Sinnerman - Os Irmãos Cullen - Vol. 1 escrita por Mari


Capítulo 5
Passado


Notas iniciais do capítulo

Vou tentar postar todo os dias se tiver comentários!
Até a próxima, o capítulo de hoje revela muito de Sinnerman.
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Oh, Pai, diga-me, nós recebemos o que merecemos?
E ladeira abaixo nós vamos
(Way down we go - Haleo)

O sol acordava os recém casados durante a manhã. Sem dúvida, esta era a manhã mais ensolarada que o condado dos Cullen já tinha tido. Era isto ou... Sinnerman era demasiado quente. Ao abrir os olhos, Isabella percebeu que ela e seu marido estavam de lado, de frente um para o outro. Os braço esquerdo do homem estava debaixo do pescoço de Bella, enquanto o direito repousava na cintura dela.
Não pôde deixar de admirá-lo adormecido. Assim, parecia um homem simples e bom. Um anjo. Uma mecha ondulada e acobreada estava sobre a testa dele. Os cílios eram espessos e a boca muito convidativa e seu cheiro masculino irresistível. Ele ressonava tão tranquilamente... tão diferente do que era quando estava desperto.
Isabella queria colar todas as partes possíveis de seu corpo no dele, preencher-se daquele homem. Gostava mais do que podia admitir do fato de ele ser tão alto e... grosseiro. Mãos enormes, pés, pernas... Transmitia muita segurança à ela, pois esta sentia que ele poderia protegê-la de um exército completo se necessário. Era muito atraente também. Como queria beijá-lo...
Percebeu, por fim, que estava encantada por aquele homem. Ele era tudo de maravilhoso para ela, ainda que para todo o resto fosse o alguém mais horrendo que já havia existido. Mas ela sabia que algo estava errado. Ele não era o que transparecia ao seu povo, podia ver isto. Mas o que teria o transformado a ponto de ser tão ríspido com todos ao seu redor? Não havia ninguém que ele amasse. Era incapaz de amar? Não, Isabella não acreditava nisto. Algo acontecera com Sinnerman.
Admirá-lo pareceu insuficiente e por impulso, Isabella beijou o homem adormecido. Era a segunda vez que o fazia.
Sinnerman sentiu a maciez em seus lábios. Meio adormecido e meio acordado, não sabia como reagir. Decidiu deixar acontecer e fingir que estava dormindo. Ao menos iria... sentir um pouco mais daquilo. Por que sua esposa o afetava tanto? O que teria ela de diferente das outras? Ele nunca sentira vontade de possuir uma mulher antes, sempre aceitara o seu destino de manter-se afastado de todas elas. Mas, só queria estar perto de Isabella. Porém jamais admitiria isso enquanto vivesse.
— Marido? Acorde, - chamou a mulher, tendo quase certeza de que seu esposo estava fingindo adormecer. Respirava muito intensamente como se quisesse mostrar que não despertara. Isabella conteve a risada. - Eu sei que está acordado, marido.
— O quê? - resmungou rabugento e abriu os olhos.
— Posso pedir-lhes uma coisa? - ela indagou relutante, mordendo o lábio inferior. Como poderia ser tão linda mesmo quando acabara de acordar?
— Peça. - disse duramente o homem nascido em pecado.
— Por favor, nunca lidei com tanto desprezo vindo de alguém antes. Magoa-me imensamente que faças isso comigo quando eu só lhe trato com carinho. Peço perdão por ter praticamente obrigado a ti desposar-me. De verdade, eu peço, do fundo do meu coração. Não estou pedindo que trate-me como o amor da sua vida, apenas... não seja tão bruto comigo, marido. Parte-me o coração quando fazes isso. - suspirou a esposa depois do longo discurso. Sinnerman não poderia estar mais surpreso. Nunca alguém fora sua mãe falara tão docemente com ele antes. Estava começando a ser tortura tratar mal alguém que não merecia.
— Por que te importas tanto e por que parto seu coração só por não tratar-lhe... bem? - indagou sem evitar. Queria mais era dizer que não se importava com ela e mandá-la de volta para seu quarto. Porém, não podia fazê-lo. Não quando ele literalmente arrastou-a para dormir com ele.
— Quebra meu coração em mil pedaços quando não dá-me atenção ou afeto, marido. - admitiu Isabella.
— Mas por quê?
— Gosto muito mais de ti do que eu deveria. - admitiu novamente e Sinnerman deu uma gargalhada aterrorizante.
— Como queres que eu te trate bem se mentes para mim bem na minha frente? - perguntou com escárnio.
— Marido, não estou mentindo-
— Não. Não posso aceitar isto. Não o mereço. - disse o mais rude que pôde ser, vestiu-se com pressa e retirou-se do próprio quarto.
Isabella não poderia estar mais confusa no momento. Vestiu-se tão depressa quanto o marido e andou escada abaixo.
— Bom dia, Eleazar! - tentou soar o máximo animada possível, embora ainda estivesse com a mente cheia de devaneios.
— Bom dia, milady. - Eleazar disse todo sorridente.
Caminhando até a cozinha, ordenou seu prato favorito para Carmen fazer esta noite no jantar. Quando estava de saída, parou e virou-se para Carmen novamente.
— Carmen, trabalhavas aqui durante a infância de meu marido. Ele já era como é hoje quando criança?
— Oh, não, não, de forma alguma! - bradou Carmen. Em seguida baixou seu tom de voz, com medo de ser ouvida. - Sinnerman era a criança mais doce que já vi em toda minha vida. Chegou aqui aos cinco junto com Alice, que tinha sete anos, sua irmã. Foram adotados, pois a senhora Esme, sua mãe, não conseguia ter filhos. Logo depois, provou-se o contrário e Emmett nasceu. Eram felizes, só havia um problema. Alice, tinha muito ciúmes de seu irmão. Queria ter sido adotada sozinha. Queria a atenção dos pais para ela somente. Eles cresceram e o ciúmes de Alice só aumentava. Aos quinze anos, Alice foi ao quarto de seu marido. A aldeia inteira acredita que ele sempre fora diabólico e a matou a sangue frio ali mesmo. Porém eu e Emmett somos os únicos que guardamos a verdade. O pobre menino brincava com seus cavalos de madeira na sua janela. Alice enlaçou o irmão magricelo com muita força pelo pescoço, tentando enforcá-lo. Ele tentou se defender quando por acidente, os dois já estavam fora da janela. Ele conseguiu segurar-se numa pequenina haste de ferro ao lado da janela. Porém Alice não... Caiu da janela e bateu a cabeça em uma das várias pedras ali no campo. Morreu no mesmo segundo. Ele não parava de gritar, o seu marido. Logo escutei e fui até ele. Consegui segurá-lo e pegá-lo. O pobre menino não parava de chorar... Pequeno Cullen... - Carmen perdeu a fala. Não conseguira mais prosseguir uma história tão triste. Olhava para o nada, como se voltasse para o acontecimento que acabara de narrar.
— Oh, meu Deus! Ele acha que a matou realmente, mas... não foi sua culpa! - gritou Isabella. As lágrimas desciam incontrolavelmente pelo seu rosto corado. Não podia acreditar naquilo.
— Oh, não, não foi! O pior não foi isso, minha senhora. Esme e Carlisle não conseguiam aceitar a perda da filha, nem perdoar o pobre menino... Esme fazia questão de dizer ao próprio garoto que ele nascera em pecado, que matou a mãe natural no parto... - Carmen arfou, com a mão no peito. - Poucos meses depois, o menino foi entregue pelo pai a um maldoso homem como uma espécie de escravo de guerra. Só Deus pode imaginar o que ele passou lá. Somente nosso pai. Ele só conseguiu voltar há dois anos, quando salvou a vida de Rei Alistair II na guerra. O rei o deu todas as regalias que ele possui hoje.
— Com licença, Carmen. - Isabella não podia mais ouvi-la. Se escutar o sofrimento de seu marido era insuportável, imagina ter passado por ele. Correu para seu quarto e se jogou de bruços na cama, chorando copiosamente. Sabia que Sinnerman se culpava e se negava a ser feliz.
Percebera que estava apaixonada. Mais ainda depois de saber a história daquele homem. Jamais iria deixar que ele fizesse isso consigo mesmo. Seria seu. E seria para sempre. Nem que fosse a última coisa que Isabella fizesse naquela vida.

— Está delicioso, Carmen! És a melhor cozinheira de toda a Inglaterra! - Isabella elogiou no jantar. - Não consigo parar de comer isto! Este prato é mais favorito ainda quando tu que fazes!
— Oh, obrigada, minha senhora. - sorriu Carmen agradecida.
Sinnerman quase sorriu vendo o prazer sobre-humano da mulher ao degustar de uma simples refeição. Podia perceber que ela sentia muito prazer nestas coisas simples. E aquilo dava a ele vontade de sorrir cada vez mais.
— Boa noite, Isabella. - ele disse simplesmente e se retirou para seus aposentos. Fora o suficiente para fazer a moça corar. Ele a chamara pelo nome.


— Marido? - Isabella falou abrindo a porta depressa. O cão-lobo perto da lareira  uivou. Sinnerman, que estava olhando para a janela, podia sentir medo naquela palavra. Dirigiu-se a ela rapidamente. Sua esposa sangrava pelo nariz e estava pálida como a lua.
— Isabella! O que está acontecendo? - ele disse em tom urgente, correndo para segurá-la nos braços.
— Eu não sei! Por favor, faça a dor parar. Faça parar! - gritava ela em seus braços.
E o medo o arrebatou. Como nunca tinha feito antes. Não deixaria outra mulher morrer em seus braços nunca mais.
Deitou-a na sua cama e quando caminhava para a porta, Isabella segurou seu braço. O coração que Sinnerman nunca mais havia sentido antes, falhava algumas batidas. - Espere, vou apenas chamar Eleazar.
— Eleazar! Eleazar! - gritou o homem com o terror nítido em sua voz.
— Meu senhor, eu não fiz nada, eu juro- o mordomo apareceu assustado como se visse um fantasma.
— Vá pegar Sue na aldeia agora. Minha esposa está morrendo. Rápido, Eleazar. Traga essa mulher aqui em menos de cinco minutos senão eu juro, eu juro por tudo nesta terra, que sua cabeça jazerá espetada na frente desse castelo. - ameaçou o seu senhor. Nunca tivera tão assustado antes.
— S-sim, milorde.
Adentrando o quarto depressa, ajoelhou-se ao lado da cama e tentou acalmar a esposa. - Pronto, já voltei. - ele disse mais calmo. Mas a mulher parecia não ter escutado-o. - Isabella? - ele a sacudia levemente. - Isabella, por favor... A curandeira já está a caminho. Faça algum esforço para ficar em vida. Por favor...
E assim permaneceu Sinnerman, paralisado, segurando a mão de sua esposa moribunda.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Odiaram? Comentem por favorrr, é muito necessário saber o que vcs esperam da fic! Me motiva muito!
até a próxima! Desculpem se tiver algum erro! xx