Snowflake escrita por Lily


Capítulo 14
Capítulo 14




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—Wally, você me empresta o seu notebook? – Caitlin indagou colocando metade do corpo para fora do quarto.

—Onde está o seu? – Wally perguntou ajeitando a mochila nas costas.

—No laboratório.

—Ok, o meu está lá embaixo.

—Você pode pegar pra mim, por favor? – pediu, ele arqueou a sobrancelha. – Cecile está lá com Joe e o nosso último encontro não foi muito bom.

—Ah, claro. Espera um segundo.

Ela assentiu voltando para dentro do quarto, já estava tão acostumada em morar ali que às vezes esquecia que tinha um apartamento na cidade. Joe e Wally a tratavam tão bem que havia se apegado aos dois de uma maneira incomum.

Abriu as cortinas deixando o sol entrar, sorriu sentindo os raios aquecendo sua pele. Wally bateu na porta chamando sua atenção e lhe entregando o notebook, sorriu agradecendo. Não iria para o laboratório durante alguns dias, Joe achou melhor assim, talvez o estresse lhe causaria outra crise, ela achou ótimo, pois assim não veria Barry nem Dominic, o beijo ainda rodava em sua cabeça, o gosto da boca dele, seu toque. Nunca havia se sentindo assim antes, quando o beijou era como se estivesse com fome, não de alimento, mas algo dentro dela pareceu se satisfazer apenas com ele.

Ele produz o calor que eu necessito. Frost disse e parecia lógico.

—Então pena que você vai ficar sem esse calor. – retrucou. – Isso não vai acontecer de novo.

É o que veremos.

Balançou a cabeça a tirando de sua mente, tinha um trabalho a fazer. Havia dito a Joe que contaria a verdade para Barry, mas primeiro teria que manter Josh em segurança, precisava achar Elizabeth e acabar com a raça da vadia. Planejava achar o endereço do antigo apartamento dela e tentar achar algo que pudesse usar contra a mesma.

***

Caitlin entrou na ponta dos pés no apartamento deserto, era notório o fato de não ter ninguém vivendo ali há meses, tudo estava empoeirado e sujo. O apartamento era bem moderno e aparentava mesmo ser de uma jovem cheia de sonhos, caminhou pela sala até a porta que levava ao quarto, havia uma cama de casal arrumada, abriu todas as gavetas. Precisava achar algo que ajudasse a encontrar o local onde Elizabeth se escondia, revirou o quarto de uma ponta a outra até ouvir o barulho da porta se abrindo. Produziu uma estaca de gelo e caminhou cuidadosamente até a sala pronta para atacar quem quer que fosse. Levantou a estaca então ouviu o grito.

—Caitlin! – Barry gritou de volta, Cisco colocou a mão sobre o coração soltando um grunhido um pouco afeminado, olhou para o seu amigo.

—Sério? - virou o rosto tentando esconder o riso, tanto de nervosismo como de incredulidade. 

—O que você está fazendo aqui? – Cisco indagou um pouco envergonhado, ela riu.

—O que vocês estão fazendo aqui? – cruzou os braços arqueando a sobrancelha.

—Cisco me contou sobre Elizabeth. – Barry disse, ela então virou-se para o engenheiro com um olhar repressor.

—Cisco!

—Você não disse nada sobre não contar para ninguém, além do mais, somos um trio, sempre juntos, se lembra?

Ela colocou a mão sobre os olhos respirando fundo.

—Conseguiram achar alguma coisa? – indagou, já que não havia mais como esconder Elizabeth deles, talvez a ajuda deles fosse bem vinda. – Alguma pista?

—Não ainda. – Cisco disse. – Mas tentamos conversar com dr. Parker, ele falou pouca coisa, então não temos nada. E aqui? Achou alguma coisa?

Negou com a cabeça.

—Aqui só tem...

—...poeira. – River completou passando o braço pelo ombro de Barry, Cisco gritou de susto, Caitlin revirou os olhos. Claro que ela também estaria ali. – Nossa Cis, acho melhor melhorar esses gritos.

—Como você entrou aqui? – ele indagou com a mão sobre o coração. – Como você chegou aqui?

—Feitiço de localização.

—Como você soube? – Caitlin perguntou olhando para a amiga.

—Ouvi você conversar com Joe, vocês não foram muito discretos.

Caitlin balançou a cabeça, aquilo tudo era um pouco estranho, mas o que não era estranho na vida deles.

—Ok, vamos nós separar e vê se achamos alguma coisa. – disse, os três assentiram.

Se virou indo em direção a estante, Barry a seguiu.

—Ei, sobre ontem? Queria saber se você está bem?

—Foi um ataque de pânico, apenas isso. – falou evitando a todo custo olhar para ele.

—Ok, mas você nunca teve um ataque assim. – ele disse.

—Será que podemos esquecer isso, por favor. – pediu se afastando, Barry a puxou pelo braço.

—O beijo...

—Foi impulso. – o interrompeu. – Tudo está muito confuso para nós dois agora, foi apenas um impulso.

Ele abriu a boca para retrucar quando ouviram o barulho do vidro da janela se espatifar.

—Abaixem! – River gritou se jogando no chão. Barry a puxou para si e se jogou de costas contra o chão, Caitlin o encarou enquanto os tiros corriam pela suas cabeças, os olhos dele tinham uma cor tão bonita. Barry piscou deixando um sorriso crescer, ela mordeu o lábio inferior. – Ei casalzinho, será que dá pra se beijar depois, a gente tá pra morrer aqui.

Sentiu as bochechas queimarem e rolou para o lado, Cisco e River se arrastaram até eles, os tiros não pareciam ter fim.

—Precisamos sair daqui. – Barry disse, ela evitou olhar para eles.

—Se a gente se levantar vira queijo suíço e se ficarmos aqui esperando eles pararem é capaz de mandarem alguém pra cá. – River falou.

—Cisco, nós tire daqui. – pediu, ele assentiu e se concentrou para criar um portal. De repente Caitlin não sentiu mais o chão em suas costas, o vento bagunçava seu cabelo e lhe empurrava para cima enquanto a gravidade a forçava para baixo, seus ouvidos doiam. – Cisco!

—Seu idiota! – River gritou, o vento deixava as vozes abafadas, virou o rosto encontrando Barry que balançava os braços desesperadamente, eles estavam em queda livre. Estendeu a mão em busca da dele, quando encontrou fechou os olhos esperando por o que viria, cair na água foi até um pouco melhor do que cair no chão, pelo menos ela estava de costas. Nadou até a superfície ainda de mãos dadas com Barry.

—Você está bem? – ele indagou, ela assentiu olhando em volta atrás de Cisco e River, mas eles já nadavam para a borda do que deveria ser uma piscina, Barry a puxou. Se apoiou na borda e ergue o corpo, estava ensopada e irritada. Olhou para Cisco, que coçava a nuca envergonhado, o empurrou de volta para a piscina antes de ir em busca de toalhas secas.

—Onde você acha que estamos? – River perguntou secando o cabelo com uma tolha que havia achado em uma espreguiçadeira  e o enrolando em um coque.

Olhou ao redor, pareciam estar no quintal de alguma mansão, as portas de vidro da casa estavam fechadas cobertas com cortinas, então não deveria haver ninguém ali. Pegou o celular no bolso, mas ele já era uma causa perdida.

—Não tenho ideia. – disse se virando para os meninos que se aproximavam. – Para onde você nos trouxe, Cis?

—Não sei, você apenas disse para tirar a gente de lá. – ele se defendeu.

Revirou os olhos.

—Vamos sair daqui antes que alguém chame a polícia. – Barry falou, eles o seguiram.

Aquele lugar era quente, colorido e bastante familiar, foi bem fácil sair da casa, eles seguiram por algumas ruas, passaram por lojas e lanchonetes, os nomes estavam espanhol, e haviam muitos carros antigos, se lembrou de uma matéria que havia visto certa vez uma revista, lembrou das fotos.

—Acho que estamos em Cuba. – disse, Cisco franziu a testa.

—Pra quê que eu iria trazer a gente para Cuba?

—Cisco, eu sou bioengenheira, não psicóloga.

—Também não precisa ser grossa. – ele retrucou, ela revirou os olhos.

—Vocês estão ouvindo isso? – River indagou, eles pararam para tentar ouvir. Era uma melodia animada, aprumou os ouvidos seguindo a música, quanto mais perto chegava, mas forte o ritmo ficava. Dobrou em uma pequena lojinha de suvenir, a rua estava interditada com grades, o grupo de pessoas dançava ao ritmo de alguma música. – Vamos lá?

—Não. – Caitlin disse puxando River pelo braço. – Temos que voltar para casa.

—Ah, Cait. É apenas uns minutos. – ela insistiu, então se virou para Barry e Cisco. – Vamos?

—Vai ser legal. – Cisco disse pulando a grade, River o seguiu. Caitlin virou-se para Barry, ele então deu de ombros e pulou para dentro da rua. – Cinco minutos, por favor.

—Não sei. – mordeu o lábio, Barry se inclinou para perto dela estendendo a mão.

—O que temos a perder? Estamos molhados em um país distante, merecemos curtir um pouco.

Soltou um suspiro frustrado antes de colocar a mão sobre a dele. Barry sorriu e ajudou a passar por cima da grade.


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