Sinnerman - Os Irmãos Cullen - Vol. 1 escrita por Mari


Capítulo 13
Beaufort


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito, mas como minha cidade é menos desenvolvida que a propria Forks, minha internet é um lixo.
Boa leitura amores!



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Querido irmão,
É com imensa alegria que convido a vós para visitar meu novo lar, no baronato dos Cullen, em Olympia. Desejo do fundo de meu coração vê-lo e ter conhecimento sobre a atual situação de Bridgetown.
Com amor, de sua irmã,
Isabella Cullen, baronesa de Olympia, Inglaterra

 

Beaufort Swan leu a carta com uma mescla de alegria e confusão. Não ouvira falar boas coisas sobre a família da irmã mais velha. Ainda assim, não importava. Precisava visitá-la.
— Jacob? - chamou pelo fiel amigo de infância, que encontrava-se no grande salão bebendo um pouco de vinho. Ele estava devastado com o casamento de Isabella, Beaufort podia perceber. Nunca demonstrou que interessava-se pela irmã dele, entretanto, após anos e anos de convivência era óbvio. Ainda assim, com tanto sentimento resguardado no peito, lorde Black nunca desrespeitou ou pelo menos cortejou a moça. Até aconselhara ela a obedecer seu rei, na noite em que foi ordenado o casamento arranjado. - Viajarei por uns dias, irei visitar minha amada irmã. Apreciaria se acompanhasse-me, porém preciso deixar o castelo com alguém confiável durante alguns dias.
Os olhos de Jacob brilharam intensamente. Pensou por um tempo.
— Posso pedir ao meu pai, Billy, para zelar pelo castelo e seus interesses enquanto estivermos fora. - respirava intensamente, apenas com a menção de Isabella naquela noite.
— Confio demasiadamente em teu pai. Poderei deixar tudo sob o comando dele. Partiremos amanhã cedo. Estejais pronto. - ordenou o menino que precisou se tornar homem em pouco tempo.
Agradecia mentalmente todos os dias à sua irmã mais velha por tê-lo ensinado tudo sobre ser o proprietário das terras. Ainda que acabasse de completar dezessete anos, Beaufort tinha sido obrigado a transformar-se em um senhor responsável, honroso e batalhador.
Treinava desde novo para ser um nobre soldado, entretanto o destino surgiu com a morte de seu estimado pai e em seguida com a partida da irmã, fazendo com que o seu futuro fosse ser um suserano e não um guerreiro.

***

 


— Isabella? - chamou Sinnerman sacudindo-a pelos ombros levemente. Já havia despertado e estava encarando as suas vastas terras pela janela do aposento quando viu um homem que, mesmo não conhecendo-o tinha que ser o irmão de sua esposa.
Agora, o homem com o tronco despido, estava sentado ao lado da morena, tentando acordá-la.
— Querida? Seu irmão acaba de chegar em nosso castelo. - ele disse e subitamente ela abriu o mais lindo dos sorrisos. Se devia ao tratamento carinhoso que ele referiu-se a ela, a chegada de seu irmão e a menção de "nosso castelo". Ele quase sorriu também ao olhá-la assim. Sua mulher estava entrelaçada com um lençol de tecido delicadíssimo, que havia comprado naquela feira. As madeixas estavam aleatoriamente repousando nas peles da cama, enquanto o rosto dela era iluminado pela janela. Lábios tão rosados que chegavam a ser extremamente convidativos.
— Que notícia estupenda! - berrou sentando-se rapidamente. Sinnerman riu. - Bom dia, meu marido. - desejou com mais um sorriso e o abraçou. O cheiro masculino que emanava de Edward a fez suspirar. Era o melhor aroma do mundo inteiro. De homem. - Vou banhar-me rapidamente. Dá-me o enorme prazer de sua presença em meu banho?
— Acordei a algum tempo e já banhei-me. À noite junto-me a ti num banho quente. - disse e a beijou na testa. Impulsivamente, ele era carinhoso com ela. Não sabia ser assim com ninguém, todavia a doçura sincera de sua mulher o ensinava aos poucos. E ele, assim como tudo, não percebia isto.
Isabella tomou um banho breve e colocou um vestido cor de vinho, para recepcionar bem o irmão. Era a cor do estandarte Swan. Sorriu e colocou duas insígnias no vestido. Uma de um leão e os seus trevos, brasão dos Cullen, o outro, um lindo cisne, representando o animal que dava o nome a casa Swan. Edward, no seu aposento, optava como sempre, pela túnica preta. Era sempre com aquela cor que era visto, o que inicialmente dava a impressão de que ele era um sacerdote, pois só eles usavam preto durante todos os dias.
Chegando ao pátio para recebê-los, Isabella correu em direção ao irmão, que a pegou de braços abertos. Riram e abraçaram-se muito. Edward comparou. Eram quase idênticos. Mesma cor de cabelo, pele, a forma de falar e até de rir era a mesma. Os olhos, entretanto eram os opostos. Beaufort tinha olhos menores que os da irmã, da cor do oceano. Entretanto, esta parecia ser uma das poucas diferenças. Esculpidos em Carrara¹. Também não deixou de notar o homem atrás deles. Provavelmente, era apenas cinco centímetros mais baixo que Sinnerman. Tinha a cor morena e cabelos e olhos incrivelmente negros.
— Jacob! - ela abraçou o homem. Em seu âmago, Edward entristeceu-se. Não gostava de saber que ele não era o único que a fazia sorrir e saltar em cima dele.
— Olá, Bells! - chamou pelo tratamento que Sinnerman presumiu ser dado durante a infância. Nunca a chamaria daquilo.
— Bem, este é meu marido, lorde Cullen. Marido, estes são Beaufort Swan e Jacob Black, de Bridgetown. - disse ela sorridente, optando por não dizer o primeiro nome do esposo. Jacob avaliou o homem. Apesar de internamente estar consternado de ciúmes e confusão, externamente Edward transparecia ser um poço de calmaria e mistério. Os olhos apertados e o cenho levemente franzido demonstrava uma intrepidez que aqueles convidados nem imaginavam que ele possuía.
Edward estendeu o braço e apertou as mãos de lorde Swan e lorde Black.
— É um tremendo prazer recebê-los aqui em minha propriedade. São família e amigo de minha esposa e agradaria-me muito que fizessem-se à vontade. - desejou Sinnerman educadamente.
— Agradecemos a hospitalidade. - Beaufort murmurou cordialmente, porém sabia coisas daquele homem que receava que sua irmã não soubesse.
— Eleazar, acompanhe os senhores aos seus aposentos. - disse ao mordomo e ele assim o fez.
— Estranho... - Isabella especulava com o marido, enquanto andava de volta para o castelo de braços dados a ele. - Beaufort é sempre simpático, amigável... não sei o que acontecera ali. Deveis perdoar meu irmão. - desculpou-se ela pela frieza do parente.
— Ele apenas deve ter conhecimento das batalhas que travei por Alistair, ou de algumas mortes que causei. Certamente, memoráveis. - sorriu com escárnio.
— Bom, o que importa é que te remetas respeito. Ele é um convidado no nosso castelo e nos deve gentileza. Serão ótimos dias aqui. - sorriu otimista.

***

Após o jantar, Sinnerman isolou-se em uma grande poltrona da sala de estar, bebendo um pouco de rum. Próximo a ele, de pé, conversavam Beaufort e Emmett, que já pareciam amigos de decádas. Mais longe dali, Jacob e 'Bells' - ele levou os olhos ao branco pelo ridículo apelido - conversavam num diálogo que Edward apostava ser muito interessante. Não que ele se importasse.
— Eu o conheço. É chamado de Sinnerman. - Jacob sussurrava a uma Isabella entediada. - Como dormes com este homem todos os dias? Não tens medo que mate a ti também? É sabido em toda a Inglaterra que ele além de assassinar brutalmente vários homens, matou à irmã e aos pais adotivos! - bradou ele baixinho.
— Tenho conhecimento do passado infortuno de meu marido, Jacob. Não o temo, jamais o temerei. Confiaria minha vida à ele, - sobressaltou-se ela e baixou o tom quando notou que podia ser ouvida. E fora, pelo marido que estava sentado próximo dali, de costas para ela. Ele sorriu torto com a confissão sincera da morena. - Estás dormindo debaixo do teto dele, pelo amor de Deus. Talvez queira mostrar um pouco de respeito.
— Isabella, perdoe-me. - tocou sua mão. - Não queria magoá-la, porém compreendes que estou preocupado com a tua segurança? - indagou angustiado.
— Não há nada com o que se preocupar, lorde Black. - Edward afirmou surpreendendo os dois amigos ali. - Porém estimo que o faça. É bom saber que minha esposa tem amigos fieis que realmente arriscam-se por seu bem estar.
— Estou arriscando-me? Isto é uma ameaça? - Jacob inalou o ar ali, sobressaltado.
— Perdoe-me se não fui claro, amigo. Não menciono obrigatoriamente a esta situação. A outras, com certeza já se arriscou pela vida de Isabella, não é mesmo? - questionou indo para o lado da esposa.
— Arriscaria minha vida por ela. - defendeu-se o homem de olhos negros, agora mais calmo.
— Bom. Fico feliz.
— Vamos todos conversar na sala de estar? - sugeriu Isabella, querendo melhorar a atmosfera tensa dali.
Todos foram para o grande sofá coberto por peles negras, que estava de frente para uma lareira. Conversaram sobre guerras e soldados principalmente. As da última década, Edward havia estado em todas.
— Não posso acreditar em tal coisa! - exclamou Beaufort. - Esteve nesta também? - indagou referindo-se a batalha mais época que o reino já vira, que provocou a ascensão de Alistair, o atual rei. Isabella sorriu ao ver que o marido cativava o seu irmão.
— Foi a minha primeira. - Sinnerman respondeu com um olhar distante.
— Salvou a vida do rei Alistair. - afirmou Jacob o que ali não sabia o casal de irmãos. Edward não o respondeu.
— De fato, sim. - Emmett respondeu pelo irmão. - Posso contar, irmãozinho? Adoro esta história. - pediu permissão e Edward deu de ombros. - Então. Meu irmão treinava a alguns anos, talvez quatro? Sim, sim, acredito que quatro... E bam! Aquela era sua primeira batalha. Jogaram-na para ele de repente. Ele era do lado a favor do Rei, claro...


O caos banhava aquela noite escura e fria, no litoral inglês. Ventanias fortes e pingos de chuva começavam a cair. Edward estava um pouco nervoso, afinal lutaria pela primeira vez no que poderia ser a maior batalha do século, poderia morrer nela. Porém, ali, aos dezessete anos, depois de quase quatro anos sendo espancado, humilhado e rechaçado, não restava mais medo. Que morresse. Salvaria ele do sofrimento que era ser um escravo de guerra, rodeado de piratas e guerreiros sujos. Que vivesse. Continuaria na realidade que acostumou-se a anos.

Batalharam por horas, fadados ao cansaço e a fome. Era cruel, porém a adrenalina corria nas veias dos sobreviventes. Sinnerman sorriu ao ver vários mestres mortos. Ainda que todos fossem treinados para lutar pela Inglaterra e o digno rei, ele gostava de ver alguns que maltrataram-o durante anos.

Por sorte ou talvez sua própria competência, Edward fora apenas golpeado abaixo das costelas, num leve corte. Estava gostando daquela experiência. Matar monstros como aqueles que referiam-se ao mestre dele era satisfatório.
Foi quando viu um homem alto de cabelos loiros e longos, com a insígnia real. Era ele, o que tomava o trono que lhes era seu por direito. Alistair. Infelizmente estava prestes a ser um simples corpo sem sua cabeça, pois um soldado estava direcionando-se por atrás dele com a espada. Edward foi mais rápido do que o destinado a rei. Eram muitos querendo matar Alistair. Estavam perdendo. A guerra estava quase perdida.
Salvou a vida de Alistair que, seria eternamente grato a ele e junto com poucos homens ele assassinou todos os inimigos que se opunham a ele. O rei estava mais que impressionado. Aquele soldado não passava de um garoto, porém podia ver que não havia emoção nos olhos e matar era incrivelmente fácil para ele. Como se fossem outros animais.
Após tudo terminar, a chuva forte banhava o grupo que restara ali. Gritaram, ainda que estivessem esgotados, que Alistair era o rei deles. Porém, este, olhava para o menino de olhos obscuros a sua frente. Um menino salvara-lhe a vida e seria rei por suas ações e sua existência ali. Ele nunca fora um homem de misericórdia e gratidão, nunca fez ações benéficas para aqueles que o serviam. Entretanto, queria fazê-las por aquele garoto.
— Diga-me o que desejas e será seu. - ofereceu ele, em um gesto de gratidão. Um homem dentre milhares deitados ali tentava se levantar, arfando. Edward viu que não tinha chance alguma de sobreviver, foi até lá e cortou sua garganta. Um ato de beneficência.
— Quero a minha liberdade apenas. - disse o garoto guardando a adaga.
— A terá. Porém ela é pouca para o que acabara de fazer. Estou aqui porque existes e, por isto, a partir de hoje terá terras pelo reino inteiro e quantas libras desejar.
— Obrigado. - murmurou o menino. Não parecia interessado em tudo que acabara de ganhar. Só queria fazer honra a sua espada até o último suspiro de sua vida.

 


Os convidados e a própria Isabella tinham expressões de surpresa. O quanto o seu marido já havia passado?
— Uau. És realmente um assassino. - estaria Jacob provocando-o? Cogitava Isabella. Edward por outro lado gargalhou. Não parecia importar o comentário daquele miserável. Um leão não se importa com a opinião de um cordeiro.
— Matei mais homens do que possa contar, garanto. - disse divertido, porém sabia exatamente como afetá-lo. - Está tarde, receio. Aconselho a todos que tenham uma boa noite de descanso. Tiveram uma longa viagem e a cama é confortável e aquecida. - olhou para Isabella, com a mão estendida, esperando-a.
— Boa noite irmão. - abraçou saudosista, o irmão. - Jacob. - despediu-se dele com um sorriso e pegou a mão do amado.
— Desejas aquele banho ou estás demasiada cansada para ele? - questionou ela no ouvido. Ela riu.
— Um banho rápido por favor e uma noite de sono. - ela disse e ambos perceberam que a dama estava muito cansada. Passos lentos, olhos extremamente pesados e bocejos contínuos. Edward pôs a mão na cintura da morena, preocupado que caísse ao subir as escadas com tanta dificuldade.
Ele a tirou o vestido e os restos de roupas e sentou-se na banheira cheia de água morna. Isabella sentou entre as coxas grossas, calorosas e firmes do marido, apoiando a cabeça no vão do ombro e pescoço. Sinnerman passou a bucha por todo o corpo belo e formoso da esposa. Enxaguou-a e percebeu que a mesma ressonava tranquilamente em seu peito. Como não? Era tão quente e confortável. Ele sorriu e tentou tirá-la dali sozinho. Quase não obtivera êxito.
Levou-a no colo, nua, para o quarto apressadamente. Ela poderia resfriar-se sem as peles. Deitou-a na cama e cobriu aos dois com as peles espessas e quentes. Dormiram agarrados um ao outro e cada parte dele encaixava-se perfeitamente nela. E não havia nada melhor que isto.

— Admiro-te tanto, marido. És o melhor homem que já conheci. - confessou a esposa durante o sono e Edward sorriu entre os cabelos dela. Podia sentir a sincera devoção a ele. Nada o assustava nem o alegrava mais que isso.

 

1: Esculpidos em Carrara é a expressão original que gerou a “esculpidos e escarrados”, que é utilizada para enfatizar o quanto duas pessoas são semelhantes.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Odiaram? Quero interação ein!!
Comentem e recomendem por favor, me ajuda muito e me inspira tambem!
Até a próxima