Witch and Vampire Academy - História Antiga escrita por Luísa Saeger Carvalho


Capítulo 2
Capítulo 2 - Primeiro Dia


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que ia postar esse capítulo apenas no final de semana, mas como tive tempo hoje pra que esperar até amanhã? Espero que gostem ♥



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Quarto 203, Hotel – 06h00

O sol vinha em minha direção, meus olhos queriam se abrir, mas me prendia à cama, ‘’O despertador não tocou, não está na hora senhorita ansiosa!’’ pensava enquanto lutava contra a luz que incomodava meus olhos, cobria a cara, escondia meu rosto no lado escuro da cama, mas nada adiantou, quando finalmente me escondi da luz insuportável o despeitador tocou.

            - Maldito! – falei enquanto jogava o lençol que me cobria para o outro lado da cama.

            - Maldita é essa luz, acordei às cinco da manhã porque essa desgraça não me deixava dormir.

            - De qualquer forma, já era hora de levantar.

            Calcei minhas pantufas de porco e andei em direção ao banheiro, minha mala estava próxima à porta dele, com as roupas que compramos ontem em cima dela, ainda dentro das sacolas, resolvi então poupar o serviço de abrir a mala e escolher uma roupa. Peguei uma sacola qualquer e tirei as roupas que havia dentro, uma blusa listrada de preto e branco e uma saia branca me chamaram a atenção, as vesti e aproveitei para pentear o cabelo, já que todos os meus produtos estavam no banheiro. Comecei penteando as pontas, segui para a raiz e finalmente comecei a modelar meu cabelo em um penteado, duas pequenas tranças embutidas de um lado da cabeça, com o restante do cabelo jogado para o lado, sai do banheiro e fui procurar algum sapato que combinasse com a roupa que vestia.

            - Belo visual. – mamãe servia a mesa, havia pão, uvas, manteiga e suco de laranja.

            - Obrigada, agora falta escolher o sapato.

            - Certo, já arrumei sua mochila do jeito que gosta, pastas no primeiro bolso junto com os livros que vai pegar hoje, cadernos no segundo bolso, estojos, um lanche e um livro no último bolso, a garrafinha está na redinha do lado esquerdo.

            - Obrigada mãe, que livro pegou?

            - Percy Jackson.

            - Já disse que te amo?

            - Muitas vezes. – mamãe deu um sorriso antes de sentar à mesa.

            Peguei um allstar azul que estava no chão, o calcei antes de me sentar à mesa e vi que minha mãe havia comido metade do pão que estava em seu prato, algo estava errado.

            - Mãe, você só come rápido quando está preocupada ou ansiosa, o que ouve?

            - Não estou encontrando um emprego e, pelas minhas contas, nosso dinheiro vai acabar em duas semanas, seremos expulsas do hotel, não poderíamos mais pagar sua escola, por mais que sejam apenas 100 dolares por mês, não teríamos casa e o pior, não teríamos comida depois de algum tempo.

            - Não fique assim, vai encontrar um emprego bom logo, vi que no restaurante próximo ao colégio estava uma placa dizendo ‘’Procura-se chef de cozinha, favor ligar no número tararan tararan’’, talvez seja uma boa, não?

            - E você não anotou o número, né?

            - Vejo isso quando passar por lá, se eu lembrar.

            - Ok e você vai se atrasar. – mamãe se levantou da cadeira e me deu um beijo antes de ir procurar uma roupa em sua mala. – Tenha um bom dia filha.

            - Obrigada, igualmente mãe. – peguei minha mochila e sai do quarto já imaginando o que aconteceria no meu primeiro dia de aula.

            Caminhava pelas ruas com um sorriso estampado no rosto, eu era uma pessoa muito simpática, ainda sou, dava oi para qualquer um que passasse por mim, enquanto isso imaginava como seria o dia, me recordava das matérias que estudei ano passado e me lembrava do horário que deveria seguir, sou ótima em memorizar coisas, havia decorado meu horário e precisava apenas me recordar dele enquanto caminhava.

            - Matemática... Ciências... Português... Economia... Educação física... Almoço... Ballet... – balbuciava enquanto caminhava, assim que percebi que a escola estava próxima, comecei a repetir mais rápido.

            Cheguei à fachada da belíssima construção, atravessei o portão e logo de cara vi Bel reunida com outras quatro ou cinco meninas, provavelmente as amigas de quem ela tanto fala e que tanto queria me apresentar. Ela me viu e começou a abanar, querendo que eu fosse para perto delas, já que não era uma pessoa nada antissocial, pelo contrário, fui andando com um grande sorriso na direção delas.

            - Raven, que bom te ver. – ela me abraçou e começou as apresentações. – Meninas, eu apresento ou...

            - Eu começo, sou Sarah Johnson, sou parente da diretora Johnson.

            - Espera, ela não era diretora Tonks?

            - Ah, você é uma bruxa! Perdão, achei que era uma trouxa.

            - Tudo bem, prazer. – estendi a mão e ela apertou, logo passou a palavra para a menina ao seu lado.

            - Sou Melissa Malfoy, não me julgue pelo meu sobrenome.

            - Não irei lhe julgar, o meu não é um dos melhores também. – novamente, estendi a mão e ela apertou, não sei o porquê, mas sentia que seriamos muito próximas.

            - Sempre quis te conhecer - uma menorzinha falou. – ,as histórias que a Bel conta sobre você são fantásticas!

            - Haha.

            - Ah, quase me esqueço, me chamo Emily Lestrange.

            - E eu sou a irmã mais velha dela, Amélia Lestrange.

            - Prazer em conhecer vocês, como já devem saber, meu nome é Ravine, apelido Raven.

            - Seu sobrenome é...? – Amélia indagou.

            - Black, Ravine Black.

            - Wow, Black não é o nome do bruxo que tentou esfaquear a filha quando tinha quatro anos e a umas duas semanas tentou lançar um Avada Kedavra na filha na frente da mulher?

            - Meu pai é famosinho por aqui, não?

            - PARA TUDO! Seu pai é o tal assassino de quem todos falam?

            - Podemos mudar de assunto? Se não se importam... – o sinal me interrompeu, então tivemos que parar a conversa por ali mesmo e seguir para nossas respectivas aulas, o que eu achei bom, pois me lembrar das notícias horríveis que circulavam o mundo sobre meu pai não era uma sensação boa.

            Já que Sarah e Melissa tinham a primeira aula junto comigo, andamos o caminho inteiro nos conhecendo melhor, são duas meninas incríveis que tem histórias tão alucinantes quanto as minhas, escolhemos nossos lugares e então pegamos nossos materiais, foi nesse momento em que me dei conta, havia esquecido meus livros na secretária, então peguei apenas meu caderno, meu estojo e guardei o livro do Percy Jackson embaixo da mesa, para ler quando terminasse os exercícios que a professora iria passar. Eu sou boa com números, provavelmente seria uma das primeiras a terminar os exercícios e poderia ler meu livro com tranquilidade.

            - Bom dia alunos! – a professora cumprimentou a todos, embora apenas eu, Sarah, Melissa e outra menina tenham respondido ela. – Ah, vejo que a aluna nova já está aqui, seja muito bem-vinda senhorita...?

            - Ravine Black.

            - Muito bem então senhorita Black, irei passar alguns exercícios de fixação no quadro, matéria de geometria, depois pode me consultar para pegar a matéria que perdeu da última semana.

            - Ok. – comecei então a copiar todos os exercícios e que tanto de exercícios!

            Era coisa fácil, geometria é a coisa mais fácil desse mundo! Para alguns pode não ser, para outros... Enfim. Terminei tudo muito rápido, então peguei o livro do Percy Jackson e comecei a ler, a sala estava muito calma, nunca havia frequentado um colégio assim, alunos comportados, sem magias durante as aulas, a professora um doce, eu estava no paraíso comparado ao que vivi, realmente, era um recomeço, um grande recomeço para mim, uma nova chance de ter a vida que sempre quis.

            O sinal bateu e recolhi minhas coisas, guardei tudo com a maior tranquilidade assim como todos, sai de lá e andei em direção da sala de ciências, dessa vez Sarah e Melissa tinham aula de economia, então fui sozinha para a sala, consegui me orientar apenas por um rapaz que parecia seguir para a aula de ciências também, já que carregava os livros dessa matéria na mão. Assim que entrei na sala sentei na única cadeira vaga, ao lado do mesmo rapaz que usei de guia para chegar ali.

            - Olá. – disse com um sorriso no rosto, procurando fazer amizade com o jovem.

            - Olá. – o rapaz parecia surpreso com minha atitude, meu sorriso sumiu.

            - Eu lhe ofendi ou algo assim?

            - Não, não, imagina. É que não estou acostumado com pessoas sendo gentis comigo. – ele olhou para trás, onde um grupo de rapazes que pareciam ser jogadores de basquete de tão grandes estavam rindo dele, sua feição demonstrava tristeza.

            - Esses babacas? Não ligue para eles, quer ver uma coisa?

            - O que seria?

            - Apenas olhe. – retirei do estojo um lápis, na verdade, minha varinha disfarçada, apontei a na direção dos rapazes e proferi um feitiço, eles começaram a se coçar e a fazerem barulhos de macaco, além de falarem normalmente e chorarem. – É só uma questão de saber se defender.

            - Você é uma bruxa?

            - OH BITCH! Você não é?

            - Sou um vampiro. – dessa vez eu parecia estar surpresa e estava mesmo. – Não vou sugar seu sangue, para isso servem os pássaros que minha vizinha cria para minha família, ela usa um feitiço, Avis, era esse o nome.

            - Hum... Avis... – sem querer, fiz com que alguns pássaros azuis surgissem em cima dos rapazes e começassem a bicar eles, o que deixou a cena mais engraçada, abri a janela e os pássaros saíram voando, a professora então chegou.

            - Senhores, o que é isso? Leram minha mente? Hoje a aula era sobre mamíferos, mas não esperava isso!

            - Professora, nem eu sei o que é isso! – um dos rapazes falava entre soluços.

            - Como não sabe? Não se façam de bobos, já para a diretoria, quando decidirem acabar com a brincadeira podem voltar. – a professora então abriu a porta e depois que os alunos saíram, bateu ela, demonstrando estar um pouco irritada pela confusão. – Alunos, podem abrir seus cadernos, hoje é tudo matéria do quadro, passarei exercícios do livro, mas como o meu livro é diferente do de vocês, acho que não terão os mesmos exercícios, então copiem tudo do quadro, pode ser?

            - Sim, professora. – um grupo de alunos que já havia tomado o folego falou, enquanto outro grupo ainda dava gargalhadas.

            Abrimos então nossos cadernos e começamos a copiar, o que não era muita coisa, pois a professora mais explicava do que passava coisa, porém, eu anotava cada palavra que ela dizia, então o meu caderno deveria ser um dos mais completos da turma. Não deu tempo de fazermos os exercícios na aula, então ali estava o meu primeiro dever de casa. Quando o sinal bateu, segui o rapaz de antes novamente, tínhamos português junto com Giuli, ela era um ano adiantada.

Nos encontramos no meio do corredor e ela ficou assustada quando me viu andando com o tal vampiro, não entendi nada e também não tinha tempo para entender. Entramos na aula de português e confesso que foi a pior aula do dia, além da professora ser uma mal humorada ela não tem respeito por ninguém, odeia os alunos, deveria ser uma Malfoy, sem querer ofender a todos que tem esse sobrenome, tem o lado bom e o lado ruim da família, com certeza ela era do lado ruim.

            Sentei-me em uma das cadeiras que estava na primeira fileira, Giuli se sentou atrás de mim e o rapaz ao meu lado, pelo visto, terei de chama-lo de rapaz até que ele me conte o seu nome, a professora entrou na sala com mau humor, mas Giuli me alertou de que ela sempre estava de mau humor, o único dia ‘’feliz’’ da vida dela foi quando todo mundo da turma tirou 10, eu ia ser um desastre pra ela e não queria ter uma discussão já no meu primeiro dia, então pedi ajuda pra Giuli que, de hora em hora, me passava um papelzinho por debaixo da mesa com as respostas, depois de um tempo eu acabei entendo um pouco daquilo, mas ainda não era o bastante, novamente, fui pedir ajuda, perguntei se a menina poderia me ajudar com estudos as sextas depois da aula e ela aceitou. Copiei tudo o que havia no quadro, anotei as páginas do livro, que deveria pegar na saída, e até o momento eu tinha duas lições de casa.

            Após a aula de português, segui pelo corredor acompanhada apenas de Giuli, o rapaz foi para outra sala e assim que a menina percebeu que ele não estava mais por perto, me puxou pelo braço e começou a falar ainda com olhar de espanto.

            - Como você consegue aguentar aquele rapaz? Ele é um vampiro, é raivoso e mal.

            - Sério? Ele me parecia legal, apenas um pouco depressivo por conta do bullying que sofre.

            - Pare de andar com ele ou pelo menos carregue uma arma, caso precise.

            - Giuli, não vamos passar dos limites já no meu primeiro dia, ok? Apenas queria fazer amizades.

            - Ah, vai fazer muitas agora. O professor de economia adora fazer trabalhos em grupo.

            - Que bom.

            Continuamos andando e quando chegamos à sala, vimos que as mesas estavam organizadas de maneira diferente, seis mesas juntas que formavam um grupo, havia seis desses grupos, assim, cheguei à conclusão de que havia 36 alunos naquela aula, o que era muita gente. O professor nos aguardava então nos apressamos e sentamos em uma mesa qualquer, os outros quatro lugares vagos pertenceram a um grupo de vampiros que pareciam conhecer Giuli, eles se cumprimentaram e eu fiquei em silêncio, até que o professor começou a falar.

            - Bom dia alunos, hoje, como podem ver, iniciaremos mais um trabalho em grupo, vocês tem de criar uma empresa e mais que isso, deveram criar um sistema de gastos da empresa que economiza no mínimo 500 dolares por mês, quero que sejam criativos e podem começar a produzir a partir de agora.

            - Bem, o que poderia ser a empresa? – perguntei na intenção de iniciar o trabalho e produzir de uma maneira legal para todos.

            - Bem, - uma vampira de cabelos roxos falou. – Seria uma boa ideia criar uma empresa de produtos de cosméticos, meu pai tem uma dessas e é um meio que gasta muito, podemos criar bastante coisa e será um verdadeiro desafio.

            - Gosto de desafios. – um vampiro loiro e bonitinho falou enquanto me encarava.

            - Podemos começar então, vamos pegar os cadernos e anotar as ideias. – um vampiro bem baixinho com óculos falou pegando seu caderno de economia, assim, todos fizeram o mesmo.

            - Podíamos fazer uma maquete mostrando como a empresa funciona e tal, para na hora da explicação a gente poder mostrar pro pessoal, vai ficar mais completo e teremos uma nota maior. – uma vampira loira e muito bonita falou.

            - Certo, vamos anotar o que temos até agora. – Giuli falou enquanto anotava as ideias.

            - Gente, coitada da menina nova, nem nos apresentamos para ela. – a loira falou. – Me chamo Liv, Liv Drácul.

            - Me chamo Max, Max Cyrus. – a garota de cabelos roxos falou.

            - Sou o Teddy, Teddy o amor da sua... – o loiro foi interrompido pela tal Max que lhe deu um beliscão. – Ai! Sou Teddy Wunder.

            - Michael Collins, o único vampiro que não aparenta ser vampiro. – o baixinho falou.

            - Bem, sou Ravine, Raven Black.

            - Black, nome bonito. Na minha família tinha um Black, talvez sejamos parentes bem distantes. – Liv falou enquanto anotava as ideias que tinha, a menina produzia tudo com o maior capricho.

            - Bem, mais alguma ideia?

            - Eu tenho uma! – Liv começou a explicar suas ideias e anotamos as ideias que usaríamos e as que não usaríamos descartamos.

            A aula foi muito produtiva e ali já estava meu terceiro dever de casa, fazer uma pesquisa sobre economia em empresas de cosméticos para termos melhor ciência do que estávamos fazendo.

➴  ➵ ➶

Segui para o vestiário feminino, tirei de dentro da mochila uma pequena bolsinha onde estava meu uniforme de educação física, vesti o top preto, a blusa cinza, o short cinza com listras verdes na lateral e meu tênis cinza e verde de corrida. Guardei minhas roupas na bolsinha e guardei a mesma na minha mochila, que por sua vez,  guardei ao lado da mochila da Giuli e segui para a quadra aberta. A professora passou o alongamento e depois os exercícios que praticaríamos naquela aula, fizemos tudo com perfeição e, como sempre, a professora elogiou muito nosso desempenho, ao final da aula, voltei para o vestiário e me troquei.

            Tudo estava indo bem, voltei para casa, esperava que o meu almoço estivesse pronto, mas foi ai que me lembrei de que tinha ballet depois do período de almoço, precisava almoçar ali por perto. Olhei eu meu redor e escolhi o mesmo restaurante que vi ontem, agora ele não tinha mais a placa de ‘’Procura-se chef de cozinha’’, parecia que alguém foi mais inteligente que minha mãe.

            Chegando lá, me sentei em uma das mesas e fiz meu pedido, um hambúrguer com porção grande de fritas e suco de laranja parecia ser uma boa, embora eu tivesse meu lanche, mas ele não era bem um almoço, uma maçã e uma caixinha de suco de uva, seria meu lanche da tarde. Trouxeram minha comida e pedi para que descem os parabéns para a chefe, eles disseram que dariam os parabéns para a chef Daiana, se aquela não fosse minha mãe, eu não sabia quem era, embora estivesse feliz, fiquei um pouco preocupada, minha mãe nunca me disse que sabia cozinhar bem assim, ela teria usado magia, com certeza. Paguei minha comida e voltei para o colégio, me troquei no vestiário e estava prontinha com meu uniforme de ballet, eu amava dançar, principalmente dança clássica e uma das melhores era o ballet.

A aula foi muito boa, todas eram muito boas e eu, sem querer me gabar, me destacava mais, as ouvi comentando que faziam ballet a quatro ou cinco anos, eu fazia a oito, desde que tinha meus 5 anos, a professora só me elogiava, eu adorava aquilo. Fora isso, os exercícios ali eram um tanto fracos, os que fazia em meu antigo colégio eram mais fortes e acho que por isso eu me destacava, mas o bom é que ocorreu tudo bem.

            Sai de lá com um sorriso no rosto, algumas das meninas estavam comentando sobre meu desempenho, eram comentários bons, pelo que ouvi. Corri para o hotel, queria muito encontrar mamãe e contar a ela o que aconteceu, porém, não pude abrir a porta do quarto, mamãe não estava e eu não tinha a chave, desci até a recepção e expliquei tudo para a mulher que tomava conta do hotel, ela confirmou que minha mãe saiu e ela pediu para me avisar que voltaria mais tarde, peguei minha chave e subi para o quarto, estava exausta, mas precisava fazer meus deveres e começar o trabalho, seria uma tarde cheia.

            Estava terminando de fazer o primeiro slide do trabalho de economia quando minha mãe entrou no quarto, eram 18h00min, um pouco tarde para ela mesma, estava preocupada mais ao mesmo tempo queria ver a reação dela ao saber que eu estive no restaurante, então continuei a escrever enquanto iniciava uma conversa com a pobre mulher que estava deixando sua bolsa com seu uniforme em cima da cama.

            - Nada mal, chef Daiana.

            - Como sabe que fui ao restaurante pedir emprego?

            - Só pediu? Eu almocei lá e quando pedi para que descem os parabéns ao chef, disseram que dariam a chef Daiana, qual outra Daiana pediria um emprego naquele restaurante, sendo que você era a ‘’única’’ Daiana que sabia que eles estavam procurando alguém.

            - Ok, pode me explicar outra coisinha agora. Por que não almoçou o que te dei?

            - Mãe, almoço não é apenas um nome que eles usam para lanche, são 50 minutos que temos para sairmos do colégio e almoçarmos em algum restaurante ou quem trouxe uma marmita comer lá, eu não comia desde as 07h00min, uma maçã e um suco de uva não iam dar pro resto do dia, ainda mais com aula de ballet depois do almoço.

            - Certo, como pagou?

            - O dinheiro que você deu para mim e para Bel ontem no shopping, sobrou bastante coisa e ele acabou se misturando no meu uniforme de ballet, eu fui conferir se ele estava na mochila e foi ai que vi o dinheiro e tive a ideia de comer no restaurante.

            - Ok, na próxima me avisa que eu mando uma marmita, sabe que não podemos gastar dinheiro assim.

            - Mas você está trabalhando.

            - Não, aquilo foi só um teste e não me aceitaram, era pra serem dois chefs de cozinha, o outro chef era filho do dono e ficou revoltado porque elogiaram a minha comida e não a dele, o pai dele me demitiu depois que o filho fez um chororô desgraçado.

            - Que filho da puta.

            - Olha a boca.

            - Não entendo, fala pra eu parar de falar palavrão sendo que você também fala, não estamos mais com o papai, a partir de agora só séries, saídas com as amigas, palavrões e lazer, ok?

            - Ok, capitã diversão.

            - Hahaha, muito engraçadinha.

            Terminei de fazer a apresentação do trabalho, mas faltava a parte escrita, mamãe pediu uma pizza que chegaria a qualquer minuto, decidi então salvar a apresentação e deixar a parte escrita para amanhã, desliguei tudo e entrei na Netflix, vi meio episódio de Supernatural quando o interfone tocou, o cara da pizza subiu e entregou nossa deliciosa e preciosa comida, não demorou muito para que comêssemos metade dela, claro, enquanto víamos Supernatural.

Infelizmente, quando estávamos na 10º temporada, alguém bateu na porta do quarto, então minha mãe foi abrir, apenas fiquei deitada na cama, segurando minha varinha caso precisasse, uma jovem muito bela, aparentava ter uns 15 anos, entrou no quarto e começou a olhar ao seu redor, como e procurasse algo e, aparentemente o achou, pois parou e me encarou, apontou o braço para mim e mamãe parecia estressada.

            - Por que ela sempre esteve com você? – no mesmo instante, a jovem pegou sua varinha e apontou para mamãe.

            - Leonor, pare imediatamente!

            - Não, me responda, por que se afastou de meu pai e prendeu-a aqui esse tempo todo?

            - Leonor! – minha mãe havia levantado o tom de voz, olhava para mim, podia perceber o medo em seus olhos. – Ela não pode saber!

            - Até quando ela não poderá? Completaram-se 13 anos, esse foi o combinado. Um mês após o aniversário de 13 anos dela eu poderia voltar e ter o que é meu por direito, a graça e o respeito de minha...

            - Não fale isso na frente dela!

            - Immobilus! – lancei o feitiço nas duas, que ficaram incrédulas com minha ação, mas, já deveriam esperar que eu fizesse algo quando percebesse que o assunto era sobre mim. – Podem me explicar por que ela quer algo de mim e por que eu não posso saber essa tal coisa que vocês falam?

            - Eu conto para ela! – a jovem falou enquanto encarava mamãe de maneira ameaçadora.

            - Eu vou contar, sou a mãe dela.

            - Alguma de vocês pode falar logo antes que eu faça algo de que me arrependerei depois?

            - Certo, vou explicar tudo. – minha mãe baixou o tom de voz. – Essa menina é Leonor Black, sua irmã mais velha. Não comece o chororô agora porque eu preciso terminar de falar. Seu pai e eu nos separamos e quando isso aconteceu, há 13 anos, você havia nascido e sua irmã queria viver com você e comigo, mas seu pai, sendo o filho da puta que sempre foi, sequestrou sua irmã e a prendeu em algum lugar, ele a adorava, ela era uma bruxa muito talentosa, você era apenas um bebê, não sabia nem se virar direito, ele não via a menina que você iria se tornar, era cego pelo poder. Fizemos um acordo, eu vivia junto com você e longe dele, sua irmã teria a liberdade de escolher qual caminho ela quisesse seguir quando completasse 15 anos, mas você não poderia saber disso.

            - Espera, por que eu não podia saber da existência dela?

            - Por que você iria atrás dela e seu pai lhe prenderia longe de mim, ele poderia lhe ferir ou pior sem a minha proteção, você só vive hoje porque eu lhe salvei.

            - Certo, mas por que ela só teria liberdade três meses depois do meu aniversário? E por que depois do meu aniversário e não do dela?

            - Dessa vez eu conto pra ela. – a jovem que seria minha suposta irmã falou. – Eu nasci dia 5 de março, exatamente três meses depois do seu aniversário, mamãe só disse que era o seu aniversário por que ela não gosta de lembrar-se dessa data como o dia do nascimento da primeira filha dela. Enfim, respondendo sua outra pergunta, eu tenho 15 anos, é como se fosse a idade de escolha, quando você começa a pensar mais no seu futuro e muda seus costumes, hábitos e atitudes conforme o que escolher, bruxos são adultos a partir dos 17, muitos se preparam para a vida adulta apenas quando saem de Hogwarts, nossa família sempre foi precavida, nos preparávamos aos 15, foi com essa idade de nosso antepassado escolheu seguir a desgraça da família dele mas se arrependeu e virou um herói.

            - Isso é informação demais, vocês duas só podem estar de brincadeira comigo e eu não quero mais ouvir nada, isso é um sonho e eu apenas preciso dormir para acordar na vida real, é o que todos dizem para fazer nessas situações. – guardei minha varinha em uma das gavetas do criado-mudo, fechei o notebook e o deixei embaixo da cama, puxei minha coberta, virei para o lado da janela, longe dos olhos de mamãe e da tal Leonor e comecei a dormir.

            Eu fui ingênua, como que aquilo seria um sonho, quando eu dormi de verdade e vi que estava sonhando, finalmente me dei conta, tudo aquilo era real, eu tinha uma irmã mais velha que foi sequestrada pelo meu pai só porque ela era mais poderosa que eu, mamãe fugiu comigo e me escondeu até hoje da tal Leonor, que finalmente pode escolher fugir do papai porque ela atingiu a ‘’idade da escolha’’, dá pra ser pior que isso? Apenas queria acordar, teria aula de manhã, o que significava que não precisava olhar na cara de nenhuma delas, apenas sair de casa e ir para o colégio contar tudo para Bel e Giuli.

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            Florestas Alemãs, 2006. – 27 de dezembro, 20h00min.

            Mamãe estava na cozinha, lavando a louça, de tempo em tempo, ela reclamava das dores que sentia, minha irmãzinha nasceria daqui a uma semana, todos na casa estavam felizes, vovó e vovô eram os mais animados, sempre quiseram que minha mãe tivesse duas filhas, mas, todos sabiam que eles queriam mesmo é que ela tivesse uns cinco filhos, coisa que nunca acontecerá, provavelmente, o único que não aparentava estar feliz era papai, ele estava bravo, eu era uma bruxinha muito habilidosa, acho que tinha medo de que minha irmã não fosse assim também.

            Vovó entrou no meu quarto e me contou uma história para que caísse no sono, nunca funcionava então ela chamou mamãe, que veio na maior tranquilidade e calma do mundo, ela sempre era atenciosa, carinhosa, nunca agia sem pensar duas vezes, era uma mulher incrível! Ela entrou em meu quarto e seu sorriso já me fez sentir acolhida.

            - Filha, que música quer que eu cante hoje? – ela passava a mão no meu cabelo.

            - Mamãe, pode cantar aquela música do colégio em que você estudou. – meu sorriso pareceu convencê-la de cantar a tal música.

            - Certo, mas tem que dormir, não vai ouvir a música e... Certo, para que enrolar? – ela passou a mão mais uma vez em meu cabelo, então começou a bela melodia. - We stand as one United, against the Puritan, we draw our inspiration, from good witch Morrigan...

            Quando mamãe percebeu, eu havia caído no sono, estava cochilando como uma princesa, ela adorava me ver dormir, era uma maneira de perceber que sua missão diária foi concluída com sucesso. Ela saiu do meu quarto e deixou a porta semi-aberta, assim, permitindo que eu ouvisse a conversa, por mais que estivesse dormindo, era aquele sono leve, eu podia ouvir tudo, mas imaginava que era meu sonho, por mais que soubesse que não fosse.

            - Tem que parar de cantar essas músicas para ela! – papai gritava. – Ela não vai aprender nada se iludindo com música, ainda mais se for a desse colégio de merda! Ela vai para Hogwarts, a única música que deveria conhecer é o hino de do colégio.

            - Amor, ela ainda tem três anos, estimular a imaginação e iludir ela com algumas coisas faz bem, claro que não iremos passar dos limites e ela quem escolhe para qual colégio vai.

            - Não, ela deve obedecer ao que o pai dela mandar e eu a mando ir para Hogwarts, você é apenas uma mulher, deveria limpar a casa e cuidar das crianças, seu trabalho é apenas esse.

            - Eu não sou uma escrava para lhe obedecer, sabe muito bem o que acho desse seu jeito.

            - O jeito que vai educar bem nossas filhas, vá limpar o banheiro, quando terminar pode ir dormir no sofá.

            Era horrível ouvir essas discussões entre eles, eu não gostava do papai, ele era mal, por mais que soubesse que ele me amava, eu não compreendia o porquê dele ser tão mal assim, a única coisa que compreendia era que deveria fugir dali com mamãe assim que pudesse.

 

➴  ➵ ➶

 

            Berlim, Alemanha – 06h00min.

            Assim como no dia anterior, a luz do sol me acordou antes que meu despertador tocasse, a única coisa que poderia fazer era levantar e seguir em frente, me arrumar com calma e pensar em uma desculpa para não passar à tarde em casa, alguns de vocês, na verdade a maioria, não deve entender como é a sensação de receber uma notícia tão grande como a que recebi, mas, incialmente, eu apenas queria fugir daquilo e não ter que encarar como um novo problema, apenas ignorar e fugir do assunto.

            - Filha, podemos conversar agora?

            - Mãe, eu preciso me arrumar depressa, as meninas querem que eu chegue mais cedo para repassar os conteúdos que a professora passou ontem, para que eu entendesse melhor. – menti. – Acho que só depois do almoço.

            - Certo, já que não tem ballet hoje, pode voltar para casa e almoçar aqui, certo?

            - Ahn... Certo. Mas posso levar um dinheiro extra? Caso aconteça algo e eu precise ficar no colégio por mais tempo.

            - Certo. – ela pegou a carteira que estava em seu criado-mudo, abriu e tirou de dentro 70 dolares. – É o bastante?

            - Sim, obrigada mãe,

            - Aonde ela vai? – Leonor havia acordado cedo, estava sentada na cama mexendo em meu notebook. – E quem é Dean Winchester?

            - As duas coisas não são da sua conta e quem deixou você mexer no meu notebook? – andei rapidamente na direção dela, arranquei o notebook das mãos dela antes que vasculhasse fundo demais. – Nas minhas coisas você não mexe, só a minha mãe. – frisei bem minhas e minha para que deixasse claro o que era de meu pertence.

            Eu não ia com a cara daquela garota, ela tinha todo um estilo rebelde, misturado com uma garota delicada e generosa, era esquisita e eu não queria conhecer ela melhor, de forma alguma. Fui para o banheiro, vesti uma blusa do AC/DC, um jeans preto e um allstar vinho-escuro, peguei minha mochila, que estava arrumadinha, e sai do quarto. Corri o mais rápido que pude em direção ao colégio, mal esperava para desabafar tudo e parar de pensar naquele assunto. Chegando ao colégio, vi Bel e Sarah sentadas em uma mureta, estavam com seus cadernos de português abertos e seguravam nas mãos uma caneta, estavam concentradas em alguma atividade, então passei reto, procurando não as interromper.

            - Nada disso, pode voltar mocinha. – Sarah disse enquanto terminava de escrever algo.

            - Raven? De onde você surgiu? – Bel estava mais perdida do que nunca, português sempre foi o ponto fraco dela, então estava fazendo tudo com o maior capricho para tentar aumentar a nota na matéria.

            - O cabeção, ela estava aqui o tempo todo. – Sarah deu um tapa de leve na parte de trás da cabeça de Bel. – E ai, o que ouve? Essa carinha não me engana.

            - Bem, aconteceu uma coisa... – contei toda a história de ontem pra elas, que a cada hora tinham uma expressão diferente, às vezes era de susto, às vezes era de raiva e às vezes parecia que elas queriam socar a cara da minha mãe, já que vocês conhecem toda a história, vou lhes poupar de ouvir ela novamente. -... Então foi isso.

            - Ca-ra-lho... – Sarah mal conseguia falar de tão incrédula que estava.

            - Puta... Que me... Pariu... – Bel não acreditava no que havia acabado de ouvir.

            - Eu sei, é tipo muito...

            - Sua mãe é uma filha da puta! – Sarah me interrompeu. – Sem ofensa, mas, a mulher escondeu a sua vida inteira uma irmã e um lado que você não conhecia do relacionamento dela com o seu pai, tipo, sua vida inteira foi uma mentira.

            - Nossa, pegou meio pesado pra alguém que acabou de receber essa notícia, não podia simplesmente ajudar ela a engolir tudo isso? – Bel mordiscava uma caneta.

            - Você é a melhor amiga dela, quem deveria fazer isso é você.

            - Vagabunda, como se você não fosse amiga dela e não tivesse o direito e a obrigação de fazer isso.

            - Não vão discutir, eu já superei isso, mas ainda não quero ter que olhar pra cara da minha mãe e ter que falar tudo bem mãe, essa Leonor é minha irmã, eu aceito isso.

            - E não vai precisar, você vai entrar para o time de handebol, temos treino hoje.

            - Como sabe disso?

            - Pois tem uma bola vinda à sua direção.

            - Cuidado novata! – um garoto bem distante dali gritou, rapidamente me virei e segurei a bola, como se nada houvesse acontecido, vocês podem achar que foi coisa simples, mas eu fiz aquilo em milésimos de segundo, foi rápido demais pra alguém comum, não que todos ali sejam comuns, vocês devem ter entendido. – Ahn... Obrigada! – ele agradeceu quando devolvi a bola.

            - Senhorita Black, na minha sala agora! – a professora de educação física me puxou pelo braço, Bel e Sarah vieram logo atrás.

            - Professora, o que ouve?

            - Eu lhe observei ontem, seus movimentos eram bons, mas não era o que eu procurava para o time de handebol, quando te vi hoje, aquele reflexo, foi incrível! Pode falar, estamos a sós aqui, você é um vampiro?

            - Não, sou uma bruxa.

            - Gosta de esportes?

            - Prefiro ver uma boa série, ler ou ouvir música, nunca me dei bem em esportes.

            - O que praticava na sua antiga escola?

            - Nada, não tínhamos educação física.

            - Que horror! Onde você estudava?

            - Não vale a pena falar, mas era um colégio que dava mais valor aos estudos do que aos esportes e outras atividades que possam ‘’distrair’’ o aluno.

            - Bem, a partir de agora você é do time, camisa três.

            - Camisa três?

            - Em um time costumamos chamar os jogadores pelo sobrenome ou pelo número da camisa, os locutores dos jogos iram falar seu sobrenome e seu número quando marcar um gol ou pegar a bola.

            - Certo. Posso ir para a aula agora?

            - Pode não, deve.

            Dei um sorriso antes de sair da sala, segui pelos corredores até a aula de ciências, me sentei ao lado do vampiro de ontem, que ao perceber minha felicidade, fez questão de perguntar o porquê de tudo aquilo.

            - Então, que bicho te picou? Foi o bicho da felicidade?

            - Melhor ainda, foi o bicho dos bons reflexos. – ele ficou sem entender, deu para perceber apenas pelo olhar. – Eu tive um bom reflexo quando uma bola veio em minha direção, a professora de educação física viu e me colocou no time de handebol.

            - Hum... Eu sempre quis praticar esportes, mas acho que não me daria tão bem assim.

            - E por que não? Disseram-me que vampiros são ótimos com reflexos.

            - São sim, mas os que treinam isso, eu nunca pratiquei nada.

            - Poderia se inscrever no time de basquete do colégio, pode ser uma boa chance.

            - Tem razão, senhorita...?

            - Raven, e não precisa me chamar de senhorita.

            - Ok, senhorita Raven. – ele pareceu me provocar, mas a única coisa que provocou foi alguns risos, ele era um bom rapaz, ela bonito, tinha um bom coração, nem sei por que as pessoas tem tanto medo dele, ele é maravilhoso... Espera, não. Não, não, não e não! Eu não posso estar... Não! Não posso estar me apaixonando por esse menino, não o conheço direito e... Eu preciso me controlar.

            - Terra chamando Raven, está ai? – o rapaz balançava a mão na frente dos meus olhos, assim que voltei à realidade, pisquei os olhos e olhei para ele. – Tudo bem?

            - Quem é você? Quem sou eu?

            - Oh não! Você não é a Raven, é um espirito que a possuiu! – ele começou a brincar junto comigo. – Acho que ela só volta se eu lhe fizer cocegas.

            - Não! Não! Para! – estava morrendo de rir, cocegas sempre me faziam rir, ele também ria, o que estava acontecendo entre nós? Que química louca era aquela? – É sério, agora para. A professora chegou.

            - Vejo que a senhorita Black fez novos relacionamentos... – a professora riu.

            - É... – meu rosto ficou corado, tinha um pouco de vergonha da interpretação que tive, não era um namoro ou algo do tipo, era só uma amizade. – Prof, temos que corrigir os exercícios da aula passada.

            - Vejo que alguém está atento aos acontecimentos, muito bem senhorita Black. – ela pegou o livro e começou a anotar as questões novamente no quadro, embaixo de cada uma ela colocou as respostas das questões, conforme íamos falando quais eram.

             Aquela aula foi basicamente correção e mais exercícios, que deveriam ficar de dever de casa para quem não tivesse terminado o que não era nem o meu caso nem o caso do rapaz. Para minha sorte, a professora liberou os alunos que haviam terminado para conversarem um pouco com o colega ao lado.

            - Então, senhor vampiro... – olhei nos olhos dele por alguns segundos. – Você sabe meu nome, eu não sei o seu, poderia me dizer?

            - Thomaz, Thomaz Drácul.

            - Drácul, bem vampiresco, não?

            - É... Pena que não é um sobrenome tão legal para se ter aqui.

            - É por isso que dizem que você não é gente boa?

            - Já disseram isso para você? Olha, haja o que houver, não confie no que dizem sobre mim, eu não sou como eles...

            - Eles quem? – o sinal bateu e o vampiro sumiu no meio da confusão de entra e sai dos alunos, teria ali acabado uma amizade que mal começou?


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam de colocar algumas lembranças da infância da Leonor em determinados pontos da história e o que acham desse relacionamento não muito amigável entre as duas? Acho que elas podem se entender ao longo do tempo, mas isso depende delas e do que vocês acharam.

Até o próximo capítulo ♥



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