MUTANTES & PODEROSOS I - O Segredo dos Poderosos escrita por André Drago B


Capítulo 9
Capitulo 8 - Decisões Supremas


Notas iniciais do capítulo

Hello!!! Espero que gostem do capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/748507/chapter/9

                                                             CAPÍTULO 8

                                              DECISÕES SUPREMAS

 

—O que foi isso? – os guardas perguntaram.

—Mais uma explosão azul! – disse Mestre, assustado. – Rápido! Todos os guardas de Lorde Haland, procurem nos bosques se há algo que pode ter provocado isso. Rápido!

  Sem esperar, honrando o tão experiente Mestre, aqueles cavaleiros saíram correndo pelos bosques, procurando por algo ou alguém.

—Como isso aconteceu? Quem pode ter feito isso? Por que faria isso? – indagou Jhon.

—Eu não sei, mas sei que temos que achar o motivo disso. – respondeu Mestre. Ele virou-se para os seus alunos. – Entrem dentro de casa e fiquem ali! Pode ser perigoso ficar aqui fora.

  Os jovens concordaram. Mas, quando iam entrar dentro de casa, o Mestre os chamou.

—Esperem! Acho melhor vocês me ajudarem a procurar alguma resposta para isso nos livros e pergaminhos. Vão para a cabana de estudos!

  Então, se desviando da casa, seguiram pelo caminho até a cabana de estudos. O jardim estava todo bonito e enfeitado com flores de diversas cores, mas Kira estava triste demais para apreciá-las. Além do mais, após mais uma misteriosa explosão azul que a assustou, o medo se somou com a sua tristeza.

  Chegando a humilde porta de madeira, ela e Jackie entraram na cabana. Estava abafado lá dentro. Os diversos livros se dispunham em várias estantes de madeira. Os pergaminhos também. A parede contrária da que se encontrava a porta havia uma mesa simples com duas cadeiras, onde os dois poderiam usá-la para seus estudos e leituras. Nessa parede também se encontravam um armário de madeira cheio de armas.

 Os dois entraram na empoeirada cabana e começaram a vasculhar as estantes. Procuravam volumes e mais volumes de livros, foleavam suas páginas, procuravam com uma lida rápida qualquer texto ou parágrafo de texto que pudessem explicar o que estava acontecendo.

  Kira pegou da estante alguns livros e alguns pergaminhos. Juntou-os e se assentou em uma das cadeiras de madeira, começando assim á procurar por uma explicação. Tentava se distrair um pouco com os textos, mas sua mente sempre retornava para seu pai e seu misterioso assassinato.

  Jackie deixou alguns livros caírem. Kira levou um susto e olhou para ele. Estava pálido e tremia, provavelmente pela soma do medo da explosão e a tristeza do assassinato do seu pai. A jovem se levantou da sua cadeira. Foi até onde estava o seu irmão e o ajudou a juntar os livros e pergaminhos que ele havia derrubado. Levou todo o material para a mesa e ajudou o seu irmão a se assentar.

—Calma Jackie! Vai ficar tudo bem! Sei que você está com medo disso e também triste pelo... – ela não conseguiu dizer – pelas más notícias que nós  recebemos, mas temos que nos acalmar! – ela o abraçou. – Está tudo bem, Jackie. Eu não deixarei que nada te machuque. -  mas o menino não demonstrou seus sentimentos com palavras, e sim com lágrimas. Ele se manteve em silêncio, provavelmente muito triste pelo que acontecera.

  Alguns minutos depois, Mestre abriu a porta da cabana.

—Vamos! Suas malas já estão preparadas, amarradas nos cavalos.  – os dois irmãos se levantaram e seguiram até a porta, mas antes que eles passassem pela porta, Mestre disse baixinho: - Aqui estão duas adagas muito afiadas. Se alguém tentar atacá-los, vocês terão como se defender.

—Mestre. - disse Kira – o que vocês encontraram na floresta que pudesse ter originado aquilo?

—Nada, Kira! – ele estava sério. – Agora, vão para a capital, enterrem Lorde Haland e voltem, pois quero vocês seguros!

  E eles assentiram.

  Depois, seguiram até onde estavam os cavaleiros. Chegando lá, todos já estavam montados em seus cavalos, prontos para voltarem até Hanrraá e deixarem aquele lugar que tomou um aspecto sombrio depois do acontecimento.

  Os jovens se assentaram em cima de seus cavalos.

—Vão e tomem cuidado! - alertou Mestre.

  Então, os cavaleiros partiram para Hanrraá.

 

  Logo a frente deles, um muro enorme pode ser visto. Era o muro da capital do império de Hangária Mindória, Hanrraá. No meio desse muro, um enorme portão de ferro aberto. Milhares de pessoas passavam por este portão. Uma multidão entrando e uma multidão saindo. Eles puderam ver como a capital era imensa. De cima da colina, eles puderam ver a muralha, e logo atrás, a multidão de casas, torres, lojas e mansões que compunham a cidade.

  Fazia muito tempo que Kira e Jackie não viam aquele lugar. Haviam se acostumado com a vida no campo, em meio de florestas e bosques. Haviam se acostumado a uma vida  “tranquila”(a vida deveria ser tranquila, mas os treinamentos de Mestre não deixava que fosse assim chamada).  Ao ver Hanrraá, se lembraram da dimensão da capital. Era tão grande! Mas mesmo assim, continuaram tristes, ainda pensando no que ocorrera com o pai deles.

  Seguindo Jhon, desceram a colina chegando até o enorme portão. Ao ver o grupo de cavaleiros, as pessoas abriram espaço, deixando que eles passassem. Alguns até faziam um sinal de reverência a eles.                 

  Continuaram caminhando até chegar dentro da cidade. Mais pessoas abriram espaço para que eles passassem, formando um corredor. Á medida que entravam mais dentro da cidade, mais pessoas abriam espaço e faziam sinais de reverência. 

  As casas eram de madeira, algumas pequenas, outras maiores. Ali moravam as pessoas mais pobres. As mais ricas moravam mais ao centro da capital. As pessoas também aparentavam serem muito simples. Suas roupas rasgadas e seus rostos sujos denunciavam isso.

  Eles continuaram andando pela capital. Grupos de crianças vinham correndo e se escondiam em meio aos adultos, também querendo ver os nobres cavaleiros de um Lorde. De boca em boca, as pessoas comentavam e davam palpites de que lorde pertenceria áqueles cavaleiros.

  O grupo continuou a andar pela cidade. Andaram mais e mais até que as casas foram se tornando mais bonitas, com detalhes mais chiques. Estavam cada vez mais próximo da capital. As pessoas continuaram abrindo espaço para eles passarem, mas já não eram aquelas pessoas sujas que eles haviam visto quando entraram em Hanrraá, mas pessoas bem vestidas, limpas, cheirosas, bonitas, bem-educadas, entrando em casas limpas, bonitas, grandes.

  Cada vez mais pessoas se amontoavam para vê-los. Kira abaixou a cabeça e respirou fundo. Estava triste, mas aquela multidão de pessoas a olhando deixavam-na mais envergonhada. E eles continuaram a andar.

  Depois de andarem muito, chegaram até um enorme muro. Era outro muro que reservava o castelo principal e as moradias dos grandes Lordes do reino.

  Um guarda veio andando até eles. Ele estava vestido com uma armadura e saiu de uma sala anexada ao portão do lado de fora. Quando ele pode ver quem eram os cavaleiros, abriu o portão e disse:

—Entrem cavaleiros do falecido Lorde Haland!

 “Falecido!”, pensou Kira, “ È assim que estão chamando o meu pai agora? Falecido!” ela estava indignada.

  Os cavaleiros passaram pelo portão. Kira pode escutar quando abaixaram-no. O barulho alto do ferro batendo no chão.

  Do lado de dentro daqueles outros muros, a paisagem era bem mais bonita que a do resto da capital. Havia árvores e um enorme campo. Vários animais e diversas flores de diferentes cores. Era tudo bonito. Caminharam por algumas centenas de metros até verem o enorme portão do castelo. Várias pessoas passavam em volta do castelo. Eram funcionários de Lordes, nobres e até mesmo do castelo. Algumas pessoas formais passavam a cavalo com seus guardas em volta.

  Eles andaram até chegar a um extenso pátio com o chão feito de pedra. Havia um chafariz que jorrava uma água cristalina no centro deste pátio. Era um dos pátios do castelo. Ali, eles puderam descer dos seus cavalos. Nem no castelo da capital eles eram poupados. Todas as pessoas olhavam para aqueles cavaleiros cansados e suados.

  De repente, um jovem veio correndo até eles.

—Kira! – ele estava querendo ver a sua jovem amiga.

—Dylan! – correspondeu ela ao jovem. Fazia muito tempo que eles não se viam.

  Ela também saiu correndo até ele. Quando estavam no meio do pátio, se abraçaram. Kira envolveu Dylan com seus braços e ele fez o mesmo. Aquele era um abraço caloroso. Ela deixou que as lágrimas lhe escorressem. Estava triste. Dylan a consolou, dizendo palavras de consolação. Eles eram velhos amigos, desde a infância. Ele era filho da rainha Mariany e do rei Ricard II, o falecido rei. Ele era a pessoa que Kira sabia que podia confiar.

—Acalme-se Kira! – consolava ele – Já passei por isso! Doí no inicio, mas depois cicatriza.

 Ele se referia ao também assassinato de seu pai, outro mistério não explicado.

 Depois de alguns  segundos  assim, ela o largou. Ele tinha cabelos castanhos claros e olhos esverdeados. Possuía um corpo musculoso, resultado dos inúmeros treinamentos que um príncipe deveria fazer. Era um pouco alto, mas não muito.

  Quando o abraço acabou, a rainha Mariany apareceu. Estava vestida com roupas pretas de luto. Na sua cabeça, a coroa de ouro enfeitada com joias preciosas reluzia ao sol do entardecer. Seus compridos cabelos eram da cor dos de Dylan, mas seus olhos eram castanhos. Exibia no rosto extremamente branco uma expressão triste pela morte de Lorde Haland.

—Kira, Jackie! - eles fizeram uma reverência. – Está tudo bem? - Eles acenaram, afirmativamente, mas era claro que não estava tudo bem.

—Senhora rainha! – Jhon e seus guardas fizeram a mesma reverência que Kira e Jackie. Eles abaixaram o seu tronco , ainda de pé, e fizeram um movimento com as mãos. Ela correspondeu.

—Bom! – a rainha retomou a sua atenção para os dois jovens recém-chegados. – Vocês ficarão em um quarto do castelo, mas se preferirem, posso arranjar dois quartos, um para cada um.

—Não há a necessidade, vossa majestade! – respondeu Kira.

—Por favor, dispenso as honrarias! Esse é um momento triste, sem a necessidade de ficar elogiando os outros. Agora, por favor, se preparem pois teremos uma assembleia com todas as autoridades do reino mais tarde, relacionada ao triste acontecimento e queremos a presença de vocês.

  Os dois assentiram.

—Agora, vocês podem ir se arrumar! Os meus guardas Rahy e Erarh vão os acompanhar até os quartos de vocês.

 

 O salão estava cheio. As autoridades, nobres, funcionários nobres, mensageiros, chefes das guardas e muitas outras pessoas inundavam o salão. Todos conversavam bem alto e discutiam sobre o assunto. Kira se assentava na primeira fileira junto com Dylan e Jackie. O salão era iluminado pela luz do sol poente que atravessava os vidros feitos em mosaico. Seu teto era em forma de cúpula. O trono principal era ocupado pela rainha e em sua volta, os lordes do reino se dispunham em tronos como o da rainha, mas menos enfeitado.

  A rainha Mariany, vendo todo aquele barulho, gritou:

—Silêncio! – aos poucos, as vozes foram se abaixando. – Agora, por favor, mantenham silêncio e apenas falem quando lhes for permitido.

  Ela fez um sinal para um porta-voz ao canto que veio andando até ela. Quando chegou onde ela estava, ele ficou em sua frente, desenrolou um pergaminho e começou a ler, resumindo e revendo o assunto ao qual seria discutido ali:

 “Senhoras e senhores, reunimo-nos pois aqui hoje para resolver o inexplicável problema que se realizou recentemente dentro do reino da rainha Mariany. Após um misterioso incêndio que se iniciou de forma desconhecida, Lorde Haland, um dos respeitados lordes governadores de províncias do reino de Hangária Mindória foi encontrado morto com uma espada mutantes encravada em suas costas. Os guardas que foram designados para vigiarem-no, enquanto os outros guardas ajudavam a apagar as incessantes chamas, foram encontrados mortos, queimados, o que nos indica que a mesma pessoa que os matou foi a mesma que incendiou a torre do castelo. Segue-se assim, pois se há alguém aqui que sabe de algo relacionado a isso ou que tenha explicativa pista, manifestar-se-á agora.”

  Ele reenrolou o pergaminho e voltou para o canto do salão de onde saiu. O escrivão preparou a sua pena e começou a descrever o que estava acontecendo.

  Apenas alguns minutos se passaram até que alguém se manifestasse:

—Vossa majestade, rainha Mariany, – um nobre rico se pôs de pé e começou a falar – Segundo o que se viu, há um assassino em nosso meio. Mas a questão é que há um portão enorme isolando-nos do resto da capital. É impossível que alguém tenha cometido esse crime sem que os guardas não tenham visto, a não ser que eles tenham dormido ou se distraído do seu trabalhado. 

—Protesto! – interrompeu o chefe da guarda. –Meus guardas nunca fariam isso. Todos que trabalham a noite descansam o suficiente de dia para poderem ter energias para trabalharem. Eles não fariam isso nunca!

—Você estava lá para ver se eles não o fizeram? Sempre há algum problema inevitável, e não há descanso que os resolvam.

  Um murmurinho começou, e as pessoas voltaram a conversar alto, aumentando o barulho no salão.

  A rainha fez um sinal para que um dos guardas tocasse sua corneta, e ele o fez. Quando o barulho insuportável acabou, todo o salão voltou ao silêncio.

—Então nobre senhor Wrien, você condena a guarda de ter dormido ou se distraído! – resumiu a rainha. – Mas isso não é motivo para condená-los, pois além de falta de provas, o assassino pode ter passado por baixo da muralha, cavando um buraco.

—Vossa Majestade, rainha Mariany – disse o chefe da guarda que defendeu os guardas da acusação de Wrien – compreendo que se houve algum assassinato, este foi realizado por um mutante, não é obvio? A espada é feita do material que eles usam. E compreendo também que há um assassino entre nós, e ele pode estar aqui, neste exato momento.

  Kira sentiu um frio na espinha quando ouviu estas palavras. Com medo, apoiou as sua cabeça no ombro de Dylan, que estava tão focado no problema que só percebeu isso alguns segundos depois.

  Todo o barulho voltou novamente quando as pessoas começaram a sentir medo do que o chefe da guarda havia dito. Mais uma vez a corneta foi tocada.

  Quando o silêncio retornou (o que demorou alguns segundos), a rainha disse:

—Senhor chefe da guarda, compreenda que qualquer um pode usar uma espada mutante! Ou seja, o culpado pode ter usado uma espada mutante mas não ser um mutante...

—Ele é mutante! –  Disse o escrivão da rainha, deixando que a sua pena lambuzada de tinta caísse em cima do papel, manchando-o. Ele se colocou de pé e voltou a falar. Nem se preocupou com o fato de ser uma falta de respeito interromper a rainha – Eu vi! Era um mutante sim!

—Quem você viu? – indagou a rainha.

—Não sei, mas era um mutante. Eu estava correndo até a torre que queimava em chamas para descrever tudo, porque esse é o meu trabalho, quando eu vi passar um encapuzado. Não suspeitei dele porque todos os nobres mutantes aqui usam capas ou outras roupas para esconder suas mutações. Para mim era só mais um. Em sua cintura havia uma espada mutante, como a que foi usada para matar Lorde Haland. E a luz da lua e das chamas, pude ver um dedo escamoso. Provavelmente possui uma mão escamosa. Ele era um mutante!

—Mas, escrivão Mark, você precisa de provas ou pelo menos outra pessoa para comprovar que viu isto também.

—Vossa Majestade, rainha Mariany! – disse um guarda comum que estava vigiando o salão – Eu também vi. Era um capuz verde extremamente escuro. Sua espada brilhava um pouco por causa da luz da lua. E sua mão... eu vi! Era realmente uma mão escamosa. Mas a capa ocultava o seu rosto. Sugiro que, sendo assim, todos os mutantes de mãos escamosas sejam presos e investigados, até que se descubra quem é o culpado..

  Mark se levantou novamente.

—Mas, ele pode ser um Metamorfo. Um mutante que sofre uma metamorfose em determinado período de tempo e muda a sua mutação! Ele também já pode ter fugido para a Província Mutante. Sugiro que todos os mutantes sejam presos!

—Pois bem! – disse a rainha – que assim seja. Todos os mutantes do reino de Hangária Mindória devem ser aprisionados e trazidos a capital Hanrraá até que se descubra o verdadeiro culpado de assassinar Lorde Haland.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se você gostou da história, recomende também para seu amigo, para que assim ele se divirta junto com você. Curta, recomende e comente.