Você já caçou borboletas? Ouvi uma vez que ver uma borboleta traz sorte ao dia. Sempre que as vejo fico feliz. Elas voam por aí sem rumo. Isso é liberdade? Vim contar desta vez minhas tempestades internas sobre liberdade.
                Quem nunca se sentiu preso? Eu me sinto. O tempo todo, em qualquer lugar. Sempre fui muito independente, indiferente aos outros. Existem noites  em que me chuto os cobertores e corro para a janela. Gosto de olhar a lua e sinto que em algum momento ela me trará respostas.
                O  que eu sou, afinal? Por que o mundo é tão grande e ninguém me deixa descobri-lo? Busco uma dissolução, inclusive, nas pessoas que me rodeiam. Você já sentiu como se pudesse voar? E que se pulasse de qualquer altura voaria... Eu penso. Não falo de suicídios, mas de metáforas.
                Sempre acreditei em mim, na minha capacidade de voar. Quero estar lá no céu o mais rápido possível. Quero ver as pessoas pequenas e ajudá-las a subirem. Quero crescer. Infelizmente, devo lembrar que por muito tempo pensei que as pessoas seriam os degraus de uma longa escada. Hoje percebo que tenho asas e posso voar, sem pisar em ninguém.
                Por muitas vezes me fizeram de degrau, mas isso não justifica agir como tal. Gente que precisa de degraus não acredita que pode criar asas. É bom sonhar, meus amigos. Eu sonho muito, gosto de castelos, princesas, mares de chocolate. Isso sou eu. A prova de que ainda é possível existir alguém, em 2017, que sonhe feito criança, já que nem as crianças sonham mais.