Memórias Ao Vento. escrita por Beni Oliveira


Capítulo 3
Me adptando.


Notas iniciais do capítulo

oin bbs. ♥
agradeço a vcs, pessoinhas que estão lendo a fic, obrigada pelo seu tempo e... hummmmm.... okay eu realmente preciso melhorar isso .



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— Drina, o que você está fazendo aqui? – Um garoto de olhos incrivelmente azuis quase cinza, cabelo castanho avermelhado levemente bagunçado, jeito de atleta, maçãs rosadas, lábios vermelhos, boca carnuda, jaqueta preta, calça jeans escuro, tênis preto, céus! Quase um anjo! – Drina! – ele grita. Engulo em seco e observo sua expressão severa, mas tão familiar –

— Desculpe eu... er... eu... – sinto minha voz falhar, meu coração acelerar, um frio na barriga. As palavras pareciam ter engatado na minha garganta –

— Veio me atordoar até aqui? – ele bufa – Volta lá pros teus amigos, aqui não é lugar para você! – ele berra com raiva -

— Eu... – respiro fundo – Nós nos conhecemos? – tento parecer o mais calma possível, quero ter a pose rígida dele, mas minhas pernas tremulas não ajudam muito -

— Faça-me o favor, você foi para outra festa e voltou de ressaca? – ele fala sarcástico – Bebeu todas ontem? – um sorriso irônico brotou no canto de seus lábios. A raiva dele era bem visível, aquele sorriso era a prova disso -

— Ãn... Eu bebo? – pergunto confusa e até com medo da resposta dele –

— Céus – ele grita novamente –

— Para de gritar por favor – falo nervosa -  Eu nem sei quem é você, então pare de me tratar assim –

— Vo... – ele não completa a palavra e fica me encarando desconfiado – Outro dos seus joguinhos, não é mesmo? – ele fala com raiva –

— Não! É verdade, eu juro moço, eu não te conheço – ele me olha ainda desconfiado – E se te conheço, eu realmente não me lembro – Falo com um tom meio triste –

— Você realmente não sabe quem sou eu? – ele fala e consigo ver que parece mais calmo –

— Não, e – respiro fundo – Eu não lembro de nada –

— Então como veio parar aqui? – Ele cruza os braços, sua expressão está seria, as sobrancelhas arqueadas, parecia um policial durão interrogando um assassino –

— Eu... – mordo o lábio inferior – Precisava de um tempo sozinha -

— Tá falando que você simplesmente se cansou das suas amiguinhas e veio justo pra cá? – ele ri irônico mas o sorriso se desfaz outra vez voltando a expressão de raiva – Seja lá o que estiver aprontando, não vou cair em seus jogos de novo, então vá embora daqui – Ele diz com raiva agarrando meu braço -  

— Ai! – puxo meu braço mais ele me agarra ainda mais forte – Me solta, está me machucando! Eu não sei quem é você, eu estava no hospital em coma, me solta! – grito chorando -

— É, eu sei que você estava em coma, todo mundo sabe – ele revira os olhos – E sinto muito que você tenha sobrevivido, infelizmente, eu não tive essa sorte toda de me livrar de você – sinto meu corpo tremer -

— Por que você não gosta de mim? O que eu te fiz? - grito chorando –

— Só pode ser brincadeira – ele diz com arrogância - Drina se manda! -  ele me puxou até a trilha por onde vim, tento recusar – Vai logo! – ele grita de novo –

— Idiota! – grito correndo assim que ele me solta–

Corri o máximo que pude para longe dele, eu simplesmente não conseguia parar de chorar, até que tropecei em uma pedra e cai machucando meu joelho.

— Ei boneca, quer ajuda? – Levantei a cabeça e vi dois garotos de uns 19 anos com os olhos vermelhos, riam sem parar, logo um deles puxou-me pelo braço esquerdo – Maicon, que tal nos divertimos um pouco com essa gracinha? – ele disse rindo maldoso me sacudindo de forma bruta –

— Socorro! – gritei me debatendo para me soltar – O que vocês querem? – O outro me empurrou me jogando no chão e pulou em cima de mim com um canivete –

— Cala essa tua boca vadia! – ele pôs o canivete em direção a minha garganta –

Alguma coisa foi lançada nele que caiu com a cabeça sangrando do meu lado.

— Caralho! Maicon! – o primeiro garoto correu até ele que levantou a cabeça meio tonto e logo em seguida olhou para a pedra que o acertará – Se acha homem o suficiente para jogar uma pedra, vem aqui e me encara de homem pra homem – Olhei para a direção que ele falava e vi quem era meu herói -

— E você se acha homem pra agarrar ela? – ele gritou. O tal Maicon se levantou com o canivete e correu em direção a ele, mas ele desviou fazendo com que Maicon passasse direto, ele agarrou ele pela mão que segurava o canivete atirando-lhe para longe, e segurando seu braço contra suas costas, logo o outro foi atrás dele, mas meu herói jogou Maicon em cima dele com um chute em suas costas - Vão embora daqui antes que eu de uma surra nos dois! – ele gritou com sua voz rouca – Eu pensei que tinha te mandado ir embora! – ele gritou me levantando de forma bruta -

— Eu estava indo quando eles apareceram – falo sem conseguir olhar em seus olhos -

— E você é retardada de vim logo por onde os drogados ficam? – ele rir irônico – Teve sorte desta vez, mas se você se atrever a voltar aqui, e for pega novamente, não conte comigo! – ele me soltou bruscamente – Segue reto que encontra a escola, e não pense em dizer o que aconteceu aqui – ele dá as costas para mim e volta para o meio das arvores -

Tentei me limpar o máximo que podia, enxuguei as lágrimas, peguei minha bolsa do chão e fui na direção que ele me indicou. Antes que pudesse dar por mim, já estava no muro da escola. Tentei conter minha respiração acelerada. Eu estava tremendo, tentei dei umas batidas em minha saia para tirar algum resíduo de terra. Com bastante dificuldade pulei o muro da escola. Estava disposta a ligar para Hugo mas sabia que assim que chegasse em casa nesse estado, Anastácia não permitiria que eu retornasse para a escola. Por fim, tomei coragem, e fui para os corredores onde ficavam as salas de aula. Não tinha ninguém, todos pareciam estar em sala, fui para o segundo andar e entrei no banheiro mais próximo que encontrei.

Várias cabines e um espelho do tamanho da parede. Olhei meu reflexo e estava acabada. Um pouco suja com galhos e terra, a maquiagem toda borrada e minha blusa estava rasgada.

— O que aconteceu com você? – Vi pelo espelho que Debrah estava atrás de mim – Foi para o bosque? – Faço que sim com a cabeça e vejo a cara de decepção dela – Você é louca? Somente os drogados e problemáticos ficam lá –

— Acho que não se lembrar da sua antiga vida me define como problemática agora – dou um sorriso ou pelo menos tento não parecer grossa –

— Entenda – ela respira fundo e se apoia no balcão com as torneiras – Em um dia sua melhor amiga está feliz, sorrindo com você, algumas horas depois você descobre que ela está em coma e agora não faz ideia de quem seja você – os olhos dela marejaram, mas ele limpou rápido – Não está sendo fácil para nenhum de nós – Ela se aproxima de mim e me ajuda a tirar umas folhas do meu cabelo, tento mudar o clima o mais rápido possível, ela não parece aquela amiga que te dá um ombro amigo -

— Pode parecer estranho mas – respiro fundo – Quando Dajan beijou a Charlotte, tive a impressão de ver ele piscando para Ambre – Debrah olha para os lados, mas estamos sozinhas no banheiro –

— Você continua a mesma, reparado nos mínimos detalhes – ela ri – Desde o mês passado Ambre está tendo um caso com Dajan – coloquei a mão na boca como se eu tivesse falado algo que não devia –

— Mas e Charlotte? – pergunto surpresa –

— Drina querida, Bia, Charlotte e Ket são... Como te explicar? – ela pensa um pouco – Eu, você e Ambre somos estrelas, e pessoas como elas precisam do nosso brilho, e acredite, existe muitas pessoas como elas – ela levanta meu queixo com o dedo – Ela é só mais uma, não vai fazer diferença com quem ela está, se uma de nos quer, nós teremos – ele dá um sorriso de canto – Vamos querida, temos uma princesa para arrumar –

— Claro – dou um sorriso de canto e ela começa a limpar minha maquiagem e a refaze-la. Debrah parece muito confiante em si mesma, mas como ela parece ser tão cruel, que tipo de pessoa eu sou?

Ela saiu e logo retornou com uma jaqueta, parecia com a mesma que Dakota usava, ela me fez vestir, ela abriu a mochila, pegou uma escova e me entregou para que eu penteasse meu cabelo.

— Charlotte querida, a aula já acabou? – diz Debrah quando vê Charlotte no banheiro –

— Sim, o sinal já vai bater – ela observa o rasgo na minha blusa mas recebe um olhar de advertência de Debrah, por fim Charlotte abaixa a cabeça -

— Nossa seus brincos são lindos – digo sorrindo para ela -

— Obrigada Drina, comprei em uma feira de artesanato – ela sorrir de forma gentil, ou talvez, porque pareceu uma obrigação sorrir ou recuar com apenas um único olhar lançado a ela. Não parecia uma amiga, parecia um robô que apenas cumpria ordens -

— Vamos garotas – Debrah estala os dedos e eu começo a caminhar do lado de Charlotte – Drina, você fica do meu lado – ela fala sem perder a postura – Charlotte, pegue uma garrafa de agua na cantina por favor – fala Debrah com um sorriso falso –

— Claro, sem gás certo? – Debrah faz que sim com a cabeça. Quando Charlotte já está longe, ela se vira para mim – Os brincos são horríveis – ela ri maldosa –

— Ridículos – falo concordando, mas até que os brincos são bonitos. Debrah sai andando, e olha para mim como se quisesse que eu acompanhasse ela – Não vamos esperar a Charlotte? – ela ri –

— Tá brincando né? Ela é tão chata e cafona – “Pior que você não é” pensei, mas achei melhor ficar calada -

— Só mais uma idiota no mundo – e acompanho Debrah. Percebo que todos que passam por nós abaixam as cabeças e param de falar, isso está incomodando. Dakota, Ket e Bia vem em nossa direção junto de um garoto de olhos verdes, alto, forte e com a barba feita –

— Boneca, por onde esteve? Te procurei a escola inteira – Dakota vem querendo me beijar, e dessa vez não desvio. A língua dele percorre por minha boca de forma bruta, um cheiro forte de cigarro e bafo de cerveja me incomodam mas tento ignorar. Quando nossas bocas se afastam faço o possível pra resistir a vontade de limpar minha boca –

— Fui para a diretoria, mas não tinha ninguém lá – minto –

— Drina, este é Kentin, meu amor – Debrah está agarrada a ele, mas ele parece não ligar para ela e mantem os olhos atentos em mim –

— Aonde está Ambre, Dajan e Charlotte? – todos se entreolham, e parece que Bia é a única que não sabe do romancinho de Ambre e Dajan -

— Ambre, deve estar com o professor de física, e Dajan deve estar com Charlotte – Ket mente –

— Como assim com o professor? – pergunto confusa –

— Devem estar se esfregando por ae – Kentin diz em uma tranquilidade, e parece que sou a única do grupo a estar assustada – Na verdade, você que empurrou ela para o professor – ele rir –

“-Acha mesmo que eu devo ir? – Ambre pergunta mordendo os lábios-

— Obvio, aproveite que a sala está vazia – olho de relance para o professor. Bonito até, só acho que deveria tirar os óculos, e usar roupas menos formais – Vá lá, e faça suas notas aumentarem –”

Outra lembrança, acho que deveria me acostumar com isso.


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Notas finais do capítulo

Drina é tão amorzinho né?



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