A Noble Relationship escrita por The heiress of Time


Capítulo 2
Introduz-se uma introdução


Notas iniciais do capítulo

OLÁ!
Primeiramente queria agradecer o review da Missy Saxon que além de ter o melhor user ainda colocou essa fanfic nos favoritos ♥

Com isso, aproveitem esse novo capítulo o



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Se alguém, por algum motivo ainda desconhecido no universo, quisesse saber como o diabo dessa história começou — e realmente seria algo terrível, aqueles dois foram brilhantemente desprezíveis, de verdade —, as partes envolvidas na história (especialmente o Doutor e a Louise) teriam que arranjar uma desculpa, mentir como se conheceram.

Eles possivelmente diriam que se conheceram em uma livraria, em uma escola ou até mesmo em um cemitério, num belo dia de outono, rodeados de folhas amarelas e vermelhas que caíam das árvores e do calor do sol que esquentava os seus corações.

Há! Porcaria nenhuma.

E o Doutor provavelmente se lembraria melhor daquele dia do que Louise, ou melhor que eu mesma, reles escritora. Ele se lembraria de todos os detalhes, se não tiver decidido excluir o encontro dos dois para dar espaço para ainda mais receitas de bolos.

O dia que o Doutor e Louise Noble se conheceram não era um dia ensolarado, nem de longe. Chovia naquele dia, assim como chovera pelo resto da semana, e o local não era um dos melhores: uma passarela.

E sim, eu sei bem, antes que me venham com reclamações, uma passarela num dia chuvoso não tem nada de errado. Mas não era o local, e nem o tempo, foi o conjunto da obra, a circunstância, e o que cada um deles disse — e tanto tempo depois ainda me pergunto como caralhos eles foram tão estúpidos?!

Agora, sigamos para assuntos mais importantes.

O dia no qual os dois se conheceram foi um dia atípico para todos. O Doutor — pobre, solitário, estúpido Doutor — estava bem puto das calças, mandando todo mundo ir chupar um canavial de rola. Com Clara semi-morta e semi-esquecida, Missy perdida em Zeus-sabe-onde e River virtualmente enviada para a própria morte, ele não poderia estar mais infeliz.

Complete isso com a Tardis que decidira o chutar para um lugar qualquer, num ano qualquer, para ajudar uma pessoa qualquer a resolver um problema qualquer, e é uma receita para desastre.

Logo, é inútil dizer que ele estava bem desinformado.

Tudo bem, sem problemas, o caso era provavelmente muito simples, talvez algum alienígena que morrera pela própria estupidez, mas que os cabeças de pudim não conseguiam resolver justamente por terem pudins multi-saborizados no lugar dos cérebros.

Yikes.

E por ser um caso envolvendo aliens que necessitava da ajuda dele, era óbvio de se esperar uma confusão no local, ou pelo menos a polícia, ou o exército… Ou até Sherlock Holmes, se fosse bizarro o suficiente!

Mas não.

Não, não. Tudo o que ele encontrou na passarela, naquele maldito dia chuvoso (e péssimo para sair de casa sem casacos, como eu fiz), foi uma garota, ou pelo menos o que parecia ser uma, a julgar pela figura diminuta e roupas femininas, mas isso era realmente tudo que ele podia ver, já que o resto estava escondido por um guarda-chuva vermelho.

Ele também pôde ver que ela era mentalmente deficiente, já que o modo da garota segurar o guarda-chuva apenas assegurava que a água atingisse-a na cara. E ao se aproximar, ele percebeu que ná realidade ela estava olhando lá para baixo — e quando eu digo baixo, eu digo lá em baixo mesmo —, encarando o tráfego (ou falta dele, nesse caso). E bem, mesmo com o rosto dela virado, ele podia muito imaginar o que uma pessoa estaria pensando ao olhar para baixo de um viaduto.

E sendo sincero, o Doutor estava tão puto da vida que quase deixou a menina sozinha para encontrar o que é que fosse ao pular — o que no caso seria o próprio corpo esparramado e todo quebrado no asfalto.

Mas algo — ele até hoje não sabe de fato o que foi, mas também se recusa a dizer que foi destino — o fez se aproximar da figura solitária, que ainda não havia percebido nada, e dizer o que definitivamente seria o início de um péssimo relacionamento.

Então prestem atenção, e é bom anotar num caderno para não esquecerem nunca como não iniciar uma conversa.

As primeiras palavras do Doutor para a própria filha (não que ele soubesse quem ela era na época) foram:

— Sabe, se você quer realmente se matar, escolha outro modo — ele disse — porque esse só vai ser bagunçado e vai causar um tanto de problemas para quem ficar vivo.

Em algum lugar do submundo, Jane Austen se retorce, horrorizada.

Ele podia finalmente olhar o rosto da garota direito, e acabou se deparando com… Bem, parecia ser uma face muito jovem, talvez ainda na adolescência, com cabelos escuros e olhos que o faziam se lembrar de alguém que ele não tinha certeza quem era.

E a coitada da Louise, que só agora percebera que tinha alguém — com um olhar meio raivoso e vestido de mágico — a encarando com certa expectativa, tirou os fones de ouvido, virando o rosto de lado, confusa:

Me matar? Quê?

Percebendo o faux pas que havia cometido — afinal de contas, ele não era assim tão tapado —, o Doutor deu seu melhor sorriso ‘picolé de chuchu’: sem graça e meio aguado.

— Eu não quero me matar. — disse Louise, decisivamente — Eu estou olhando para um cadáver.

No mesmo local do submundo, Jane Austen decide retornar para a Terra, descompensada e desesperançosa do destino da humanidade, a julgar pelas conversas insossas e bizarras acontecendo.

E permanece o debate sobre o que é pior: falar sobre suicídio ou sobre observar cadáveres?

Conseguem ver agora porque há a falta de qualquer sentimento agradável sobre a situação? Não? Ok, ainda piora.

— Quer dizer, eu estava pensando, — recomeçou a garota, tentando não parecer tão estranha assim — ‘se eu fosse um alienígena, por quê eu me mataria pulando de uma passarela?’

Nailed it.

— Você está com a… Qualquer Coisa, certo?

Ela concorda com a cabeça.

— UNIT, sim. E você é?

— Doutor… Basil Disco. — respondeu o senhor do tempo, decidindo contra dizer que era “O Doutor”, afinal de contas, sabe-se lá o que as pessoas falam pelas costas — Creio que a Martha mandou me chamar…?

— Ah, sim! Ela falou de um doutor, sim.

Ela apontou para as escadas, começando a andar na frente dele, confiante em suas galochas amarelas.

— Aliás, meu nome é Louise, não que seja realmente importante, mas…

Juntos, eles desceram em direção à equipe da UNIT, que estava reunida em volta de um corpo claramente alienígena.

Colocando os fones de volta, a humana assistiu com uma curiosidade diluída enquanto o tal doutor Disco cumprimentava Martha Jones. Eles parecem se conhecer, ela pensou, balançando a cabeça de um lado para o outro enquanto o refrão de “Pools” terminava.

— Martha, — ela começou, se aproximando levemente do par — onde eu posso ajudar?

Sorrindo de forma decididamente não natural, a doutora deu suas instruções para a pequena humana, observando enquanto esta se distanciava deles, pronta para ajudar os outros peritos a analisarem a cena do caso, fazendo anotações em um caderno arrancado da bolsa que carregava.

Apenas após Louise se afastar, Martha virou-se para o Doutor, com seu sorriso falso ainda seguramente plantado no rosto.

— Você mudou bastante. — ela apontou inutilmente.

Com um aceno de cabeça curto e impaciente, o senhor do tempo virou os olhos para o cadáver ainda estirado no chão.

— Podemos?

E com cuidado, ele começou a fazer suas observações no corpo, navegando a sonic screwdriver pelo comprimento do alienígena, listando espécie, idade e causa de morte com facilidade e rapidez. E ele até considerou uma análise mais incisiva, antes de perceber que Martha continuava plantada no mesmo lugar de antes, sem sequer se mover para registrar ou observar o que o Doutor estava fazendo.

Naquele momento o senhor do tempo finalmente percebeu que tinha algo errado em toda a situação, porque se havia algo que ele lembrava muito bem era a total eficiência e capacidade de Martha, independente da situação.

Levantando de seu lugar no chão, o Doutor seguiu o olhar da médica com os próprios olhos, franzindo suas sobrancelhas de ataque ao perceber que ela observava a tal garota humana com zelo e uma quantidade considerável de trepidação no olhar.

— Martha, vocês já haviam resolvido isso aqui, não?

— E-eu… Sim, já.

Guardando a sonic, ele caminhou até a ex-companion, tentando entender o que ela queria com ele.

— Martha, — ele chama novamente — quem é a garota? A que me trouxe até aqui?

— Louise Noble, — Martha respondeu, estalando os dedos da mão — mas ela prefere Lou.

— Sim, ela me falou o nome.

Alarmes começaram a soar no cérebro dele à menção do sobrenome Noble, corações contraindo perigosamente. Teria algo relacionado à Donna acontecido?

— Lou, — chamou a médica, fazendo a garota se virar — já está tarde, você devia ir para casa!

A menina concorda com a cabeça, guardando as coisas na bolsa, aparentemente já acostumada a esse tipo de tratamento.

O Doutor assiste curioso enquanto a garota dá um abraço em Martha, lança um adeus rápido para ele mesmo e parte na tarde chuvosa, sem nenhuma preocupação no mundo.

E mesmo sem saber, o Doutor havia acabado de conhecer a própria filha, que agora partia, tão ignorante desse fato como ele próprio.

Mas Martha Jones sabia. Sabia há muito tempo e, com os dois se conhecendo, não podia os deixar no escuro assim.

Com um chamado, o Doutor foi ao encontro da ex-companion, e naquele momento ele podia quase ver que o que é que fosse, não eram boas notícias.


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Notas finais do capítulo

Espero muito que tenham gostado!
Se sim (ou não, não sei, isso é tipo sessão de comentários do youtube, yolo) deixa aquele review maroto, ou um acompanhamento ou um favorito, quem sabe ~.~
Qualquer coisa, podem me mandar uma DM ou me seguir no twitter @Pterodactiloren
Beijos e até o próximo! o/



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