MUTANTES & PODEROSOS I - O Segredo dos Poderosos escrita por André Drago B


Capítulo 10
Capítulo 9 - Criatura Misteriosa


Notas iniciais do capítulo

Espero que se divirtam com os novos mistérios!!



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                                                      CAPÍTULO 9

                               CRIATURA MISTERIOSA

 

—E como nós vamos quebrar estas correntes? – indagou Isaac.

—Acho que vamos precisar de alguma ferramenta. – respondeu Luke. – Deve haver alguma lá na vila.

—Ótimo! Vou lá procurar...

—Não Taya! – disse Isaac com rapidez, assustando-os. - Acho melhor alguém ir com você. Eu vou! Luke fique aqui com Will!

  Luke assentiu em resposta à Isaac. Taya virou-se e começou a subir as escadas. Logo atrás, Isaac a seguiu.

 Os dois seguiram pelo salão de julgamento. Passaram pelo corredor entre os dois grupos de cadeiras bagunçadas. Um rugido pôde ser escutado quando Isaac pisou em uma tábua de madeira frouxa que compunham o chão.

  Chegando a porta do salão, Isaac disse:

—Procure nas casas da esquerda que eu procuro nas da direita! – Taya assentiu. – Se algo acontecer, grite por mim!

  A jovem mutante andou até a primeira casa do lado esquerdo. Era uma casa como qualquer outra da vila. Chegando à porta dela, abriu-a. Ao lado de dentro, a luz do sol penetrava por algumas falhas no telhado, fazendo com quê a casa fosse um pouco iluminada. Mas a escuridão ainda a cobria.

 Ela entrou na casa. Dentro dela havia pilhas de coisas, como na casa de Steffany. A jovem entrou no local e começou a revirar várias pilhas, começando por uma pilha de roupas. Começou a tirar algumas roupas e casacos e a joga-los de lado. Vendo que não acharia uma ferramenta ali, foi procurar em outro lado.

  Começou a deformar os montes de utensílios como vasilhas, baldes e copos. Ela pegava alguns utensílios e os colocava de lado, marcando-os com suas garras. Um tilintar de ferro contra ferro quando um balde se chocava contra outro, á medida que ela os jogava de lado. Alguns utensílios se quebravam e formavam uma nuvem de poeira, por serem feitos de barro.

  Quando viu que não acharia nada ali também, prosseguiu para outra montanha de bagunça. Era uma montanha misturada com várias coisas. Começou a remexê-la, tirando do monte várias roupas. Camisas, vestidos, casacos, panelas, baldes...eram muitas coisas.

 Depois, do mesmo monte de bagulhos, ela começou a tirar pedaços de comida. Ela começou tirando algumas folhas de alface e tomates. Continuou a retirá-los até achar uma costela de porco meio comida. Ainda havia um pouco de carne estragada entre os ossos que sobraram do animal.  Ela puxou os ossos e os jogou de lá como fez com as outras coisas. Quando o fez, viu algo se movimentando dentro da montanha de coisas. A jovem hesitou em continuar a remexê-la.

  Ela deu alguns passos para trás. Olhou em volta a procura de algo que pudesse usar para introduzir no buraco. Ainda olhando em volta, a mutante pode ver um pedaço de madeira jogado no meio de várias coisas. Foi até ele, pegou-o e se aproximou novamente da pilha. O pedaço de madeira não era reto. Um pedaço dele estava quebrado o que a fazia tomar forma de uma ponta. A madeira estava suja, mas ela não se preocupou com isso. O que a incomodava naquela hora era saber o que estava se remexendo no meio do monte de bagulhos.

   Ela se aproximou dele. Quando viu o buraco que ela fez retirando alguns objetos que ficavam ali, pegou o pedaço de madeira e enfiou-o ali com ferocidade. De dentro do buraco saiu uma cobra rastejante preta que assustou a jovem. Ela deu um passo para trás e gritou. Depois disso, ela viu a criatura cair no chão e rastejar em sua direção.

 Ela deu mais dois passos para trás, mas então, sentiu uma dor na panturrilha como se algo tivesse a machucado. Ela perdeu o equilíbrio. Acabou se apoiando em algo ao seu lado, mas que não foi forte o suficiente para segurá-la. Ela caiu e sentiu sua visão se escurecer. Sua cabeça começou a girar, produzindo uma dor. Ela sentiu uma coisa arder em seus dedos e uma dor que subiu desde os seus pés até a sua cabeça. Sua boca ardeu como se alguém tivesse enfiado chama nela. Então, sua cabeça se chocou contra o chão. A dor...o sangue avermelhado...a escuridão.

 

—Taya! Acorda Taya! Acorda! Acorda! – alguém gritava. A sua cabeça ainda doía. Ela gemeu. Era uma voz masculina que a chamava incessantemente.  Alguém a balançava com força. As mãos dessa pessoa seguravam os seus braços. Essas mãos estavam quentes e aconchegantes. Provavelmente pertenciam ao dono da voz. – Acorda Taya! Acorda!

  Então, a jovem abriu os olhos. Seus globos oculares esverdeados puderam ser vistos quando ela abriu as suas pálpebras. Ela viu alguém em sua frente, acima dela, mas a sua visão estava embaçada. Era uma mancha cor de pele e acima dessa mancha, outra mancha menor castanha. Também havia uma mancha negra abaixo da de cor de pele. Esta era a maior mancha de todas. De repente, seus olhos doeram e sua visão desembaçou. Ela pode ver o que realmente eram as manchas: a castanha era o cabelo da pessoa; a negra era as suas vestimentas escuras; e a cor de pele era o pescoço, a cabeça e um pedaço do peito que a camisa aberta não tapava de...de Isaac.

—O que? O que aconteceu? – ela estava confusa.

—Você desmaiou Taya! Estava caída no meio da rua! O que aconteceu? – Isaac perguntou.

—Eu...eu só me lembro de uma cobra ter me picado dentro da casa e então eu cai e apaguei.

—Uma cobra?! – Isaac levou um susto ao ouvir estas palavras. – Como ela era?

—Eu...eu acho que ela era preta com algumas...

—Algumas manchas brancas. – cortou Isaac, pensativo.

—O que foi? Qual é o problema com essa cobra? – Taya despertou imediatamente do seu estado grogue quando viu que Isaac se pôs a meditar na descrição do animal.

—O problema é que essa cobra é extremamente venenosa! Era para você ter morrido!

—Eu não faço a mínima ideia do que aconteceu depois que eu desmaiei!

—Bom, você, com certeza bateu a cabeça, pois ela está sangrando! – disse Isaac. A jovem fez uma careta, mas não ligou.

  Taya tentou levantar a sua cabeça, mas ela doeu. Ela soltou um ruído de dor, mas continuou a se levantar. Pondo-se sentada, ela se colocou de pé. Cambaleou um pouco, mas continuou de pé. Isaac se levantou atrás dela e a segurou pelo braço. Pelo canto do olho, Taya pôde ver um martelo com o cabo de madeira na mão esquerda do Corriqueiro.

 Eles foram andando até o salão de julgamento. Adentraram o simples edifício e atravessaram o corredor de piso de madeira. Viraram para o lado esquerdo da mesa e, passando pela porta, desceram as escadas. Quando chegaram a pequena “cadeia” da vila, encontraram Luke e Will. Luke estava sentado em direção a parede da direita, afastado dela para que pudesse deixar que suas asas ficassem relaxadas, e Will continuava no mesmo lugar, acorrentado.

  Quando Luke viu o rosto de Taya marcado por uma trilha avermelhada de sangue seco e empoeirado que vinha de um machucado no lado da testa, assustou-se.

—O que aconteceu, Taya?

—Depois nós te explicamos! – interrompeu Isaac, impedindo que a jovem Mutante respondesse qualquer coisa para a sua pergunta. – Agora temos que quebrar estas correntes.

  Luke concordou e levantou-se. Estava preocupado com a sua amiga, mas ainda assim sabia que tinham que libertar Will.

—Eu quebro um lado e você, o outro, pois assim nem eu nem você vamos nos cansar tanto quanto se um de nós fossemos quebrar os dois lados sozinho! – Luke assentiu ao que Isaac disse.

  Taya se assentou onde Luke estava e ficou observando os seus amigos. As correntes de Will estavam presas à parede. Uma segurava um braço e a outra, o outro. Ele chegou mais para frente, de forma que um pedaço das correntes tocaram o chão. Ele também se assentou com as pernas cruzadas, fechou os olhos bem forte esperou os dois jovens quebrarem as suas correntes.

  Isaac levantou o martelo e, com toda a força, o bateu contra a corrente. Um barulho alto invadiu o ouvido deles. Ele repetiu a mesma ação várias vezes. A corrente insistia em permanecer inteira. Ele novamente bateu com o martelo em cima dela mais algumas vezes e ela continuava inteira. Ele, cansado, investiu mais uma série de marteladas, fazendo com que a corrente rachasse.

—Bate mais! Ela está quebrando! – influenciou Luke.

 Isaac bateu mais três vezes e viu a corrente se quebrar diante dele. Ele bufou de alivio. Apesar de ser filho de um rico, nunca gostou muito de coisas que envolvessem sua força. Estava todo suado. Vários pingos se acumulavam em sua testa.

  Ele passou o martelo para Luke. Luke o pegou com todo o prazer. Ele era musculoso, fruto dos diversos pesos que carregou na vida com o seu pai.

—Vejam como se faz! – exibiu-se. Fez a mesma ação que o seu amigo, diversas vezes. A corrente esquerda, a qual ele devia quebrar, insistiu em nem se rachar. Ele novamente bateu com o martelo mais algumas vezes. Ela continuou a mesma coisa.

—Estou vendo como se faz, mas acho que dessa sua forma, a corrente não vai quebrar! – disse Isaac sarcasticamente.

  Luke nem ligou e voltou a bater na corrente. O suor já se acumulava em sua testa e escorria pelo seu pescoço, molhando a sua roupa. Estava cansado, mas bateu mais algumas vezes na corrente. De repente, um barulho baixo. Todos olharam para ela, que havia se quebrado.

—Essa forma funciona sim Isaac! – correspondeu Luke, também sarcasticamente. Isaac apenas fez uma careta para o seu amigo.

—Estou liberto! – Will estava alegre por se libertar das suas correntes. – Vamos! Precisamos ir antes do anoitecer.

  Os jovens concordaram e subiram as escadas. Will foi o último da fila que subia os degraus.

  Ao chegar ao lado de cima, eles saíram do salão de julgamento.

 Luke, Isaac e Will foram até a casa de Steffany.

—Vá pegar as nossas coisas junto com Will, por favor! – pediu Isaac para Luke. Ele assentiu.

  O jovem corriqueiro ficou ali e começou a desamarrar o seu cavalo da estaca.

  Taya ficou na frente da primeira casa da rua, onde foi picada pela cobra. Ela olhou para dentro do lugar que ainda estava com a porta aberta. Foi andando até lá. Ela entrou na casa. Começou a andar dentro do lugar. Com alguns passos, ela se deparou com um buraco no chão. Eram marcas. Ela foi até as marcas e se abaixou. Tocou o lugar. Era como se uma fera tivesse entrado ali. Ela direcionou a sua visão para um pouco mais a frente e viu o corpo da cobra estraçalhada, e soltou um grito inevitável.

—Se eu desmaiei, então, quem matou a cobra? – ela assustou-se. - Provavelmente, a mesma coisa que matou a cobra foi a que me jogou para o lado de fora da casa!

  Com medo, ela se virou para sair da casa, mas Isaac estava na porta.

—O que foi? Ouvi o seu grito!

—I...Isaac...você disse que eu estava caída na rua, certo? – ele assentiu. – Então, como fui parar lá se eu desmaiei aqui dentro?

—Eu não parei para pensar nisso! - disse Isaac, pensativamente assustado.

—E...Isaac! Olhe isto! – ela apontou para a cobra estraçalhada. Isaac entrou na casa e foi até onde ela estava. Ele se assustou ao ver a cobra. – A mesma coisa que matou essa cobra foi o que me jogou para fora da casa Isaac. Mas, o que é essa coisa?

—Eu nã...não sei, mas te..tenho certeza que temos que sair daqui, e rápido!

  Ela assentiu. Eles saíram da casa e foram até onde estavam os outros dois. Eles estavam na porta da moradia de Steffany e quando os viram saindo daquela casa, esperou-os se aproximarem deles para lhes perguntar:

—O que vocês estavam fazendo lá? – Luke foi quem perguntou, mas expressou uma dúvida de Will também.

—Depois te contamos! Saiba apenas que temos que sair daqui o mais rápido possível! Aonde o seu amigo que tem o mapa mora?

—Em Wenerym, isto é a umas três horas daqui!

—Eu estimo que o sol irá se pôr daqui à umas duas horas. – respondeu Isaac preocupado.

—Podemos ficar aqui e ir amanhã para We...

—Não. – Gritou Isaac, atrapalhando Will de dizer a sua sugestão. – Nós não podemos ficar aqui!


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Notas finais do capítulo

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