Mal, e o mais surpreendente é que não foram afetadas.

—Mas do que está falando? Você também está trabalhando.

—É que estou curioso, como vocês duas entraram para esta vida?- Ele se virou para Alya. Ela se virou para ele.

—Tem certeza que quer ouvir?

—Sim, quero saber mais sobre você. - Alya ficou vermelha.

—Ok... Eu te conto. Mas terá que me dar algo em troca.

—O que?

—Não sei ainda, vai ficar me devendo.

Receoso, Nino aceitou.

—Eu e Marinette nos conhecemos desde sempre, nossos pais eram amigos, consequentemente crescemos juntas, ela é como uma irmã, eu tinha outras, mas todas mais novas. Meus pais tinham uma hotelaria e os pais de Mari tinham uma padaria, brincávamos no saguão do hotel e pegávamos os doces da padaria, era uma vida boa.

Mas, como dizem, tudo que é bom dura pouco, quando tínhamos 10 anos percebemos que nossos pais estavam estranhos, desconfiados, preocupados. Eu tinha um espírito curioso, e por isso convenci Mari a investigarmos o que estava acontecendo, fazíamos coisas bobas, como seguir nossos pais na nossa própria casa aos domingos *risos fracos*, e assim fomos progredindo, passamos a segui-los nos sábados, ai aos dias de semana, nos trabalhos. Um dia os pais de Mari saíram, e ela, determinada com a nossa investigação, os seguiu.

Ela acabou chegando em uma construção, se aproveito que era pequena e se esgueirou até onde os pais e mais um homem estavam conversando, ela não ouviu a conversa, estava hipnotizada por um broche roxo e lilas, com formato de borboleta, e acabou pegando e como um instinto saiu correndo dali, ela sabia que tinha feito algo errado, mas era um broche tão brilhante...-Alya se lembrava e se virou para os kwamis que dormiam encolhidos na cama improvisada.- Ela o escondeu na caixinha de música.

Alguns dias se passaram e nossos pais estavam piores, principalmente os pais de Mari. Em uma noite, aparentemente tranquila, minha amiga havia ido dormir na minha casa, para nós era só mais uma estadia de bagunça e doces.- Alya segurava o choro ao se lembrar.- Não demorou muito para ouvirmos tiros vindos da casa de Mari, meus pais disseram que era para ficarmos escondidas e quietas, fizemos isso? Claro que não, esperamos um pouco e saímos atrás deles. - Alya não aguentou, e começou a chorar em silencio, e continuou com a voz rouco.- Era uma cena horrível Nino, tinha muito sangue, a casa estava toda revirada.

Marinette foi para o quarto dela, que só não tinha sangue, mas estava igual ao resto da casa, revirado e, é claro, o broche não estava lá. Foi ai que passamos a morar juntas, por segurança sempre nos mudávamos. Até que Mari chegou com essa ideia de entrar no grupo de Hawk Moth e destruí-lo por dentro, acabando com os seus esquemas, e eu como boa amiga fui atrás. Mas isso é só uma desculpa, no fundo nos sentimos culpadas, Marinette por ter furtado aquele maldito broche e eu por ter incentivado ela a vigiar nossos pais.

Com o tempo nessa "família" descobrimos que o homem que fez tudo aquilo era Hawk Moth, e o seu broche, agora sabemos que era o Miraculous dele, o campeão do Metal... Marinette deve estar uma pilha de sentimentos agora, vai ser meio difícil perdoar ele, ela ainda nem se predou... E alguém dando encima dela... Não é o melhor no momento... E eu não sei como vão ficar as coisas daqui pra frente... Eu temo pela minha amiga... Eu temo pela segurança dos Miraculous... Temo não poder ser a campeã, e por ironia me aliar ao Mal... Eu temo...

Chocado com a história, e desesperado para fazer uma pessoa importante se acalmar, Nino tenta fazer com que Alya olhe para ele, sacudindo-a e chamando, foi só quando ele a girou a força que viu as lágrimas que escorriam de seus olhos vermelhos, e sua única reação foi abraça-la, segurando forte sua cintura e ombros que tremiam.

—Não vou deixar que nada aconteça com você... Mas sinto lhe dizer que as coisas só vão ficar piores...

—Você me acalmou muito Nino...

—Ei! Não ouviu o que eu disse?- Ele a abraçou mais forte, como se fosse possível seus corpos se fundirem.- Nada, absolutamente nada, vai acontecer com você, eu não vou deixar...-  Sussurrou.

Assim todos naquela casa/base, já estavam dormindo.

De todos da casa, Marinette foi a primeira a acordar, antes de abrir os olhos, respirou fundo e esticou as pernas dando uma sensação agradável de relaxamento, então lentamente abriu os olhos, se deparando com uma face de cabelos loiros. Com um susto ela afastou a cabeça "Como vim parar aqui?" Marinette viu a parede destruída de travesseiros, " Quem fez isso?" antes de ficar com raiva do Adrien, percebeu que quem tinha invadido o espaço do outro era ela. Saiu da cama de forma rápida a silenciosa, ao se levantar viu os kwamis que dormiam encolhidos e abraçados, foi até a janela, viu o Sol, que ainda se levantava.

— Marinette...- a pequena mesmo vermelha sussurrou, e flutuou até a garota.

— Tikki... Me desculpe se te acordei.- Fala ainda olhando para a janela.

— Você não acordou.- A vermelhinha se pousou no ombro de sua companheira e as duas ficaram em silêncio por alguns segundos.

— Me desculpe sobre ontem.- Se lamentou abaixando a cabeça.

— Não é a mim que deve desculpas, mas ao gatinho dorminhoco ali.- Virou a cabeça para Adrien, Marinette virou também logo em seguida.

— Tem razão...- pensou triste.

— Posso te perguntar uma coisa.- A mestiça acena que sim. - Porque você agiu daquela forma com ele?

— Porque...- Olhou para o céu que ficava cada vez mais claro.- Porque, estava, estou com raiva.

— Tá mais isso eu percebi.- Riu Tikki.

— É que não é bem raiva, é mais uma angústia. Eu tinha certeza que meu inimigo era Hakw Moth, e nutri uma raiva por ele, que me fez tomar coragem de entrar para esta família maluca, eu também nutri uma raiva por mim, foi minha culpa os meus pais terem morrido, e agora fico sabendo que há muito mais por trás, e agora tenho que salvar aquele que queria, por muito tempo...- Marinette desistiu que falar essa parte, mas Tikki entendeu.- Tikki, eu só estou, confusa, eu culpava ele e a mim pela morte do papai e da mamãe, agora, sabendo de tudo, descubra o que a culpa é só minha.

— E você descontou isso no menino.

— Foi. Ele não tem culpa de nada, além de ser atrevido.

— Você deve se desculpar.

— Eu sei.

Marinette ouve barulho na cama, era Adrien despertando, a garota se virou e o viu sentar-se na cama e coçar a cabeça bagunçando mais os seus fios dourados, "Dá para bagunçar mais que isso?" Mari riu para si, talvez tendo começado a ter afeição pelo gato atrevido, rapidamente ficou séria, ela precisava se desculpar, agora se ele iria aceitar essas desculpas é outra coisa, mas, cá entre nós, conhecendo Chat, ele por acaso deixaria de perdoar sua Lady?

— A-A-Adri-Adrien.- Chamou a atenção dele.- E-E-Eu q-que-que-queria m-me d-des-desculpar. E-Eu es-estava nervosa ontem e descontei em você...- Falava pausadamente, se perguntando de onde vinha aquela gagueira.

Adrien ri do nervosismo de Marinette, se levanta da cama, começa a andar até a janela, enquanto ela o encara, olha rapidamente para o kwami negro, que ainda dormia, e se posicionou na janela do lado da sua amada.

— Você me assustou ontem, achei que tinha feito algo de errado, podia ser TPM também. Mas se incomoda em eu te perguntar o que aconteceu, porque agiu daquela forma? - Marinette olha para ele, depois para o chão, com receio de lembrar o que aconteceu.- Não vou te obrigar a me falar, não se preocupe. Mas isso só vai me deixar mais curioso.

— Ok gatinho, acho que você merece saber, depois de ontem.- Respirou fundo.- Em resumo, fiz uma coisa que causou a morte dos meus pais. É por isso que estou aqui, alimentei meu ódio por Hawk Moth, mas agora sei que ele também é uma vítima, isso só me deixa mais...culpada.

Ele colocou a cabeça no ombro dela, não só para provoca-lá, mas para ver o rosto dela, que ficava vermelho, melhor.

— Eu meio que te entendo, princesa.- Tirou a cabeça do ombro dela e olhou pela janela.- Eu meio que me sinto culpado por uma coisa.... Meu pai era um homem sério, era um empreendedor, eu o admirava, até minha mãe desaparecer, ele começou a ficar fechado, só queria saber dos seus negócios, e eu, como bom filho o ajudei da forma que podia. Mas para ele não era o suficiente, não conseguia suprir as expectativas, ou melhor não era ele. Foi quando, distraído, andando pela rua, esbarrei com Nino *risos curtos* a primeira coisa que ele disse foi " Yang?!" e saiu correndo.

E foi assim que conheci Nino, nos dias seguintes ele vinha me visitar, conversava comigo, se tornou um amigo, e mais tarde conheci o pai dele, eu não sei direito o que aconteceu, só sei, que de repente meu pai ficou estranho, senhor Fu também estava estranho. É um dia eles me convidaram para ir até a casa deles, eu fui, e nunca mais retornei, ou seja, trai meu pai, não pude ser quem ele almejava e além disso, fugi dele.

Por isso me culpo, por ter abandonado.- Adrien olhou para baixo.- Mas era tão legal morar com Nino e o senhor Fu, claro que os perguntei se poderia fazer isso, e eles deixaram, eu me senti feliz, não precisava mais voltar para o lugar que antes, chamava de casa, sufocado por expectativas que não podia cumprir.- Voltou a olhar para a vista.

— * Risos* É muito carinho da sua parte Adrien, mas você não conseguiu cumprir as expectativas do seu. Eu sou culpada pela morte dos meus.... Você é só um garoto arrependido.- Ela olhou para baixo.

— Logo depois disso ele morreu.- Marinette arregala os olhos.

— Sinto muito.- Abaixando a cabeça mais uma vez.

— Tudo bem, você perdeu seus pais também, por isso, sei mais ou menos como se sente.

— De qualquer forma... É diferente.

— Sim, mas é um sentimento de culpa igual.- Dessa vez os dois se olham.- Não importa quais foram as formas que adquirimos esse sentimento, o importante é que é o mesmo sentimento.

Adrien a envolveu com um dos braços e com a mão segurou o queixo de Marinette.

— A-A-Adri-Adrien.

— Admita M'Lady, você não consegue escapar dos meus braços.- Sorriu atrevido

Marinette ficou tão vermelha quanto uma joaninha, e sua sardas davam ao seu rosto mesmo um aspecto de joaninha. Adrien achou aquilo uma graça, não demorou muito para seus lábios se tocarem, dando início a um beijo calmo, com segundas intenções.


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