A Nova Profecia escrita por CarolAnneBr


Capítulo 1
Prólogo




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Uma tempestade ameaçava a cidade de Nova York. Clarões e estrondos de poderosos trovões, tremores de terras e acidentes sem explicações aconteciam a cada instante. Fugindo de uma sombra, uma mulher, com uma criança no colo, corria entre os becos, encolhendo a cada trovão e fazendo uma prece mentalmente.

 Ela parou de correr ao deparar-se com dois esqueletos. Ela abraçou ainda mais forte a bebê que chorava em seus braços. Ela estava desesperada. Não sabia o que fazer nem a quem pedir proteção para sua filha. Mesmo que ela morresse, queria se certificar que a bebê viveria bem. Seu destino, uma casa de um casal americano, estava apenas a alguns metros. Ela precisava chegar lá, então, saberia que tudo o que passara desde o descobrimento da gravidez até o parto prematuro da bebê, não tinha sido em vão.

 Ela podia sentir a sombra enorme atrás dela. Virou-se, bruscamente, na direção do dono da sombra.

— Não vou dar-lhe a minha menina!

 Da sombra, soou uma gargalhada malévola. Ela olhou, mais uma vez, para sua bebê que ainda chorava, mas parecia mais calma. Seus olhos claros, já estavam abertos, um tanto rápido para um bebê que nascera antes do tempo normal.

— Por favor, deixe-a viver! – ela implorou, olhando para a sombra que se materializava. Lágrimas rolavam por seu rosto e uma sensação atingia seu peito, angústia, desespero e felicidade (pelo nascimento de sua única filha).

 A sombra se aproximou. Ela podia ver seu rosto e todo o detalhe do dono da sombra, mesmo que ele estivesse em uma forma difícil de ser vista. Mas ela o conhecia bem.

— Ela é apenas um bebê.

 Ele tocou em seu rosto, mas havia frieza em seu olhar. Ele iria pegar a bebê e levar com ele para um lugar impossível de chegar. Nem sabia se a menina viveria ou não. Ela abraçou a menina, que chorou com o movimento. A mulher recuou, com uma expressão dura, mas com puro desespero por dentro.

 Com o clarão de um raio sobre suas cabeças, a sombra recuou, assim como a mulher que se distanciou o suficiente para correr até seu objetivo, uma vez que os raios fizeram com que os esqueletos sumissem. Ela cambaleava, ao perceber que um machucado, causado há alguns momentos por uma Fúria, estava pior.

 Ao chegar no jardim da casa, que não possuía muro (porém, havia uma barreira de proteção), a mulher parou de correr para recuperar o fôlego e virou-se a tempo de ver a Fúria pronunciar:

— Vamos destruir essa proteçãozinha, sua criatura imunda!

 Aquilo era verdade. Mas se havia algo que poderia fazer, era proteger sua filha. Ela tocou a campainha e não demorou muito até um casal aparecer na porta.

— Senhora Turner! – ela disse, ofegante, à mulher que estava à sua frente.

— O que aconteceu? – a senhora Turner perguntou, olhando para ver se encontrava algo, mas ela não podia ver atrás da névoa como a mãe do bebê fazia. Ela viu o machucado da mulher. – Jacob, olhe isso!

 Ele se desesperou ao ver a amiga de sua esposa tão ferida.

— Por favor, não se preocupem comigo. Eu preciso que protejam minha filha!

— Essa bebê? – Jacob franziu o cenho. Sabia que a data do parto era no mês seguinte. Percebeu que a situação era pior. – Por quê?

 Ela se ajoelhou com a dor e com sua vida fraca. Ela não era forte como outros seres e humanos, ela já nascera com uma saúde fragilizada.

— Por favor... Eles a querem... O pai dela... – a mulher recuperou o fôlego. – Preciso que ela fique com vocês. Vou protege-los dos monstros. Mas ela precisa estar com vocês! São os únicos em que confio.

 A senhora Turner, ajoelhou-se para estar na mesma altura que sua amiga.

— Não podemos tirar-lhe sua filha.

— Podem. É para a proteção dela! Lauren, eu sei que você sempre quis ter filhos, mas os céus não lhe abençoaram com essa oportunidade... E logo eu – lamentou. Mas não se arrependia de ter tido a bebê, mas lamentava que ela havia sido escolhida para ver o sofrimento de uma criança. Porém, sabia que se a criança fosse para os braços daquele casal, ela ficaria sã e salva. Seu amigo havia lhe dito o destino da criança em ambos os casos, e o melhor, era deixa-la ir. – Por favor...

 Ela tinha um olhar de desespero e Lauren Turner entendeu. Jacob não podia dizer nada. Ele se inclinou para pegar a bebê. A mulher sorriu, aliviada.

— Obrigada... Por favor, não a contem sobre mim ou sobre seu pai. É melhor que ela não saiba nada.

— Pode deixar... Vou cria-la da melhor maneira possível – Lauren disse. – Como se ela tivesse nascido de mim.

— Obrigada – ela deu um beijo na testa da menina e a entregou nos braços de Jacob. A mulher carregava em seu pescoço, um colar com o pingente de uma aranha, que possuía uma pérola em suas costas. Ela retirou o colar e entregou a Lauren. – Isso deve protege-la.

 A mulher pôs-se de pé, com uma dor insuportável em seu grande machucado. Mas somente ao saber que sua filha estaria a salvo, ela se fez forte.

— Qual é o nome dela? – Lauren perguntou ao ver sua amiga dar às costas.

 Ela olhou sobre os ombros, com um leve sorriso se formando em seus lábios. Provavelmente, a última vez que veria sua filha ou que pudesse dizer seu nome.

— Natasha.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem :3



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