A tarde estava mais cinza do que o habitual para a cidade de Cork nessa época do ano, e chovia mais do que esperado também.

Para todas as pessoas isso era normal, mas Emily sabia que era devido aos vários ataques dos Feiticeiros Negros e da procriação dos Drugal, seres malignos sem alma que roubavam as almas de seus inimigos, eram comandados ultimamente pelos Feiticeiros Negros, mas normalmente eram propriedade do Governo Mágico da Irlanda.

A menina tivera um sonho, uma espécie de visão, e estava indo o mais rápido que podia para avisar ao responsável pela visão do que aconteceria.

Emily Evans, uma menina de vinte e cinco anos, um e sessenta de altura, branca, cabelos pretos compridos até o meio das costas e olhos verdes, não era uma irlandesa comum, ela era uma maga, e uma das mais poderosas para a sua idade, ela era uma das policiais do Governo Mágico e nos últimos meses estava trabalhando em tempo integral para a Ordem dos Cavaleiros de Dragões, uma organização secreta de bruxos, magos, feiticeiros brancos, air valiers, dracovaliers e hunters, que lutavam contra a ascensão de Kol Hensfeld, um dos maiores Feiticeiros Negros que a Cork mágica já ouvira falar.

A menina finalmente viu a casa a qual estava procurando e correu mais do que conseguia para chegar lá à tempo, então ela bateu desesperada na porta.

O dono da casa, um homem alto, branco, cabelos castanhos até um pouco abaixo dos ombros, que costumavam estar sempre presos em um rabo de cavalo com uma fita preta, olhos pretos como ônix brilhantes, roupas pretas de couro, como um cavaleiro e de expressão séria foi atender a porta.

Assim que ele abriu a porta, não acreditava no que estava vendo: a garota mais insuportável que ele já conhecera desde Katherin Nomatt.

— Eu não acredito Evans, o que está fazendo na minha casa? - o homem disse irritado.

— Aaah graças a Odin você está em casa… Preciso falar com você! - a menina falou ensopada debaixo da chuva, tremendo de frio e batendo o queixo.

— O que você quer? - o homem insistiu sem paciência.

— Será que posso entrar? Está muito frio aqui fora. - a menina disse tremendo ficando visivelmente roxa de frio.

— Tente não molhar meu piso Evans. - ele disse irritado com a menina enquanto dava passagem para ela entrar.

— Claro… - ela disse contrariada e assim que passou por ele, foi passando as mãos pelas roupas, cabelos e pés e foi se secando e se aquecendo instantaneamente. - Bem melhor…. - ela falou sorrindo e olhando para o homem que continuava parado na porta irritado. - Aaah tá bom… Credo Valério, você não consegue ser agradável nem por alguns minutos? - ela falou se irritando com a cara feia do homem.

— Com você? Nunca. - ele disse. - Mas anda logo Evans, o que você veio fazer aqui na minha casa. - ele insistiu novamente começando a perder a pouca paciência que tinha.

— Vim avisá-lo que Izaach CoohWood está vindo até aqui tentar fazer você aceitar a trabalhar para ele, usando todos e quaisquer meios que ele possa ter contra você. - ela disse séria olhando para seu ex-tutor e companheiro de Dracovalier.

— Como você sabe disso garota? - ele perguntou desconfiado.

— Porque eu trabalho no mesmo lugar que o CoohWood e eu ouvi ele dizendo isso para o Graves? - ela falou irônica, mas sabia que era mentira, mas se ela contasse de sua visão, ele jamais acreditaria nela.

Houve um minuto de silêncio, em que Valério pensava no que fazer e se deveria acreditar na segunda pessoa que tirava seu sono.

— Tudo bem, recado está dado, hora de você sair da minha casa. - ele disse sério e fazendo a menina ir para porta, pegando-a pelo braço.

— Nossa, você é realmente insuportável Hoorsmore. - ela falou brava saindo da casa dele para a chuva torrencial que caía e colocando o capuz  para tentar se molhar menos, o que era impossível.

— Obrigado. - ele disse com sua cara fechada e fechou a porta antes de a menina sair da frente.

— Grosso. - ela falou para a porta fechada e saiu andando de volta para a sua casa.

Chegando em sua casa, Emily foi direto para um banho quente relaxante.

Enquanto isso, Valério Hoorsmore estava sentado em seu sofá, bebendo uma dose dupla de Whisky e pensando no que Emily fora lhe avisar e o porque de ela ter o feito.

Valério tinha um passado que nem todo mundo conhecia, apenas alguns poucos bons amigos e Emily, o que deixava o homem muito irritado, pois ela ouvira ele conversar com um de seus amigos: Devon; desde então, ele não suportava a menina e tentou de tudo para fazer ela desistir de ser uma dracovalier mas sem sucesso.