Minha Vida não é Nada sem Você escrita por Letícia Silveira


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que eu ando ausente com vocês, mas eu não vivo para escrever, também tenho o meu biquinho, os estudos, responsabilidades, enfim...
Quero agradecer em especial a todas as leitoras que ainda não me abandonaram. Agora a fic terá um rumo certo - antes não era nada definitivo. Espero conseguir escrever mais rapidamente. Minha meta é postar a cada 2 semanas, senão 3. Eu sei que isso é muito tempo, mas é o máximo que eu posso fazer. PROMETO, porém, postar antes se eu conseguir. Me desculpem, amoras.
Bem, é isso. Sei que antes eu tinha chegado a 70 leitoras acompanhando e, agora, devo ter umas 5. Mas essas 5 são as que importam, porque conseguiram me aguentar e aguardar. Vocês são especiais e se destacam do resto da multidão por isso. Parabéns, amo vocês :D
Beijooos ♥
CAP GRANDÃO PARA AS MINHAS LEITORAS MARAS! :*



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Assim que Renesmee chegou em casa, seu pai, mesmo sabendo do ocorrido, não comentara nada. Edward estava furioso demais com Jacob, ao mesmo tempo que tinha orgulho da filha por ela não ter cedido ao último beijo. Mesmo assim, ele torcia para que os dois se acertassem de uma vez. Porém, a teimosia falava mais alto entre eles. O Cullen, sentindo-se com certa idade por ter que resolver os problemas amorosos da filha, apenas suspirou.

Renesmee subiu, a passos pesados, até o seu quarto, procurando tomar um banho gelado, para retirar o desejo do seu corpo e limpá-lo também. Sentia-se impura nos braços de Black, por mais que seu corpo não concordasse com a sua mente. Eles tinham desejos diferentes um do outro.

Após um banho bem tomado, não desceu para jantar. Queria apenas o conforto de sua cama, que poderia abrigá-la e esquentá-la como apenas uma pessoa fazia. Ela suspirou: por mais que não quisesse, os seus pensamentos se dirigiam a Jacob Black.

Com o rosto entre as almofadas, não pôde deixar de chorar. O som era abafado pelo travesseiro, aliviando-a por nenhum familiar seu ouvir. Eles eram tão dedicados a ela, tão carinhosos; não precisavam vê-la sofrendo.

Ao raiar de um novo dia, Renesmee sentiu-se bem disposta. Ela sentia uma certa aflição, como se algo ruim estivesse sendo premeditado. Porém, ao mesmo tempo, sentiu como se fosse receber um presente. Era uma sensação nova e estranha, mas totalmente positiva.

Desceu as escadas e comprimentou toda a família, agradecendo mentalmente ao pai que não havia comentado, nem julgado-a, pela noite de ontem. Escovou os dentes, penteou os cabelos e decidiu vestir apenas um vestido leve, com listras azuis e brancas, como uma marinheira.

- Nessie, Nahuel irá chegar a qualquer momento de Londres. - Alice avisou, tentando prever o futuro incerto do meio-vampiro.

Em menos de cinco minutos, um cheiro pouco conhecido invadiu as narinas dos vampiros. Renesmee sorriu, lembrando do moço que ajudou-a a vir para perto de sua família. Ele era uma pessoa muito boa, pois ela viu-se perdida e, sem nada a oferecer em troca, amparou-a.

- Nahuel! - Ela gritou, indo abraçá-lo. Ele ergueu-a, lembrando da pequena menina que conheceu naquela casa, que salvou a vida. Nahuel nunca se esqueceria do sentimento tão bom que invadiu-o: mesmo sendo um monstro horrível, que já matara a própria mãe, era capaz de fazer boas ações.

- Olá a todos. - Murmurou cordialmente, recebendo alguns acenos de cabeça como resposta. - Eu queria contar um fato que descobri sobre a minha espécie, minha e de Renesmee. Não sei se já sabem, mas é melhor avisar para que não tenham decepções depois. - Nahuel declarou, com um olhar pesaroso para com Renesmee.

Esta prendeu a respiração por alguns segundos. Esme, porém, não perdeu a elegância e pediu para que Nahuel se acomodasse melhor. Todos os Cullen fizeram o mesmo, alguns sentando no chão, como Emmett e Jasper.

- Bem, eu estou mantendo um relacionamento com uma humana, Eva. Nos conhecemos há alguns meses, lá na Inglaterra mesmo; e, desde então, ela tenta engravidar.

Um arrepio se instalou na coluna de Renesmee. Estaria ela pensando o certo? Ela pôs as mãos na barriga, sentindo o estômago se revirar pela notícia que nem havia sido comunicada ainda.

- Todavia, mesmo que eu... - Ele pareceu corar por um momento, por detrás daquela pele indígena. - Mesmo que nós tenhamos orgasmos, parece que o meu... - Tudo bem, ele estava muito envergonhado, então o meu pai tratou de intervir:

- Nahuel não possui espermatozóides férteis, eles não resistem às lubrificações da vagina humana. O corpo humano, no aspecto reprodutor, é mais eficaz que o vampiresco. Ele chegou à conclusão de que a Nessie não teria óvulos férteis também, devido ao inexistente ciclo de menstruação. Sendo assim, ambos não podem engravidar de segundos.

A confirmação, tão temida pela garota, pareceu acabar com o seu mundo. Sentiu os olhos marejarem, avisando que as lágrimas estavam a caminho, que a pena nos olhos das pessoas apenas seria uma decorrência de sua fragilidade.

Ela nunca poderia conceber uma criança; nunca poderia passar pelas dores do parto para depois sorrir aliviada por ter a sua filha em seus braços. Nunca poderia presentear o seu cônjugue com uma dádiva. Seus pensamentos trairam-na, se dirigindo a Jacob imediatamente. Um sorriso bobo e faceiro no seu rosto se desfez, passando a ser um sorriso amarelo, como se ele não quisesse mais ficar perto dela.

A sua natureza, antes não tão observada, fazia-la sentir-se uma aberração. Vivera uma infância diferente, mas ao mesmo tempo normal. Crescera em um orfanato, sem o carinho de uma família como os demais; mas, pelo menos, ela pensava ser um ser humano. Agora, mesmo sabendo que os humanos também podem ter problemas que acatem na impossibilidade de uma gravidez, ela sentiu, mais uma vez, nojo. Antes, era de Jacob Black; mas, naquele momento, era estritamente dela.

Ser meia humana e meia vampira não parecia ser tão ruim como pensava; era bem pior na verdade. A imagem de segurar uma criança pareceu em sua mente. Logo, um homem se aproximou, retirando aquele bebê do colo dela e correndo para longe. Ela pareceu acordar para a realidade ao ver pares de olhos dourados ansiosos para vê-la pronunciando algo. Entretanto, aquilo não aconteceria tão cedo. Ela se desculpou com os olhos e decidiu correr para longe, procurar esquecer da sua incapacidade. Sentir-se impotente de conceber um ser era horrível. Para ela, fora como se cortassem o fio que dava-lhe um pouco de características humanas. O poder de criar a vida, junto com o amor materno de uma mãe e de um filho, era o que diferenciava-lhe dos totalmente vampiros. Além do fato dela dormir e comer, não havia mais nada que fizesse-a sentir humana.

Renesmee corria pela floresta, sem um rumo determinado, apenas querendo sentir o vento secando-lhe as lágrimas que teimavam em cair. Mesmo com os reflexos vampirescos, não viu um galho que se encontrava no caminho, acabando por tombar nele e cair.

Não fez esforços para se erguer; preferia se sentir acolhida ali, na terra úmida. Sempre gostara das florestas úmidas da Inglaterra; tinham uma mágica diferente sobre ela. Parecia que o silêncio, naquele lugar, acalmava-lhe.

Uma mão se dirigiu até a barriga, magra, sem protuberância alguma, lisa, infértil. Lágrimas, que esbaçavam-lhe a visão, derramavam como uma cachoeira não muito logne dali. As águias que circulavam pela área estavam inquieta pelo cheiro da meia vampira. Os gritos agudos dos pássaros fizeram os ouvidos de Renesmee arderem.

Logo, porém, ela se deu conta de que não se encontrava sozinha na floresta. Mais uma vez, um arrepio desconfortável se estabeleceu na sua espinha, percorrendo o seu corpo desde o cós até a nuca.

Rapidamente, ela levantou-se, procurando se concentrar em um som agudo que escutava, vindo do leste. Forks e La Push era ao sul, então deveria estar um pouco longe de casa. Não deu importância, apenas se deixou levar pelos passos apressados que dava naquela direção.

Ao se aproximar, distinguiu o barulho como um choro leve, de uma criança. Correndo o mais rápido que podia, fitou um embrulho que parecia uma caixa de papelão. Com a boca entreaberta e o coração disparado, se aproximou, não contendo o sorriso ao fitá-lo pela primeira vez.

Era um pequeno menininho, todo sujo de terra pela caixa não ter um fundo. Ele abriu os olhos para fitar Renesmee, que se apavorou por um momento. Ele tinha os olhos vermelhos cor de sangue, tão intensos que poderiam ver a sua alma.

Possuía cabelos negros, quase quanto os de Jacob. As suas feições angelicais, que agora estavam calmas com o encerramento do choro, tinham traços perfeitos. Renesmee procurou ouvir a batida de seu coração, mas apenas escutou os barulhos dos animais da floresta, assim como o do vento, que se intensificava com fortes rajadas.

Um temporal estava para vir, e Renesmee, percebendo isso, pensou logo em ir para casa. Porém não poderia abandonar aquele rapazinho ali na floresta; mesmo ele sendo tão diferente. Seria possível que fosse um vampiro? Pois seu pai havia contado-lhe que os Volturi haviam matado todas as crianças imortais que existiam.

Renesmee continuava encarando aquela criatura indefesa; mas que, de acordo com alguns, era capaz de acabar com muitas vidas quando descontrolada. Aquele ser tão indefeso precisava de ajuda, ela não poderia negar. Ele não teria condições de se alimentar, por ser tão pequeno. Sua aparência angelical, porém, era apenas uma arma contra a vítima. Mal sabia Renesmee que ele era totalmente capaz de matar humanos, quando estes se aproximavam demais para fitá-lo encantadamente.

O sangue de Renesmee, contudo, não apetecera o pequeno. O odor, por mais inebriante que fosse, não era-lhe sedutor. Sentia um imenso carinho fraternal pela moça que carregava-o no colo, naquele momento.

Ela, prevendo o questionário de sua família pela sua demora, teve que deixá-lo dentro de uma casa abandonada nas redondezas de La Push, no caminho até a sua casa. Não poderia deixá-lo sozinho, sem conforto; então pegou algumas folhas que serviriam para amacear o chão.

Seus olhos brilharam ao vê-lo sorrir para ela, em forma de agradecimento. Ele sentia-se inútil por não conseguir projetar palavras por sua boca. Apenas saíam ruídos abafados, mesmo a sua inteligência já sendo desenvolvida.

Ele, porém, não possuía um dom. Era algo incerto, pois ele apenas conseguia ver o passado daqueles que lhe tocavam. Por vezes, todavia, esse poder falhava-lhe. Parecia agir apenas quando queria.

Calmamente, ainda tentando pensar em uma maneira de Edward não ler os seus pensamento, caminhava de volta para casa. Decidira que a sua família não precisava ser exposta àquele tipo de informação, já que, se descoberta por demais, colocaria-os em risco. Teria que, então, esconder os pensamentos de seu pai. Para isso, era preciso que sua mãe lhe cobrisse com o escudo. Seria preciso apenas pedir-lhe isso e, enquanto não o fazia, teria que cantar algum hino nacional para ocultar a sua mente.

O hino francês realmente foi desnecessário, pois, assim que chegou na casa da família Cullen, informaram-lhe que Edward fora caçar. Logo, pediu para a sua mãe que ela cobrisse-lhe com o escudo; inventara a desculpa que brigara com Jacob e não queria aborrecer o seu pai.

Isabella, ingenuamente, concordara e, sem medir esforços - pois já se acostumara -, protegeu-lhe.

Renesmee resolveu tomar um banho, pois suas roupas possuíam o cheiro da criança. Teria que cuidar disso agora e agradecera mentalmente pelos seus parentes não terem notado tal detalhe.

Após relaxar com a água quente caindo-lhe sobre o corpo, deitou-se e pegou o seu livro "Orgulho e Preconceito", de Jane Austen, que começara a ler há poucos dias. Realmente, a estória, que se passava no século XIX, era envolvente como nenhuma outra. Só de pensar que houvera tantas más impressões entre Elizabeth e Fitzwilliam... Renesmee arrepiou-se ao lembrar da primeira vez que vira o olhar intenso de Jacob sobre ela. Não poderia dizer que não julgou-o sem conhecê-lo; mas, com certeza, apenas causara-lhe boas impressões.

O sono logo abateu-lhe, levando-a às profundezas da escuridão. O sonho, também, fez-se presente, aonde Jacob corria atrás do menino que Renesmee havia encontrado hoje. Era uma imagem tão bonita de admirar-se; ao mesmo tempo, entretanto, era impossível de ocorrer. Jacob nunca admitiria ter um filho vampiro, além do que eles estavam brigados, e Renesmee não sabia se ela era capaz de perdoá-lo.

Após levantar-se e tomar um café da manhã reforçado, ela decidiu partir à La Push, após os seus pais concordarem. Ela precisava distrair-se, além de que, depois de cumprimentar os Quileutes, poderia ir ver o menino. Além disso, ela precisava dar-lhe um nome urgentemente.

Pôs uma roupa leve: era apenas um vestido solto e florido, que delineava a sua cintura fina, com uma sapatinha nude. Deixou os cabelos penderem em cachos assimétricos, que demonstrava um ar despojado. Desceu as escadas correndo, depositando um beijo nas faces gélidas dos seus familiares, e saiu correndo em direção à praia.

Ao chegar lá, decidira ir até a casa de Emily. Sentia saudades daquela bela mulher, que lhe acolhera ainda quando ela não sabia de nada sobre o que acontecera entre o Jacob e a Leah.

Renesmee deu duas batidas leves na porta de madeira da casa aconchegante; e, logo, aquela bela mulher jovem atendeu.

- Emily! - Exclamou extasiada. Adorava o convívio com humanos; trazia-lhe uma paz desconhecida.

Ela convidou a mestiça para adentrar na casa, que ainda não estava movimentada como normalmente. Emily contou à Renesmee que estava a preparar algumas fatias de bolo de chocolate, então pedira ajuda à meia-vampira. Esta apenas concordou com a cabeça, feliz por ser útil e estar se distraindo.

Mesmo com o menino esperando-lhe na floresta, ela não poderia mentir que não estava se divertindo na companhia de Emily. Aquela humana era tão engraçada e madura, capaz de passar-lhe diversos ensinamentos.

A nossa conversa logo foi interrompida com a entrada dos meninos da matilha, que pareciam alheios ao cheiro de Renesmee. Esta se virou para ver quais lobos entravam, mas seus olhos procuravam por apenas um.

- Ness, que surpresa boa! - Seth exclamou, correndo para abraçá-la. Cheirou os seus cabelos, pensando apenas na culpa que lhe corroía. - Me perdoa, Nessie? Eu juro que eu não teria feito nada se não fossem as ordens do Alfa. - Ele rolou os olhos ao pronunciar a palavra que Jacob tanto odiava: Alfa. Se nem o mesmo se considerava, por que ele tinha que obedecê-lo?

- Seth, Seth! - Ela reclamou devido à falta de ar em seus pulmões. Todos aqueles lobos eram muito fortes e não davam-se conta disso. - Eu te perdoo se tu me soltares! - Pediu, ofegante.

Ele fê-lo imediatamente, sorridente por saber que não perdera a amizade da baixinha.

- Você vai se arrepender por isso... - Jared murmurou, com um sorriso cínico no rosto.

Só então, Renesmee reparou nas figuras que se encontravam ali. Suspirou aliviada ao notar que Jacob não estava lá. Jared, Seth, Sam - que logo foi beijar Emily apaixonadamente -, Collin, Leah e John estavam lá.

- Oi. - A mestiça murmurou envergonhada ao fitar Leah, de quem apenas desviou o olhar.

- Está tudo bem, Renesmee... Eu não guardei mágoa de você. - Explicou-se Leah ao ver o semblante preocupado de Renesmee. Esta suspirou em seguida, aliviada.

- Então você e o John...? - A mestiça deixou a mensagem subentendida, notando o entrelaçar das mãos dos terceiros.

Eles sorriram cúmplices, fitando-se de soslaio.

- É, mais tarde temos um comunicado a fazer. - O sorriso de John não poderia ser mais extenso, ou arrancaria uma parte de sua bochecha, pensou Renesmee. - Mas e você e o Jake?

A meia-vampira pôde notar que ele ainda não fciara sabendo dos fatos, nem sequer deveria ter reparado na sua perna quebrada, que fora uma sequela de seu acidente. Ela tratou, logo, de desculpá-lo e tentou sorrir como resposta. Sua tentativa, porém, não fora bem interpretada; já que lágrimas começaram a cair de seus olhos assim que ela pensou na possibilidade de estar nos braços de Jacob. Renesmee poderia ter sido burra por não ter aceitado as desculpas dele. Porém, para se relacionar com alguém, ela não queria o universo de mentiras entre eles. Apenas curtição, relaxamento, amor...

"Ele ainda ama a Leah, tem ciúmes da Roberta, por isso não estamos mais juntos." Era a verdadeira resposta que Renesmee queria dar, porém não podia dizer aquilo, especialmente, em frente de Leah.

- Eles não se acertaram... - Resumiu Seth, que recebeu uma mensagem, através do toque de Renesmee, em forma de agradecimento.

Leah não comentou mais nada, assim como John. Eles apenas aproveitaram o bolo, que acabara de ser servido, juntamente com os outros lobos da Alcatéia.

Passado-se um tempo, Collin resolvera perguntar aquilo que todos estavam ansiosos para saber. Afinal, o que Leah e John tanto queriam comunicá-los? A única meia-vampira em meio a tantos lobos notou o lobo que perguntara, reparando em suas feições diferentes das dos demais. Claro que a pele morena, característica Quileute, estava presente; o seu porte, porém, era menor, até mesmo que o de Seth. As madeixas negras, que caíam levemente em seus olhos, pareciam ser incômodas. Os seus olhos eram cor de mel, relevando o fato de todos os outros transmorfor terem olhos negros como o céu em uma noite sem estrelas.

- Calma, gente! Eu queria que todos estivessem aqui... - Leah pediu, mas os Quileutes estavam inquietos demais para aguentá-la.

- Quem você está esperando, afinal, Lee? - Seth perguntou, erguendo uma sobrancelha.

- Eles chegaram!!! - Ela levantou animada, enquanto todas a fitavam com feições confusas.

Renesmee concentrou-se para escutar o barulho de patas na mata, que cercavam a casa. Logo, a porta foi aberta, quase escancarada por Leah, que esperava-os impacientemente.

Brandy, Quil, Paul e Jacob apareceram em suas figuras humanas, sem camisa. Leah logo abraçou-os e sorriu maravilhada com algum pensamento, que ninguém compreendera além dela e de John. Mesmo faltando Embry, era o suficiente para anunciarem.

Jacob fitou o seu imprinting por alguns segundos: eles foram longos o suficiente para demonstrarem a mágoa que ela sentia. O transmorfo sabia que errara, sabia que os seus sentimentos estavam complexos demais, confusos demais, imperfeitos demais. Imaginara que, assim que o seu imprinting voltasse, apenas amaria-a; e seriam felizes pelo resto da eternidade. Mas não, os seus sentimentos voltaram a atormentá-lo. Não sabia que carinho especial era esse que sentia por Leah - até então pensara que ocorrera tudo por conveniência. Não compreendia o que incomodava-o tanto na presença de Roberta, mas não era amor, muito menos carinho. Era algum tipo de laço com o que restara-lhe de sua humanidade, ainda quando era um garoto de dezessseis anos normal, bom, ingênuo...

Renesmee levantou-se, se encaminhando até a cozinha, procurando evitar manter contato com o Jacob. Ela pensara que era o melhor a se fazer. Porém John segurou-a, repreendendo-a com o olhar. Soltou-a e encarou a sua nova noiva.

- Bem, o que nós queremos comunicar é que... - A hesitação de Leah, para retomar o fôlego, não passara despercebida pelos outros.

- Iremos nos casar daqui a um mês! - John completou, enquanto recebia os cumplementos dos demais, que estavam extasiados com a notícia.

Jacob fora o único o qual parecera surpreender-se. Não imaginava que a relação dos dois estivesse tão avançada. Por outro lado, não tinha o porquê de se sentir culpado; já que ele "chutara" a Leah e agora fora chutado pela Renesmee. Nada mais justo do que a vida...

Renesmee sorriu timidamente, mas sentia-se feliz por vê-los tão contentes. Também, de tal modo, a culpa esvaía-se de seu ser aos poucos.

Não passou-se despercebido à Renesmee que Jacob não se animara com a notícia. Encostou-se na parede, apenas com um sorriso que não lhe alcançava os olhos. A mestiça apenas suspirou, vendo que estava correta quanto ao seu julgamento. Decidira, então, ir ver o menino que encontrara anteriormente na floresta; já que teria que chegar em casa logo - estava quase escurecendo já!

Antes que ela pudesse declarar a sua saída, a porta abriu-se mais uma vez. Embry entrou sorridente de mãos dadas com uma garota muito conhecida por Renesmee: Roberta. A primeira não pôde evitar de notar a presença da outra.

É, parecia que eles haviam se entendido. Ninguém quis aprofundar o tema, vendo o quão desconfortável o clima tornou-se. Leah e John resolveram comunicar-lhes o ocorrido; Embry apavorou-se por ver o "galinha" noivo. Pensou que, em breve, ele seria a vítima e já tinha até uma noiva em mente. Tratou de espantar tais pensamentos com um balançar, pois Roberta fugiria correndo para longe caso visse tal atrevimento em sua mente. Apenas para pedi-la em namoro, fora quase impossível. Ela não era fã de relacionamentos, dizia que eles nunca acabavam bem - ela afirmava com as estórias que passavam nas novelas. Embry apenas revirou os olhos; aquela afirmativa não era válida para quando se tinha um impriting.

Renesmee, após comprimentá-los com um "oi" não muito sonoro, disse que precisava ir para casa, que já ia escurecer. Todos deram uma breve despedida, apenas Emily fizera questão de abraçá-la. Os outros estavam discutindo as vantagens de um casamento na praia ou na igreja.

Jacob, assim que viu ela passar pela porta, fora atrás. Não era possível que ela não o perdoasse. "Quem ama, perdoa", pensou ele, seguindo uma linha clichê de raciocínios.

Chamou-a pelo nome, enquanto ela apenas acelerava o passo. Não queria conversar com ele, muito menos discutir. Não se sentia disposta para chorar novamente. Cansara daquilo. Agora ela tinha um novo motivo para viver, e ele encontrava-se na floresta.

Após Jacob desistir de segui-la, ela foi à casa onde abandonara o menino. Perdeu-se em devaneios sobre o possível nome do menino e decidiu pô-lo "Matheus", como o fiel seguidor de Jesus. Afinal, ela crescera em um orfanato católico; e crer em Deus era essencial para o seu aprendizado. Resultado: tornara-se uma cristã fiel.

Ao pegar Matheus no colo, sentira como se a dor em seu peito fosse absorvida. Apenas o sorrisinho do menino, era capaz de iluminar o seu dia - assim como o sorriso iluminador de Jacob.

Passou-se algum tempo, e ela já não sabia mais que horas eram. Resolvera voltar para casa, apenas para tranquilizar a sua família. Porém deixar o pequeno menino era tão difícil... Após niná-lo, ainda caçara alguns veados para ele beber. Não queria que ele continuasse alimentando-se de sangue humano, então trataria de caçar por ele.

Depois de colocá-lo no pequeno cômodo pelo qual a casa era formada, correu à casa dos Cullen. O movimento parecia normal, mas algumas risadas estrondosas ecoavam da sala de estar.

Assim que Renesmee abriu a porta, presenciou a mesma cena rotineira: Edward tocando picano, com Bella sorrindo-lhe, sentada ao seu lado; Emmett e Jasper jogando jadrez; Esme regando as plantas interiores da casa; Rosalie e Alice lendo revistas de moda. A mestiça limitou-se a cumprimentar a todos com um faceiro "boa noite" e agradeceu mentalmente pelo cheiro dos lobos ainda estar presente em sua roupa. Assim, eles demorariam para notar qualquer outro odor.

Esme propôs fazer uma massa como janta à Renesmee, que aceitou prontamente. Por incrível que parecesse, ela gostava de comida humana. Talvez fosse o costume.

Carlisle parecia estar de plantão no hospital, porém ninguém comentara nada.

- Filha, você quer dormir no chalé hoje? - Isabella indagou no momento que Edward encerrou a música e levantou-se.

Esme deixou a água fervendo e continuou a molhar as plantas. Porém vira um arranjo tão feio que teve que retirar. Quando andava em direção à porta dos fundos com ele, Alice parou-a e pegou as flores de suas mãos.

- Essas flores eu ganhei do Jazz, Esme. Eu não vou... - Antes que ela pudesse concluir a sua frase, sua visão desfocou-se, assim como as suas mãos começaram a suar.

Renesmee, sem ter respondido à pergunta dos pais, encarava a cena curiosa. O que estaria Alice vendo? Esperava ela que a sua natureza ainda não permitisse Alice vê-la em suas visões, já que nenhum deles poderia descobrir sobre... Ops, graças a Deus, Edward estava perdido em pensamentos, enquanto os seus olhos arregalhavam-se. Assim, ele nem acompanhara o pensamento de Renesmee.

O vaso que Alice carregava escorregou, quebrando em minúsculos pedaços. A cena pôde ser observada por todos os Cullen, que logo fitaram Edward angustiadamente.

- O que houve? - Jasper perguntou, ao sentir Alice mais tensa que o normal. Realmente, se o ar fosse-lhe preciso, já estaria morta.

Uma palavra, que saíra sufocadamente da boca de Edward, fora o suficiente para explicar o porquê de tanta aflição: Volturi.

Renesmee sentiu a sua espinha arrepiar-se, tentanto não pensar diretamente nos motivos para isso. Seria essa a hora de contar sobre a criança? Seria Matheus o motivo da vinda dos Volturi?


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Notas finais do capítulo

Antes que me perguntem "THE FUCK?", eu quero explicar que essa estória não será como as outras. Pelo menos não a partir de agora.
Se vocês repararem, a MAIORIA das histórias acaba com o Jake e a Nessie felizes, segurando a criança que ela acabou de ter, ou com a notícia que ela está grávida, ou... Bem, vocês entenderam. A Ness sempre tem um filho - ou mais de um -, e o Jake é sempre o pai babão.
Mas chega disso. Eu realmente me frustro quando leio uma fic ESPLÊNDIA que acaba assim. Não dá nem vontade mais de escrever. Parece que tudo tem que ser perfeito na nossa fic. Ou que nós arrumamos os erros da nossa vida real nas fics.
Gente, HELLO, eu tive um filho com 19 anos. Minha vida não é nem um pouco perfeita - até porque o pai e eu não temos nenhum vínculo próximo -, mesmo o meu filho sendo uma dádiva. Minha tia avó acabou de morrer, e eu estou tendo que morar com a minha avó, já que ela está em depressão. O clima lá, em casa, está realmente horrível. Os meus pais ficam com saudade do meu filho, dizem que eu não vou conseguir dar atenção a ele e à minha avó ao mesmo tempo. Enfim, vocês entenderam.
Eu quero fazer uma coisa baseada na realidade, mesmo tendo toda essa loucura de vampiros e lobos. É por esse motivo que os livros da tia Steph renderam tanto. Prestem atenção com os fatos que acontecem e verão que ela teve a intenção de fazer algo que tivesse um vínculo com a vida real.
Espero que eu não as decepcione com essa fanfic, mas fiquem sabendo que esse capítulo foi apenas o início da minha loucura.
Gostaram? Odiaram? Por favor, comentem. Faz dias que não recebo nenhum comentário DDD': /triste/ E olha que eu nem estou pedindo uma recomendação, porque acho que não mereço.
Beijooocas, amoras do meu coração ♥
-
ATENÇÃO: SE VOCÊ LÊ UMA FIC, TENHA UM POUCO DE CONSIDERAÇÃO COM AS ESCRITORAS, QUE GASTAM O TRIPLO DO TEMPO QUE VOCÊS GASTAM PARA LER, E COMENTEM!!! Nem que seja uma vírgula! Fala qualquer coisinha sobre o capítulo ou sobre a fic. Por exemplo: "Muito legal. Posta mais. Beijos" GENTE, É SÓ ISSO QUE NÓS, AUTORAS, IMPLORADOS A VOCÊS :*