MUTANTES & PODEROSOS I - O Segredo dos Poderosos escrita por André Drago B


Capítulo 6
Capítulo 5 - Em Direção à Vila


Notas iniciais do capítulo

Hello leitores! Espero que gostem desse capítulo.



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CAPÍTULO 5

                                               EM DIREÇÃO À VILA

 

   A lua branca banhava tudo com a sua luz. A sua volta, estrelas tentavam fazer o mesmo. Na terra, pairava o silêncio. Tudo estava quieto, principalmente a estrada pelo qual os três jovens caminhavam. A luz da lua foi impedida de tocar a trilha por onde os jovens passavam por causa das copas das árvores, que impediam que isso acontecesse.

  Perto deles, uma coruja piou. Ela os vigiava, observando o que faziam. Mais ao longe, pode-se ouvir uivos de lobos. Ás vezes, o vento pairava pelo ar fazendo com que as árvores balançassem. Fora estes detalhes, o resto se mantinha em silêncio.

  Os três estavam andando devagar, não só pelo cansaço, mas para que Luke pudesse alcança-los, afinal, ele estava em desvantagem pelo fato de Isaac e Taya estarem andando em um cavalo e ele tivesse que ir a pé.

  Taya ainda se mantinha triste, pensando em seus pais e tudo o que poderia lhes acontecer. Deixava que as lágrimas escorressem pelo seu rosto jovem, mas sempre em silêncio.

  Isaac se mantinha focado no caminho, imaginando a que distância eles estariam da vila de Steffany e se os guardas não estariam muito longe.

  Luke se mantinha impaciente pelo silêncio, e também um pouco cansado de andar. Depois de uns minutos, ele quebrou o silêncio, dizendo:

—Gente, acho que devemos chegar o mais rápido que pudermos e não desperdiçarmos tempo, pela gravidade do problema. Vamos andar mais rápido!

—Mas estamos andando à cavalo, e você, à pé. Acho que não vai conseguir correr tão rápido! – disse Taya, esquecendo um pouco a tristeza.

—Mas eu tenho asas.

—Os guardas podem estar perto, e se você voar, eles nos verão e nós estaremos encrencados! Além disso, acho melhor não nos separarmos.

—Mas, eu não disse sobre voar muito alto. Apenas um pouco acima de vocês, como um metro. Ficaremos juntos ainda e os guardas não me verão! Ou eu poderia voar muito alto para que os guardas achem que eu sou apenas uma coruja, águia ou qualquer outro bicho.

—Mas, assim, você acabará sendo mais rápido que nós e chegará à vila primeiro. – disse Isaac, se intrometendo na conversa entre Taya e Luke.

—Concordo com Isaac! – disse Taya.

—Mas, vocês estão sentados em um cavalo! Não estão fazendo esforço nenhum. Eu que estou andando esta estrada toda à pé. – respondeu Luke, bufando, dramatizando o seu cansaço. – E acho que, como havia dito, se eu subir muito alto, vão pensar que eu sou apenas uma águia, coruja ou qualquer outra ave. Não vão desconfiar!

—Mas ai, vamos nos separar! Isso também não é recomendável – disse Taya.

—Isso é bom! Eu posso chegar à vila primeiro e verificar se está tudo bem lá, conferindo se não há guardas hangarienses na vila prendendo os mutantes de lá!

—Acho melhor não! – disse Taya.

—Por quê? Eu estou cansado! Talvez isso me cansasse menos. – disse Luke, insistindo.

   Isaac respirou fundo, enquanto pensava.

—Garanta que ficará bem, e que voltará a qualquer sinal de perigo. Se estiver tudo bem, espere-nos na entrada da vila ao amanhecer.

  O cavalo parou quando Isaac puxou as rédeas. Luke assentiu, tirando a sua mochila preta de pano (que ficava pendurava pelo seu pescoço, encostada em seu abdômen, por causa de suas asas nas costas) e a lamparina de suas mãos, e dando-as para Taya.  Logo em seguida, ele retirou a sua capa preta e também a deu para Taya, ficando apenas com um casaco, com buracos na parte de trás para que ele pudesse enfiar as suas asas.

  Luke olhou para cima, agachou-se um pouco e levantou as asas. Pegando impulso, bateu as asas, e então, sentiu os seus pés saírem do solo. Bateu mais duas vezes, subindo mais alto. À medida que as batia mais e mais as asas, pegava mais impulso e deslizava com mais rapidez pelo ar.

  O vento passava pelo seu rosto e fazia seus cabelos balançarem. Ele via que se aproximava cada vez mais da lua e das estrelas. O frio ficou maior, mas o silêncio também. Era maravilhoso estar livre novamente.

  Quando já estava bem alto, parou de subir e virou para frente, prosseguindo o seu voo. Olhou para baixo e pode contemplar as árvores e rios de uma forma muito menor do que estava acostumado a ver. Já não conseguia enxergar Isaac e Taya e nenhuma outra pessoa ou animal. Pode se sentir bem, no silêncio que só a noite podia trazer. Pode relaxar um pouco e esquecer por um momento as preocupações que os pegaram de surpresa.

  Prosseguiu o seu voo, sempre reto e tentando não mudar de direção. Olhava para frente e via montanhas e vales. Em meio a uma dessas longínquas montanhas, em um daqueles vales, repousava a tranquila vila de Steffany, para onde eles tentavam chegar.

  Muito abaixo, ainda escondidos em meio a escuridão da noite e da floresta, Isaac e Taya, continuavam a caminhar. Sem precisar esperar Luke, e superando os sentimentos de cansaço deles, os dois jovens colocaram o garanhão, pertencente a Isaac, para correr mais. Já estavam caminhando mais rápido.

  Em meio à escuridão da noite, os jovens prosseguiram a viagem, rumo a vila de Steffany, rumo ao Pico Talyn.

   Os primeiros raios de luz puderam ser vistos no horizonte. Isaac e Taya prosseguiram a sua viagem. Deixaram que Luke chegasse à frente deles.

—Ele não voltou! Acho que está tudo bem. – disse Taya, mais animada. É claro que ela se referia a Luke e a ordem de Isaac para ele, que se houvesse algo errado, voltasse para ficar junto com eles.

—Espero! – respondeu Isaac. – Logo, pegaremos o mapa e, com a ajuda de Steffany, poderemos continuar a nossa viagem até o Pico Talyn.

  Sem demora, prosseguiram o caminho. Havia ficado mais fácil caminhar, ainda mais com a luz do sol os iluminando.

  Taya abriu a lamparina e soprou a chama que estava dentro dela, apagando-a. Segurava a lamparina e a mochila de Luke pelo braço. A capa dele repousava em seu colo. O resto do caminho foi melhor. O pio das corujas se transformara em um coral de aves, que cantavam suas canções simultaneamente. As árvores, que na noite anterior possuíam um aspecto um pouco escuro, agora apresentavam as suas cores verdes. As flores coloridas enfeitavam a floresta. Tudo de dia se tornava mais prazeroso que a noite.

 -Que maravilhoso a floresta, o ar fresco da manhã, as aves!  – disse Taya, esquecendo por alguns minutos dos seus pais. – Eu nunca teria pensado que...

—O que é aquilo? – disse Isaac, interrompendo Taya e apontando para o céu.

  Ao alto, um ponto preto descia rápido e vinha na direção deles. Descia rápido. Era como se fosse...

—Luke! É o Luke! – exclamou Taya, assustada com a volta do amigo. – O que aconteceu?

  Ela já ficava mais desesperada. Isaac sentiu o desespero da amiga e tentou acalmá-la, dizendo:

—Calma! Vamos esperá-lo contar o que aconteceu.

  O cavalo parou de trotar e ficou onde parou. Do céu, Luke desceu, passando por entre as copas das árvores e pousando ao lado deles.

  Quando já estava no chão, foi até eles, demonstrando trazer notícias não muito boas.

  Sem esperar mais, Taya perguntou com desespero:

—O que está acontecendo, Luke? Por que você voltou?

—Eu cheguei à vila. – respondeu ele.

—E qual é o problema? – indagou Isaac.

—O problema é que não há ninguém na vila! Todos desapareceram!


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Notas finais do capítulo

Comentem!!!