Seguindo Borboletas escrita por Dany Pirote


Capítulo 2
Capítulo 01




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Melanie

 

 

— Vocês só tem essa cor de Bromélias? - perguntou a mulher apontando para os vasos de flores.

 

 

— Infelizmente sim. - respondi sem graça. A encomenda que eu havia feito só chegaria na segunda.


  A mulher não pareceu muito feliz com a noticia, mas ainda assim pediu que eu as separasse. Enquanto eu as colocava no embrulho minha tia chegou.

— Falta muito ainda para fechar Mel? - perguntou apoiando os braços no balção.

— Só essa cliente e eu já vou fechar. - falei terminado o embrulho.

— Ótimo. - comentou com humor - Vou te esperar então e vamos juntas para casa.

  Ai tinha! Minha tia as vezes passava por aqui para me fazer companhia, mas dessa vez ela parecia mais animada do que normalmente.

  Assim que a cliente foi embora peguei minha bolsa e segui com minha tia até a porta da loja.

— Está tudo bem tia? - perguntei casualmente enquanto baixava a porta e a trancava.

— Tenho novidades para você, Mel. - falou com um sorriso animado e abrindo a bolsa completou  - Deixaram isso no meu trabalho essa tarde e resolvi te trazer. É uma boa oportunidade. - terminou me entregando um folheto.

Olhando o folheto em sua mão senti meu coração acelerar. Ela havia me trazido outro folheto de faculdade, o quinto nos últimos três meses. Abri um sorriso sem graça e o peguei.

— Já pensou a respeito? - indagou animada - Eles tem um dormitório próprio. - falou como se quase todos os outros não tivessem.

— Ainda não me decidi tia. - menti.

Eu já havia me decidido. Não iria abandonar a floricultura que meus pais haviam aberto e ir estudar em uma faculdade em outra cidade.

— Tem que se decidir logo Melanie. O tempo está passando. - disse como se fosse tão fácil - Não existe nada que você queira aprender? Nenhuma profissão que te chame a atenção?

— Não, tia. Infelizmente ainda não encontrei nada que realmente despertasse o meu interesse. - respondi sem jeito - Eu gosto da floricultura. Se eu fosse estudar fora da cidade seria obrigada a fecha-la e eu não quero fazer isso.

Ela pareceu um pouco frustrada enquanto desviava o olhar para o chão, logo depois seu olhar se tornou distante e ela deixou um suspiro escapar. Desviei o olhar para o outro lado da rua tentando não me deixar abater quando eu o vi.

Não fazia ideia de quando havia colocado aquele enorme banner ali, mas lá estava ele me lembrando ainda mais do porque aquela floricultura era importante para mim.

— Sente muita falta deles não é? - indagou vagamente assim que viu o banner do horto florestal da cidade.

— Muita… - admiti sem esconder o aperto no coração.

Era óbvio que eu sentiria… Eles eram o meu mundo.

— Sua mãe iria gostar de te ver correr atrás dos seus próprios sonhos Melanie e não ficar presa aos dela. - disse fazendo um nó se fechar em minha garganta.

Ela nem precisava dizer isso. Eu sabia que minha mãe devia pensar assim, mas isso em nada mudava o fato de eu não querer abandonar aquele lugar. Eu me sentia mais próxima deles quando estava ali.

— Eu sei tia. Não estou abrindo mão dos meus sonhos por causa da floricultura... - disse depois de alguns minutos de silêncio - Apenas não encontrei algo que me motive a sonhar... - terminei com um suspiro cansado, minha tia desvio o olhar para o meio fio.

— Desculpe se estou sendo insistente demais Mel, mas só estou te falando isso para o seu próprio bem. Nós nos preocupamos com você.

  Eu nunca duvidaria das palavras dela. Eu tinha minha tia como algo bem próximo de uma segunda mãe. Quando meus pais morreram eu não aguentei ficar morando com meus avôs por causas das lembranças que o lugar que eles moravam continha, então quem me acolheu em sua casa foi ela e meu tio. Por todos esses anos eles fizeram todo o possível para que eu me sentisse em casa.

— Eu sei, tia. - falei logo depois de uma tomada de fôlego lenta.

Agradeci em silêncio o resto do caminho por minha tia não insistir mais com esse assunto. Assim que chegamos em casa Judi veio correndo nos receber.

— Mãe! Mel! - gritou pulando no colo dela.

  Judi era minha priminha. Tinha apenas seis anos, mas as vezes eu duvidava disso. Era uma garotinha extremamente inteligente e acima de tudo curiosa.

Ela havia puxado os olhos verdes da família da minha mãe enquanto todo o resto era da minha tia.

— O que temos para o jantar meu anjo? - indagou minha tia.

— Vovó fez inhoque. - falou como se fosse a coisa mais incrível do mundo.

— Vou tomar um banho e já desço para comer com vocês. - falei e logo me apressei nas escadas.

  Abrindo a porta do quarto encarei as estrelinhas de plastico brilhantes que estavam presas ao teto. Judi amava essas coisas então eu havia dado a ela uma caixa cheia de estrelinhas para que ela pudesse ver o céu estrelado todos os dias quando fosse dormir.

Cansada, larguei todo o peso sobre a cama e fechei os olhos. Pouco a pouco a exaustão foi me consumindo e antes que eu me desse conta acabei apagando.

 

*****

 

 

 Acordei abruptamente com Judi me chacoalhando na cama, empurrei as cobertas assustada e a encarei alerta. Ela abriu um sorriso de quem foi pego no flagra e falou:


— Vovó me pediu para te acordar. - falou rapidamente se justificando -  Vamos tomar café e ir passar o dia com o vovô no parque. - terminou deixando o quarto as presas.

  Engoli a seco sentindo a adrenalina diminuir.

  Um dia eu iria devolver tudo isso a ela com juros!

  Assim que me troquei desci para tomar café.

— Bom dia querida. - disse minha vó do fogão.

— Bom dia… - respondi com o humor um pouco azedo enquanto fuzilava Judi e sua carinha de santa do outro lado da mesa.

— Vejo que alguém acordou de mal humor hoje. - comentou despejando o chá quente na minha xícara.

— Se a senhora tivesse sido acordada pela criatura aí do lado estaria até pior que eu. Te garanto. - falei fuzilando ainda mais Judi com o olhar.

  Essa garotinha sabia muito bem como me tirar do sério.

— Judi o que eu te falei querida? - disse num tom mais amável do que deveria - Não deve acordar a Mel desse jeito. Gostaria que ela fizesse o mesmo com você?

  Revirei os olhos. Minha vó não levava jeito para essas coisas. As vezes fico imaginando como ela conseguiu educar minha mãe e meu tio desse jeito?

— Do que é esse chá, vó? - perguntei cheirando o líquido rosado.

— Por favor Melanie! Não faça essa cara mocinha! - disse irritada, mas eu podia vê-la segurando a risada - É camomila com maçã.

— Maçã? - devolvi um pouco a contra gosto.

— É querida e é muito bom para a saúde. - falou com aquele sorriso que a deixava jovial - Vamos lá tome um pouco antes de reclamar.

Minha vó tinha mania com chás. Sempre tentava experimentar novas receitas.

Engolindo um pouco a seco e fazendo uma prece silenciosa tomei um pouco do chá.  Não era sua melhor receita, mas também não ficava entre as piores.

— Vamos passar o dia com o vovô então? - perguntei depois de alguns minutos de silêncio.

— É o que pretendo… - terminou com aquele sorriso dando novamente as caras.

  Meu vô era caseiro do horto florestal que ficava aqui perto. Ele trabalhava lá desde quando casou com minha vó, então minha mãe e meu tio foram criados com todo o parque como quintal. Quando criança eu passava a maior parte do meu dia lá, mas quando meus país morreram não consegui mais me sentir tão confortável naquele lugar.

Eram lembranças demais para uma criança conseguir lidar com elas…

Depois do café ajudei minha vó a pegar a cesta que havia preparado e fomos de carro para o parque.

O lugar nunca mudava, todas as vezes que vinhamos ver meu vô passávamos pelo mesmo caminho até a velha casa de madeira envernizada onde ele e minha vó moravam.

Assim que avistamos a casa deixei um sorriso se formar, meu avô estava sentando no velho balanço de madeira na varanda da casa.

  Ele não conseguia esconder o quanto amava e se sentia bem naquele lugar.

— Bom dia amores da minha vida! - falou assim que se aproximou de nós.

— Bom dia Vô. - falei, mas foi Judi quem tomou a cena e pulou nos seus braços dando bom dia.

— Trouxemos algumas coisas para o almoço. - disse minha vó chamando sua atenção enquanto apontava para a cesta na minha mão.

— Vamos arregaçar as mangas então e prepara-lo. - falou sorrindo enquanto pegava a cesta da minha mão - Bom dia querida. - terminou me dando um jeito na testa.

 

    *****


Durante o almoço Judi ficou contando coisas sobre a nova escola dela e sobre o quanto ela achava aquele lugar grande.
Assim que terminamos a sobremesa meu vô começou um novo assunto.

 - Eu conversei com seu tio sobre a floricultura Mel… - começou meu vô chamando a minha atenção - Acho que ele deveria se dedicar a ela por algum tempo. Você é jovem. Devia tentar pensar mais sobre você e o que quer fazer no futuro.

  - Eu gosto de trabalhar floricultura vô… - falei desconfortável.

    Eu sabia onde esse papo iria levar. Minha tia estava usando ele comigo a meses, mas eu não queria deixar a floricultura. Nem mesmo para estudar em alguma faculdade vizinha. Aquele lugar era a única coisa que ainda me ligava aos meus pais. Eles haviam lutado tanto para abri-lo que eu não podia simplesmente abandona-lo.

 - Não pensa em fazer algo diferente da vida Mel? - interveio minha vó.

Era evidente que eles todos já haviam conversado sobre isso.

O meu futuro…

Porque eles pensavam que eu não podia dar conta disso sozinha?  

 - Não, vó eu não penso. - falei num tom mais elevado do que pretendia usar. Ambos me olharam e logo depois desviaram os olhos um para o outro - Eu não vou abandonar aquele lugar… - sussurrei me levantando da mesa. Com os olhos marejados deixei a cozinha e fui até a varanda procurar por um pouco de ar.

Eu sabia que não era justo falar assim com eles, mas quem poderia me culpar? Eu já estava cansada de toda essa cobrança.

 - Mel… - disse minha vó se aproximando de mim - Não queremos que abandone aquele lugar de forma alguma. Nós sabemos o que ele significa para você, mas queremos que você tenha a chance de conhecer coisas novas.

Engoli a seco.

Eu sabia que todos eles queriam isso.

— A floricultura é sua Mel. - disse meu vô se aproximando de mim também - Não importa se você escolher ser uma professora, uma médica ou advogada. Você ainda poderá cuidar daquele lugar.

Senti meus olhos marejarem e engoli a seco segurando as lágrimas que ameaçavam cair, notando minha fragilidade minha vó me puxou contra seu peito e num perto bem vindo me envolveu num abraço.

Eu sempre soube que era uma garota sortuda. Eu podia não ter mais meus pais do meu lado, mas tinha minha família e isso era tudo que realmente importava.

Passamos o resto do dia envolvidos entre conversas e brincadeiras. Até que quando a noite chegou meu vô nos convidou para dar um passeio pelo horto sob a luz do lua. 

Eu não havia gostado muito da ideia, mas como era a minoria acabei indo junto com eles de qualquer forma.

A luz da lua banhava todo o nosso caminho num tom prateado. Meu vô e minha vó caminhavam os dois um pouco mais a frente de nós.

Olhando ao nosso redor encontrei algo que eu havia a muito esquecido. A velha ponte de pedra onde minha mãe costumava me levar para ver os vaga-lumes.

 - Vó! Vô! - gritei fazendo-os me olhar - Vou com Judi até a ponte. - terminei apontando para o lugar.

 - Vamos esperar as duas por aqui, então. - disse meu vô parando de frente para um jardim de Hortênsias.

 - Vamos? - apontei para a ponte.

— Claro! - respondeu Judi animada, com aquele sorriso de pura curiosidade dando as caras.  

  Fazia muito tempo que eu não saia do caminho que levava até a velha casa onde meus avôs moravam.

A ponte estava exatamente com meu me lembrava.

 "- Melanie meu amor não corra! - gritou minha mãe um pouco atrás de mim, mas como de costume eu a ignorei.

Queria chegar mais rápido o possível na ponte de pedra e ver os vaga-lumes.

 - Não te mandei não correr Mel? - indagou exasperada, me tirando do parapeito da ponte.

Eu sempre tive o costume de me debruçar sobre ele apenas para olhar o reflexo dos vaga-lumes na água."

  Esse lugar tinha uma atmosfera especial. Minha mãe sempre dizia que ele era encantado, que escondia um mundo além daquele que todos viam, mas que só era possível nota-lo quando se parava para admirá-lo com a alma e não apenas os olhos.

 "- Porque você nunca me houve? - falou me pegando no colo e colocando sentada no parapeito de frente para ela - Você sabe muito bem que é perigoso se debruçar na ponte Mel. E se você cair? - indagou começando o sermão.

 - Desculpe mãe... - falei lhe dirigindo meu melhor olhar de pena, estilo gato de botas. Minha mãe se derretia quando eu fazia isso.

 Ela soltou um suspiro pesado, bagunçou meu cabelo de leve com a mão direita antes de falar.

 - Vamos fazer um acordo Mel. - começou sorrindo - Nós paramos todos os dias na ponte por alguns minutos para você ver os vaga-lumes, mas tem que me prometer que não irá se debruçar dessa forma sobre a ponte novamente. Combinado?

 Esse não era um acordo muito justo, mas como eu estava afim de não continuar ouvindo o sermão resolvi aceitar.

 - Combinado mãe. - disse abraçando-a.

 Ela me abraçou bem forte por alguns minutos, logo depois me soltou e ajudou com que eu me virasse de frente para o lago a baixo da ponte. Com os braços em torno de mim ela falou:

 - Você gosta tanto assim de vaga-lumes Mel? - perguntou próxima do meu ouvido.

 - Eu amo eles. - falei entusiasmada - Eles brilham no escuro mãe.

 - Então você os ama porque eles brilham no escuro? - indagou com um tom divertido na voz.

 - Sim! Sim! Eu amo eles por isso. - respondi olhando para os pontinhos brilhantes que começavam seu show.

 - Humm... - comentou procurando palavras - Posso te contar um segredo? - assenti e ela continuou - Nesse parque existem fadas.

 - Fadas?! - quase gritei enquanto me contorcia nos braços dela para olha-la nos olhos. Assim que nossos olhos se encontram ela assentiu abrindo um sorriso lindo - Mas fadas não existem mãe. - falei fazendo bico.

 Não gostava de ser passada para trás.

 - Quem foi que te contou isso? - perguntou com um ar de revolta na voz - Fadas existem Mel e temos que acreditar nelas.

 - Mas a Cristina disse que...

 - A Cristina não viveu ainda o suficiente para poder dizer isso querida. - falou me interrompendo enquanto colocava o dedo sobre os meus lábios para que eu parasse - Um dia Melanie você ira ver a magia com seus próprios olhos e entenderá que não se pode confiar em tudo o que te dizem, mas sim no que o seu coração fala.

 - A senhora já as viu mãe? - perguntei puxando a cabeça para trás para que seus dedos deixassem a minha boca e eu pudesse falar mais livremente. Ela abriu o sorriso ainda mais brilhante antes de responder.

 - Sim eu já as vi. - respondeu, seus olhos brilhavam de tanto entusiasmo.

 - Como elas eram? - perguntei eufórica com a descoberta.

 - Eram iguais a borboletas.

 - Borboletas? - indaguei confusa, ela assentiu antes de responder.

 - Eram como borboletas coloridas, mas brilhavam feito vaga-lumes.

 - Igual vaga-lumes? - soltei atonica.

 - Sim meu amor. Elas brilhavam como vaga-lumes. - respondeu em seu típico tom doce.

 - Quero ver elas agora mãe! - gritei ainda mais eufórica.

 - Você não pode vê-las quando quer Mel. Elas aparecem quando querem aparecer.

 - Então não tem fadas aqui?

 - Se elas estão aqui ou não isso para mim não importa Mel. Eu acredito nelas e o fato de poder vê-las ou não nesse momento não muda isso. - terminou dando de ombros.

 - Eu também acredito nelas! - falei exasperada.

 Se minha mãe podia acreditar tanto nelas então isso significava que eu também podia.

 - Acredita? - indagou sem esconder o sorriso, assenti e ela completou animada segurando meu queixo - Sua fé as manterá vivas então.

 - Minha fé? - perguntei confusa.

 - Sim, Melanie... Sua fé. - falou me olhando fixamente nos olhos - Sem ela elas se tornam fracas e morrem.

— Isso é triste mãe. - falei me sentindo extremamente vulnerável - Eu nunca vou deixar de acreditar nelas...

— Nunca? - devolveu com um sorriso de orelha a orelha.

— Nunca. - respondi levantando a mão direita.

— Isso é bom. - começou sonhadora -  Uma fada sempre protege quem acredita nela.

 - Protege? - indaguei atonica.

Isso era realmente incrível!

— Sim Melanie. Elas nos protegem. Enquanto tivermos essa fé em nosso coração elas nos protegeram.

— Então eu vou acreditar nelas para sempre!"

  Senti as lágrimas marejarem os meus olhos.

  Se naquela época me dissessem que esse “para sempre” que eu tanto acreditava iria durar apenas mais sete meses eu nunca acreditaria, mas foi exatamente isso que aconteceu. Sete meses depois eu perdi meus pais num acidente de carro e junto com eles a fé que eu tinha em fadas, finais felizes, pedidos feitos a estrelas cadentes ou qualquer uma dessas baboseiras de contos de fadas. A vida não era um conto de fadas e isso eu havia aprendido da pior forma.

 - Está tudo bem Mel? - indagou Judi me trazendo novamente a realidade.

   Sequei as lágrimas que haviam deixado meus olhos com a manga da blusa e respondi:

 - Está sim Judi. Só me dei conta do quanto esse lugar era importante para mim quando tinha a sua idade.

  - Importante? - indagou curiosa.

   Às vezes eu me esquecia o quanto essa pecinha do meu lado era movida pela curiosidade.

— Minha mãe costumava me trazer aqui para ver os vagalumes. - falei me aproximando do parapeito de pedra onde eu costumava sentar, encostando os cotovelos nele dei uma rápida olhada para o lago abaixo de nós e deixei um suspiro frustrado escapar - Queria te mostrar alguns deles, mas acho que eles não estão mais por aqui. - terminei me virando para Judi que estava no meio da ponte com os olhos vidrados no céu acima de nós.

 Seguindo seu olhar senti o ar ficar preso em meus pulmões.

Acima de nós havia uma borboleta azul, mas não uma borboleta azul comum… Essa era brilhante como as borboletas das quais minha mãe costumava falar.

Me sentindo extremamente vulnerável dei alguns passos para trás  até bater as costas no parapeito de pedra.

Posso te contar um segredo? Nesse parque existem fadas... 

Eram iguais borboletas...

Eram como borboletas coloridas, mas brilhavam feito vaga-lumes.

Eu podia ouvir cada uma de suas palavras com se as tivesse ouvido nesse instante.

Elas realmente existiam... Eu ainda não conseguia acreditar que minha mãe estava certa todo esse tempo.

De repente como se lessem meus pensamentos outras borboletas azuis brilhantes apareceram da copa das árvores sobre nós.

— Você tá vendo isso Mel?! - gritou Judi me olhando.

Seus olhos refletiam o mesmo fascínio que os meus refletiram quando minha mãe me contou sobre elas.  

 - Estou… - respondi mais para mim mesma.

Então me pegando ainda mais de surpresa as borboletas começaram a descer e voar ao redor nosso como pontos de luz flutuantes. Me sentindo extremamente tentada a toca-las estiquei minha mão direita e deixei meu braço suspenso até que uma delas se aproximou lentamente dele e pousou na ponta de um dos meus dedos.

Desviei o olhar para ver a reação de Judi quando minha visão se tornou turva e logo depois tudo ao meu redor escureceu.


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