A Dinastia dos Hawklight escrita por Luan Magalhães


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos! Aproveitem essa nova parte.



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Leonard se aproximou com cuidado da velha taverna Olho de Cobra. Já estava se arrependendo de ter ido até aquele lugar.

Olho de Cobra era um estabelecimento mal encarado, com paredes de madeira apodrecida e luzes geradas por queima de pavio com um combustível no tanque. Ficava no distante subúrbio da capital. Era lá que se podia encontrar qualquer tipo de mau elemento e criminoso. Ninguém ali era inocente, mas se perguntasse, nenhum era culpado. Todos já haviam cometido algum delito, já estivera preso ou era fugitivo. Mas Leonard não queria saber disso, estava à procura de um homem em especial.

Leonard pôs seu capuz sobre a cabeça e bateu na velha porta de madeira podre. Uma escotilha se abriu.

— Quem é você?

— Leo. Preciso falar com alguém. – Disse Leonard. Não podia dizer quem era, se o fizesse, não o deixariam entrar de maneira alguma e provavelmente tentariam tirar sua vida.

As trancas da porta se abriram. Dentro, as paredes eram úmidas e o ar estava quente e pesado. Os homens cheios de cicatrizes conversavam baixo, espiando Leonard pelo canto do olho. Leo sentou-se no balcão.

— Um copo de vinho, por favor.

O garçom o serviu num copo de ferro sujo. Leonard estava com nojo. Nunca estivera ali, e depois daquela experiência, pretendia não voltar mais.

Seu pai sempre lhe dissera que os homens daquele lugar não eram confiáveis de graça, mas com um punhado de moedas de ouro, eles eram mais fieis que irmãos, e seus serviços eram sempre cumpridos com perfeição.

Leonard naquele dia não estava querendo tomar nem um gole daquela água suja que chamavam de vinho. Ele chamou o garçom e se inclinou para falar baixo com ele, então sussurrou.

— Onde encontro O Invisível?

O garçom olhou bem para o rosto abaixo do capuz.

— Senhor Hawklight, Garaith sempre se senta à mesa do canto esquerdo. Hoje ele está vestindo uma batina preta.

Leonard tirou o capuz. Viu que era conhecido daquele homem mesmo sem nunca ter colocado os pés naquela espelunca. Mas não deu importância a isso. Levantou-se, jogou uma moeda na bancada e virou-se para a única mesa atrás do piano. Lá, estava um homem de cabeça baixa. Uma túnica negra cobria sua cabeça e deixava seu rosto sob a penumbra forma pela luz das chamas que queimavam longe. Seus pés estavam sobre outra cadeira e seus braços cruzavam-se sobre seu peito.

Leonard se aproximou. Olhou por alguns instantes imaginando se ele estava dormindo. Então…

— Sente-se Hawklight. Há muito tempo não o vejo.

— Creio que nunca nos vimos antes Garaith, se é assim que se chama.

O homem tirou o capuz. Ele tinha um cabelo longo e sedoso, seu rosto tinha algumas marcas de expressão e um cavanhaque ralo. Por mais estranho que fosse, Leonard achou aquele homem familiar. Principalmente a sua voz.

— Não importa. – Seu tom não diferenciava a indiferença e a impaciência. – O que precisa dessa vez?

— Suspeito que a corja de Karyl esteja se reunindo em algum lugar. Sabe quem são eles?

— Jovem, você não é o primeiro rei que também tem problemas com esses homens, nem será o último.

Leonard assentiu. Então, continuou.

— Preciso que tenha o máximo de informações que puder. O que for possível e impossível também.

— O “tudo” se limita ao quanto de ouro cabe dentro de uma sacola.

Leonard desamarrou de seu cinto um pequeno embrulho cheio de moedas douradas e pesadas.

— Isso eu posso fazer muita coisa, quando quer os resultados?

Leonard pegou mais um e atirou na mesa. Garaith arregalou os olhos e a pegou também.

— Assim eu trago o mais rápido possível. Vou atrás deles Leo.

O rapaz ficou surpreso por ter sido chamado pelo apelido. Geralmente apenas Ariel e Kristin o chamavam assim, e com raridade.

— Cada semana será um a menos naqueles que te esperam no palácio.

Leo se levantou e repôs seu capuz. Garaith o chamou antes que saísse.

— Cuidado ao voltar, ouvi dizer que Harllan está possesso com você.

O rapaz acenou com a cabeça e virou. Abriu a porta e ar gélido fez seu nariz doer. Leonard subiu no cavalo e voltou ao castelo.

***

Ariel acordava devagar em sua cama. Alguns servos serravam as partes amassadas de sua amadura de metal para que assim elas pudessem sair. Ariel sentia-se fraco e fadigado. Até mesmo suas próprias roupas pareciam pesadas.

Tentou se sentar, mas uma moça que ajudava em seus cuidados o impediu. Ele mal conseguia abrir os olhos, mas ouvia os murmúrios, os soluços. E assim soube que algo de ruim aconteceu.

Com dificuldade, ele ergueu suas pálpebras, viu que tinha ao menos seis pessoas cuidando dele mesmo e mais duas criadas com Kristin e Tuomas.

A moça estava em prantos, enquanto Tuomas brincava de balançar sua machadinha para lá e para cá.

Ariel tornou a sentar, a serva tentou impedi-lo novamente, mas ele afastou sua mão com a força que lhe restava. Seus braços estavam trêmulos e sentia muito frio.

— Coma isso Ariel, vai se sentir melhor. – Disse a criada mais próxima.

Ariel então, pegou o pedaço de pão que ela ofereceu. Não sentiu o gosto, mas isso fora o suficiente para que ele se sentisse um pouco melhor e mais esperto. Sua visão clareava e o cenário de desastre mostrava-se pior. Não era algo que ele estava gostando de ver, preferiria estar sem enxergar naquele momento.


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Notas finais do capítulo

Duas semanas curtas para o próximo chegar!



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