Sangue, Suor, Lágrimas e Estilhaços escrita por Blue Blur


Capítulo 30
Resistir e Morder


Notas iniciais do capítulo

Cercados por uma enorme coalisão gem, os moradores de Ahkvata travam a batalha de suas vidas.



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Trilha Sonora: https://www.youtube.com/watch?v=Yxfjq8xx3Pg

As enormes muralhas de Ahkvata tremiam ante o avançar das formações gems e de suas enormes máquinas de cerco. Apinhados nas paliçadas, guarnições e casamatas instaladas nas muralhas, os defensores da grande cidade aguardavam enquanto Sebek fazia os preparativos finais para a luta que estava por vir.

(Sebek): Estas muralhas serão o quebra-mar da grande onda que se forma diante de vocês! Estas muralhas serão onde a humanidade prevalecerá! Estas muralhas serão onde faremos seres imortais sangrarem e agonizarem!

(Axel): Lembrem-se de Menob! Mil gems estilhaçadas para cada Platina morto!

— UUUUHHHH!!!! AHHHHHHH!!! UUUUUUHHHH!!! AAAAAHHHH!!!

(Sebek): Nunca se esqueçam desta visão! Cada nave e arma de cerco é uma prova do quanto elas nos temem agora! Façam com que elas continuem nos temendo!

As dezenas de regimentos pararam diante da muralha. Uma pequena nave isolada se aproximou (https://vignette.wikia.nocookie.net/steven-universe/images/b/bf/Roaming_Eye_by_Lenhi.png/revision/latest/scale-to-width-down/350?cb=20160522042142) da muralha e emitiu um holograma enorme de uma zircônio azul (https://images-wixmp-ed30a86b8c4ca887773594c2.wixmp.com/f/cbcd8f57-510b-4d6b-be0f-b082e4af8a79/dbawzv0-ab66b671-bd7f-455c-8406-70b18efee39c.png/v1/fill/w_758,h_1054,q_70,strp/zircon___updated_ref_by_spadesarts_dbawzv0-pre.jpg?token=eyJ0eXAiOiJKV1QiLCJhbGciOiJIUzI1NiJ9.eyJzdWIiOiJ1cm46YXBwOjdlMGQxODg5ODIyNjQzNzNhNWYwZDQxNWVhMGQyNmUwIiwiaXNzIjoidXJuOmFwcDo3ZTBkMTg4OTgyMjY0MzczYTVmMGQ0MTVlYTBkMjZlMCIsIm9iaiI6W1t7ImhlaWdodCI6Ijw9MTg1MyIsInBhdGgiOiJcL2ZcL2NiY2Q4ZjU3LTUxMGItNGQ2Yi1iZTBmLWIwODJlNGFmOGE3OVwvZGJhd3p2MC1hYjY2YjY3MS1iZDdmLTQ1NWMtODQwNi03MGIxOGVmZWUzOWMucG5nIiwid2lkdGgiOiI8PTEzMzQifV1dLCJhdWQiOlsidXJuOnNlcnZpY2U6aW1hZ2Uub3BlcmF0aW9ucyJdfQ.Uwjr5JTZg0x56vfoLt9k88EHkvEsaziqIPAeAO2zEeI)

(Zircônio azul): Humanos, libertem imediatamente as gems que vocês estão mantendo prisioneiras!

Pouco depois da ordem da diplomata zircônio, uma enorme bola de fogo saiu da muralha e atingiu a nave dela com tanta intensidade que a máquina explodiu no ar e caiu no chão com um estrondo tremendo. Na muralha, Tyris Flare ainda mantinha sua espada apontada, com fumaça saindo de sua lâmina.

(Tyris): Pedras, por que vocês não vêm tirá-las daqui?

A grande turba de gems começou a avançar com tudo contra as muralhas. As máquinas de cerco se posicionaram e começaram a emitir faíscas de seus canhões, indicando que estavam prestes a atirar.

(Sebek): Canhoneiros! Ao meu sinal!

(Canhoneiro): Preparem suas almas, gems, porque suas pedras já nos pertencem!

(Sebek): FOGO!!!

Os canhões das muralhas começaram a atirar em uma salva única. A primeira bateria de artilharia inimiga foi pega de surpresa, sendo atingida diretamente e explodindo, mandando destroços por todo o campo de batalha. A despeito disso, a força principal da infantaria inimiga continuou avançando.

(Sebek): Trabucos e catapultas, ATIREM!!!

Trilha sonora: https://www.youtube.com/watch?v=iD_785iDvuQ&t=97s

Os trabucos e catapultas atiraram em salva única, assim como os canhões. Conforme as ordens do rei, canhões focavam no maquinário inimigo, catapultas focavam na infantaria. Isso porque as catapultas haviam sido carregadas com uma munição especial: uma bola oca, com o exterior embebido em óleo inflamado e com o interior revestido em pólvora e estrepes. Os soldados ateavam fogo nas bolas, seguravam elas por um tempo e as lançavam. A ideia era que, quando as bolas chegavam no ápice da trajetória de lançamento, o fogo que lhes queimava o exterior atingia a pólvora no interior, transformando o tiro em um disparo de fragmentação, que bombardeava o inimigo com pedaços de carcaça e estrepes incandescentes e pressurizados.

Um método bem grotesco de retardar o avanço do inimigo.

E igualmente efetivo.

(Sebek): Arqueiros, atirem à vontade!

Tão logo as gems começaram a chegar a uma certa distância da muralha, estrepes incandescentes começaram a chover sobre elas, juntamente com flechas incendiárias e flechas de raios, geradas por armas gems que estavam sob posse dos humanos. Para cada quartzo que avançava contra a muralha, havia pelo menos cinco flechas e três estepes para alvejá-lo, e o ângulo de lançamento fazia com que as gems infelizes geralmente fossem atingidas no rosto. No meio da correria de gems, estava Celestita, Esmeralda e Jasper. A pequena gem verde mantinha erguido o maior escudo que podia criar a fim de proteger ela e o máximo possível de gems aliadas dos projéteis disparados pelo inimigo. Celestita começou a usar seus poderes de controle de terra para criar algumas barricadas arqueadas que pudessem servir de abrigo para pelo menos algumas gems. Apesar de algumas terem sorte de correr para as barricadas que Celestita improvisava com seus poderes, as que avançavam contra a muralha caíam às dezenas e centenas.

A segunda bateria de máquinas de cerco havia ficado pronta para disparar. Sebek percebeu aquilo e novamente ordenou para que seus canhões abrissem fogo em salva única. Dessa vez, os disparos foram equilibrados e ambos os lados foram atingidos. Cientes de que as muralhas de Ahkvata tinham canhões anti-cerco, as gems que controlavam as máquinas não cometeram o mesmo erro de baixarem totalmente a guarda e, apesar de terem sido atingidas, muitas conseguiram remediar a situação e continuar lutando. A primeira bateria só levou o farelo porque, sem saber do que as aguardava, não se preocupou em levantar os escudos das máquinas. As muralhas também foram atingidas, mas conseguiram suportar o impacto.

À medida que o combate foi prosseguindo, mais máquinas de cerco, como grandes walkers tripods e canhões automotores foram chegando, para substituir aqueles que eram destruídos em batalha. As gems que ainda estavam inteiras começaram a usar os destroços das máquinas para se protegerem dos disparos das catapultas e trabucos. Ocasionalmente, toda a Divisão Sigma se agrupou num determinado ponto razoavelmente seguro, junto com Jasper e mais meia dúzia de quartzos separados de outros pelotões.

(Bixbita): Estamos agora a uns 1000 metros da muralha inimiga! Temos que planejar um jeito de avançar! Aqui não é seguro!

(Ônix, rastejando entre os destroços): Larimar, você é a mais ágil entre nós! Eu quero que você reúna o máximo de atiradoras possível e traga elas até aqui!

Larimar fez o que foi lhe mandado. Rastejando de quatro com a agilidade de uma lagartixa, ela foi resgatando algumas peridotes de naves e máquinas destruídas na batalha, junto com algumas lignitas e ágatas e ametistas armadas com arcos e flechas. Após reunir um bom número de atiradoras, Larimar voltou para o ponto de encontro, onde Ônix continuou explicando seu plano.

(Ônix): Uma vez que sairmos em campo aberto, para alcançar a muralha, os arqueiros vão nos ver e vão atirar em nós! Eu e todas as atiradoras que Larimar reuniu ficaremos para dar cobertura às que vão avançar. Jet?

(Jet): Sim, vice-comandante Ônix?

(Ônix): Você é habilidosa tanto com uma espada quanto com um blaster! Você prefere avançar ou dar cobertura!

(Jet): Eu vou dar cobertura às outras! Entreguem um arco para minha pérola e ela também fará a parte dela!

(Ônix): Muito bem! Todas vocês se preparem!

(Quartzo turquesa): Pela Diamante, deixa a gente ficar aqui! Esse é o lugar mais seguro no meio desse inferno!

(Ônix): Os humanos não vão ficar desperdiçando munição para sempre! Eles vão dar um jeito de destruir todos esses destroços que estão aqui! Se ficarem aqui, vocês morrem!

(Jasper): Andem, suas molengas! Aqueles macacos orgânicos não vão se matar sozinhos!

(Cornalina): Avançamos ao meu sinal! Firmes... firmes...

Ônix tinha razão. Algum tempo depois de perceber que muitas gems estavam se entocando entre os destroços, Sebek chegou com os membros mais leais a ele do Esquadrão Platina e deu novas ordens.

(Sebek): Axel, Tyris, Gilius, muitas gems estão se entocando nos destroços das máquinas que destruímos para não serem atingidas! Reúnam uma dezena de arqueiros com armas gems e deem um jeito nisso!

(Axel): Sim senhor! Arqueiros, alinhem-se! Eu e meus dois companheiros Platinas vamos atirar primeiro! Depois vocês acertam as que forem desentocadas!

Usando suas armas especiais, criadas pelo ex-capitão do Esquadrão Platina, Axel disparou uma coluna d’água superpressurizada vinda de lugar nenhum, enquanto que Tyris disparou uma enorme bola de fogo e Gilius fez cair raios do céu! Os três ataques combinados atingiram em cheio os destroços que muitas gems estavam usando para se entocar.

(Ônix): Agora, Cornalina! Vai, vai, vai!

Cornalina e Jade lideraram Jasper e outros quartzos para uma investida direta na muralha! Os humanos viram o grupo inimigo avançando e acharam que seria como atirar em patos aleijados, mas Ônix e suas atiradoras pegaram os defensores de surpresa e abriram fogo. Os guerreiros do Esquadrão Platina não foram atingidos, mas elas conseguiram derrubar quatro ou cinco arqueiros.

(Tyris): Raios, era um truque! Coragem, homens! Essas coisas não podem chegar perto da nossa muralha!

A troca de tiros continuou. Mais quartzos foram abatidos no caminho para a muralha, mas a estratégia de Cornalina e Ônix funcionou e um bom número de quartzos conseguiu chegar até à muralha. Bixbita estava carregando uma espécie de comunicador que permitia Cornalina se comunicar com outras comandantes encarregadas daquela ofensiva.

(Cornalina, no comunicador): Atenção, um grupo passou para a muralha, mas precisamos de reforços! Temos que dividir a atenção dos humanos, eles estão concentrando muito fogo em cima da infantaria e as baixas estão sendo muitas! Mandem as naves de desembarque de tropas (https://vignette.wikia.nocookie.net/steven-universe/images/e/e0/YellowDropshipByOllie.png/revision/latest/scale-to-width-down/350?cb=20180109212635)!

(Celestita, gritando com os outros quartzos): Vocês ouviram! Estão mandando mais tropas! Agora parem de moleza e vamos escalar essa maldita muralha!

(Jasper): Não queremos que nossas amigas nas naves cheguem antes de nós!

Sebek não ficou alheio à mudança de estratégia das gems: elas agora estavam mandando tropas por mais de um caminho a fim de dividir a atenção do exército de Sebek. O rei de Ahkvata entendeu o recado assim que viu as naves de transporte chegando acima dele.

(Sebek): Se essas pedras acham que vão me vencer com joguetes de dividir e conquistar, estão muito enganadas!

A despeito do enorme fogo cruzado que volta e meia atingia a muralha, Sebek montou em um cavalo e saiu cavalgando ao longo do perímetro da muralha, dando novas ordens aos seus subordinados.

(Sebek, cavalgando): Atenção guerreiros, novas ordens: Todos os canhões agora devem ser apontados para cima! Derrubem aquelas naves antes que despejem tropas em nossa muralha! Trabucos e catapultas, vocês agora devem mirar no alvo anterior dos canhões: destruam quaisquer máquinas de cerco que eventualmente cheguem perto demais! Arqueiros, vocês não serão mais a assistência dos trabucos e catapultas, agora devem cuidar da infantaria inimiga por conta própria, mas evitem mirar nas gems que já estiverem na muralha! Estas serão trabalho da infantaria de combate suspenso! Infantaria de Combate Suspenso, preparem-se para a batalha! Vocês devem impedir que as gems que estão escalando a muralha completem seu objetivo, mas para a sua própria segurança, mantenham-se longe de grupos muito grandes, estes serão trabalho dos buracos assassinos! Só enfrentem os grupos grandes caso seja absolutamente necessário!

Enquanto os capitães e chefes de tropas repassavam as ordens de Sebek, o rei de Ahkvata cavalgou, sob fogo cruzado, até uma das grandes guaritas, usadas como complemento para preencher os espaços entre uma torre e outra. Chegando lá, ele pegou foi até um dispositivo estranho, parecido com um sifão feito de metal e começou a dar mais ordens.

(Sebek): Atenção, buracos assassinos! Vocês têm permissão para começar o combate! Efetuem cada ataque nos intervalos específicos determinados no treinamento!

Repita essa trilha sonora em looping indeterminado: https://www.youtube.com/watch?v=n2wea9NHi1E

Além de ser conhecido por sua paisagem bela a um nível celestial e sua fartura abundante, havia outra coisa pela qual o Vale de Sidim era conhecido: seus poços de piche. Histórias antigas falavam de reis nativos que, em batalha com outros reis, usavam diversos truques de movimentação de tropas a fim de induzir o inimigo a cair nos poços de piche, que os tragavam impiedosamente. Além do mais, piche era um material altamente inflamável. Por esta razão, Sebek achou que seria uma boa ideia ter litros e mais litros de piche estocados em sua muralha.

Dentro da muralha, uma força especial guerreava ao seu modo: homens com máscaras embebidas em ureia e amônia (a fim de evitar asfixia), carregavam galões de piche para todo lado, despejavam o líquido negro e viscoso dentro de caldeirões, ferviam-nos até que borbulhassem intensamente e despejavam em tubos, que desembocavam para fora da muralha através dos Buracos Assassinos. Enquanto despejavam o piche fervente, um outro operador introduzia, através de uma escotilha mais afastada dos caldeirões e dos homens que os operavam, um tição aceso, que tocava fogo no piche e fazia com que ele saísse do outro lado como uma horripilante cortina de fogo líquido. O mecanismo havia sido desenvolvido para que o fogo que queimasse o piche não atingisse aqueles que trabalhavam no interior da muralha.

Do lado de fora da muralha, muitas das gems que escalavam a muralha só tiveram tempo de gritar quando o inferno de fogo líquido começou a ser despejado sobre suas cabeças. Algumas mais ágeis, como Jasper e Celestita, conseguiam saltar de um lado para o outro, mas aquilo retardava seriamente a escalada. Além disso, no topo da muralha, uma nova tropa de defensores se preparava para entrar em combate: um grupo de soldados estavam prendendo ao redor de suas couraças um dispositivo estranho, que contava com três correntes que se prendiam nas suas costas. Uma vez que terminavam de fixar esses dispositivos neles, os soldados saltavam das muralhas, com as correntes se esticando para acompanha-los. Cada soldado que saltou sacou um par de espadas de lâminas curvadas e, girando no ar, começou a retalhar as gems que escalavam.

Os canhões também estavam fazendo sua parte, atirando sem parar contra as naves de desembarque de tropas que desciam do céu. O impacto daquelas armas gems anti-cerco roubadas era tão grande que, quando uma nave de transporte de tropas era atingida, ela era jogada contra outra nave, criando um efeito dominó que por si só derrubava mais naves inimigas que os disparos dos canhões inimigos em si.

Celestita estava escalando a muralha com Esmeralda agarrada em suas costas, quando um soldado da Infantaria de Combate Suspenso começou a brandir suas espadas contra elas. Esmeralda ergueu um escudo que bloqueou ambas as lâminas. O impacto das lâminas com o escudo de Esmeralda aturdiu o inimigo tempo o bastante para Celestita o agarrá-lo e bater com ele na muralha, borrifando o sangue dele na superfície de impacto.

Outro soldado caiu em cima de Jasper e a atingiu em cheio com as lâminas que, para incredulidade do guerreiro, ricochetearam a pele da quartzo rubro-laranjada sem feri-la seriamente. Jasper foi um pouco mais gentil que Celestita e simplesmente deu uma cabeçada no rosto dele, usando seu elmo-marreta.

Naves caíam uma a uma, derrubadas pelos tiros de canhão, mas ainda assim haviam aquelas que conseguiam avançar bastante. Gems eram retalhadas a torto e a direito pelas lâminas impiedosas dos soldados da Infantaria de Combate Suspenso e cozinhadas pelo piche flamejante despejado pelos buracos assassinos, mas ainda assim muitas conseguiam escalar. Até mesmo Sebek começou a perceber que a estratégia das gems de vencer pelos números estava começando a dar certo.

Enquanto isso, nos destroços das máquinas anteriormente destruídas, Ônix, Jet, Erla e várias outras atiradoras continuavam dando cobertura para mais e mais gems avançarem. Enquanto trocava as células de energia que serviam de munição para os blasters, Jet viu mais uma das colunas de piche flamejante descendo e engolindo vários outros quartzos infelizes que estavam no caminho. Após recarregar a arma, Jet resolveu tentar uma coisa: Se deitou no chão, apoiou o cano da arma num destroço e a firmou e depois ajustou a mira por um período de tempo que pareceu durar uma eternidade.

Então puxou o gatilho.

O disparo laser atravessou o campo de batalha até chegar àquele mesmo buraco assassino. Por puro acaso, o disparo acabou acertando outra carga de piche flamejante que havia sido despejada. Resultado: a carga explodiu.

Explodiu o duto.

Explodiu a câmara onde os homens trabalhavam com o piche.

Explodiu todo o piche que estava armazenado nesta mesma câmara.

E abriu uma rachadura ENORME na muralha!

Todo mundo que estava fazendo das tripas coração para defender aquela muralha sentiu o impacto daquela explosão. Sebek ordenou que todos mantivessem sua posição e continuassem seguindo as ordens pré-estabelecidas, enquanto ele mesmo checava o que diabos havia acontecido. Montando novamente em um cavalo, Sebek cavalgou de volta a outra das grandes guaritas onde havia estado anteriormente e voltou a se comunicar com os soldados nos Buracos Assassinos.

(Sebek, nervoso): O que raios aconteceu aí embaixo? Não me diga que vocês deixaram a carga de piche explodir na cara de vocês! Para que raios serviu todo aquele treinamento?

Uma voz rouca e moribunda veio do outro lado.

— Meu rei... *cof cof*... fomos atingidos... *cof cof* as gems atiraram em nós com uma precisão demoníaca!

Sebek fez uma cara de quem havia acabado de ver Anúbis, o deus egípcio da morte, em pessoa, parado diante dele com sua arma.

(Sebek, mais nervoso ainda): Todos os sobreviventes, saiam daí AGORA MESMO!!! Tapem os buracos assassinos e venham para a superfície com suas armas e armaduras!

Ele saiu gritando essa mesma ordem em cada sifão de comunicação, para que os Buracos Assassinos fossem evacuados. Se as gems realmente haviam conseguido atingir um buraco minúsculo, com pouco mais de 2,5m de diâmetro, estando a não menos que 1,5km dele, isso queria dizer que elas poderiam repetir aquele acerto mais vezes, causando não só mais outras dezenas de baixas no exército de Ahkvata, como também um tremendo estrago na muralha.

Era oficial: as gems estavam, pouco a pouco, sobrepujando cada estratégia de defesa de Ahkvata. Ainda assim, Sebek ainda não estava pronto para admitir a derrota. Ele ainda tinha uma última carta na manga: O Esquadrão Platina. Mesmo com Menob morto e Thanos desaparecido, os guerreiros restantes ainda eram uma ameaça ao inimigo, e Sebek também era um bom estrategista e um bom líder.

(Sebek): Atenção, todas as tropas! Preparem-se para combate físico! Todos vocês se preparem para engajar combate cerrado contra o inimigo!

As formações foram se erguendo. Uma fileira de escudos e lanças apontadas surgiu em meio àquele terrível caos que estava de fogo cruzado nas muralhas.

Quando as primeiras gems conseguiram escalar a muralha, aquela fileira de lanças e escudos foi a primeira coisa que viram.

E a primeira coisa que ouviram foi um grito em uníssono:

— POR AHKVATA!!!

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Muito tempo antes...

Antes do cerco, antes de Cornalina ganhar carta branca para atacar a capital dos humanos, e muito, muito longe de Ahkvata, no litoral europeu, um grande navio havia encalhado num banco de areia no início da manhã. A parte de baixo da proa do navio se partiu devido à força das ondas, e o navio começou a se encher de água. Thanos não demonstrou medo nenhum. Da forma mais natural possível, levou suas duas amigas gems para um batel, soltou do navio e foi remando até a praia.

Quer dizer, quem estava remando mais era Neera e Penny, enquanto Thanos servia de apoio moral.

(Thanos): Manso! Manso! Manso!

(Penny): É uma boa ideia a gente deixar essa nave aqui? Não vai chamar a atenção dos humanos?

(Thanos): Ah, eu já havia parado para pensar nisso.

Thanos apontou o indicador para o navio e disse uma única palavra.

— Leigan!

Um raio saiu da ponta de seu indicador e partiu o navio ao meio.

(Thanos): Leigan! Leigan! Leigan! Leigan!

(Neera): Thanos, você só pode usar isso uma vez por dia!

(Thanos): Megan! Negan! Ogan!

O que não havia sido trucidado pelos disparos de Thanos, ou havia afundado ou estava pegando fogo.

(Neera): Isso foi mesmo necessário?

(Thanos): Cale-se! Mansos não falam nada, só remam! Manso! Manso! Manso!

Chegando na praia, Thanos entregou duas capas para as gems e pediu para elas vestirem. Ele também estava vestindo uma capa, roupas longas e largas e luvas.

(Neera): Para que isso?

(Thanos): As gems não são bem vistas na Europa. Na verdade, na maior parte do mundo. Só entre os nórdicos que não há problema, já que eles reconhecem as Crystal Gems.

(Penny): Vamos ter que ficar com isso até quando?

(Thanos): Só tirem quando eu mandar.

Thanos tirou uma sacola do barco e pediu para que as gems o seguissem. Ambos seguiram viajando até que, de noite, eles chegaram a uma taverna. O lugar fedia a álcool e a atmosfera era repleta de sons de instrumentos musicais desafinados e gargalhadas bêbadas.

(Thanos, respirando fundo): Ah, lar doce lar. Ei amigo, duas doses da sua melhor bebida. Deixe a garrafa comigo.

(Barman): Uma garrafa, é? Parece que o dia foi difícil.

(Thanos): Que nada. Só uma relaxada, porque eu não posso ficar bêbado.

O barman ficou surpreso, mas atendeu ao pedido de Thanos. O grego serviu as duas gems, que ficaram sem entender.

(Penny): O que eu devia fazer com isso?

(Thanos): Isso daqui, ó.

Thanos bebeu da boca da garrafa. As gems o imitaram, e logo depois cuspiram o conteúdo com nojo!

(Neera): Blergh, que horror! Isso é amargo pra burro! Como é que vocês humanos bebem isso?

(Penny): Eu gostei. Foi como naquela vez que eu fui promovida. Deu uma sensação de desconforto na boca, mas deu uma queimação na minha superfície corporal que eu gostei.

(Thanos): Essa é a minha garota!

Thanos as serviu novamente (usando a mesma garrafa que ele botou a boca, esse nojento).

De repente, um cara simplesmente brotou do nada e puxou o capuz de Penny, revelando a pele dourada e a pedra em sua testa, sinais claros de que ela era uma gem.

— Eu sabia! Uma gem! Aposto que essa outra aí também deve ser...

Thanos deu um empurrão tão forte no cara que ele caiu no chão.

(Thanos): Ô amigo, tua mãe não te ensinou modos, não?

— Quem você pensa que é, ô imbecil?

O desconhecido pegou uma garrafa e quebrou na cabeça do grego, que nem se mexeu.

— Eu sou o guerreiro mais forte dessas redondezas! Se brincar, o mais forte de toda a Europa! Eu tenho mais influência que muitos oficiais que você pensa conhecer! Quem você pensa que é para me empurrar?

(Thanos): E você? Sabe quem eu sou?

Outro sujeito na taverna ficou de pé e apontou o dedo para Thanos.

— Ei, aquele não é o Thanos? O líder do Esquadrão Platina?

O sujeito que quebrou a garrafa na cabeça de Thanos começou a sorrir.

(Guerreiro): Essa noite só melhora! Não só achei um cara cuja cabeça vale mais que o meu peso em ouro, como também achei duas pequenas meretrizes como prêmio complementar.

(Neera): Ei, quem você está chamando de mere... metre... meriz...

(Thanos): ... O que você disse?

(Guerreiro): VOCÊ É SURDO? EU DISSE QUE...

Trilha sonora: https://www.youtube.com/watch?v=vdTFwCLcQrg&list=PLD00EF84F6A3D9E94&index=6

Thanos interrompeu o sujeito segurando-o pelo pescoço e jogando-o contra a parede, fazendo-a afundar. Não satisfeito, ele ainda deu um chute tão forte no infeliz que fez a parede ceder, desovando o cara para fora da taverna.

(Guerreiro): PEGUEM AQUELE LOUCO!!!

Todo mundo sacou suas espadas e avançaram para cima do Thanos. Desviando de um golpe de espada, Thanos revidou com um soco tão forte que fez um infeliz voar em direção às garrafas do barman. Outro pegou uma cadeira e deu com tudo nas costas de Thanos. O grego arriou um pouco, mas depois pegou o cara da cadeira e jogou contra outra cadeira. Um terceiro maluco sacou uma lança e avançou com tudo. Thanos simplesmente deu uma rasteira e fez o cara bater na porta, depois o grego deu um chute que jogou porta e lanceiro na rua feito dois sacos de merda.

Assustado, o barman tirou uma besta debaixo do balcão e atirou em Thanos que, ainda de costas, pegou a flecha como se fosse um graveto.

(Thanos): Quer dar uma de engraçadinho?

Thanos jogou a flecha de volta, como uma faca de arremesso, que passou raspando no rosto do barman. O barman olhou para a flecha, cravada na parede a centímetros de seu rosto, depois se virou e viu uma cadeira voando em direção a ele, que o fez ver várias estrelas.

(Penny): QUEBRA ELES, THANOS!!!

Um sujeito de espada e escudo avançou em guarda. Depois de se esquivar de três golpes de espada, Thanos deu um soco que fez o escudo rachar ao meio. Depois ele deu outro soco que fez o nariz do cara rachar. Outro que saiu voando.

Outro sujeito chegou com um porrete. Thanos pegou o porrete e só deu um jab na boca dele, que custou três dentes.

Depois de limpar o ambiente, Thanos simplesmente saiu dali com Penny e Neera. Ele não se afastou muito da taverna até ser parado por um cara grandão de armadura.

— Parado aí, aberração!

(Thanos): Pô cara, isso não foi legal... *olha para a Neera* ela é só uma gem...

O gigantão desferiu um golpe enorme de machado que teria partido qualquer um ao meio. O grego simplesmente virou de lado e deixou que a arma gigante batesse com tudo no chão, depois deu um chute que quebrou o cabo como se fosse um graveto.

(Thanos): Penny, faça a contagem.

Thanos começou a dar tantos socos no peito do cara que as marcas do punho começaram a ficar gravadas na armadura e, mais alguns golpes depois, ela começou a se desmontar todinha. Thanos encerrou com um soco único, que derrubou o gigantão.

(Penny): 238!

Neera bateu com um pedaço de madeira num capacete, produzindo um som de gongo, anunciando o fim da “luta”.

Haviam outros guardas que acompanharam o gigante, mas nenhum deles teve coragem de desafiar o grego baixinho. Thanos voltou para a taverna, pegou a sacola que deixou lá e sinalizou para as gems.

(Thanos): Vamos embora, meninas...

O trio seguiu para a floresta.

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2 horas depois...

Já na floresta, perto de um riacho, Thanos resolveu parar ali.

(Thanos): Aqui é um bom lugar para acamparmos.

Penny e Neera começaram a arrumar as coisas, montar a barraca e acender a fogueira. Thanos se aproximou do riacho para se lavar. Usando uma pinça, ele começou a remover uns cacos de vidro que ficaram presos na cabeça, por conta das garrafadas. Depois disso, ele tirou o casaco e começou a se lavar no rio.

(Penny): Ei, você está bem, Thanos?

Penny contemplou o físico de Thanos: ele tinha uma estatura um pouco menor que a média dos humanos, mas era bem musculoso e trincado. A peridote percebeu que seus braços tinham umas estranhas manchas acinzentadas, como se a pele naquele lugar tivesse se queimado e depois necrosado.

(Penny): O que é isso nos seus braços?

(Thanos): Isso? Nada demais, apenas marcas de batalha.

(Penny): Thanos, a quem você está tentando enganar? É óbvio que isso não é ferimento de armas gems.

(Neera): Terminei de acender o tal “fogo”.

(Thanos): Opa, melhor ir lá para não pegar um resfriado.

Enquanto o trio se ajuntava para se esquentar na fogueira, Thanos pegou um graveto e começou a desenhar na areia.

(Thanos): Ok moças, é o seguinte: agora não falta muito mais para a nossa viagem. Estamos quase chegando nas florestas montanhosas nórdicas. Talvez duas ou três semanas. Depois disso, é só acharmos um teletransportador, e BINGO! Torre do Mar Lunar.

A barriga de Thanos começou a roncar.

(Neera): Quéisso! Tem um monstro na sua barriga? Rápido Penny, ajude-o!

(Penny): Raiiiiááááá!!!

Penny deu um soco na barriga de Thanos, fazendo-o se encolher todo.

(Thanos): UUUUURRRRGGGHHHH!!! Vocês peridotes são mais fortes do que parecem!

(Penny): Não se preocupe Thanos, agora você está salvo! Isso com certeza matou o monstro! Agora estamos quites!

(Thanos): Que quites o quê? Eu te salvo daquela briga de bar e você agradece me dando um soco no estômago?

(Penny): “Estômago”? É esse o nome do monstro?

(Neera): Como sempre, os humanos sendo ingratos. É desse jeito mesmo: A gente cria uma casa bacana para eles e eles fazem o quê? Depredam e fogem! Não tem jeito! São bichos do mato!

(Thanos): Eu vou partir vocês duas ao meio!

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Cerco de Ahkvata – Presente

A parte superior da muralha de Ahkvata estava repleta de pedras quebradas ou rachadas, em complemento com alguns corpos de defensores mortos. As gems da Divisão Sigma que haviam conseguido escalar aquela muralha, haviam dado sorte: elas simplesmente tinham sido empurradas para fora no meio da confusão que se formara quando a primeira onda tentara invadir. Desde então, elas ficaram esperando uma brecha para subirem novamente. Resultado: seis ondas atacaram, e as seis foram repelidas. Enquanto isso, as gems da Divisão Sigma continuavam assistindo a tudo, dependuradas na borda da muralha. Covardia? Talvez, mas se tratando do Esquadrão Platina, esta seria uma covardia perdoável.

No entanto, mesmo o Esquadrão Platina não sabia como fazer milagres: os defensores já estavam nas últimas. Repelir uma onda atrás da outra, sem expectativas daquilo acabar, estava estressando muito os defensores, forçando-os ao limite.

Enquanto isso, entre as atacantes, Hessonita observava tudo impassível. Várias vezes suas assistentes tentaram lhe aconselhar a usar uma nova estratégia, mas Hessonita insistia em dar murro em ponta de faca, crente de que os humanos cederiam em breve.

(Nefrita): Comandante Hessonita, com todo o respeito, reconsidere! Estamos perdendo muitas gems! Se tentarmos outra abordagem, talvez os humanos caiam com mais facilidade! Manter essa guerra de atrito está nos custando muito caro!

(Hessonita): Calem-se! Continuem mandando as tropas! Eu sei que os humanos vão cair cedo ou tarde! E eu sei disso porque foi assim da última vez!

Hessonita terminou sua frase mostrando o prisma, que ela estava preparando para colocar em funcionamento.

(Hessonita): Agora, abram a escotilha superior de minha nave!

As nefritas obedeceram, relutantemente. Enquanto outra onda de quartzos se preparava para avançar, Hessonita ergueu o prisma, que começou a flutuar. Com suas sete camadas piramidais girando num determinado padrão, o prisma começou a emitir luzes em sete cores diferentes no chão, fazendo surgir gigantes feitos totalmente de luz, sem pedras como pontos fracos (https://vignette.wikia.nocookie.net/steven-universe/images/8/87/White_Light.PNG/revision/latest?cb=20150526133929)

(Soldado 1): Meu rei, tenho péssimas notícias! Vejo gigantes se erguendo! Eles são totalmente diferentes das gems que estamos enfrentando! Eles devem estar vindo daquele objeto piramidal brilhando no ar!

(Soldado 2): Pelos deuses! Aquela deve ter sido a arma que devastou Kenusa!

(Sebek): Como é a gem que está manipulando esse objeto?

(Soldado): Parece um tipo de garnet, só que com cabelo loiro e usando uma capa. O padrão de cores dela lembra uma Hessonita.

(Sebek): Ótimo! Agora sabemos não só um pouco o que essa arna faz, mas também sabemos quem a manipula! Isso quer dizer que já temos uma base para bolar um plano de ataque!

(Soldado): Mas meu rei, como iremos atacar? Os monstros criados por aquela arma estão surgindo e avançando aos montes! Em breve estaremos cercados!

(Sebek): Ótimo, então poderemos atacar para todos os lados!

(Soldado 2): Mas isso é impossível!

(Sebek): Sim, é impossível! Sabem o que mais é impossível? Humanos fazerem isso que estamos fazendo!

(Axel Battler): Vamos, seus moloides! Por acaso querem viver para sempre?

Trilha Sonora: https://www.youtube.com/watch?v=feI-qOc8Alw

As hordas de guerreiros do prisma começaram a escalar a muralha. Enquanto muitos soldados começaram a tremer nas bases diante dos inimigos responsáveis pela queda de Kenusa, os membros do Esquadrão Platina tomaram a dianteira, tentando inspirar seus conterrâneos. Uma nova onda de gems, dessa vez auxiliadas pelos monstros criados pelo prisma, investiram uma vez mais contra os defensores de Ahkvata.

 

(Axel Battler): A guerra está chegando

Os portões estão se fechando

Somos uma única cidade

Resistindo à vil Autoridade

Estamos sós

Apenas nós

O trio de guerreiros leais à Sebek pegaram suas espadas e começaram a atacar as gems, cortando-as e reduzindo-as a nuvens de fumaça.

(Gilius Thunderhead): A muralha está queimando

A Hessonita está chegando!

Tantos defensores estão tombados

Agora estamos todos cercados!

(Civis dentro das muralhas): Estão sós!

Lutem por nós!

Sebek sacou, dos pulsos de sua armadura versão 2.0 (a primeira foi destruída por Thanos), um arpão que ele disparou no pescoço de uma das gems, depois ele a puxou e, com um realçador de força muscular, deu um murro que a arremessou para fora da muralha.

(Sebek): Lutaremos durante dia e noite

Com poucas chances de vencer!

Poucos vão lutar por todos

Até o último platina morrer!

 

(Samurai): Eu vou, vou resistir, vou morder!

Enfrentar cada jaspe e citrina!

Eu vou estilhaçar e combater

Até o fim, porque eu sou platina!

 

Apesar do esforço de todos, as gems continuavam avançando. Até mesmo as da Divisão Sigma, que esperavam por uma brecha, haviam dado um jeito de subir e agora estavam atacando outra seção de defensores. Ao se virem flanqueados, os três vikings do Esquadrão Platina entenderam que aquele poderia ser o fim.

(Olaf): Não importa o quanto lutarmos

Os números ainda vão contar

Se agora mesmo nos entregarmos

Talvez elas possam nos poupar

(Erik): Não irão!

Nos matarão!

(Baleog): Mas se formos capturados

E perguntarem sobre o Esquadrão

Sem hesitar contaremos tudo

Com enorme satisfação:

 

Somos nós

Apenas nós!

(Tyris Flare): Nos mandaram defender a cidade

E é o que vamos fazer!

Honraremos nossas ordens

Cumpriremos nosso dever!

(Sebek): Eu vou, vou resistir, vou morder!

Enfrentar cada jaspe e citrina!

Eu vou estilhaçar e combater

Até o fim, porque eu sou platina!

Numa investida final, Eles viram várias gems da Divisão Sigma avançando pelos dois lados flanqueados: Celestita, Jet, Cornalina, Jade, Jasper, e várias outras. Aquele era o momento deles: a luta de suas vidas. Junto do Esquadrão Platina, estava um destacamento de romanos que, diante do coro de guerra de seus irmãos de Ahkvata, o complementaram com um brado em latim, seu idioma materno.

(Guerreiros romanos): Gloria fortis miles!

O inimigo se aproxima!

Adversor et admorsus!

A bigorna contra o prisma!

 

Gloria fortis miles!

O inimigo se aproxima!

Adversor et admorsus!

A bigorna contra o prisma!

 

As duas hordas se chocaram num impacto tão violento que, no meio da confusão, soldados de ambos os lados acabaram sendo empurrados para fora da muralha, caindo tanto dentro quanto fora da cidade que estavam defendendo. O som de lâminas batendo contra outras lâminas e contra carne e cristal ecoava no ar. O único som que era mais alto que esse era o do cântico de guerra, repetido tão exaustivamente quanto os golpes dos defensores:

Eu vou, vou resistir, vou morder!

Enfrentar cada jaspe e citrina!

Eu vou estilhaçar e combater

Até o fim, porque eu sou platina!


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Notas finais do capítulo

Antes de mais nada, eu gostaria de admitir um erro narrativo que cometi: eu não esclareci direito a passagem do tempo nesses últimos capítulos, então a cronologia pode parecer meio confusa para o leitor mais atento. Em todo caso, aqui vai meu desencargo de consciência: há uma boa passagem de tempo entre os capítulos 26 até este (30), num período que dura, mais ou menos, dois meses. As cenas envolvendo Sebek e os cidadãos de Ahkvata nos preparativos para a batalha e durante o cerco se passam no presente. Já as cenas protagonizadas por Thanos, pela peridote Penny e pela nefrita Neera são ambientadas num passado ocorrido um pouco antes do cerco. Ainda soa confuso? Não se preocupe que, provavelmente no próximo capítulo, as linhas temporais se convergem de novo e tudo volta ao normal.

O título do capítulo é uma referência à música "Resist and Bite", do Sabaton, que narra a história dos Chasseurs Ardennais, uma tropa de fronteira composta por 40 homens que lutou bravamente para impedir que os alemães invadissem a Bélgica durante a 2ª GM. Eles resistiram por 18 dias até ficarem sem munição e se renderem. As táticas de combate dos Chasseurs fizeram os alemães pensaram que estavam enfrentando um inimigo muito mais numeroso do que realmente era. O símbolo da tropa era um javali, e o lema em seu brasão de armas era "Resist et mords", que deu o título da música.

Se essa informação histórica é algum tipo de spoiler? Talvez sim... talvez não... quem sabe?

Espero que gostem. A cena de combate foi bem trabalhosa para ser escrita. Deixem seus comentários e até o próximo capítulo.



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