Snowflake escrita por Lily


Capítulo 15
Capítulo 15




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As pessoas dançavam animadas ao seu redor, jogavam confetes e pó colorido para cima, Caitlin sentiu o papel grudar em seu corpo assim como a poeira. Apertava a mão de Barry com força enquanto seguiam pela multidão, já havia perdido River e Cisco de vista, estava um pouco preocupada com eles. Barry parou a fazendo parar também.

—Isso é insano. – disse um pouco mais alto que a música, ele assentiu sorrindo antes de colocar as mãos na cintura dela e se remexer, ela ficou um pouco tensa ao seu toque, abaixou a cabeça sentindo o rosto esquentar.

—Povo animado. – Barry falou rindo.

Ya no me importa nada

Ni el día, ni la hora

Barry a rodou, riu remexendo o corpo, as pessoas pulavam ao seu redor, alguém passou distribuindo alguns saquinhos de pó colorido. Ela pegou abrindo e jogando em Barry, ele retrucou a puxando pela cintura. Tudo estava deliciosamente simples e normal.

Si lo he perdido todo

Me has dejado en las sombras

—Caitlin. – Barry chamou a puxando para mais perto. – Você está toda suja.

—O que você queria? Você tacou quase todo o saquinho na minha cabeça. – disse, passando os braços pelo pescoço dele, Barry a rodou rindo, ela riu alto. – Ainda vai me pagar, Allen.

Barry riu a rodandotão rápido que a tirou do chão, Caitlin escondeu o rosto no pescoço dele, as mãos de Barry apertavam sua cintura e ela podia sentir a respiração dele em sua bochecha, se afastou um pouco roçando seus lábios de leve sobre os dele. Sua cabeça girava, o toque, o lugar, a música que ecoava, as pessoas a sua volta, Barry sorriu contra sua boca, as testas juntas, as respirações conjuntas, os corpos colados balançando ao ritmo do que tocava. Em sua mente o sinal vermelho de perigo estava ligado desde de que o encontrou no apartamento, mas ela inacreditavelmente havia conseguido ignora-lo, como fazia agora. Barry se inclinou para frente lhe roubando um beijo, ela sorriu sem abrir os olhos.

Te juro que te pienso

Hago el mejor intento

O problema é que às vezes certos erros beijavam bem, bem mesmo. Assim como no dia anterior, a boca de Barry estava sobre a sua, familiar e excitante. Sorriu mordendo o lábio dele, Barry apertou sua cintura. Havia desejo entre eles, algo muito além do carnal. Aquilo poderia soar muito clichê, mas ele parecia completar uma parte que ela nem sabia que faltava, seus sentimentos estavam confusos, seus pensamentos estavam bagunçados e suas vidas estavam entrelaçadas. Desgrudou a boca da dele buscando ar, piscou atordoada.

El tiempo pasa lento

Y yo me voy muriendo

—Isso não deveria ter acontecido. – sussurrou.

—Sinto muito. Eu não devia.

—Eu também não. – embora estivesse evidente que eles deviam se afastar, algo a puxava para perto dele. Como um campo gravitacional que atraia qualquer corpo que se aproximava. Barry e ela eram como planetas em rota de colisão. Qualquer um sairia machucado daquilo. – Isso é errado. Você está com Iris.

—Eu sei. Mas eu não consigo me afastar de você.

—Barry, eu não quero me machucar. Por favor. – implorou sentindo a garganta secar.

—Eu não quero te machucar, mas eu também vou me machucar. – ele disse, a música ainda soava animada ao seu redor, mas era como se eles estivessem presos em um brecha no tempo, um pequeno segundo que existia apenas para eles. – Meu coração está repartido.

—E o meu está quebrado. – Barry tocou seu rosto, ela fechou os olhos. - Não faça isso, por favor não faça.

—Fazer o quê?

—Isso, as palavras, os gestos, não me dê falsas esperanças quando sei que isso nunca daria certo. Eu estou apaixonada por você, Barry. E isso dói mais do que eu posso aguentar, não piore a situação. Por favor. – deixou as lágrimas escorrerem. – Você não sabe o quanto me doí toda vez que te vejo com ela, sei que vocês se amam, por isso não vou me intrometer entre vocês dois. Você está feliz Barry, é isso que importa.

—Cait. – ele começou, ela levantou a mão se soltando dele, buscou Cisco e River com os olhos, os achou conversando com alguns estranhos, acenou para eles chamando a atenção, River assentiu começando a caminhar em sua direção. Caitlin se virou para Barry, ele ainda estava lá parado a encarando, abaixou a cabeça, seu coração batia acelerado, podia ouvir Cisco chamar seu nome, mas de repente sentiu a mão em sua nuca, ergueu a cabeça. – Desculpa. – Barry sussurrou beijando ela novamente, sentiu o gosto salgado de suas lágrimas misturado com o gosto dele. Se deixou levar, apenas por aquele nano segundo naquela brecha na realidade.

***

Ela se apoiou na parede escorregando até o chão, colocou a mão sobre a boca impedindo o soluço de sair, não queria chamar a atenção de ninguém, todos estavam na sala jantando e conversando animadamente. Podia ouvir os risos e pequenos trechos das conversas, River conversa com Cecile sobre a reserva, Joe perguntava a Wally sobre seus estudos, alguém pergunto onde ela estava, River respondeu com a resposta ensaiada. Dor de cabeça.

Caitlin sentia vontade de sumir, desaparecer e nunca mais ser achada. Poderia viajar para fora, viver na Inglaterra ou Holanda, poderia ir para França, seu francês era ótimo e podia trabalhar em uma pequena lanchonete e quando Josh nascesse o levaria para passear de trem, conhecer novas pessoas e culturas. Teria uma pequena casinha com dois quartos e uma varanda com plantas.

Foi tirada de seus pensamentos pelo celular tocando, levantou do chão se arrastando até a bolsa, pegou o aparelho e se jogou na cama.

—Alô?

—Caitlin.

—Oi mãe, por que está ligando a essa hora?

—Bem, estou na cidade para jantar de negócios que acabou mais cedo e pensei que pudéssemos passar um tempo juntas. – Carla disse, Caitlin franziu a testa.

—Você sempre vem a jantares, mas nunca pediu para ficar um tempo comigo. – retrucou, sua mãe bufou.

—Ok, apenas senti que você não está bem e pensei em ligar.

—Instinto materno? – indagou, Carla nunca havia sido esse tipo de mãe.

—Talvez, mas você está bem?

—Mais ou menos, tudo está um pouco confuso.

—Podemos nos encontrar?

—Pode ser. Está de carro?

—Posso mandar o motorista de buscar.

—Te passo o endereço por mensagem. Até daqui a pouco.

—Até.

Desligou o celular encarando o teto, criou coragem e se levantou para tomar um banho.

***

Desceu na frente do grandioso hotel, apertou o casaco e entrou no lob, tudo era ricamente decorado em detalhes e móveis, caminhou até o restaurante e avistou sua mãe. Ela usava um vestido azul escuro formal, enquanto a própria Caitlin usava uma calça jeans e uma blusa verde solta, sempre se sentia desarrumada quando se encontrava com sua mãe, desde de pequena o sentimento de inferioridade era ativo.

—Olá mamãe. – abraçou Carla com um sorriso.

—Você parece meio abatida, Caitlin.

—Estou cansada, apenas isso. Os últimos dias foram estressantes. – explicou se sentando.

—Quer tomar algo?

—Apenas água.

—Eles têm uns drinks maravilhosos.

—Estou bem apenas com água. – disse, mesmo estando ali, o mais distante possível de Barry, ela ainda podia sentir o fantasma dos lábios dele sobre os seus, fechou os olhos.

—Caitlin, por que está chorando?

Limpou as lágrimas que escorriam dando um sorrisinho de desculpas.

—Está acontecendo tanta coisa que acho eu nem consigo me controlar mais.

—Você sabe que pode me contar tudo, se quiser é claro.

Mordeu o lábio indecisa, então suspirou e disse.

—Bom, tudo começou há algumas semanas quando eu descobri que estava grávida.


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