Capítulo 1

— Vamos João. — alguém bate na porta do quarto.

Deixo o celular de lado, e levanto da cama são aproximadamente três horas da tarde. E eu praticamente acabei de acordar, só fiz mesmo me ajoelhar para orar, e olhar as mensagens que tinha no meu celular de ontem, de algumas pessoas me desejando feliz ano novo tinha especialmente uma da minha mãe:

Feliz ano novo, meu amor. Eu e o papai te amamos.

Quando abro a porta encontro Amanda Santos, a garota que vem freqüentando meu sonho a várias noites. Ela está com uma saída de praia branca, seu cabelo castanho está solto e sobre ele está um chapéu na cor bege. Amanda retira seus óculos escuros relevando seus olhos castanhos.

— Oi. — falo segurando a maçaneta da porta.

— Vim certificar se você está vivo, e se caso tivesse, te chamar para ir à piscina, o sol está maravilhoso. — Amanda diz com sua voz suave.

— Eu vou tomar um banho e já desço, a galera está lá embaixo? — pergunto me espreguiçando, nada educado eu sei, mas precisava fazer.

Amanda rir, colocando de volta seus óculos.

— O que você acha Jão? Todo mundo ta acordado faz décadas, tu que é dorminhoco.

Sorrio também, ontem foi à virada, ficamos acordados até ás quatro da manhã, é lógico que eu preciso tirar o atraso do ano passado.

— Valeu, daqui a pouco estou descendo. — falo pronto para fechar a porta.

— Tá bem. — Amanda se inclina e beija minha bochecha. Me surpreendendo totalmente.

Olho para ela espantado, e a mesma cora um pouco. Há anos vinha sonhando com isso, quer dizer com esse beijo não, mas com um beijo de verdade da Amanda. Ela segue o corredor e eu fecho a porta com um grande sorriso no rosto. Vou logo para o banheiro para não perder tempo, ao passar pela janela volto e vejo dezessete jovens em volta da piscina. Meu irmão do meio Thiago está dançando, ou melhor, imitando algumas das meninas o que leva todo grupo gargalhar.

*~~*

— Aleluia! — Márcia minha tia e a líder do grupo de jovens; fala quando entro na cozinha.

— Até a senhora tia? — pergunto abrindo a geladeira. — Benção tia.

— Deus abençoe.

Fecho a geladeira por não achar nada de interessante, apesar da mesma está cheia graças a Deus. Pego uma maça na fruteira. Ao passar por minha tia, beijo sua bochecha. Chegamos ontem aqui na chácara, iremos passar o mês de janeiro inteirinho aqui. Apenas os jovens da igreja e a nossa líder Márcia.

— Heeeee meu irmão ressuscitou. — Thiago grita levantando as mãos atraindo a atenção de todos para mim.

— Otário. — falo sentando ao lado da Heloise, que está tirando uma selfie com seu famoso biquinho.

Dou uma grande mordida na minha maça. Recosto-me na espreguiçadeira saindo assim na foto da Heloisa. Que olha para mim de cara feia. Sorrio e ofereço para ela minha maça.

— Sério Jão? — ela resmunga apagando a foto.

— Sou tão feio assim? — pergunto antes tirar mais uma mordida da minha maça.

— Claro que não bobo. Só tenho que postar a primeira do ano e sozinha é claro.

Sorrio assentindo. Passo os olhos pela piscina, algumas pessoas estão dentro dela. Meu irmão Pedro o mais velho está vindo em minha direção com sua noiva Isabelle. Ele sorri mostrando seus dentes ridiculamente brancos. Somos muito parecidos: mesmos olhos pretos, e mesmos cabelos castanhos, mesma covinha na bochecha esquerda. Já o Thiago no lugar da covinha tem um sinal pequeno verde.

— Dá para, parar de admirar meu noivo. — Isabelle fala bagunçando meu cabelo.

— Sério; Isa? — falo olhando para ela. — Se eu ficar olhando para ele demais posso correr o risco de não dormir a noite.

— Deixa amor, você sabe como ele me ama. — Pedro fala batendo na minha cabeça.

Reviro os olhos para ele, bem quando Thiago chega abraçando o Pedro por trás. E todos começam a cantar:

— Pedro, Thiago e João no barquinho. Pedro, Thiago e João no barquinho no mar da galileia.

Esse foi o erro da mamãe — e eu sempre digo isso para ela, ter colocado os nossos nomes assim. E sempre quando estamos juntos, toda turma começa a cantar. E não podemos fazer nada a não ser rir.

— Ta bom, ta ótimo meus fãs, agora podem parar. — Thiago diz agora abraçando a Isabelle.

Todos á nossa volta sorrir, e volta ao que estava fazendo. Thiago se inclina ao meu ouvido, assustado olho para ele fazendo que nossas testas de batam. Massageando minha testa o escuto falando no meu ouvido:

— Não olhe agora, sua namorada está vindo.

Ele se afasta e olho para onde ele está apontando com a cabeça e vejo, Amanda vindo em nossa direção. Como sempre estorneante eu nunca canso de admirar sua beleza. Pedro bate no ombro, mas nem olho para ele, meus irmãos sabem da minha paixonite pela Amanda. E me dão a maior força.

— Oi meninos. — Amanda diz com seu sorriso lindo.

— Oi. — falamos em uníssono.

Ela senta no colo da Heloise, que faz carinho no meu cabelo. Heloise é minha prima, sobrinha do meu pai. E sempre fomos próximos e uma mania que ela tem, é mexer no meu cabelo, não só no meu. De todos os meus irmãos. Ela diz que o nosso cabelo é muito macio. O corte do meu cabelo está grande, por desleixo meu mesmo. Era para me cortar antes de viajar, mas ai a preguiça bateu.

— Você não perde essa mania não é? — Amanda pergunta.

Heloise rir da pergunta da Amanda.

— Está com ciúmes por acaso dona Amanda? O cabelo do Jão é tão lisinho, fofinho, macio. Parece cabelo de menina.

O rosto da Amanda fica levemente corado, eu já cheguei a pensar que ela gostasse de mim, mas quando eu a vi com o Adriano, percebi que só era coisa da minha cabeça. Mas agora, pelo jeito que ela está me olhando, parece que ela gosta de mim.

— Eu não estou com ciúmes Heloise. Por que eu teria ciúmes do João? Ele é meu amigo. — Amanda diz parecendo está brava.

Não sei, por que mais estou me divertindo com isso. Apesar de ela me considerar seu amigo. E eu querendo ser seu namorado.

— Amigo né? — Pedro se intromete no assunto. — E naquele dia lá na casa da Rebeca? Que o Alisson pegou vocês dois no maior clima assistindo as estrelas me mostram você. Aquele filme ridículo.

O rosto da Amanda que estava rosa, agora está vermelho. Não consigo distinguir se é raiva ou vergonha. Ela bate na minha perna ao me vê dando risada.

— Você rir não é João? — Amanda fala zangada.

— E naquele dia também mano, lá em casa, quando estávamos fazendo o bolo da tia Márcia. Os dois pombinhos lá na pia dividindo o chocolate. — Thiago emenda.

Agora meu sorriso é maior, todas essas vezes foram muito marcantes para minha vida.

— Vocês são um bando de chatos. — Amanda diz ficando de pé. Ela segue em direção a casa, então levanto também. Rápido como um raio, passo o braço por sua cintura e nos jogos na piscina. O que foi ótimo, por causa desse calor escaldante.

Quando submergirmos Amanda me ataca com tapas, socos e muitos idiotas, por ter molhado seu cabelo que ela tinha feito ontem. Enquanto todos á nossa volta rir, me afasto da Amanda para dá um mergulho e também esconder meu sorriso. Que está enorme!