O pequeno James Potter estava muito animado para ir ao parquinho trouxa junto a seus pais. Além de ter um playground repleto de brinquedos, também havia um outro motivo para que ele gostasse tanto da pracinha. Uma garotinha de cabelos ruivos e olhos incrivelmente verdes tinha chamado sua atenção.

Ele não entendia o que era aquilo. Só sabia que adorava vê-la brincar com as outras crianças, sentia um grande desejo de defende-la quando aquela outra garota loira a chamava de aberração e, é claro, tinha ciúmes da amizade que ela tinha com aquele menino estranho e narigudo.

Mas naquele dia James estava determinado a falar com ela.

Seu pai mal terminou de estacionar o carro e ele já tinha pulado para fora. Seus olhos rapidamente percorreram o local até encontrá-la. A ruiva estava sentada em um banco. Ela segurava um caderno e rabiscava alguma coisa. A uma pequena distância, estava aquela loira. Dando uma olhada nela, James achava que a cara dela parecia a de um cavalo.

A loira estava rodeada de três meninas. Ela cochichava algo enquanto as outras riam. James sentiu o sangue ferver. Elas estavam falando mal da ruiva e isso, aparentemente, a afetava. Ele percebeu que ela falhava em segurar as lagrimas.

James lançou seu melhor olhar de ódio para as garotas e se sentou do lado da ruiva.

— Oi. — Disse, e esperou que ela respondesse, o que não aconteceu — Eu sou James, James Potter. E você?

Ele estendeu a mão.

A garota finalmente olhou para ele com seus lindos olhos verdes.

— Lily — Disse quase num sussurro. Limpando as lagrimas ela apertou a mão dele ­— Lily Evans.

A loira e as outras fizeram cara de nojo.

— Eca! — Exclamou a loira — Como você tem coragem de pegar na mão dessa anormal?

— Estou pegando na dela, não na sua! — Rebateu James.

Lily deu uma risadinha.

— Qual é a dela? Por que pegam tanto no seu pé?

— Petúnia e suas amigas me acham estranha, porque consigo fazer algumas coisas.

— Que coisas? — Perguntou James interessado.

Ela hesita por um momento e coloca sua mão na grama.

— Ok, não se assuste. ­— Pediu Lily.

Ela fechou os olhos e se concentrou. Aonde ela tinha tocado agora nascia várias florezinhas. James achou aquilo encantador, mas Petúnia e as outras não.

— Olhem só! — Exclamou ela — Eu disse, eu disse a vocês! Aberração, é isso que ela é!

As outras concordaram e começaram a chamar Lily de outros nomes. James não iria ficar quieto desta vez. Ele se pôs de pé e esticou a mão para a fonte. Ele não sabia se isso iria funcionar mesmo, exibira apenas duas vezes sua mágica, e as duas foram acidentais. Mas pelo menos podia assusta-las.

— Falem mais uma palavra contra Lily e jogo a fonte em vocês.

As outras se encolheram, mas Petúnia manteve a postura.

— Está blefando. — Disse ela.

— Estou mesmo?

— James, tudo bem. — Pediu Lily abaixando o braço dele — Não precisa disso. Machuca-las não vai melhorar nada.

James voltou a se sentar e percebeu que Lily segurava sua mão. Isso fez seu rosto esquentar. Ela agradeceu por tê-la defendido e James sentiu se rosto queimar.

— É verdade? — Perguntou ela — Você tem poderes como os meus?

— Hum... tenho, mas eu não consigo os controlar tão bem. — Admitiu ele passando a mão no cabelo.

Ele fechou os olhos e se concentrou. James não fazia ideia do que aconteceria. Não conseguia pensar em nada de legal para mostrar a Lily. Mas a exclamação de surpresa dela o fez abrir os olhos. Aparentemente, James havia feito aparecer bolhas de sabão ao redor deles.

— Incrível!

— Ah, valeu. — Respondeu James dando um sorriso envergonhado.

— Vamos Lily! — Uma mulher gritou — Vamos logo filha, sua avó está nos esperando.

— Estou indo mamãe! — Ela gritou de volta — Foi bom conhecer você, James.  Espero te ver novamente.

Ela soltou a mão dele e correu até a mãe. James a olhou ir embora e ficou triste. Sua família estava de mudança para uma vila completamente bruxa bem longe daquela pequena cidade. Quem sabe quando se encontrariam de novo?