Sinnerman - Os Irmãos Cullen - Vol. 1 escrita por Mari


Capítulo 3
Jantar


Notas iniciais do capítulo

Voltei!
Boa leitura
x



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É um mundo mau, o que eu conheço
Nunca consegui nada de bom fazendo o que me mandam
É um mundo mau, o que eu conheço
Agora você vai me encontrar onde nem o diabo vai
Onde nem o diabo vai
Me lance onde o diabo não vai
O diabo não vai onde eu faço a minha casa
(Where the devil don't go - Ellis King)

— Minha senhora, chamo-me Eleazar. Sou o mordomo do castelo. Farias a gentileza de acompanhar-me aos seus aposentos? - disse um homem que quase chegava ao tamanho de Sinnerman. Seu marido, que o diga. Branco, magro e impessoal, o mordomo parecia temer sua castelã; afinal para ter escolhido o seu senhor, devia ser tão bruta como ele era.
— Obrigada, Eleazar. Não irei dormir junto ao meu marido? - perguntou Isabella. Parte dela estava feliz. Afinal, não queria ser possuída pelo próprio filho do demônio. Outra parte estava simplesmente... decepcionada.
— Não, minha senhora. São ordens de meu senhor. - o mordomo quase arriscou um sorriso.
— Oh, entendo. Obrigada de qualquer forma. - Tudo bem que não casou-se com o homem da sua vida ou o amor intenso que pretendia, porém ainda assim... Por que ele não queria desposá-la? Era muito feia para ele? Não era atraente? Os olhos de Isabella queimavam, teimando em deixar cair lágrimas. Ela apenas não sabia se era de tristeza ou de raiva do seu marido.
Não! De forma alguma deixaria abalar-se por um homem, ainda que fosse o mais tenebroso que ela já havia conhecido. Se não a queria, tudo bem. Porém já estava na hora mudar algumas coisas naquele castelo. De repente, seus pensamentos a levaram para o castelo que ela governava antes de parar ali. Limpo, iluminado e alegre. Este, por outro lado, fedia, quase não tinha criados e parecia uma masmorra de tão escuro. Alegre? Isabella tentou conter sua risadinha ao sair do seu quarto. Estava mais do que longe de ser alegre, aquele castelo.
— Lorde Cullen? - chamou seu cunhado, que estava no pátio do castelo conversando com alguns soldados. Ele virou para a voz e sorriu, seu sorriso partia a face no meio. Como era bom ver um rosto feliz! Ao menos um, Isabella suspirou.
— Emmett, lady Isabella. O que estás a precisar? - disse seu cunhado simpático. Meu Deus, o que haviam feito com seu irmão para ser o oposto de Emmett?
— Queria ir a aldeia para recrutar alguns criados. Está precisando, podes perceber a bagunça que este castelo é. - no mesmo instante, seu cunhado ficou com o semblante sério.
— Tens certeza disto, milady? Meu irmão não irá se agradar se mudar as aparências do castelo-
— Ele deu-me permissão, Emmett. - Isabella não iria mencionar que a permissão era apenas em questões de limpeza e alimentação. O marido que a aguentasse. Iria transformar aquele castelo num lugar... habitável.
— Estupendo. Sendo assim, vamos? Para a cozinha conheço uma criada que trabalhou no castelo durante minha infância. Meu irmão não morre de amores por ela, porém a tolera. E é uma ótima cozinheira.
Cavalgaram durante horas para chegar à aldeia, onde conseguiram com muito esforço, contratar Carmen - a cozinheira que Emmett havia mencionado - e mais dois criados para limparem o castelo. A reputação do marido de Isabella Swan era tão forte que praticamente ninguém da aldeia queria trabalhar no castelo do Sinnerman.
Na volta tranquila para casa, Isabella admirou a propriedade que agora era sua. Próximo ao castelo não havia flores, de fato, ou árvores frondosas. Porém, distante dele, a paisagem era estupenda. Diversas flores de diversas cores, árvores imensas, e um grande campo de grama.
— Onde está minha... esposa incontrolável? - o pecador perguntou, demonstrando pouco interesse e muito esforço em pronunciar a palavra "esposa".
— Ela saiu, milorde. - respondeu Eleazar. Sinnerman olhou para ele fixamente durante o que pareceu ser uma eternidade. Aquela mulher insolente... Quem achava que era? Matariam-na ou pior, e ele teria o trabalho de informar à família.
— Sozinha? - Eleazar sentia que se fosse possível, seu rosto teria sido queimado com o olhar de seu senhor.
— Não, milorde. Na presença de lorde Cullen.
Sinnerman apenas levantou e se dirigiu as escadas, até o seu aposento. O que teriam ido fazer seu irmão e sua esposa? Era sabido que Emmett desejava-a, não só a ela, mas a qualquer mulher que aparecesse em sua frente. Não teria aquela mulher uma gota de lealdade? Pelo visto, não.
De lá, ficou olhando pela janela os dois pombinhos retornarem. Quando fizeram, ele avistou ela em seu cavalo e Emmett em seu. Separados. Estranho. Devia ser para manter as aparências. Espere um pouco... Aquele era seu cavalo em que ela estava montando? Sin¹ não deixava ninguém além dele montá-lo. Ótimo, até seu cavalo caiu nos encantos da senhora medíocre e falsa que ali se fazia presente.
Sinnerman dirigiu-se ao salão, encontrando-se com Isabella e Emmett rindo de alguma coisa que ele não se importava.
— É o cavalo mais mansinho que já vi. - comentou Isabella com seu irmão.
— Sin só foi calmo com duas pessoas até agora. Três com vossa senhoria, - Emmett a respondeu.
— Estranho. Acho-o muito amoroso. - ele não pôde deixar de notar o tom adorável que era sua voz. Ele não podia deixar de notar muita coisa sobre aquela mulher, de fato. Mas por quê? E, Sin amoroso? Ela deve ter perdido o pouco de juízo que possuía.
— Ah, santo pai, - exasperou Sinnerman cansado de ouvir o quanto seu cavalo era uma égua carinhosa. Os criados em volta assustaram-se com o mero pronunciamento de seu senhor. Afinal, quem era o pai a que ele referia-se? O diabo?
Esta mulher nunca calava a boca, observou Sinnerman.
— Carmen, prepare um delicioso guisado de carne com legumes para o jantar. - ordenou Isabella. Seu marido olhou para a cozinheira e a reconheceu, porém fingiu que não e subiu novamente para seus aposentos.
Que homem impossível... E inalcançável. Nada parecia afetá-lo. Isabella não conseguiu conter a súbita tristeza que sentia. Desde pequena, sonhara com um casamento rodeado de seus entes queridos, e principalmente de um homem loucamente apaixonado por ela. Assim como ela seria por ele. Consumariam o casamento na noite de lua de mel e em breve teriam filhos lindos que correriam pelo castelo.
Não. Não fora isso que o Senhor Deus havia escolhido para ela. O destino era imutável. E o de Isabella era passar o resto da vida ao lado de um homem que a desprezava e que podia matá-la durante o sono a qualquer momento. Isso se dormissem juntos, o que não acontece.
Lágrimas solitárias escorregavam pelo rosto alvo de Bella, que agora encontrava-se no quarto de banho. Ao menos, continuaria cuidando de sua aparência e de sua mente. Se fosse para ser solitária ali, que fosse uma bela e inteligente. Depois de sair da banheira, passou uma colônia natural, que seu pai tinha dado de presente da França no seu aniversário dezesseis anos. Agora, ela tinha dezenove e fazia dois anos que ele tinha partido desta vida. A mãe já tinha partido há dezoito anos, durante o parto de seu irmão, Beaufort Swan. Que Deus tenha ambos.
Quantos pensamentos sombrios e tristes! Isabella sacudiu a cabeça na esperança de esquecer tudo aquilo. Iria colocar um lindo vestido e Maggie faria um belo penteado nos seus cabelos. Desceria para o jantar e fingiria que o castelão não era seu marido. Seria como se estivesse em casa.


Sinnerman não podia negar que fora o jantar mais delicioso que já houvera provado. Dava para perceber que tudo era fresco e de boa qualidade. Não negaria, muito menos admitiria. Um elogio bastava para encher Isabella Swan, sua esposa, de pernas. Pelo menos para ser uma boa castelã ela serviria. Sempre fadado à solidão, como Sinnerman acreditava que era, não pensava nunca que iria casar-se. E lá estava ele, com uma estranha a sua frente na mesa de jantar colossal.
— Gostando do jantar, marido? - provocou Isabella. Estava brincando com o mal, definitivamente.
— Está comestível, - Isabella levou os olhos ao branco. Seu marido era impossível. - Vinho. - ele ordenou e pobre Eleazar veio correndo quase tropeçando nos próprios pés. O pobre mordomo faltara lamber os pés de seu senhor, e este nem olhava para ele. Isabella suspirou.
— Obrigada, querido. - ela disse gentilmente após o mordomo servi-la. Sinnerman conteve o impulso de revirar os olhos na mesa do jantar. Essa falsa gentileza não enganava a ninguém.
— Então, meu marido, - Isabella pronunciou com vontade aquelas palavras. Sinnerman sentiu a intensidade dela. - Aqui existe uma biblioteca? - indagou-lhe e ele apenas consentiu. - Hum, ótimo! Irei mandar limparem-na amanhã. Com certeza tem bichos das maiores profundezas lá, imagino. Não é o mais limpo dos castelos.
— Não é. Se quiser ir embora pode ir. A porta está aberta. Posso até enviar uma carta para meu amigo Allistair dizendo que preferes Aro como marido. Como desejar. A senhora pra mim aqui tanto faz. - Isabella sentiu o mal naquelas palavras proferidas pelo seu marido e sabia que era intencional. Ele queria magoá-la ao falar-lhe tantas coisas horrendas.
— Se der-me licença. - pediu Isabella levantando-se da cadeira. Ele consentiu e ela foi para os aposentos. Trancou-se lá e chorou até a lua sumir do céu. Não tinha feito nada à ele para ser tratada dessa forma!
Seu marido sabia que tinha magoado-a. Podia ver a dor nos olhos castanhos da mulher. Era melhor assim. Não merecia companhia de uma mulher. Não desde que matou sua irmã. Não merecia companhia de quem quer que fosse. Era um monstro e sabia disso. Sabia que deveria ficar sozinho pelo resto de seus dias miseráveis. Era o seu destino.

 

Sin: em português significa pecado.


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Notas finais do capítulo

Gente, vcs estão gostando da fanfic? Ou tá ruim? Perdão se tiver muitos erros.
Comentem o que acharam desse capítulo e o que esperam do próximo!



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