The Moment He Knew escrita por sweet almond


Capítulo 6
Clean


Notas iniciais do capítulo

Hello, hello meninas e meninos!

Dessa vez não demorei para aparecer não é mesmo? Esse capítulo promete emoções fortes, rs

Eu sei que falei que iria fazer um salto no tempo, mas decidi deixar mais para frente.

Espero que gostem do capítulo, rs ♥️



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Jason Grace

12 de setembro de 2024

Eu não sabia exatamente porque estava tão nervoso, me olhava no espelho toda hora para ver se a camisa estava boa e não estava amassada, se meu cabelo estava arrumado, mas não tanto. Deuses, estou parecendo minha irmã quando ela começou a sair com Luke no ensino médio.

— É só um jantar, Grace, nada demais – digo para mim mesmo em frente ao espelho e respiro fundo. Olho para o relógio e vejo que já está quase na hora de sair, pego meu casaco, minha carteira e as chaves e desço. Ao chegar na calçada, faço um sinal para um táxi que logo para.

O restaurante que eu havia escolhido para jantar com Piper ficava poucos minutos do meu apartamento, ela disse me encontraria lá às 20h. A princípio era para nós tomarmos um café, mas durante o dia ficava complicado para ela por conta do trabalho e de Theo, e também porque eu trabalhava do outro lado da cidade. Então, decidimos sair para jantar em um sábado à noite onde ela poderia deixar Theo com os pais dela – coisa que ele amava, de acordo com ela – e ela teria a noite de folga.

Cheguei ao restaurante, paguei o taxista e entro, pude perceber que Piper já havia chego e estava sentada em uma mesa perto da janela de costas para a porta e tomava um vinho enquanto olhava distraída para fora.

— Reserva de Jason Grace, por favor – falei para a recepcionista que sorriu e fez um sinal para segui-la, ela indicou a mesa onde Piper estava sentada que ao perceber a movimentação levanta – Obrigado – agradeço a recepcionista e ela sai.

— Olá – Piper sorri ao me ver e me abraça. Piper sempre foi linda, desde a adolescência, porém os anos que passaram valorizaram cada vez mais ela. E naquela noite, ela não estava diferente, o cabelo antes que era na altura dos ombros hoje caiam em ondas até a cintura, a maquiagem por mais simples que fosse estava perfeita e seu vestido preto valorizava cada curva de seu corpo.

— Oi – digo ainda admirando ela, realmente posso não ser mais apaixonado por ela, mas que eu nunca esqueci ela, isso é verdade – Você está linda.

— Obrigada, você também não está nada mal – ela diz sentando e sorrindo. Tiro o blazer e me sento à sua frente rindo e um garçom logo se aproxima com os cardápios.

— Boa noite, meu nome é Frederick e eu os irei atender essa noite – ele nos entrega os cardápios – O senhor gostaria de algo para beber?

— O mesmo que ela, por favor – digo e Piper sorri por trás do cardápio. O garçom anota o pedido e se retira – O que foi?

— Achei que depois de tantos anos, você pelo menos já saberia escolher por conta própria – ela diz abaixando o cardápio e me encarando enquanto tomava um gole de vinho.

— Não trabalho sob pressão, McLean – digo rindo – Espero que esse vinho seja bom pelo menos.

— Não o julgo, mas sim é bom – ela sorri e olha pela janela. Continuo a olhando e percebo que por mais que ela estivesse sorrindo dava para perceber que ela estava um pouco nervosa.

— Por que você está tão nervosa? – pergunto e o garçom chega com o vinho servindo minha taça, deixa a garrafa na mesa e se retira novamente.

— Não é nada, só que faz um tempo que não saio em um encon... que não saio com alguém sem o Theo, principalmente de noite – ela diz sendo sincera e seus ombros parecem relaxar um pouco após eu rir alto, recebendo um olhar reprovador de algumas pessoas ao redor – Por que você está rindo?

— Não consigo acreditar que você está nervosa por estar saindo comigo, sou eu – digo e ela revira os olhos – Além do mais, já saímos muitas vezes...

— Há muitos anos atrás.

— Você me conhece há anos...

— Porém, passamos anos sem nos falar.

— E eu que devia estar nervoso por estar jantando com você que está tão linda – digo de repente e a vejo corar e desviar o olhar. Sorrio e volto a olhar o cardápio – Já escolheu?

— Sim e você? – ela diz ainda vermelha e eu concordo, ela chama o garçom e nós dois fazemos nossos pedidos.

Enquanto esperávamos o jantar jogamos conversa fora, falei sobre como foram os anos na faculdade, confesso que escondi um pequeno detalhe dela, mas que não era importante no momento, falei sobre meu emprego e sobre como era viver com Leo. Ela falou sobre como conseguiu fazer a faculdade enquanto estava grávida de Theo, como foi após o nascimento dele e em como mesmo assim ela conseguiu ficar entre os melhores alunos do curso e construiu sua agência de publicidade com alguns amigos. Ela parecia nervosa contando sobre tudo isso, mas não quis me intrometer.

— E como é fazer tudo isso e ainda ter tempo para seu filho? – pergunto admirado com tudo que ela conseguiu fazer mesmo com uma criança pequena.

— Eu tenho uma dívida gigante com meus pais, antes de ele ir para creche quem cuidava dele enquanto eu estava em aula eram eles – ela diz dando de ombros e nossa comida chega – Confesso que não era fácil sair de casa e deixar ele nem que fosse por algumas horas, mas ele sempre foi um menino de ouro. E por incrível que pareça ele foi quem mais me ajudou na entrega do meu TCC e fez o maior sucesso na minha formatura – ela sorri nostálgica e eu dou risada.

— Ele é muito inteligente, não parece ter a idade que tem – digo e ela concorda enquanto mastiga.

— Desde sempre, acho que porque cresceu no meio de adultos, ele sempre quis agir como tal – ela diz dando de ombros – Mas e você, não teve nenhum relacionamento durante todos esses anos? - Me afoguei com a comida e tive uma crise de tosse, senti meu rosto queimando e Piper me olha preocupada me entregando uma taça com água – Você está bem?

Me recupero da crise de tosse e tomo mais uma taça com água desviando do olhar de Piper. Não precisava tocar nesse assunto tão rapidamente, porém decido falar a verdade.

— Hm, tive dois – digo e sinto meu rosto queimar novamente – Fiquei noivo por 3 meses, porém não deu certo e terminamos.

— Ah – ela diz e olha para a janela, encara o prato e me olha – Por que nem a Thalia e nem o Leo comentaram nada?

— Namoramos durante 3 anos e noivamos quando vimos que “estava na hora” – digo fazendo aspas com os dedos – Desde o noivado até o término foi tudo muito rápido, ela recebeu uma proposta de emprego aqui em Nova York e perguntou se eu viria com ela e falei que não, então brigamos e vimos que já não estava dando certo e terminamos. Ela veio para cá, continuamos amigos, não como antes, mas continuamos nos falando, eu continuei por lá por que meu emprego estava bem estável por lá e agora, tcharam, aqui estou eu.

Ela riu baixo, porém não me olhava, algo nela me dizia que eu não era o único que guardava alguma coisa, porém fiquei quieto e percebi que ela estava chateada com alguma coisa.

— Está tudo bem? – pergunto e ela abre um sorriso fraco e afirma com a cabeça enquanto terminava seu prato – Posso ter passado sete anos longe daqui, mas eu te conheço, Pipes.

— Não é nada – ela diz sorrindo agora me encarando e então deixo de lado, pois sei que ela não me contaria nada. Termino meu prato e jogamos mais um pouco de conversa fora – Acho que está na hora de irmos.

Olho para o relógio e vejo que já são quase 23 horas, me assusto como o tempo passou rápido e mesmo assim parecia que tínhamos conversado tão pouco, mesmo que tivesse passado quase 3 horas.

— Está de carro? – pergunto e ela afirma

— Deixei mais para frente, não queria pagar estacionamento – ela diz enquanto eu chamo o garçom para fechar a conta.

— Te acompanho até o carro – digo e ela sorri.

— Claro, sem problemas.

Após pagar a conta nos levantamos e deixamos o restaurante andando, fomos conversando de tudo um pouco. O vento do final de verão era agradável e dava para perceber que logo iria chover, às vezes conseguia sentir o perfume floral de Piper junto com o vento que me fazia querer me aproximar mais dela. Alguns minutos depois, ela parou em frente algum prédio e sorriu olhando para cima.

— Chegamos – olhei em volta e não vi nenhum carro por perto e a olhei intrigado – Na minha casa.

— O que?

— Eu moro aqui – ela diz apontando para o prédio – Moro muito perto do restaurante, por isso fui andando e não menti ao dizer que deixei o carro mais para frente – ela ri e eu a acompanho – Quer entrar?

— Pode ser – digo e ela pega as chaves em sua bolsa. Cumprimentamos o porteiro e ele sorri para Piper e ao me ver fecha cara, percebi que ele não é muito mais velho que a gente e também que ele possivelmente pode ter uma queda pela Piper. Pegamos o elevador e descemos no andar de Piper que entra em seu apartamento e retira os saltos e pendura a bolsa

— Fique à vontade – ela diz indo em direção à cozinha – Quer um pouco de água?

— Po-por favor – digo, vou até a sala e percebo que estou nervoso. Minhas mãos estão suando, estou gaguejando e inquieto. Tudo isso só por estar sozinho na casa de Piper – Pelo amor dos deuses, Jason, você parece um virgem prestes a perder a virgindade.

— Está falando sozinho? – Piper aparece com um copo d’água na mão sorrindo de lado e eu me assusto.

— Só admirando a casa – digo sorrindo nervoso e ela me indica o sofá para me sentar.

— Vou trocar de roupa para ficar mais à vontade, qualquer coisa é só chamar – ela diz indo em direção ao corredor e ouço o barulho de uma porta se fechando.

Começo a observar a sala, tentando não pensar em Piper, deuses, essa mulher tem algum poder sobre mim, não é possível. Vejo que nas estantes e nas paredes tinham muitas fotos, em sua maioria com Theo, os pais e as irmãs e os amigos mais próximos dela.

Percebo que na estante perto da TV tem uma foto de muitos anos atrás, a qual eu também tinha uma cópia. Nós já estávamos formados no ensino médio, era na minha festa de despedida e de Leo, antes de irmos para a Califórnia. Estávamos em sete na frente da casa de praia de Percy, todas as meninas com biquini, exceto Piper que estava com uma camiseta e me abraçava sorrindo. Lembrei que naqueles dois dias ela não havia entrado no mar ou na piscina e ficava de camiseta boa parte do tempo ou dormindo, achei estranho na época, mas ela dizia só não estar bem. O que se confirmava quase toda hora quando ela e uma das meninas iam até o banheiro para ela vomitar, ela dizia ser uma infecção alimentar e todo mundo aceitou.

Sabe quando algo dentro de você diz pra você ficar esperto e seu cérebro começa a soar um alarme de algo que você devia ter prestado atenção antes, mas foi burro o suficiente para não prestar? Então, eu estava assim nesse exato momento, tudo indicava para algo que eu não conseguia ver e só havia percebido agora.

Eu me lembrava que naquela época Piper havia engordado, não que eu me importasse com isso, afinal era completamente apaixonado por ela, ela havia engordado pouco e ela se incomodava com isso dizendo que era culpa do estresse do último ano e que não devia ter comido tudo o que comeu, mas eu não me importava.

Olhei para as outras fotos e achei uma de Theo pequeno na praia, percebi em seu braço uma marquinha de nascença e para o meu. Os pontos foram se encaixando na minha cabeça, era por isso que ela estava tão nervosa todas as vezes que falamos sobre ele, sobre porque eu achar que ela escondia algo de mim todas as vezes que conversamos, sobre o porquê de Thalia sempre estar tão ligada com ele.

Ouço passos vindos do corredor e me viro encarando Piper que estava ao telefone sorrindo e ao me ver com as fotos na mão seu sorriso se desmanchou.

— Filho, a mamãe precisa desligar. Já era para você estar dormindo, conversamos amanhã, tudo bem? – silêncio, ela ainda me encarava e eu tentava controlar a raiva, precisava ouvir ela primeiro – A mamãe também te ama, diz para a vovó que eu ligo para ela depois. Boa noite.

Ela desligou o celular e o colocou no bolso da calça jeans que vestia agora, se aproximou de mim cautelosamente e se sentou no sofá com as mãos nos cabelos enquanto encarava o chão e bufou.

— Eu posso... – ela começou a falar e eu viro de costas para ela enquanto dou uma risada cínica.

— Você pode me explicar? Pode me explicar o porquê escondeu um filho durante sete anos? Pode explicar por que mentiu na minha cara? – digo explodindo e ela me encara assustada e vejo seus olhos marejando, mas ela se levanta me olhando com raiva.

— Sim, eu errei. Confesso que errei e nunca neguei isso. Pode perguntar para qualquer amigo seu, passei sete anos da minha vida com esse peso nas minhas costas. Agora nada lhe dá o direito de falar comigo assim na MINHA casa – ela respira fundo e fecha os olhos controlando a respiração – Se você quiser conversar sobre isso, vamos conversar, mas decentemente.

Respiro fundo tentando me acalmar também, sento o mais distante possível de Piper no sofá e a encaro.

— A verdade desta vez – ela afirma com a cabeça e senta olhando para a TV a nossa frente e respira fundo mais uma vez.

— Theo é seu filho e você, teoricamente, é a única pessoa que não sabia disso, por que eu pedi para ninguém contar.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?

Não me matem por favor, vejo vocês no próximo capítulo.

Tenho uma pequena dúvida, estou querendo escrever uma nova fanfic Jasiper, só que na Idade Média, to pra escrever ela faz alguns meses porém só me enrolo, vocês iriam ler? Não iria abandonar essa aqui, mas gostaria de saber se vocês leriam?

Beijinhos ♥