MUTANTES & PODEROSOS I - O Segredo dos Poderosos escrita por André Drago B


Capítulo 7
Capítulo 6 - A Má Notícia


Notas iniciais do capítulo

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CAPÍTULO 6

                                                A MÁ NOTÍCIA

 

  A humilde mesa de madeira estava ocupada por todos os lados. Os cavaleiros de Lorde Haland se assentavam em volta dela, enquanto Mestre se mantinha em sua ponta. Kira e Jackie se mantinham em pé, mas também perto da mesa, ouvindo as más noticias que os guardas haviam trazido. Em cima dessa mesa havia sobras da carne do cervo, que foi comido pelos esfomeados cavaleiros.

  Kira chorava junto com Jackie. Seus olhos estavam vermelhos de tantas lágrimas, e seu rostos, encharcados. “Primeiro a mamãe desapareceu, e agora o papai foi assassinado?”, pensava a jovem. Ela nem sentia mais fome. Mestre se mantinha preocupado e confuso, pensando: “Por que alguém mataria um Lorde tão importante?”.

—Mas, o que aconteceu, senhor Jhon? Conte-me com detalhes. – falou Mestre para o cavaleiro mais importante de Lorde Haland.

—Aconteceu que, na noite passada, logo após escurecer, eu estava me preparando para ir jantar. Lia um livro velho, quando entrou na torre do castelo de Lorde Haland  (que este deu para Jhon), um jovem guarda, que junto com outros guardas, vigiavam a entrada do castelo de Lorde Haland, me falando que uma das torres do castelo principal do reino havia se incendiado, e como é ordem entre os lordes “Todos pelo reino”.— disse, comentando um ditado que todas as pessoas do reino recitavam em situações como a ocorrida. – Sendo assim, garantindo que Lorde Haland estava bem, fomos nós para o castelo principal, e meus homens começaram a tirar do lago do Lorde, água o suficiente para apagar as chamas, se somadas com a quantidade de água que os guardas dos outros lordes trouxeram.

—E vocês deixaram o meu pai sozinho? – perguntou Kira, indignada.

—É claro que não! – respondeu Jhon. – Nós deixamos dois guardas armados para vigiar Lorde Haland. Mas, quando apagamos as chamas e voltamos para o castelo dele, os guardas estavam mortos, queimados, e Lorde Haland jazia morto, com uma espada mutante encravada nele.

—Espere...você disse espada mutante? – perguntou Kira, pensando.

—Sim. A espada era feita de ferro com detalhes de bronze, típica das usadas pelos mutantes.

—Então, é obvio que o culpado é um mutante! – disse Kira.

—Entenda que qualquer um pode usar uma espada mutante, senhorita Kira. – respondeu Jhon, fazendo-a pensar.

  Em sua inocência, Jackie disse:

—Mas, por que o papai?

—Essa é a questão. – disse Jhon. – Por que Lorde Haland? E, por que matar um inocente?

  Todos se silenciaram. Começaram a pensar, tentando buscar uma solução para o que ocorrera, sem entender que não a encontrariam tão fácil.

  Depois de alguns segundos, James, outro cavaleiro, perguntou o que os cavaleiros de Lorde Haland queriam perguntar:

—O que é aquilo no meio do campo de treinamento do senhor? – ele apontou para o buraco pelo vidro da janela.

  Mestre logo direcionou sua visão e viu ao que ele se referia.

—Eu não sei. Fomos treinar hoje pela manhã, quando a flecha que Jackie atirou, sem motivo, misteriosamente explodiu em um brilho azul. Estava procurando uma resposta para isso antes de vocês chegarem!

—O quê? Como assim?

—Ninguém aqui entendeu o que aconteceu também.

  Os filhos de Lorde Haland nem se importaram com o novo assunto que estava surgindo, ainda pensando nas más notícias que os guardas trouxeram. Jackie andou até Kira, abraçando-a. Ela o consolou, dizendo:

—Vai ficar tudo bem, Jackie! Estamos seguros!

  Mas ela também se entregava, deixando que as lágrimas escorressem pelo seu rosto.

  Mestre viu que as crianças continuavam tristes, e se direcionou a elas:

—Vocês vão viajar para a capital Hanrraá para enterrar o pai de vocês!

   Eles se aprofundaram mais ainda nas lágrimas. Mestre e os cavaleiros sentiram a tristeza das crianças, abaixando as suas cabeças.

   Entendendo que não deveria ter contado aquilo naquela hora, Mestre disse:

—Se vocês não quiserem, não precisam ir! Podem ficar aqui!

  Pensando um pouco, Kira disse:

—Não. Acho melhor ver e saber que ele foi realmente enterrado. – disse ela, deixando que mais lágrimas escorressem pelo seu rosto.

 O Mestre assentiu, enquanto Jhon disse:

—Sendo assim, acho melhor vocês se prepararem, e arrumarem as suas malas. Vamos para a capital.

  Kira assentiu, e junto com seu irmão, subiu os degraus da escada com calma, levando Jackie para o quarto dele e deixando os guardas com Mestre.

  No lado de cima, ela pegou uma bolsa grande, amarronzada e colocou algumas roupas dentro. Enquanto o fazia, chorava muito pois não havia parado de pensar no seu pai. “Morto, morto...quem o mataria? E, por que o faria?”. Não conseguia parar de pensar nisso. “Eu tenho que achar quem é o culpado. Eu vou achar o culpado!”.

  Enquanto colocava algumas roupas dentro da mala, olhou para cima da mesa que ficava em seu quarto e viu um livro grosso. “Acho que vou levar! Talvez eu vá me distrair um pouco com isso”, pensou. Era um livro que ela tentava ler fazia um tempo. A história era boa, mas o treinamento com Mestre deixava muito pouco tempo para ela lê-lo.

  Quando havia acabado de preparar a mala, fechou-a. com a mão direita, segurou a alça da bolsa e a puxou, enquanto sentiu o peso da bolsa em seu braço. Foi andando até a porta quando sentiu algo pontudo dentro do se bolso. Ela largou a bolsa ali mesmo e enfiou a mão onde sentiu o incômodo. Sentiu algo como um pano e o puxou.

  Quando tirou do bolso o que a incomodara, viu um pano bege pequeno. Então,  lembrou-se que  enrolado nesse tecido havia a presa do leão-das-montanhas que havia matado, e que ela havia guardado no bolso logo após a chegada dos cavaleiros. “O que eu farei com isso?”, indagou. Então, em sua cabeça, uma ideia surgiu.

  Voltou até o cômodo perto da cama, e abrindo a última gaveta, puxou um cordão velho que nem usava. O pingente era uma rosa de prata e seu cordão era de couro. Ela tirou o pingente de prata, desamarrando o fio verde que o prendia ao cordão e amarrou a presa da fera de forma bem apertada. Depois, colocou-o em seu pescoço. “Pareço até uma verdadeira caçadora!”, pensou consigo mesma.

  Então voltou até a porta, pegou a mala e desceu as escadas.

  Depois, quando já estava pronta, saiu do quarto, preparada para a viagem. Encontrou Jackie, já no andar debaixo com sua mala, aparentando estar ainda mais triste.

—Estamos prontos. – disse ela para Jhon.

—Ótimo. – ele respondeu. 

   Eles saíram da casa, encontrando dois cavalos. Aqueles cavalos eram de Mestre, mas é claro que ele emprestaria os animais para os próprios alunos.

  Enquanto estavam colocando as bagagens nos animais, um barulho invadiu os ouvidos deles, enquanto uma nuvem de poeira subia do campo de treinamento. Os cavalos se assustaram e os guardas também. Todos ali se assustaram, pois mais uma explosão azul misteriosa havia acontecido.


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