Sophia escrita por znestria


Capítulo 27
Caminhos da Floresta




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Na segunda que sucedeu a viagem, Sophia desceu atrasada para o café da manhã e foi imediatamente cumprimentada por uma página dupla do Profeta Diário em sua cara.

“Que diabos, Sean?” ela perguntou, sonolenta, afastando o jornal. 

“Leia ali!” ele apontou. 

Sophia semicerrou os olhos. “‘Bianca Hurt se aposenta dos Falcões de Falmouth’?” 

“Não, embaixo!” 

‘Fogos misteriosos no Castelo de Edimburgo’.”

“Continue!” 

‘Na noite do último sábado, dia 22 de maio, a capital da Escócia foi gracejada por um espetáculo de fogos de artifício como nunca vira antes’”, Sophia leu. “‘Os fogos mágicos, ainda não reconhecidos, foram lançados por canhões encantados no Castelo de Edimburgo. Milhares de trouxas assistiram ao evento, embora o tenham associado a um feriado de primavera. O(s) autor(es) da peça ainda não foram identificados.’

Quando terminou de ler, Sophia abaixou o jornal devagar, revelando uma expressão de incredulidade. “Eu não acredito que eles fizeram isso.” 

Sean soltou uma gargalhada. “Genial, não é?”

“Isso foi arriscado”, Sophia respondeu, mordendo o lábio. “E se descobrirem que fomos nós?” 

“Relaxa, Soph. Não têm como traçar os fogos de volta a nós.” 

“É claro que têm! Os gêmeos Weasley são entusiastas notórios de fogos de artifício, todo mundo sabe disso. Se os professores começarem a desconfiar, não vão demorar a descobrir que não estivemos em Hogsmeade no sábado.” 

Sean balançou a cabeça. “Agora você está começando a delirar.” 

Apesar do descaso do amigo, Sophia não conseguiu tirar a preocupação de sua mente. Os gêmeos tentaram tranquilizar a menina, mas ela ainda se lembrava da detenção que pegara por causa simples episódio de fogos no lago em seu aniversário. Se conseguissem ligá-los ao caso de Edimburgo, então, não conseguia nem imaginar o que fariam. Aquilo fora uma obstrução clara do Estatuto Internacional de Sigilo em Magia, e todos agora eram maiores de idade.    

Durante o resto da semana, Sophia, em um frenesi neurótico, analisava minuciosamente o comportamento e fala dos professores, em uma tentativa de identificar alguma suspeita. Estava quase aquietando-se, até que Snape, na aula de Poções de quinta, reacendeu sua ansiedade.

“Para a próxima aula, tragam sessenta centímetros de pergaminho sobre a alquimia no Egito Antigo”, ele anunciou após a sineta. “E sem borrões, srta. Adams, a não ser que queira voltar à aula de Poções do primeiro ano.”

Sophia franziu a testa, para seu azar, no momento em que Snape olhou em sua direção. 

“Algo a dizer, Laurie?” 

“Não, senhor.” 

“Eu imaginava. Espero que a senhorita não esteja ocupada demais participando de eventos ilegítimos para fazer seu dever.” 

Sophia piscou, aturdida.

“Dispensados.” 

Enquanto organizava seu material, o coração de Sophia batia descontroladamente. Será que Snape sabia de Edimburgo? Certamente, se o professor soubesse, já os teria castigado de maneira muito mais severa que apenas um comentário ríspido. A não ser que ele estivesse planejando algo pior…

“Sophia!” uma voz a despertou de seus devaneios.

Sophia pulou. “Alicia! Oi.” 

“Você está bem?” A garota se aproximou, e as duas seguiram pelo corredor.

“Sim.” 

“Não se pode respirar errado perto do Snape”, Alicia comentou. “Afinal, eu acreditava que ele estaria até de bom humor hoje, esfregando sua satisfação na nossa cara. Se bem que talvez ser malvado seja o bom humor dele…” 

Sophia levantou uma sobrancelha. “Esfregar o que em nossa cara?” 

“Você não ficou sabendo?” Alicia exclamou. “Estamos proibidos de usar o campo de quadribol até o fim dos exames!” 

“O quê?” Sophia disse, com a voz fina. “Por quê?” 

“A McGonagall não disse. Até tentei discutir com ela, mas você sabe que não tem jeito. Imaginei que tivesse sido o Snape, porque não estivemos incluindo o time da Sonserina nos jogos amistosos.”

Sophia suspirou. “É, você deve estar certa.” 

No próximo período, Sophia encontrou os amigos e contou a notícia. Os três reagiram de um jeito histérico, em uma sequência de confusão, negação, fúria e frustração. Chegaram a discutir maneiras de burlar a proibição e até de se vingar de Snape, mas Sophia sabia que não adiantariam. 

No entanto, os amigos realmente não desistiram. Sabiam que, se desobedecessem à regra em plena luz do dia, seriam pegos e castigados, então combinaram de ir ao campo à noite. Depois de muita insistência, conseguiram convencer Sophia a ir junto, pois ela era a que realizava o melhor Feitiço de Desilusão. 

“Eu não consigo fazer vocês desaparecerem”, ela queixava-se. “Só uma camuflada com os arredores.” 

“Não tem problema, não nos verão no escuro”, Rogério respondeu. “Aqui, vamos por este lado. Ouvi dizer que o Pirraça estava fazendo uma confusão com os quadros no terceiro andar, então Filch provavelmente está por lá.” 

Sophia girou os olhos e seguiu o amigo. Belo monitor, ela pensou. 

  Saíram do castelo e correram pelo gramado até o campo. Ao se aproximarem, porém, perceberam que ele estava iluminado. Agacharam-se apressadamente ao ouvirem vozes saindo de dentro do estádio. 

“Quem está lá?” sussurrou Georgie. 

“Ouçam”, disse Rogério. 

Calaram-se e aguçaram os ouvidos, na esperança de identificar alguma voz familiar - e, de preferência, amigável. 

Os olhos de Sean se arregalaram. “Parece… Bagman?”

“Será?” Rogério respondeu. 

Sophia tentou focar, mas a voz era difícil de ouvir. Aos poucos, ela ficou mais e mais nítida, e Sophia percebeu que ela estava se aproximando. Os quatro imediatamente se esconderam atrás de uma viga, fazendo o mínimo de barulho possível. 

Sean estava certo: Ludo Bagman saiu do campo, mas estava acompanhado. Fleur, Cedrico, Potter e Viktor caminhavam atrás dele. 

Sophia sentiu Rogério endurecer a seu lado. Apesar de tudo, o amigo ainda não conseguia reagir com indiferença ao ver Fleur, principalmente de surpresa. 

Sean puxou Sophia pelas vestes. Ele apontava freneticamente para Viktor, que já tinha se separado do grupo e caminhava em direção ao navio de Durmstrang. A garota entendeu e saiu silenciosamente atrás dele.

“Viktor! Viktor!” ela chamou, ainda sussurrando. O grupo que ia ao castelo, apesar de afastado, ainda estava perto o suficiente para ouvir se Sophia gritasse. “Droga”, murmurou. “Impedimenta!” 

Apontou a varinha para Viktor, que instantaneamente parou de andar. Esperou mais alguns segundos, até Bagman e os outros entrarem no castelo, e correu para Viktor, que já estava se movendo novamente, embora com uma cara confusa e irritada. 

“Oi”, ela disse ao se aproximar, mas, antes que percebesse, estava encarando a ponta da varinha de Viktor. 

Ao reconhecê-la, sua expressão se suavizou e ele abaixou a varinha. “Sophia?” ele disse, confuso.

“Sim”, ela respondeu, segurando a respiração. Ainda estava um pouco atordoada com o quão assustador Viktor tinha sido. Nunca o tinha visto daquele jeito. “Desculpa te azarar, eu só estava tentando chamar sua atenção sem que Bagman e os outros ouvissem.” 

O garoto ainda parecia muito desconcertado, mas deixou que Sophia o abraçasse. “O que focê ecstá fazendo aqui?” Ele perguntou, ao se afastarem. 

“Rogério e os outros queriam dar uma volta de vassoura. Fomos proibidos de usar o campo, então tivemos que vir escondidos. E você?” 

“Bagman ecstava nos explicando a Terceirra Tarrefa do Torneio.” 

“Certo.” 

“Ecstão construindo um labirinto no campo.”

“O quê?” Sophia exclamou, um pouco mais alto do que deveria. Olhou assustada para os lados, mas os terrenos de Hogwarts pareciam perfeitamente serenos.

“A taça do Torneio serrá colocada no centrro, e quem alcançá-la primeiro serrá o vencedor. Haverrá crriaturas, também.”  

Sophia concordou com a cabeça, assimilando as novas informações. “Bom… Parece de acordo com o Torneio.” 

Viktor assentiu, e os dois começaram a andar de volta ao campo, para encontrar os amigos. Eles explicaram aos demais sobre o labirinto, e os três reagiram com tanto entusiasmo à Tarefa que até se esqueceram de quadribol. Desistiram, portanto, de jogar, já que o campo estava inutilizável, e voltaram para o castelo.

Sophia e Viktor permaneceram no estádio. Sophia sugeriu que dessem uma volta pelos jardins, então os dois partiram caminhando em silêncio. 

“Desculpa por ter te azarado”, ela disse finalmente. Ainda se sentia culpada e percebera que Viktor estava um pouco estranho também. 

“Tudo pem”, ele respondeu. “Só non faça de novo.”

Viktor pegou sua mão, e Sophia respirou aliviada. Continuaram andando, dando a volta pela cabana de Hagrid e aproximando-se da carruagem de Beauxbatons.

“Ah, se Hagrid for responsável pelas criaturas, tome cuidado”, Sophia disse. “Ele não tem muita noção do que é perigoso para alunos. Lembra que eu falei dos explosivins, que parecem caranguejos-de-fogo?” 

“Que têm dois metrros e ferrões?” 

“Esses mesmos. Seriam ótimos para o Torneio, mas não sei se sobreviveram. Pelo que ouvi falar, a maior parte deles acabou se matando.” 

Viktor fez uma careta e riu. “Esperro que sim.” 

Sophia sorriu e puxou Viktor pela mão até a orla da Floresta. Encostou em uma árvore e trouxe o garoto para perto, até seus lábios se tocarem. Quando se separaram, Viktor pigarreou rapidamente e disse:

“Os explosivins non ficam soltos pela Florresta, ficam?” 

Sophia deu uma risada. “Não! Eles têm um cercado próprio. Quanto à Floresta, você tem que se preocupar é com os lobisomens.” 

Ele franziu a testa, fazendo Sophia rir mais alto. “É brincadeira!” ela o tranquilizou, embora começasse a ficar levemente preocupada. Lembrava-se muito bem de ter ouvido uivos muito altos em uma noite no ano anterior. “Não é como se fossem piores que dragões, de qualquer jeito”, ela continuou. 

Viktor abriu um sorriso. “Acho que quando esse Torneio acabar non vou mais poder dizer ter medo de fazer qualquer coisa. Non são todos que podem dizer que já enfrentarram um drragão.” 

Sophia deu uma risada fraca. A fala de Viktor acabara de ser um lembrete horrivelmente assustador da verdade que ela tentava ignorar há meses - que o Torneio acabaria e Viktor iria embora. Ela até pensava que estaria mais preparada para esta situação: no ano anterior, Sophia sabia que seus dias com Olívio estavam contados, já que ele se formaria em poucos meses. Mas a verdade é que com Viktor era diferente, eles eram mais próximos do que Sophia jamais fora com Olívio. Mais do que isso, a verdade era que ela nunca havia realmente amado Olívio. 

Foi aí que se tocou.

“Viktor”, ela disse, “eu te amo.” Tão logo falou, a menina soltou uma risadinha nervosa, incrédula com a própria fala.

Ele foi alargando o sorriso lentamente. Pegou uma mecha de cabelo solta e ajeitou-a atrás da orelha de Sophia. “Eu te amo.”  

Sophia ainda não havia parado de sorrir quando se beijaram.

Em momentos assim, era difícil não se sentir nostálgica. Assim como quando foram ao cinema trouxa, quando estava voltando de férias de Páscoa ou mesmo no dia após o Baile, Sophia não conseguia acreditar que tudo aquilo estava realmente acontecendo. Quando era criança e fantasiava em viver histórias de amor, com certeza não imaginaria que estaria em uma floresta encantada com um bruxo búlgaro.

Não é bem uma floresta encantada dos contos de fada, também, pensou. Tinha até se esquecido de todos os rumores de criaturas mortíferas que poderiam estar vagando por entre as sombras das árvores.

Abriu os olhos e olhou para Viktor, tentando afastar os pensamentos medonhos. Mas quase imediatamente percebeu algum movimento atrás do garoto. Apertou o braço dele instintivamente e direcionou o olhar para as árvores. Viktor se virou, com as sobrancelhas juntas, enquanto a mão de Sophia deslizava para seu bolso, onde estava sua varinha. 

“Vamos”, sussurrou Sophia, puxando Viktor para o lado, fazendo o mínimo de barulho possível. 

A figura agora se aproximava, e Sophia pode ver que era um ser humano. Parou um pouco e semicerrou os olhos para tentar identificar a criatura. Talvez fosse só um bicho-papão…

“…e depois que fizer isso, Weatherby, mande uma coruja a Dumbledore confirmando o número de estudantes de Durmstrang que virão ao torneio, Karkaroff acabou de mandar uma mensagem dizendo que serão doze…” 

O casal se entreolhou, confuso, e Sophia acendeu a ponta da varinha.

A criatura era, afinal, um homem. O homem aparentava ter lá pelos seus cinquenta anos, tinha as vestes todas rasgadas e os cabelos e barba compridos e desgrenhados. Seu rosto estava todo arranhado, mas ele parecia estranhamente familiar.

“Ele non erra um dos juízes?” Viktor perguntou. “Non é do seu Ministério?” 

“Crouch!” Sophia exclamou, perplexa. “Sr. Crouch?” ela chamou. 

Ele não pareceu notá-la.

“faça isso, Weatherby, por favor? Por favor?” ele continuou resmungando sozinho. Por um momento, Crouch parou de falar e somente encarou a árvore mais próxima. Então cambaleou para os lados e caiu de joelho.

“Sr. Crouch?” Sophia e Viktor correram para o homem. Ela já descartara a possibilidade dele ser um bicho-papão - afinal, o homem louco com certeza não era o maior medo de Sophia ou Viktor -, então começara a acreditar que o homem realmente fosse o próprio Bartô Crouch. 

Eles se agacharam a seu lado e esperaram, mas os olhos de Crouch reviravam nas órbitas.

“O que é que ele tem?” perguntou Viktor.

Sophia balançou a cabeça. “Não faço a menor ideia. Será que devemos chamar alguém? Um professor ou…” 

“DUMBLEDORE!” Crouch arquejou, assustando Sophia. Ele agarrou suas vestes e puxou-a, mas Viktor imediatamente o fez soltá-la. Crouch perdeu o equilíbrio e caiu para um lado. “Preciso… ver… Dumbledore”, ele continuou. 

“Ok, vamos chamar o prof. Dumbledore, senhor”, Sophia respondeu. Virou-se para Viktor. “Como vamos chamar Dumbledore? Não podemos deixá-lo aqui!” 

“Podemos levá-lo para o castelo”, sugeriu Viktor.

Sophia encarou o velho, que continuava murmurando para si mesmo com um olhar vazio. Agora escorria saliva de sua boca. “Não acho que ele consiga ir até o castelo.” 

Viktor franziu a testa. “E se o levitássemos?” 

“Não sei se isso é legal. Ele é o chefe do Departamento de Cooperação Internacional de Magia!” Sophia mordeu um lábio. “Você sabe lançar um Patrono? Ouvi dizer que eles conseguem transmitir mensagens.” 

“Só um escudo.” 

“Você acha que funcionaria?” 

“Não sei. O escudo sai da ponta da minha varinha.” 

Droga, pensou Sophia. Não poderiam deixar Crouch sozinho na Floresta, mas não tinham como levá-lo à força para o castelo…

“Dumbledore!” ele gritou novamente, agarrando o calcanhar de Sophia. Viktor puxou-a para longe, mas o homem era mais forte do que parecia. “Preciso… falar… Dumbledore…” Cada palavra parecia custar um esforço terrível para pronunciar, mas ele parecia muito determinado. 

“Se o senhor me soltar posso levá-lo a Dumbledore”, ela suplicou. 

“Avise… Dumbledore…”

Sophia esperou atentamente, mas Crouch não continuou. Ao invés, soltou Sophia e ergueu-se, ficando de cara com um árvore, e voltou a tagarelar. “Obrigado, Weatherby, e quando você terminar isso, eu gostaria de tomar uma xícara de chá…” 

“Ele está louco”, Viktor disse.

Sophia concordou com a cabeça, mas não disse nada. Apesar de mal parecer enxergar Sophia, o homem pareceu mais lúcido quando falou de Dumbledore. Estava realmente assustando Sophia, ainda mais considerando o estado em que se encontrava. 

“Nós realmente precisamos de Dumbledore. Você se importa se eu for buscá-lo?” 

Viktor a encarou por um segundo.

“Por favor? Não podemos deixá-lo sozinho. Vou correndo.” 

Ele continuava sério, mas acenou com a cabeça. Sophia então apertou seu braço e virou-se em direção ao castelo.

“Não… me… deixe!” Crouch gemeu. “Eu… fugi…” 

Sophia voltou sua atenção a ele.

“Preciso avisar… preciso contar.. ver Dumbledore… minha culpa… tudo minha culpa… Berta… morta…” 

Sophia arquejou e abriu a boca para responder, mas ele continuou:

“Tudo minha culpa… meu filho… minha culpa… diga a Dumbledore… Harry Potter… o Lorde das Trevas… mais forte… Harry Potter…” 

Sophia e Viktor se encararam. Agora ela realmente precisava ir. Deu um último olhar culpado a Viktor e saiu em disparada.

Correu pelos jardins e voou castelo adentro. Suas pernas queimavam enquanto subia as escadas para a torre do diretor, mas ela não podia parar - cada segundo que gastava era um segundo a mais que deixava Viktor sozinho com Crouch. Finalmente chegou à gárgula que guardava a entrada da sala.

“Droga!” ela gritou. “Abra a porta, por favor!” 

A gárgulas continuava imóvel.

“HOGWARTS!” ela esbravejou, frustrada. Se ao menos houvesse alguma campainha ou algo para emergências, mas não, dependiam de pedras mágicas que só atendiam quando quisessem. 

Sacou a varinha e começou a lançar feitiços contra a gárgula. Já não sabia mais o que fazer. Tentou Alohomora e outros feitiços que poderiam funcionar, mas no final acabou só lançando luzes e faíscas aleatórias de sua varinha, na esperança de que fossem chamar a atenção do diretor de alguma forma. 

Estava quase desistindo quando a gárgula subitamente ganhou vida e saltou para o lado. Sophia arregalou os olhos, sem acreditar que realmente havia funcionado, mas um vulto escuro surgiu à sua frente.

Snape a fuzilava com os olhos.

“Laurie? Que diabos está fazendo aqui?”

“Professor! O senhor precisa chamar Dumbledore, por favor, Crouch está na Floresta com Viktor, digo, Krum…” 

“Que tolice é essa? Do que você está falando? Estava na Floresta à noite com o Sr. Krum?” 

“Professor, por favor! O Sr. Crouch está na Floresta, apareceu todo machucado, está falando coisas sobre Você-sabe-quem… Até mencionou Berta Jorkins! Ele pediu por Dumbledore, por favor…” 

“Que tipo de delírio…” Snape retrucou, mas a parede às suas costas se abriu e Dumbledore apareceu.

“Prof. Dumbledore!” Sophia exclamou, seus olhos quase lacrimejando de alívio. “Por favor, o senhor precisa vir comigo! O Sr. Crouch está na Floresta, parece louco, diz que precisa ver o senhor!” 

“Leve-me até lá”, ele respondeu prontamente. Sophia, pega de surpresa, assentiu, respirou fundo e começou a apressar-se em direção às escadas, sem se atrever a olhar para Snape. 

Enquanto desciam a escadaria rapidamente, Dumbledore lhe perguntou:

“Que foi que o Sr. Crouch disse, srta. Laurie?” 

“Disse que precisava dizer algo ao senhor… Disse algo sobre Você-sabe-quem e Harry Potter… Também mencionou Berta Jorkins… Acho que… que ela está morta. Ele ficou falando que era culpa dele…” 

“Entendi”, o diretor respondeu calmamente.

“Parecia que ele tinha fugido de algum lugar… Suas vestes estavam todas rasgadas, ele tinha vários arranhões… Mas às vezes ficava falando com o nada, com um tal de Weatherby… Como se estivesse dando ordens do dia a dia.” 

Dumbledore apenas assentiu. “Você estava sozinha na Floresta, srta. Laurie?” 

“Não, hã…”, ela desviou o olhar, um pouco envergonhada. “Estava com Viktor Krum. Deixei-o lá cuidando do Sr. Crouch.”

“Deixou?” Dumbledore perguntou, com o tom mais severo. “Mais alguém viu o Sr. Crouch?” 

“Não, senhor.” 

Os dois apertaram o passo, e Sophia correu à frente para mostrar o caminho. Quando chegaram ao local, não parecia haver ninguém à vista. O coração de Sophia acelerou ainda mais. Certamente, poderia estar enganada, provavelmente não se lembrava da localização de modo tão preciso.

“Viktor?” ela sussurrou, sua voz fraca. Escaneou os arredores à procura de qualquer movimento e aguçou os ouvidos, mas parecia que ela e Dumbledore estavam sozinhos. 

Lumos”, o professor ordenou, e sua varinha acendeu.

Com um pouco a mais de claridade, puderam ver. Havia um corpo deitado à sua frente.


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