Sinnerman - Os Irmãos Cullen - Vol. 1 escrita por Mari


Capítulo 6
Ninguém


Notas iniciais do capítulo

Todo dia como o combinado!
Estou muito feliz com o feedback de vocês meninas, espero que continue assim!
Vamos ao capítulo, mas antes uma pergunta: é errado se apaixonar pelo personagem que eu mesma inventei? Hahahaha
#SomosTodosSinnerman



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Ao contrário da manhã passada, o sol havia se escondido do mundo. O clima estava frio e úmido. As árvores estavam quietas, os pássaros não cantavam e o vento não se fazia presente. Nada parecia ter vida. Tudo era moribundo como a castelã inconsciente.
— Irmão, cheguei. - Emmett arfou esbaforido olhando para sua cunhada acamada no quarto, com o irmão ao lado. - O que achas que aconteceu?
— Foi envenenamento, senhor. - respondeu a curandeira Sue, que agora colocava uma toalha morna na testa de Isabella adormecida. - Posso dar um palpite que tenha sido Silêncio Mortífero. É chamado assim pois não tem gosto, cheiro ou cor. Como a água. Um veneno muito caro e difícil de ser encontrado, meus lordes.
— Quem quer que tenha feito isso tem dotes para tal. E agiu junto à algum criado. - afirmou Sinnerman mais pensativo do que nunca fora. - Temos um traidor no castelo.
— Mandaremos todos os criados irem embora, irmão. Nem que só sobre apenas quem está nesse quarto. - Emmett proferiu raivoso a sentença. Não admitiria que negligenciassem mais uma vez sua família como fizeram quando levaram o irmão mais velho para longe. Emmett era pequeno para captar o que fizeram a ele, e menor ainda para defendê-lo.Todavia estava crescido e havia se tornado um grande guerreiro. Devia tudo o que havia se tornado a Sinnerman e estaria sempre lá para quando ele precisasse.
— Não. - Sinnerman negou a ideia do irmão caçula.
— Como não, irmão? Tentaram matar a sua esposa! - bradou Emmett furioso. O castelão agradeceu mentalmente pelas portas e paredes espessas e resistentes.
— Por tudo que é mais sagrado cale a boca. Fingiremos que não sabemos de nada. Para todos os efeitos, Isabella adoeceu, nada mais que isso. Deixaremos todos os criados trabalharem normalmente. E só assim descobriremos quem é o espião. - Sinnerman não sugeriu, apenas impôs a ordem. Emmett Cullen nunca compreenderia como o irmão tinha a mente de um sábio ancião. - Sue, se o segredo sair deste quarto saberei quem fora. Sua cabeça não escaparás de mim caso aconteça. - a jovem promissora curandeira achava estar olhando para o próprio demônio.
Apesar de Sinnerman não ser filho de Lúcifer, a estrela da manhã, como muitos sugeriam, essa fama servia e muito para ser temido em toda a Inglaterra. Ninguém ousara traí-lo até aquele momento. Não era inteligente fazê-lo.
— Sim, milorde, tens minha lealdade. - reverenciou Sue e em seguida olhou para a mulher pálida com grande preocupação. - Infelizmente, temo que ela não está tendo nenhuma melhora. Preciso ir até à floresta colher algumas ervas.
— Emmett irá acompanhá-la até o bosque. Agora deixem-me sozinho com ela, - Sinnerman ordenou tentando transparecer calma. Era sabido que sentia tudo menos calma naquela hora. O pior era que não sabia de forma alguma o porquê de estar tão exasperado. Era apenas uma mulher. - Bruce, fique na porta. - o cão enorme como um lobo entendeu seu mestre e seguiu Emmett para ficar de guarda na grande porta de madeira. Bruce era tão habilidoso quanto qualquer um de seus soldados e poderia sem dúvida destroçar qualquer um que não fosse benemérito de confiança de seu dono.
Agora a sós com a esposa, ele podia admirá-la sem sentir constrangimento. Afinal, nem ela saberia que ele estava observando-a. Ainda estava bonita, mesmo que a cor tivesse ido embora de seu rosto e os grandes olhos cor de chocolate invisíveis naquele momento. Os cílios pretos acariciavam a pele alva e a boca carnuda pela primeira vez não proferia as ousadias de sempre. Respirava pouco, talvez com dificuldade para fazê-lo.
Após ser atormentado e torturado por anos, Sinnerman nunca sentira mais nada. Dor, felicidade, alegria, simpatia, nem mesmo raiva. Era desprovido de qualquer sensação ou vontade. Sabia que merecia viver vazio daquela maneira por ter feito o que fez. Escapara da morte e matara a irmã biológica. Não tinha direito à uma esposa, filhos ou um legado. Era conhecedor de seu pecado e sua penitência perpétua.
Porém, ali, ao observá-la ficava chocado ao perceber que sentia tanto medo. Depois de mais de uma década sem sentir nenhuma coisa sequer, quando notara o pavor que atingia todos os seus nervos, foi intenso demais para conseguir compreender. Sem vergonha por estar sozinho com ela ali, uma lágrima solitária escorregava pela face do homem. Não podendo evitar, repousou o rosto úmido na mão fria de Isabella que segurava.
— Deus, sei que não me amas. Não sou digno de teu amor pois tudo que tenho em mim é pecado. Minha palavra e minha vontade não vale uma libra para o Senhor, mas ainda assim peço do coração que restou aqui dentro que não a deixe. Ela não merece ser abandonada. Salve-a deste fardo que é a morte. - nunca mais havia falado com Deus. As últimas vezes que tentara aconteceram quando era torturado como escravo.

 


Um chute certeiro atingiu as costelas do menino magricelo. Este já estava sangrando por muitas partes do corpo. A vista estava turva dos socos que seus mestres haviam executado nele.
— Levante-se menino. Não é como se fosse um filho legítimo de um lorde. Nascestes do pecado e é isto que merece. Tens que aguentar o teu fardo. - falou o mestre rindo, enquanto a espada de aço afiada cortava o peito do menino. Ele gritou.
— Por favor senhor, não consigo enxergar. Eu não consigo enxergar! - berrou em profunda agonia. Os homenzarrões riram mais alto.
— Peguem o chicote. Amarrem o menino. - disse o mais forte deles. Logo quando pegou o chicote, o homem disse: - Esta é pela sua irmãzinha. - o chicote estralou nas costas do menino que logo estariam em carne viva. - Esta pela sua mãe, que matou quando nasceu. - outro estralo. O menino não parava de tremer. Também soluçava em meio ao choro. - Esta pelos seus pais adotivos e pela dor que os causou a matar a menina. - o sangue saía de montes pelas aberturas nas costas ossudas do garoto.
— Deus, pai, imploro-te que livre-me deste sofrimento, por favor! - o rapaz gritava olhando para o alto.
— Não ouse pedir a ajuda de quem não merece, jovem Edward. Receio que este nome é merecedor de um lorde. És um escravo de guerra, portanto não o merece. Teremos que pensar em um novo para ti. Que tal Ninguém? Combina com você. Chamarei-o assim de agora em diante.

 

Sinnerman afastou as memórias dolorosas da mente e deixou que o resto de lágrimas saíssem de dentro dele.

***

O lorde Cullen não havia saído do quarto nem por um segundo sequer. Seu irmão caçula cuidava dos deveres de líder enquanto ele protegia sua esposa. Sabia que poderiam querer terminar o trabalho. E ele estaria ali para defendê-la. Três dias tinham se passado desde o envenenamento.
Isabella abriu os olhos com muito esforço. Sua visão estava distorcida, porém ela podia ver alguém ali com ela. Sorriu. Era um anjo e segurava sua mão. Um anjo muito bonito. Estava triste o pobre anjo.
— Isabella? - disse o anjo com sua voz aveludada. Ela sorriu outra vez.
— Oi, anjo. - o respondeu ainda de olhos fechados.
— Abra os olhos. - Sinnerman ordenou, contendo a vontade de sorrir. Ela finalmente acordara. Depois de vários chás e muito repouso, a curandeira Sue tinha conseguido salvá-la.
— Anjo prepotente. - ela disse grogue. O marido sufocou o riso mais uma vez.
— Abra logo os malditos olhos mulher, me agoniza o tempo que passei sem vê-los. - sua esposa, ao contrário dele, não poupou sorrisos e logo abriu os grandes olhos. - Aí estão eles. Como se sente? - indagou ele encarando aquele marrom único da íris de sua mulher.
— Um pouco nauseada. - disse fazendo uma careta e sentando-se. A manga da camisola caía frouxa pelo seu braço e ela a reposicionou no seu lugar timidamente. - O que aconteceu comigo, marido?
Sinnerman explicou então tudo sobre o envenenamento e sobre o plano de todos aparentarem achar que era uma doença que tinha acometido sua esposa. Esta ficou impactada. Quem queria este mal à ela? Nunca levantara um dedo para ninguém na propriedade.
Ela apostaria que se seu marido desvendasse aquele mistério, o responsável não escaparia vivo. Por que gostava dela? Não. Ele mal a tolerava. Talvez por honra, orgulho e a reputação que o nome Sinnerman tinha.
Nem mesmo ele saberia explicar por que estava enfurecido com tudo aquilo. Tens apreço pela mulher, sua consciência sugeriu. Não, não mesmo. Não poderia gostar dela. Não a condenaria a um futuro com ele a seu lado. O homem decidiu então apenas mantê-la protegida e afastar-se. A mulher jamais sentiria algo por um ser tão odioso e ele não queria desejar ter alguém. Nasceu para ficar sozinho. E assim seria.


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Notas finais do capítulo

Explicado! Envenenaram nossa Isabella. Alguém arrisca dizer o por quê? Vai ser um dos grandes mistérios da história. E explicando melhor: Sinnerman era um escravo de guerra, o que significa que ele ia para as batalhas obrigado pelos seus mestres, mesmo sendo muito jovem. É daí que ele aprendeu a desenvolver o talento que ele tem de guerrear.
Perdoem se tiver algum erro no capítulo
Gostaram? Odiaram? Comentem aqui abaixo, vou ler todos os comentários!
Até a próxima
xx



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