A Dinastia dos Hawklight escrita por Luan Magalhães


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos ao 5° episódio desta história. Tomem seu tempo e aproveitem!



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Patrick assumira o comando dos exércitos que marchavam pelas ruas da capital. Enquanto Leonard e Argame cuidavam de carregar a nova arma de carroça. O caminho foi rápido, postaram-se na entrada da cidade e não demoraram a ver o comboio de bandidos se aproximando.

Não era apenas um grupo de arruaceiros. O grupo tinha centenas de guerrilheiros que vinham na direção da cidade, todos com um emblema no peito. Um escudo verde com uma cruz dourada, os guerrilheiros vinham de Maysten. As armas deles eram fortes, afiadas. Os soldados de frente tiveram dificuldade para tentar pará-los. Todos os primeiros ataques foram vitoriosos, Patrick estava tendo dificuldades contra os fortes soldados, que matavam vários novos recrutas um seguido do outro.

Leonard e Argame se juntaram a ele. Os três matavam e desarmavam vários guerreiros, tentado ajudar outros que estavam perdendo a luta. Argame desceu do cavalo e foi para onde a briga já estava quase corpo a corpo, com socos e chutes. A batalha estava tão pegada que não tinham espaço para manusear espadas.

Leonard matava outros que chegavam com arco e flecha. Após tantos dias de treinos, seus tiros eram perfeitos, a maioria atingia o pescoço ou o peito.

Ariel se juntara a eles e já atirava mais flechas, todas matavam soldados com uma eficiência impecável.

— Volte para o castelo seu idiota – Advertiu Leonard – Cuide de nossa mãe e do nosso irmão.

Ariel estava perto de responder quando viram uma barreira de seus soldados levando fortes pancadas e homens sendo derrubados um a um, até serem vencidos e vários inimigos passarem correndo aos berros em direção ao palácio.

***

Elene soubera da briga nas entradas da cidade por meio de um dos seus servos. Ela mandara todos os empregados se esconderem e levarem Tuomas junto, eles correram para o subsolo. Lá havia um túnel que levava para fora da cidade por cerca de dois quilômetros, mas nesse caso, ele seria usado apenas como esconderijo. A não ser que seja necessário fugir.

A mãe dos garotos estava desesperada. Leonard já estava na batalha, como deveria, e Ariel havia saído correndo do palácio. Ela tentara impedi-lo, mas ele já estava montado e longe. Então ficara parada na entrada do palácio.

— Senhora, precisa entrar! – Dizia um dos servos. – É perigoso ficar aqui fora.

— Cale-se, senão ponho sua cabeça em espetos!

O servo insistiu mais por vários minutos, até que ela o convenceu de ir se juntar aos outros no subsolo.

Elene passou horas andando de um lado para o outro, sem rumo. Seus pensamentos estavam muito distantes, com seus filhos, lá na batalha. Eles eram fortes, sim… Mas ela não. Ainda não estava forte o suficiente para ter a dor da perda pela segunda vez. Seu marido já se tinha ido, agora ela apenas rezava que seus filhos não se fossem também.

***

Leonard avançara por um caminho mais curto para o palácio. Ariel o acompanhava de perto. Ambos estavam em alta velocidade nos seus cavalos. Batiam em alguns cidadãos que estavam no meio do caminho. Precisavam chegar logo ao castelo.

A maior preocupação de Leonard era o bem de quem amava. Ele precisava chegar logo. Esse pensamento o fazia passar por cima de pessoas e animais.

Avistaram o castelo. Elene estava sentada nas escadas, Leonard começou a gritar. Ariel passara a sua frente.

— Fique nas entradas. Eu aviso a mamãe que ela precisa se esconder.

Leonard seguiu o conselho. Virou seu cavalo para o portão e desmontou. Olhava para a enorme avenida que se estendia a sua frente, esperando o pequeno grupo que havia se separado do restante. Ele estava esperando que o bando já tivesse sido abatido, mas sabia plenamente que as chances eram muito raras, senão mínimas.

Ariel cavalgou até sua mãe, que o viu e se levantou.

— Ariel! Volte para dentro, vamos!

— Não mãe. – Disse. – Vá você, eles estão chegando, vão invadir o palácio. Eu e Leonard os seguramos aqui.

— Ariel! – Gritou Leonard. O rapaz olhou para o irmão, que estava prestes a enfrentar um confronto com pelo menos vinte homens.

— Entre logo mãe! Antes que seja tarde e você fique em perigo.

— Mas e você?

— Eu treinei a vida inteira para isso, vá agora!

Ele se virou e correu para ajudar o irmão. Elene não saiu do lugar e olhava para seus garotos. Estavam tão crescidos…

Ariel postou-se ao lado de seu irmão. Seu coração batia rápido.

— Fique mais atrás Ariel – Instruiu o irmão – Se algum passar por mim, você acaba com ele.

Ariel recuou alguns passos. Leonard desembainhou sua arma. E esperou.

O primeiro homem tentou investir um golpe forte no seu ombro, mas foi aparado pela habilidade do novo rei, que aproveitou a brecha e atingiu um golpe na barriga. Enquanto cuidava de um, Ariel já havia acabado com dois que tinham passado pela primeira defesa.

Só faltavam dezessete…

Leonard golpeou rápido o estômago de mais outro, encaixando outro golpe rápido e eficiente na garganta de um segundo. Ariel matava mais dois arrancando–lhes alguns membros e cortando seus abdomens.

Treze…

A sorte dos jovens era que as dimensões do portão não permitiam uma invasão rápida e densa. Apenas alguns soldados passavam por vez, isso facilitava a luta para os irmãos e vários morriam em sequência. Leonard mostrava sua habilidade ao invadir a armadura de soldados e causar ferimentos mortais, enquanto Ariel usava sua força absurda para tirar fora partes de seus oponentes e quebrar as armaduras em lugares que impossibilitavam movimentos as pobres vitimas.

O irmão mais velho matou mais dois. Ouviram cavalos do lado de fora. Leonard torcia para que não fossem mais soldados inimigos, mas se acalmou quando ouviu a voz de Patrick xingando enquanto acertava os invasores com violência.

Ariel já tinha se juntado a Leonard e tentava ver Patrick do lado de fora. Não conseguiam, mas ouviam sua espada bater contra a proteção de ferro e abrir buracos nos peitos dos adversários.

Faltavam agora cinco...

Patrick já havia ajudado bastante e já estava cercando os que restavam. Ariel travava uma luta mais violenta contra um soldado maior. Leonard ajudaria se não estivesse ocupado com mais dois. Patrick também estava ocupado com um duplo ataque.

Ariel estava apenas defendendo. Os golpes do homem eram fortes e repetidos, ele não dava uma pausa e atacava arduamente. O jovem defendia com sua espada que já estava cheia de sulcos.

Suas mãos já estavam machucadas, sua espada parecia estar centenas de vezes mais pesada e ele apenas aparava os golpes, nem tentava atacar. Leonard já havia vencido um dos dois, Patrick ainda estava lutando contra os mesmos inimigos.

O oponente do irmão menor deu um forte golpe, o mais poderoso de todos os outros. Ariel apenas tentou colocar sua espada na frente, mas o forte avanço a lançou para longe. O inimigo o chutou e Ariel, já exausto e ferido, caiu no chão.

Leonard acabara de derrotar o último adversário e partiu para cima do homem que derrubara o irmão. Ele havia deixado o garoto caído e avançava para o castelo. Seus passos eram pesados, determinados e rápidos.

O mais velho parou ao lado de Ariel. Viu que ainda estava respirando e olhou para onde o inimigo estava indo, depois para o que estava à frente dele… Elene.

Leonard correu em direção à mãe, mas o soldado estava mais perto e chegou primeiro, pegou sua espada e introduziu devagar em seu peito.

Elene deixou em lágrima cair de seus olhos enquanto a dor do ferimento trazia a morte devagar. Sentia seu sangue escorrendo do buraco em seu peito. Ela estava tonta, sua visão ficava mais turva e sua vida saía do seu corpo.

O soldado tirou a espada do corpo de Elene, que caiu em seguida. Depois, viu Leonard chegando correndo, não queria morrer pelas mãos daquele garoto que mal saíra da infância. Pegou sua arma ensanguentada de sangue real e a colocou profundamente no próprio pescoço, deixando o sangue jorrar e manchar o chão de mármore com mais uma morte.

Leonard vira aquela imagem com pavor. Correu direto para sua mãe, largando a espada no caminho. Seus olhos já estavam cheios de lágrimas. O filho soltava um soluço silencioso. Seu coração batia devagar e dolorosamente. Diante do corpo da mulher que o pariu, ele caiu de joelhos no chão. Elene ainda estava com os olhos abertos, mirando o vazio. Leonard estava com suas mãos manchadas de sangue, o sangue de sua mãe…

Patrick viera correndo e tirara Leonard de cima do corpo da mulher.

— Saia rapaz, entre!

Leonard resistiu, mas não tinha mais forças para brigar. Seu mundo desmoronava…

Patrick chamou alguns empregados para levarem Ariel para seu quarto. O garoto ainda encontrava-se desacordado, mas vivo.

Leonard entrou. Patrick tentava consolá-lo, pôr alguma ideia boa em sua cabeça. Mas Leonard não entendia, ou não queria entender.

O rapaz sempre pensava o que acontecia com ele. Tão jovem, mas ele passou por tantas coisas ruins… Chegava a ser injusto.

Tuomas comia sem parar. Não parecia estar se importando com o que se passava. Se ele sabia, estava mais interessado no que estava fazendo.

— O que aconteceu com meu irmão? – Disse Leonard.

— Ele está no quarto. – Respondeu Patrick. – Vai sobreviver, só tomou uma pancada.

Leonard parou de soluçar. Foi repentino. Levantou-se e anunciou.

— Vou fazer algo importante agora… Não precisa me esperar.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima!



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