Há muito tempo atrás, um reino nasceu. Ao redor de um grande, e já velho, carvalho. Seus galhos, quando começaram a ficar secos apodrecidos, foram usados para ser o lar de corvos. Vários deles. O estranho acúmulo dos negros pássaros serviu de inspiração para a nomeação do reino.

Ravengard.

A Árvore de Corvos, como era conhecido o velho carvalho no Reino de Ravengard, rendeu várias lendas, que passaram de geração em geração. A mais famosa delas, e a que esta estória irá abordar, é de que a Árvore de Corvos apresentava as almas gêmeas uma a outra. Se o casal de destinados estivesse ao pé da árvore e um dos corvos voasse até eles, pousasse em um dos braços e oferecesse uma pena da própria plumagem, seria a indicação que pertenciam um ao outro.

A então Rainha Cherry Lestrange, gostava muito dessa estória, sonhando com o dia que teria a confirmação do seu prometido sobre as raízes do velho carvalho. Os responsáveis por apresentar a lenda para a garota foram seus primos, Mikaela e Ethan, que trataram de criar a pequena rainha quando os seus pais morreram da peste.

Era aos pés da Árvore de Corvos que Cherry, já mais velha, estava quando soube que seu noivo, Thomas, havia fugido com uma camponesa para nunca mais voltar. O sonho destroçado. E foi aos pés da Árvore de Corvos que a rainha decidiu começar os torneios para a sua mão. A ideia dos torneios é que todos os membros da alta classe que quisessem ser o Rei, lutassem e competissem para conquistar a rainha. Entretanto, com a pressão do povo motivada pela fuga do ex-noivo de Cherry, foi aberto uma exceção e a plebe poderia participar. Numa competição justa.

Nada mais de histórias de criança, ela pensava. Iria escolher um marido digno do Trono de Ravengard.