Uma semana havia se passado desde que os alunos chegaram a Hogwarts. Nada demais acontecera nesses dias, pois cada aluno ainda estava se acomodando no castelo depois das tão desejadas féria.

Era manhã de aulas, a primeira do semestre. Algumas pessoas estavam animadas e outras... Nem tanto.

– Annelise Summers, se você não levantar esse seu traseiro magro dessa cama agora mesmo, eu te derrubo do colchão! – exclamou uma ruiva, corada de cansaço pelo esforço que fazia ao puxar os “milhares” de cobertores no quais sua amiga encontrava-se embrulhada.

– Liliaaaannnn – resmungou, se enrolando ainda mais naquele mar de tecidos – Me deixa dormir...

– Vou contar até três! Se você não levantar, vou de lançar um jato de água gelada.

Em outra cama, uma loira olhava a cena com diversão. Todo dia era a mesma coisa, só ela sabia o quanto havia sentido falta dessas situações nas férias.

– Um............................ Dois............................ Tr... – parou de falar, ao ver Anne jogar as cobertas para o lado e levantar da cama.

– Sua insensível! – reclamou indo em direção do banheiro – Sempre entre minha cama e eu, atrapalhando nosso caso de amor, vou começar achar que você está apaixonada por mim ou pior ainda, pela minha cama! Desista, Lilian. Ela é MINHA!!! – disse virando para Lily, ainda dentro do banheiro, lançou lhe um olhar de desafio e bateu a porta logo em seguida.

Lourens Martney, a loira que estava na cama, não aguentando, gargalhou da loucura da amiga. Lily, juntamente com Lourens, começou a rir.

– “Tchau preguiça”. “Tchau sujeira”. “Adeus cheirinho de suooooooooorrrrrrr” – Anne cantou de maneira esganiçada de dentro no banheiro. Ela não era trouxa, mas em um verão que passou com Lily, ouviu a musiquinha e toda vez que iria tomar banho era sempre a mesma coisa.

– Dez minutos, Anne – estipulou a ruiva.

– Vai na frente que eu encontro vocês no Grande Salão!!! – gritou Anne, sendo abafada pela porta. Lily aproximou-se da mesma para melhor ouvir.

– Vai mesmo?!

– Se eu não for, você vem aqui e me leva pelos cabelos – Lily não pode ver, mas Anne estava revirando os olhos dentro do banheiro.

– Ainda bem que você sabe – virou-se para Lourens – Vamos?

– Demoramos já – disse, levantando-se da cama, alisou os amaçados imaginários de sua saia e, junto com Lilian, saiu pela porta.

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– Vocês dois – disso o Maroto irritado – Saiam JÁ DESSA CAMA!

– “Sirius, filho da mãe, solta já o Pomposo! Ele é meu!!!” – resmungou James Potter, meio sonhando, meio acordado.

–“Não, o Pomposo é meu, James! Ninguém mandou ser descuidado e deixar ele jogado” – resmungou, também sonhado, respondendo o que o amigo havia “falado”.

Remus não sabia se ficava mais irritado por os dois ainda estarem dormindo, se ria, porque eles estavam se comunicando entre sonho ou se gargalhava, pois Pomposo era o unicórnio de pelúcia da priminha de James.

– Quando é que eles vão acordar, em? – disse outro Maroto, com cara de sono – Estou com fome.

– Se quiser vai na frent... – Remus não havia nem terminado de falar e Peter já estava saindo, quando a porta bateu, Remus levantou as mangas do uniforme até os cotovelos e olhou para seus amigos dorminhocos com cara de quem iria aprontar, tirou a varinha das vestes e apontou para os mesmos – Levicorpus!

– AAAHHHH!!!!!!! TRASGO!!!!! SOCORRO, MAMÃE!!!! ELE ME PEGOU!!!!

– AAAHHHH!!!! AONDE, JAMES?!?! SOCORRO, TIA!!!!! ELE ME PEGOU TAMBÉM!!!!

Aos poucos os garotos perceberam a situação em que se encontravam, pendurados pelos tornozelos de cabeça para baixo, enquanto Remus estava jogado em sua cama, gargalhando.

– Hahaha – disse Sirius cruzando os braços olhando para Remus de maneira irritada. Isso apenas fez com que o Maroto certinho desse mais risada, Sirius tenha cabelos grandes, quase chegando aos ombros, de cabeça para baixo, ele parecia uma vassoura de piaçava com cerdas pretas.

– Mas do que diabos você está rind... – James começou a perguntar, mas quando olhou para Sirius, arregalou os olhos e começou a rir.

– Como vocês são engraçados, agora tira a gente daqui, Aluado! – disse o moreno fazendo um biquinho contrariado.

– Ai ai – Remus pegou a varinha, olhou para eles de novo, riu mais um pouco e tirando as lágrimas dos olhos, desceu os amigos - Ótima maneira de começar os dia!!! Agora andem e se arrumem.

Sirius e James se entreolharam, depois olharam para a porta do único banheiro do quarto. Quando Remus percebeu, Sirius tinha entrado no banheiro e James estava batendo na porta com força.

– Saia já dai, Pulguento!!! EU vi primeiro!!!

– Viu nada!!! Seja um bom perdedor, Bambi! – disse Sirius rindo de dentro do banheiro.

– Meu Merlin! Quantos anos vocês tem mesmo? – disse Remus balançando a cabeça negativamente – Vou na frente, se você não aparecerem na Salão Principal, eu venho aqui e arrasto vocês a força, dou lhes uma detenção e nem adianta reclamarem.

– Tá tá tá – disse James fazendo pouco caso enquanto pegava seu uniforme – Ovelha negra do rebanho ou devo dizer, lobo purpurinado da alcateia?

– Hahaha... Como você é divertido, olha eu morrendo de dar risada – Remus disse ironicamente, pegou seu material e deixou o dormitório masculino.

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– ...então, Lourens, meu pai caiu do telhado tentando limpar a calha e minha mãe, ao invés de socorre-lo, começou a dizer “Tá vendo? Tá vendo? Eu disse para a gente chamar um profissional e você disse que não. Agora está ai, no chão, todo quebrado. Isso é para você aprender a me escutar da próxima vez.” E meu pai no chão, estirado e gemendo dizendo que tinha quebrado a coluna.

Lourens gargalhou do que sua amiga estava dizendo. Tirando a irmã mal-amada de Lilian, o resto de sua família era muito engraçada.

– Oi, meninas!

– Oi, Remus! – disseram juntas.

– Ué! Cadê a Anne?!

– Disse que viria depois. Lilian teve que ameaça-la com um jato de água gelada para conseguir fazer Anne levantar – disse Lourens sorrindo para o Maroto. Remus, corado, disse:

– Então não foram apenas vocês com problemas para acordar companheiros de quartos? Tive que usar “Levicorpus” para tirar os dois da cama.

Começaram a conversar enquanto tomavam o café-da-manhã. Estavam entretidos em uma conversa sobre feitiços, quando ouviram.

– CORREEEEEEEE!!! – “Ah não” foi tudo o que Remus pensou ao reconhecer a voz de Sirius. Dito e feito, não deu nem 5 minutos e Sirius, James e Anne entraram correndo e gargalhando pela porta (N/Sirius: Ah vá!! Jura?!? Achei que a gente tinha entrado pelo teto).

– O que vocês aprontaram?! – perguntou Remus, suspirando conformado, ele sabia que em algum momento isso iria acontecer, mesmo com uma semana de sossego.

– Quem? – Anne.

– A gente? – Sirius.

– Nada! – James. Todos eles se olhavam de maneira cúmplice e ofegavam.

– MALDITOS ALUNOS!!! QUANDO EU DESCOBRIR QUEM FOI O INFELIZ DOS INFERNOS QUE FEZ ISSO QUANDO EU ESTAVA ESCOVANDO OS PELOS DA MINHA LINDA MADAME NORRA, EU IREI MANDA-LOS PARA AS PROFUNDEZAS DO INFERNO, DEMONIOS, CRIANÇAS ENCAPETADAS!!!!! – Filch apareceu no Salão Principal gritando os pulmões para fora.

A expressão do rosto de todos os presentes era impagável, também pudera, Filch estava maquiado e não era uma maquiagem suave e delicada como a das garotas, ele parecia um travesti com uma peruca vermelha, em seus lábios havia um batom vermelho sangue, tinha muito pó compacto em seu rosto e isso o fazia ter uma cor pálida doentia e a sombra... Ahhh a sombra, esta era azul cintilante, toda vez que ele piscava era como dois faróis ligados, dava para ver aquela criatura a quilômetros de distancia. (N/A: Gente não é preconceito, eu realmente exagerei, mas não com a intenção de ofender ninguém).

– Mas que gritaria é essa? – perguntou Minerva, Filch virou para encará-la – Pelos céus!!! Mas o que é isso?

– Professora, eu...

– Senhor Filch, não me importa que o senhor possua tais... Hábitos, mas peço-lhe encarecidamente que o mantenha apenas para o senhor.

James engasgou ao tentar esconder a risada e começou a tossir no Salão silencioso, Anne lhe passou um copo de suco de abobora mordendo os lábios para evitar gargalhar, enquanto Sirius batia em suas costas com a cabeça baixa, rezando aos céus para não começar a dar risada se não estragaria o negócio todo.

– Enfim, por favor, limpe-se!

Filch disse algo de em voz baixa.

– O que disse, senhor Filch?

Novamente, Filch resmungou algo mais alto, porém não o bastante para Minerva conseguir ouvir.

– Ora, pelo amor de Merlin, Argus! Fale alto.

– Não tem como tirar. Possui algum tipo de feitiço.

– Pois bem... Já que deseja tanto assim se expressar, fique desse jeito.

– Não, professora, espere! – mas Minerva já havia saído – ALUNOS DOS INFERNOS, QUANDO EU PEGAR VOCÊS...

Quando Filch saiu, o Salão ficou em silencio em um total de 2 segundos, antes de começar a gargalhar. Finalmente alguém havia feito algo com o Filch, depois de anos de ditadura. Pelo jeito, Filch ia ficar assim por um boooom tempo.

James, Sirius e Annelise levantaram e curvaram-se em agradecimentos quando os alunos começaram a bater palmas. Quando se sentaram, ainda rindo, calaram-se rapidamente ao ver alguém que não tinha achado graça nenhuma na brincadeira.

– Bom dia, Lírio! – disse James, passando a mão na nuca, rindo sem graça.

– É Evans, Potter – disse a ruiva, irritada – Como vocês puderam fazer isso com ele? Ele poderia ser demitido.

– Ninguém é demitido por “sair do armário”, Lily. – disse Sirius rindo.

– Mesmo assim, é maldade!! Vocês sabem que ele é um a aborto, não vai conseguir tirar aquela... Aquela... Aquela coisa do rosto dele!

– Essa a intenção, Lil! – disse Anne sorrindo para a amiga, Lily fechou a cara mais ainda – Lily, qual é? Ninguém gosta do Filch e daquela maldita gata, nós vivemos uma ditadura quando ele decide dar alguma detenção, sem falar que, se fosse por ele, os alunos ficariam acorrentados pelos pés nas masmorras sem água nem comida por dias.

– Sem exagero, Annelise – disse a ruiva, contrariada – Mesmo assim.

– Tá, Lírio!

– Evans, Potter! – disse a ruiva revirando os olhos. James ignorou o comentário e continuou.

– Faremos a poção para reverter aquilo, deixamos os Filch voltar ao normal, você sai comigo e todo mundo fica feliz.

– Não vou sair com você, Potter. E é melhor você reverter logo aquilo. – disse Lily, levantando-se e pegando o material, Anne e Lourens levantaram e seguiram a amiga até a sala de aula.

– Não custava nada tentar. – disse James ao ver a cara de deboche dos amigos.

– Você não tem jeito, Pontas! Vamos! – disse Remus, levantando-se.

– Mas nós não tomamos café-da-manhã – disse Sirius fazendo biquinho.

– Problema de vocês que preferiram azarar o coitado do Filch. Vamos logo!

– Tá tá tá, loba revoltada! – disse James pegando suas coisas e juntando-se ao amigo, idem com o Sirius.

– Oi pessoal! – disse Peter para os amigos.

– Onde você estava?! – perguntou Remus levantando uma sobrancelha.

– Com a Rebecca.

– Tua namorada é cega!! Só pode!! – desse James, zuando o amigo e fazendo Remus e Sirius rirem.

– Hahaha! Como vocês são engraçados.

– Rabicho, você perdeu... – Sirius começou a contar o que havia acontecido a poucos minutos deles saírem o Salão Principal.

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– Estou morta! – exclamou Annelise se jogando do banco de sua casa no Salão Principal para o jantar.

– Deixa de frescura, Anne! – disse Lourens dando risada da amiga – Foi só o primeiro dia e nem teve tanto coisa assim.

– Não interessa! – disse curvando-se e apoiando a cabeça da mesa – Quero férias!

– Ué! Nem era você que ficou mandando cartas para a gente dizendo que não queria mais férias?! – Lily perguntou com uma expressão de quem estava de divertindo, isso mudou completamente ao sentir um beijo na sua bochecha – Mas que... ?!?

– Olá, Lírio!

– É Evans, Potter!!!

– Gosto de como isso soa. – disse James fazendo uma cara sonhadora - Evans Potter... Lilian Evans Potter! Viu?!? PERFEITO!!

– Hahaha… Imbecil!!! E nunca mais me beije – disse corando de raiva.

Não demorou muito para os restantes dos marotos se juntarem as meninas.

– Oi Sirius! – disse uma garota passando por eles em uma mesa, sedutoramente.

– Oi Marlene! – respondeu ele com um sorrisinho torto.

– Coitada!! Vai ser sua próxima vítima? – perguntou Anne de maneira sarcástica.

– Por quê? Ciúmes? – disse dirigindo seu sorrisinho torto para Annelise (N/A: *suspirando* Eu quero!!).

– Não mesmo! Só estou com dó dela mesmo. – disse fazendo pouco caso.

– Ora, Anne, você sabe que eu sou todo seu. – sussurrou em seu ouvido. Os restantes dos garotos nem ligaram, muito menos as meninas, eles sabiam que os dois eram assim mesmo e continuaram conversando como se nada tivesse acontecendo.

– Sai para lá! – disse Anne rindo e empurrando ele pelo ombro devagar. Sirius passou as mãos pelos cabelos e rindo entrou na conversa dos outros, idem com Anne.

Minutos depois, decidiram ir para o Salão Comunal de Grifinória.

– Vão na frente, nós encontramos vocês depois – disse James, referindo-se a ele mesmo e a Sirius.

– Tem certeza? – perguntou Remus.

– Claro, lobinho lindinho no meu coração – respondeu Sirius apertando a bochecha de Remus. Sirius riu quando o amigo lhe disse: “Sai para lá com suas pulgas, Almofadinhas”.

Deixando James e Sirius para trás, seguiram para o Salão. Antes de entrarem no mesmo, ouviram um barulho de explosão e logo em seguida um grito.

– CRIANÇAS DOS INFERNOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

– CORREEEEEEE!!!!!!!!!!!!!!!!!

Mais tarde, no Salão, Remus e Lilian esperavam os garotos voltarem para começar com a bronca, o boato de que tinha explodido o banheiro chegou rapidamente aos seus ouvidos e os mesmos se encontravam indignados.

Quando os dois entraram pela passagem do quadro, a primeira coisa que viram foi Remus lhe olhando feio, Lilian com as mãos na cintura batendo os pés no chão, Annelise gargalhando, Lourens com um livro no colo rindo discretamente e Peter comendo, como sempre.

– O QUE VOCÊS ESTAVAM FAZENDO?!?! – gritou Remus.

Os Marotos se entreolharam e sorrindo, responderam.

– Começando com estilo!