The Moment He Knew escrita por sweet almond


Capítulo 14
Beautiful Eyes


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Aqui está um dos maiores capítulos que já escrevi, eu acho. Acabei me empolgando um pouco. Ele é fofo e mostra um pouco as coisas antes de tudo acontecer. Espero que gostem, beijinhos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/748117/chapter/14

21 de outubro de 2017 

Piper tentava ao máximo ajudar no que podia, porém sempre que se aproximava de alguém oferecendo sua ajuda a expulsavam dali com sorrisos. 

— Não precisa querida, vá se sentar, você não deve fazer esforços – diziam e Piper saia bufando e revirando os olhos. 

— Eu estou grávida, não doente – resmungava enquanto se sentava em uma das cadeiras no balcão da cozinha e passava a mão em sua barriga que não havia como esconder em seus seis meses. 

— O dia do seu chá de bebê e você fica aí reclamando pelos cantos - uma cabeleira loira entra na sala com várias sacolas e bandejas na mão - Venha me ajudar.

— Ninguém me deixa fazer nada, estou grávida e não doente - a morena pega algumas bandejas e elas vão em direção ao lado de fora da casa, onde os garotos montavam uma pequena mesa.

O chá de bebê de Piper ia ser algo discreto e apenas para seus amigos, afinal pouquíssimas pessoas sabiam ainda. Uma mesa com comes e bebes, um bolo pequeno, alguns balões e decorações, aquilo era muito mais do que Piper havia pedido para sua mãe e sua irmã, mas o que esperar de Afrodite e Silena?

— Annabeth Chase, Piper deveria estar descansando - Tristan se aproxima das duas amigas e retira as coisas da mão das duas - Vai que algo acontece como meu garotão?

Annabeth riu enquanto Piper revirava os olhos e as duas iam em direção aos meninos, Percy depositou um selinho rápido na namorada, enquanto Nico se aproximou de Piper e passou um braço pelos ombros da garota com um sorriso caridoso.

— Tem certeza que não quer ligar para ninguém? - ele sussurra e percebe o corpo da amiga murchar.

— Queria que os dois estivessem aqui, Nico - a cherokee sorri triste para o amigo e percebe que os outros estão prestando atenção no que ela diz - Essa semana pensei em ligar para ele e contar tudo, mas agora, depois desses meses perdi a coragem, tenho medo do jeito que ele pode me olhar e o que vai pensar de mim. Sinto muito, sei o quanto vocês gostariam que eles estivessem aqui, mas não posso fazer isso como eles, não agora.

A menina sentiu os olhos marejarem e logo passou a mão neles afastando as lágrimas, Nico a abraçou e um pequeno soluço escapou de sua garganta. Logo sentiu vários braços a circularem e ela sorriu agradecida pelos amigos. 

Alguns minutos depois, Thalia e Hazel voltaram com o resto da decoração, e então todos foram se arrumar para o chá de bebê, onde Piper iria revelar o nome de seu filho. Sua mãe e Silena a ajudaram se arrumar, por mais que só estivesse de seis meses, sua barriga era um pouco maior do que o normal, de acordo com sua médica. Até os quatro meses, Piper não aparentava nenhuma barriga, o que facilitou sua vida nos primeiros meses de faculdade, porém quando ela completou 20 semanas parecia que alguém havia inflado um balão dentro de sua barriga e desde então não parava de encher. Agora, sempre que ia para faculdade chamava atenção, no começo foi desconfortável, mas com o tempo tanto ela quanto o resto dos alunos acostumaram.

Quando as três mulheres desceram para receber as visitas, Tristan já estava esperando com sua camisa de botão azul, calça branca e um sapato branco também, ele era muito do Team Menino pois, nas palavras dele, já havia muitas mulheres em sua vida.

Piper usava um vestido branco de manga comprida e um cardigã longo azul por cima e um all star também azul, por insistência de sua mãe. Ao decorrer da tarde seus convidados foram chegando e as fraldas e roupas acumulando nos cantos. Quando olhou no relógio resolveu que estava na hora de divulgar o nome de seu filho, pois Annabeth e Thalia não aguentavam mais de ansiedade e estavam deixando Piper ansiosa também.

— Vamos, chegou o grande momento de anunciar o nome do pestinha - Percy gritou fazendo todos os convidados rirem - Que com toda certeza, terá o nome do tio mais legal, no caso eu.

— Vai sonhando - Frank, Nico, Will e Luke falaram juntos, fazendo todos rirem novamente.

— Eu fui justa, não darei o nome de nenhum de vocês para meu filho - a garota diz atrás da mesa, ao ver seu pai abrir a boca ela logo se apressou - Nem o seu, papai - todos riram novamente, Piper acompanhou e então limpou a garganta - A origem dele é grega, porque acho mais do que justo no meio dessa família louca, e também porque… - ela travou e olhou para Thalia, que era a única que desconfiava do nome do sobrinho, mas não tinha certeza - porque é um nome que Jason gostaria de dar ao seu filho, acho mais do que justo, então o nome dessa criaturinha aqui será Theo.

Ao terminar a garota percebeu que Thalia estava com algumas lágrimas nos olhos, ela agradeceu Piper de longe enquanto aplaudia junto com seus amigos, Piper então cortou o bolo e foi distribuindo para seus convidados.

Após boa parte dos convidados terem ido, Piper estava deitada no sofá com um prato de bolo apoiado em sua barriga, enquanto ouvia Will comentar sobre como era estranho pensar em uma criança dentro do seu corpo, após sua aula de anatomia na faculdade. Percy estava com sua irmãzinha, Estelle, no colo, e os irmãos mais novos de Annabeth, estavam apoiados na mesma, ouviam cada palavra de Will atentamente. Uma prima distante de Nico e Hazel, Meg, que estava passando uns dias na cidade também ouvia tudo sem perder nenhum detalhe. Quando eles se cansaram do detalhes técnicos de Will os quatro se viraram para Piper e seus olhinhos pararam na barriga da garota que sorriu para as crianças.

— Vocês querem ver uma coisa legal? - as quatro concordaram frenéticas e então ela sorriu - Charles, você pode pegar a lanterna ali na cozinha? E apaga as luzes daqui da sala quando voltar, por favor?

O garoto se levantou e logo voltou com a lanterna, entregou para a cunhada, então Piper acendeu a lanterna, ela estava com shorts por baixo do vestido, por isso levantou o mesmo e apontou a luz para sua barriga. As crianças se arrumaram em frente a Piper e olharam aterrorizadas e encantadas para a barriga da mais velha. Era possível ver muito pouco o contorno de Theo quando a luz refletia em sua barriga, porém Piper sabia que logo ele iria se mexer. Dito e feito, alguns segundos depois ela pode sentir o menino se virar e se mexer em sua barriga, e chutou.

— Coloquem a mão - ela falou e as crianças colocaram relutantes, logo Theo chutou novamente e as crianças riram.

— Como ele foi parar aí dentro de você? - Estelle perguntou e fez com que todos caíssem na risada e Percy levantar rapidamente, assim como Annabeth.

— Vamos, já está na hora de ir para casa - Percy disse pegando a irmã, assim como Annabeth que depositou um beijo em Piper e em sua barriga.

— Mas eu quero saber - Piper ouviu Estelle perguntar novamente para Percy.

— Você pergunta para mamãe, quando ela chegar - ele respondeu nervoso, fazendo todos rirem.

Um mês depois

23 de novembro de 2017

Piper estava indo em direção ao metrô, após sair da sua aula, se encolhia em seu casaco como o ar gelado de outono. Sorria para alguns conhecidos ao passar por eles enquanto eles a cumprimentavam, sua mãe não gostava da ideia dela andar de metrô com sete meses de gravidez e não a deixava dirigir, e a mesma também não queria um motorista. O caminho do metrô até Sutton Place a fazia repensar todas as atividades que ela tinha que fazer durante o resto do dia, e era muito melhor do que o trânsito de saída das aulas antes do feriado de Ação de Graças.

— Pipes - ela ouviu alguém gritar seu nome então se virou ao avistar Percy correndo em sua direção - Está indo para casa?

— Sim, pegar o metrô - ela abraça o amigo, que estava com cheiro estranho - Credo que cheiro é esse?

— Deve ser do produto que usamos em aula, dissecamos um sapo e tivemos que armazenar seus órgãos - ele diz dando de ombros e o estômago de Piper revira.

— Nojento - ela diz e ele ri - Está indo para casa também?

— Sim - ele a acompanha quando os dois voltam a andar - Saudades andar de metrô com você.

Ela sorri e abraça o amigo caminhando juntos, quando os dois passaram pela biblioteca Piper lembrou que tinha que pegar uns livros para a aula depois do feriado. Os dois foram lá rapidamente e Percy carregou os livros da menina. Ao chegarem no metrô esperaram pelo trem, conversando sobre os cursos. Ao entrarem Piper se apoiou na parede e bocejou, enquanto ria de uma piada de Percy, ela mexeu os tornozelos em claro desconforto e alongou um pouco a coluna.

— Esse garoto está me extinguindo, cada vez mais pesada e inchada eu tô’ - ela reclama e apoia a mão na barriga, fazendo Percy sorrir solidário para a mesma - Eu fico assustada com o fato de que falta menos de um mês…

— Quantas semanas você tá mesmo?

— 33 - ele arregala os olhos, logo um senhor se levanta e oferece o seu lugar, Piper agradece e relaxa em seu banco, enquanto Percy contava como estava sendo a procura por um prédio próximo a faculdade - Silena está saindo de casa também, diz ela para liberar logo um quarto para Theo, mas não acredito nessa história.

Percy ri e ambos foram caminhando pela Columbus Circle Station, para pegar ônibus. Ao entrar no ônibus a morena cochila no ombro do Percy que a acordou pouco antes do ponto. Percy era um dos amigos mais antigos de Piper, pois Sally, que era escritor, foi uma das co-autoras da biografia do seu pai, logo as duas crianças se conheceram e não se desgrudaram. Sally era casada com Paul, mas tinha um contato amigável com o pai de Percy, Poseidon. Percy acompanhou Piper até em casa, já que morava algumas ruas para baixo da amiga. Eles se despediram e o garoto disse:

— Acho que não seria uma boa ideia você continuar pegando metrô nessas próximas semanas, Pipes - ele disse e a garota revirou os olhos - Esse menino pode sair daí a qualquer momento a partir de semana que vem, eu posso te levar e buscar no seu carro se quiser, pense sobre isso. A gente se vê amanhã.

O garoto saiu e deixou Piper pensativa, logo mandou uma mensagem para Annabeth perguntando se ela via problema em Percy a levar e trazer da faculdade e também pediu para que amanhã antes do jantar de Ação de Graças ela pudesse trazer manteiga para o purê, pois havia esquecido de comprar.

Ela se deitou no sofá e esticou seus pés descalços e acariciou sua barriga.

— Você está me dando mais trabalho do que pensei que me daria ainda na barriga, garotão - Theo chutou e um sorriso cansado apareceu em seu rosto, Piper fechou os olhos e dormiu, acordando apenas quando sentiu alguém a cobrir, logo voltando a dormir.

Algumas semanas depois…

07 de dezembro de 2017

Piper McLean

Chego em casa, junto com Annabeth, depois da faculdade. Ela, Thalia e Hazel estavam se revezando todos os dias para dormir comigo desde que semana passada o médico falou que Theo já estava encaixado e parecia querer sair mais cedo. Eu estava com 35 semanas, e Theo estava programado para o dia 27 de dezembro.

Annabeth subiu junto comigo até meu quarto, peguei minhas coisas e fui tomar banho, enquanto ela terminava alguns projetos em seu computador, jogada na cama. Ao sair, a loira vai tomar banho e fico deitada na cama, enquanto lia uns artigos para a aula de linguagens de amanhã.

Eu e Annabeth nos entendemos apenas pelo olhar, e ela viu que eu estava cansada, então apenas retirou o notebook da minha frente e guardou o meu e o dela, ligou a Tv e colocou em Friends, um episódio qualquer.

— Annie, eu realmente preciso ler aqueles artigos - falei para ela e ela deu de ombros.

— Você leu eles durante a semana inteira, tem total conhecimento sobre eles - ela diz focada na tv e eu reviro os olhos - Qualquer coisa se não lembrar, pede para seu filho nascer, seria uma ótima desculpa.

Dou risada de seu comentário e dou um tapa em seu braço a fazendo rir também. Passamos o restinho da tarde assim, Annie fez uma pipoca para gente e eu percebi que Theo estava muito quieto na barriga, ele sempre “respondia” de alguma forma quando Annie falava com ele, mas hoje ele estava extremamente quieto.

Quando escureceu, lá por volta das 19h, meus pais avisaram que iam pedir comida, concordamos e depois de uns 30 minutos descemos para comer. O jantar foi divertido, com Annabeth falando como estava orgulhosa do projeto finalmente finalizado do quarto de Theo. Seu primeiro projeto como estudante. Falei como estavam indo as aulas e meus pais como estavam no trabalho. Depois do jantar meu pai e minha mãe arrumaram tudo, enquanto eu e Annabeth subimos para o quarto, nos arrumar para deitar.

Annabeth foi escovar os dentes e aproveitei para dar uma olhada no quarto de Theo. Estava tudo pronto, inclusive sua mala do hospital. Era tudo perfeito. Até que senti um liquido escorrer por entre minhas pernas, tive certeza que não era xixi.

— Mãe! Pai! Annabeth! - gritei, a primeira a aparecer foi Annabeth com a escova na boca e os olhos cinzas arregalados, a olhei sorrindo - Vai nascer.

Ela arregalou mais os olhos e então minha mãe aparece na porta, ela olha para o chão e então para mim, sorrindo.

— Tristan, querido, prepare o carro. Annabeth, mande mensagem para todos, avise que estamos indo para o Presberitan. Piper, acho melhor você trocar de roupa - ela diz e eu apenas concordo, minha mãe me leva até meu quarto onde ela e Annabeth me ajudam a trocar de roupa. Vou até o quarto de Theo pego nossas bolsas. Annabeth e minha mãe me ajudam até chegar ao carro.

Ao chegar ao hospital vou andando com meu pai me apoiando tranquilamente até a recepção, minha mão havia ligado para o hospital avisando que estávamos a caminho. Annabeth avisou que ficaria ali e esperaria nossos amigos, enquanto minha mãe e meu pai subiam comigo. A primeira contração veio assim que entramos no quarto.

Apertei a mão de meu pai e contive o grito.

— A partir de agora, vou pedir para vocês cronometrarem as contrações, logo mais volto com o médico - ela diz e eu apenas sorrio para ela.

Vou poupar vocês dos detalhes, mas tenho algumas observações a fazer: essa merda dói demais, meus amigos revezaram com meu pai para eu não quebrar a mão do coitado e foi a melhor experiência da minha vida.

Quando o médico falou que estava pronto, meus amigos se retiraram, minha irmã e minha mãe ficaram comigo, meu pai preferiu sair.

— Não tenho cabeça para passar por isso de novo - ele disse ao sair, me fazendo rir. 

Silena e minha mãe estavam segurando minha mão direita, me incentivando todo momento. Ao ouvir o primeiro choro de Theo meu coração se encheu e eu comecei a chorar, lágrimas e suor se misturavam. Minha mãe chorava comigo. Ao pegar Theo no colo eu estava muito emocionada, ele havia parado de chorar assim que se aconchegou em meu colo e tentava com esforço abrir os olhos.

— Vou avisar que deu tudo certo - Silena depositou um beijo em minha testa e saiu da sala.

— Ele é a coisa mais linda desse mundo - digo e olho para minha mãe que olhava para o neto encantada - Mesmo com cara de joelho e cheio de sangue.

— Ele tem seu nariz - ela diz e eu sorrio mais uma vez. A enfermeira nos avisa que precisa levá-lo para limpar e eu também precisava me limpar.

Após, sou encaminhada para um quarto e Theo é levado até lá, depois de todos os testes comigo e com ele. Meus amigos vêm em grupo nos ver e Thalia chorava igual criança enquanto admirava o sobrinho.

— Ele tem os olhos do Jason - diz ela surpresa, quando o pego no colo de novo e então ele abre os olhinhos e sorri para mim.

— São os olhos mais lindos que eu já vi - digo e então ele segura meu dedo e dá mais um sorriso, fazendo uma lágrima escorrer dos meus olhos - Eu te amo tanto.

Quatro meses depois…

Eu estava em meu quarto, eram 2h da madrugada, e eu chorava junto com Theo em meu colo. Ele estava chorando fazia mais de uma hora, e eu não sabia o que era. Já havia tentado dar mamar, vi a fralda, tirei roupa caso ele estivesse com calor, coloquei roupa caso ele estivesse com frio e nada adiantava. Depois de certo momento eu comecei a chorar junto com ele. 

— Filho, a mamãe te ama tanto, por favor pare de chorar, a mamãe tem que acordar cedo amanhã, tem um trabalho super importante para apresentar e não pode estar mais cansada - digo para ele entre lágrimas - Me diz o que você tem, para a mamãe poder te ajudar.

Uns 10 minutos depois meu pai apareceu na porta, sua cara indicava que ele havia acabado de acordar. Ao me ver ele sorriu e se aproximou de mim.

— Me ajuda - sussurrei para ele - Já fiz de tudo, e ele não para de chorar.

— Venha com o vô - ele pegou Theo no colo e logo em seguida o colocou na cama, o bebê se debatia enquanto meu pai conversava com ele - O que está te incomodando tanto, hein meu pequeno, você tá com dor?

Ao dizer isso ele aperta levemente a barriga de Theo que então abre mais a boca e volta chorar mais, meu pai sorri e então se vira para mim.

— Ele só está com cólica, meu amor - vou em direção ao Theo e o pego no colo, já calma - Vou pegar uma bolsa de água quente.

— Como não percebi que era só isso?

— Filha, você está cansada, é seu primeiro filho, ninguém vai te julgar por não saber que era só uma cólica - ele diz e então sai do quarto, eu havia deixado Theo de barriga para baixo, como a médica havia ensinado. Ele agora apenas resmungava e algumas lágrimas ainda escorriam de seus olhos azuis.

— Perdoa a mamãe, filho - digo e então meu pai volta para meu quarto com a bolsa.

— Vai dormir, filha, eu coloco ele para dormir - meu pai diz e meio relutante entrego Theo para ele, que me dá um beijo na testa e então sai do meu quarto.

Me deito na cama e fico olhando pela babá eletrônica meu pai cantar e balançar Theo e caio no sono sem perceber.

Na manhã seguinte, acordo com o despertador e levanto sonolenta, olho a babá eletrônica e vejo que Theo ainda está dormindo. Tomo banho rapidamente e me arrumo para a faculdade, ao entrar no quarto dele percebo que ele já estava acordado e quando me viu abriu um sorriso banguela.

— Você estava esperando a mamãe, é? - o pego no colo e vou com ele até a cozinha, onde minha mãe terminava de preparar o café - Bom dia, mamãe.

— Bom dia, filha. Noite difícil? - ela pergunta enquanto abro minha blusa para dar de mamar para Theo e tomava meu suco e comia a torrada com creme de abacate que minha mãe preparou para mim.

— Péssima - digo e ela sorri caridosa para mim - Eu sou tão grata por ter vocês.

Ela aumenta o sorriso e passa por mim depositando um beijo em meus cabelos.

— Vou me arrumar, daqui a pouco desço - ela diz e eu apenas concordo. Depois de Theo mamar, ele boceja e o faço dormir novamente. Com a bomba de tirar leite tiro o que seria necessário para ele ao decorrer do dia, minha mãe aparece e me ajuda a fechar as mamadeiras. Termino de me arrumar e então vou para faculdade.

Quando o relógio apontou 15h o professor nos liberou da aula, eu estava saindo do prédio lendo alguns papéis, alguns colegas meus passavam por mim e me cumprimentavam, alguns perguntavam de Theo e eu sorria e apenas respondia “tá ótimo”. Quando cheguei no pátio avistei Silena com o carrinho de Theo, ela acenou para mim e sorriu.

— Olha quem veio pegar a mamãe na escola hoje - ela disse pegando o sobrinho no colo e o estendendo para mim, que o peguei e o enchi de beijos.

— Quem é a coisa mais linda do mundo da mamãe - e ele começa a gargalhar quando volto a enchê-lo de beijos - E você não deveria estar na aula?

— Fui liberada mais cedo, mamãe me ligou e perguntou se eu podia passar buscar ele, pois apareceu um imprevisto, aí como estava sem aula, não posso negar essa coisa linda da tia - ela diz fazendo uma voz de criança e Theo levanta uma sobrancelha para ela, nos fazendo gargalhar.

— Quer ir comer alguma coisa? Não tenho mais aula também - digo e ela dá de ombros, coloco Theo no carrinho e vamos em direção a uma lanchonete ali perto.

Silena era dois anos mais velha que eu, então estava no penúltimo ano da faculdade de moda na Parsons School of Design, então buscava desesperadamente um estágio, e ela não queria fazer com a mamãe. Ela resolveu passar pela faculdade após entregar seu currículo e portfólio em uma empresa ali por perto.

Em certo momento da nossa conversa, tive que dar de mamar para Theo que já começara a resmungar. Enquanto, esperava e contava como estava sendo a faculdade, vejo um garçom se aproximar.

— Desculpa interromper, a senhorita por acaso é Piper McLean? - ele pergunta e eu concordo confusa e ele então olha para a entrada novamente - Tem um rapaz na entrada que alega que conhecer a senhorita, posso permitir que ele entre?

— Qual nome dele?

— Desculpa, esqueci de perguntar - ele se sente constrangido e sorrio tranquilizando-o, Theo larga meu peito e me arrumo rapidamente o fazendo arrotar.

— Tudo bem, ele sabe meu nome e sobrenome, pode deixá-lo entrar - digo e Silena me olha assustada, mas dá de ombros, fiquei concentrada em fazer Theo dormir que não percebi o garçom voltar a se aproximar dessa vez acompanhado.

— Quando eu olhei de longe eu não acreditei que fosse você, nem quando esse rapaz aqui me confirmou ser você - minha espinha gelou, levantei os olhos lentamente e vi Leo ali parado na minha frente. Droga. Leo me olhava furioso, e eu me levantei com Theo em meu colo quase dormindo - Que merda está acontecendo aqui, McLean?

— Eu já te explico, só deixa eu colocá-lo para dormir, vamos resolver isso na minha casa - digo percebendo os olhares das pessoas ao nosso redor. Leo também percebe que pode estar fazendo uma cena, Silena me dispensa com uma mão falando que ela pagava e assim saio empurrando o carrinho com um Theo adormecido em meu colo - Está de carro? - pergunto e ele nega, nos dirigimos até meu carro onde arrumo Theo e seguimos em completo silêncio até minha casa.

Leo fitava duramente o caminho até minha casa, quando chegamos percebi que meus pais não estavam, coloquei Theo em seu berço e voltei para sala onde Leo me esperava.

— Oi Leo - digo baixo e ele me olha furioso.

— Não me venha com oi Leo, Piper, o que está acontecendo? - ele pergunta e eu conto tudo para ele e ele me olha abismado quando terminei - Como você pode fazer isso comigo? Me esconder uma coisa dessas? Eu sou seu melhor amigo, Piper.

— Eu não queria que... 

— Piper, pelos deuses, se você tivesse conversado comigo, contado a verdade é claro que não desistiria de ir para Califórnia, mas ficaria mais tranquilo em saber a verdade por você. 

— Desculpa, eu estava apavorada – digo e começo a chorar, bosta de hormônios, fazendo com que Leo me abraçasse – Não queria que você guardasse esse peso, ainda mais morando com... ele. 

Leo afagava meus cabelos até que parei de chorar. Quando viu que eu havia me acalmado ele me afastou e limpou meu rosto. 

— Eu te perdoo – ele diz sorrindo e dou um sorriso tímido – Porém, com uma condição – levanto a sobrancelha e já ia me pronunciar falando que não iria contar para Jason, porém Leo colocou a mão minha boca e continuou – Eu serei o padrinho da criança.

Dou uma risada fraca e Leo me abraça novamente, fico assim por um tempo, aproveitando e matando a saudades que estava do meu melhor amigo. Pergunto o que ele veio fazer aqui, no meio do semestre, e ele diz que veio para o aniversário da mãe. Contamos como estavam nossas vidas, preparo alguma coisa para gente comer. Em certo momento, subimos, para Leo conhecer Theo, ao entrar no quarto percebo que Theo estava de novo acordado e sem chorar, sentado na cama. O pego no colo e ele ri para mim.

— Vem, quero que você conheça uma pessoa - digo e então Leo o olha um pouco receoso - Esse é o Leo, é o melhor amigo da mamãe e será seu padrinho.

Theo não parece entender nada, mas estende os bracinhos para o latino, que o pega ainda sem jeito, Theo fica entretido com os cachos do padrinho e solta gargalhadas, fazendo Leo rir também e o olhar admirado. Então, ele me olha com um semblante sério.

— Por favor, jure... 

— Eu não vou contar, porém, não concordo com isso. Ele tem que saber – Leo diz sério e eu apenas balanço a cabeça. 

— Eu sei, já ouvi isso tantas vezes – digo passando a mão pelos cabelos – Tem noção que meu pai cogitou a ideia de me enviar pra lá e só permitir que eu voltasse depois de contar? Eu sei de tudo isso e tudo o que passa na sua cabeça sobre isso, okay? Porém, eu nunca iria aguentar que no futuro ele olhasse para trás e visse que desistiu do sonho dele por irresponsabilidade minha – digo em um sussurro e encaro meu melhor amigo. 

— Pipes, escute, a irresponsabilidade não é só sua. Vamos começar que um filho não se faz com o dedo, todos aqui sabemos disso – Leo diz, me fazendo corar um pouco – Esse fardo não é só seu. E ele tem total dever de carregar junto com você. 

— Você percebeu que acabou de chamar meu filho de fardo? – digo soltando uma risada pelo nariz e Leo fica envergonhado. 

— Desculpa. 

— Tudo bem... só não conte, por favor. Quando for a hora certa, ele vai saber – digo desviando o olhar, pouquíssimas pessoas sabiam o que havia passado pela cabeça de Piper durante meses da gravidez.

Leo assentiu e se sentou  na cadeira de amamentar. Sentei ao seu lado e  apoiei a cabeça em seu ombro, respirei fundo e relaxei.

— Agora sério, eu vou ser mesmo o padrinho? - ele pergunta e dou risada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Nosso Leo está aparecendo cada vez mais, e capítulo que vem ele vaia aparecer de novo, quem não ama esse menino né? Que surpresas nos aguardam? Vejo vocês no próximo capítulo e por favor COMENTEM!
Amo vocês
P.S: fiz esse capítulo baseado em alguma cenas de Simplesmente Acontece, não revisei ele, então se tiver algum erro ME AVISEM.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Moment He Knew" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.