Aventuras em Sinnoh: Saga Pérola escrita por little_celeby, CanasOminous


Capítulo 17
Botânica




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Mais um lindo dia surgia dentre as manhãs gélidas de Sinnoh, Luke encolhia-se entre seus finos cobertores para tentar evitar o frio, enquanto Lukas já preparava-se para tomar seu café da manhã e iniciar seu treino para a competição que haveria dentro de uma semana. Ainda era bem cedo, Dawn já não encontrava-se mais no quarto dos irmãos, ela parecia já ter acordado disposta a dar uma volta e conhecer a nova cidade de Eterna.

Eterna Cityera marcada pelo tempo, as evidências de sua antiguidade eram vistas em construções antigas porém bem conservadas que eram espalhadas pelas estreitas ruas do local. O nome Eterna referia-se justamente ao fato de que a cidade era muito antiga, sendo algo eterno e que duraria para sempre.                 

Era cedo, mas já haviam algumas pessoas andando nas ruas para iniciar sua rotina de trabalho. Dawn parecia despreocupada enquanto caminhava calmamente pelo local, observando cada detalhe da bela cidade que tinha seu charme. Eterna nem poderia ser comparada à Jubilife e Oreburgh, ela transmitia uma certa tranqüilidade capaz de acalmar qualquer um, o que tornava-se bem diferente das cidades poluídas e turbulentas que os jovens visitaram.

Dawn continuava seguindo pelas calçadas enquanto procurava algo para fazer quando fora surpreendida por um homem de sobretudo que vinha em sua direção. Aquele rosto e aquela feição de preocupação lhe eram familiar, e quando o homem lhe dirigiu a palavra, ela rapidamente lembrou-se de quem se tratava.

— Agente D. Nos encontramos de novo... Descobriu algo a respeito do paradeiro das equipes criminosas na ativa? — perguntou o homem.

— Senhor Observador, eu não havia reconhecido o senhor! — disse Dawn surpresa.

— Sou um mestre do disfarce, Agente D. O que faz em Eterna?— continuou o homem em um tom desconfiado, olhando para os lados e verificando se alguém os observava.

— Hm... Eu e meus amigos viemos para batalhar no ginásio da cidade, por isso estamos aqui. Tivemos um caminho muito conturbado desde Jubilife até Eterna, então acho que vamos ficar por um tempo para descansar.

— Entendo. Estou verificando vestígios do Team Galactic na cidade, a polícia afirmou que depois de um incidente do Valley Windworks eles partiram para Eterna, em uma de suas bases.

— Oh, fomos nós que encontramos o Team Galactic na usina. Eu e meus amigos, nós os derrotamos. — respondeu ela animada.

— O quê?! Como eles eram? Em quantos estavam? Quem os liderava? O que pretendiam fazer lá?? Por quê estavam lá?? Responda-me, Agente D!— respondeu o Observador, enchendo a garota de perguntas.

— C-Calma, o Team Galactic não parecia estar fazendo nada de mau. Meus amigos conversaram normalmente com eles, e até que fomos bem recebidos...

— Seus amigos...? Hm, isso é suspeito, muito suspeito. Fiz bem em mandar que você guardasse segredo e não contasse nada para eles. — comentou ele, direcionando novamente seu olhar para a garota — Ou você contou algo para eles?

— Contar o quê?? — perguntou Dawn confusa.

— Deixa pra lá, não conte nada sobre o Team Galactic para seus amigos estranhos. Eles são estranhos, muito estranhos. Eu temo que eles também façam parte dessa corporação, então tome cuidado com os amigos que escolhe, Agente D. Eles podem fazer parte do Team Galactic com seus planos maléovolos para dominar o mundo! — disse o Observador.

Dawn observou o homem sem entender sequer uma palavra do que dissera, ele rapidamente colocou suas mãos em seus bolsos e observou em volta novamente.

— Não conte para ninguém que tivemos essa conversa, e continue investigando o Team Galactic secretamente. — respondeu o Observador, afastando-se da garota e desaparecendo em meio às movimentadas ruas da cidade.

— Ele é louco... — riu Dawn, enquanto tentava entender o que o homem acabara de dizer.

Mais tarde, Dawn retornou para o Centro Pokémon deparando-se com Lukas que já estava acordado tomando seu café-da-manhã com seu irmão ao seu lado, mas Luke mais aparentava estar dormindo sentado com a cabeça encostada na mesa.

— Bom dia, Dawn. — disse Lukas gentilmente enquanto tomava um gole de seu suco.

— Bom dia rapazes. Acordaram cedo, hein? — sorriu ela.

— Acordamos mesmo, mas me fala, pra quê acordar cedo? Parece que vocês madrugam cara, nem pra me deixarem dormindo mais um pouquinho... — resmungou Luke que permanecia debruçado sobre a mesa.

— Bom, a batalha de ginásio é sua, então eu realmente não estou me importando se você demorar. Quero dar uma volta na cidade e treinar meus pokémons, estou até pensando em aumentar meu time... Será que encontramos algum Pokémon legal nas redondezas? Estou precisando de um aquático. — disse Lukas.

— Ah não, a cada dia que passa eu vou ficando mais pra trás. Também quero aumentar meu time então, eu estava pensando seriamente em capturar um Geodude, o que acham?

— Péssima idéia Luke, você possuí três pokémons com tipos parecidos, procure montar seu time de modo que ele fique mais versátil. Se não for cauteloso vai perder na batalha do ginásio hoje. — alertou Dawn — E a propósito, já tem uma tática para derrotar a líder de grama?

Luke rapidamente levantou sua cabeça e revelou um largo sorriso.

— Vou usar a Titânia e arregaçar todo mundo, é óbvio. Alguém sabe quem é o líder do ginásio? — perguntou o garoto.

— Seu nome é Gardenia, especialista em pokémons do tipo grama.

— Blargh, grama fede. Ela deve ser zuada, eu queria que todos os líderes fossem firmeza que nem o Roark. — disse Luke, debruçando-se novamente sobre a mesa.

— Mas você nem a conhece e já vai criticando? Não seja tão precipitado Luke, ela pode ser bondosa e divertida. — explicou Lukas.

— Não, eu não gosto de grama. E não vou gostar dela. — respondeu o garoto, abocanhando mais um pedaço de seu sanduíche.

— Você não tem jeito mesmo... — disse Lukas acenando sua cabeça negativamente.

Dawn esperou que os irmãos terminassem de comer para finalmente partir em direção do ginásio. Naquele horário do dia provavelmente ele já estaria aberto, mas aparentemente não haviam muitos treinadores que pareciam estar interessados em uma batalha. A maioria nas redondezas eram mulheres, mas que aparentavam mais interessadas em visitá-lo do que em agendar uma batalha. O ginásio parecia também funcionar como um laboratório de botânica para estudantes, sendo que muitos que lá estavam vestiam aventais e estudavam a imensa variedade de flores e plantas na estufa do ginásio.

— Olhe só, pessoal! O ginásio de grama de Eterna é muito conhecido pelas pesquisas exercidas na parte de botânica, eles possuem vários exemplares de briófitaspteridófitas gimnospermas. É até interessante a forma como eles reproduzem novas espécies de plantas através da polonização das flores. — dizia Lukas animado que aparentava adorar a visita ao local.

— Sorria e concorde com o que ele disse. — explicou Luke.

— Heh, heh... Puxa, que legal, Lukas!! — respondeu Dawn, sem entender sequer uma palavra do que o jovem acabara de dizer — Acho que eu faltei nessa aula da escola, parece que ele está falando em outra língua.

 — Eu gostava quando a gente tinha aula prática de botânica, pois eu nunca iria imaginar que uma simples planta poderia ter um conjunto tão complexo de reprodução. As briófitas são haplodiplobiontes, sabia?

  — Mano, planta é planta. Pra quê a gente precisa saber de todas essas porcarias sobre plantas?? — perguntou Luke.

Nesse instante, uma mulher que ouvia a conversa andou em direção dos garotos e se pôs a responder a ousada pergunta que Luke fizera.

— Ora essa, as plantas transformam dióxido de carbono em oxigênio. São o habitat de grande parte dos seres vivos. Absorvem grandes quantidades de água das chuvas impedindo cheias. — disse a mulher, citando as inúmeras funções das plantas para o mundo — Uma árvore isolada pode transpirar em média 400 litros de água por dia. Este vapor mistura-se com as partículas de poluição do ar, e quando se acumulam em nuvens caem em forma de chuva. Portanto, as árvores ajudam a retirar poluentes do ar! Quer alguma coisa a mais? Podemos ficar aqui até amanhã falando sobre as qualidades das plantas. — respondeu a mulher.

— Caramba, você de novo?! — gritou Luke apontando em direção da mulher que mantinha-se de pé ao seu lado.

— Cheryl!! — disseram Dawn e Lukas em unissono, alegres em ver novamente a mulher que os ajudara na noite passada.

 — Bom dia pessoal, dormirem bem noite passada? Espero que os funcionários do Centro Pokémon tenham recebido-os bem. — sorriu Cheryl.

  — Oh sim, fomos muito bem atendidos. E por sinal, estamos adorando a cidade. — disse Dawn — O que você está fazendo no ginásio? Veio ter uma batalha contra o líder?

  — Não, não. Eu trabalho aqui como bióloga, sou especializada em botânica. Porém, o ginásio tem sido pouco frequentado ultimamente, são raros os desafiantes que buscam uma insígnia uma vez que Gardenia está hospitalizada há uma semana. — explicou a mulher de cabelos esverdeados.

— Como assim? A líder do ginásio não está aí hoje?! — gritou Luke.

— Mas é claro que está... — respondeu Cheryl

— Ufa, pensei que teria que esperar até sei lá quando para batalhar com a líder. Onde ela está? — perguntou ele.

Cheryl revelou um sorriso simpático e provocativo ao mesmo tempo, ela abaixou a cabeça por um momento e na sequência dirigiu-se à Luke como se o desafiasse para uma batalha.

— Eu sou a líder do ginásio.

Os três jovens ficaram atônitos, eles não imaginavam se era brincadeira ou se Cheryl falava sério, mas o tom de seriedade que ela pronunciara era impossível duvidar. Cheryl era a líder temporária do ginásio de grama.

— VOCÊ?? Tem que ser bem você?! Cadê a Gardenia, ela volta quando?! — perguntou Luke preocupado.

— Ora essa, parece que você será meu adversário. Foi você quem levou seus amigos para entrarem na Eterna Forest ontem, não é? Que mau exemplo, e também precisarei ensinar-te a respeitar mais as plantas. — respondeu Cheryl.

— Ei, ei! Eu já pedi desculpas por ontem. Agora é sério, a Gardenia volta quando? — disse Luke.

— Ela está doente, não sei quando ela vai voltar, o hospital ainda não deu alta mesmo não sendo nada grave. Sou uma grande amiga dela, e estou apenas fazendo um pequeno favor para a Gardenia enquanto ela não tem condições de permanecer no ginásio. — explicou Cheryl — Agora, caso você não queira batalhar... O próximo ginásio é logo adiante, em Hearthome. Só não se esqueça de voltar para Eterna para conseguir asua Forest Badge.

— Ótimo, pelo menos você tem boas ideias, senhorita líder de ginásio. — disse Luke num tom irônico, o que irritou ainda mais a mulher.

— Minha nossa, como você consegue ser tão ignorante garoto?! É difícil eu perder minha paciência com as pessoas, mas pelo visto você conseguiu! — gritou Cheryl.

— EU?? Eu sou o cara mais suave do mundo, 'cê que torra minha paciência!! — respondeu Luke.

Nesse momento, quem havia perdido a paciência eram Lukas e Dawn, os dois puxaram Luke para um canto prontos para reclamarem da falta de educação do garoto que agia como uma criança ao lado da líder.

— Quer parar de ser ridículo? A Cheryl foi muito gentil com a gente, será que você pode ser bondoso com ela pelo menos como agradecimento? E você vai batalhar contra ela no ginásio, depois não vai reclamar se ela for com força total pra cima de você! — advertiu Lukas.

— Eu? Na moral, dessa vez é ela quem deve pedir desculpas. Eu não fiz nada de errado, e eu não vou pedir desculpa. — respondeu o garoto.

— Luke, por favor... Ela me ajudou bastante. — insistiu Dawn.

Ele a olhou pensativo e por um momento a pena tomou seu coração, pelo visto Dawn era a única pessoa que conseguia fazê-lo desistir de seu orgulho.

— Ugh... Maldito poder de sedução feminino. — resmungou Luke, andando em direção da líder do ginásio — Olha Cheryl, é a segunda vez que eu perco a paciência com você, mas é que essa é minha personalidade. Eu peço humildemente para que você aceite minhas desculpas.

Cheryl olhou para Luke pensativo, mas decidira aceitar o perdão do garoto só pelo fato dele ter sido  sincero.

— Olha aqui, você tem uma amiga que vale ouro. Se você não cuidar bem dela eu vou até o fim do mundo pra te procurar, ok? — disse Cheryl com um sorriso.

— O quê?? M-Mas eu e a Dawn não somos nada, s-só amigos! É tipo uma amizade, não chega a ser um namoro, sabe?! — respondeu Luke ofegante.

— Namoro? Oh, mas em momento algum eu citei isso. Hm... Senti um clima no ar. — sorriu Cheryl em um tom provocativo.

— Ahh!! Você me enganou!! — gritou Luke.

— Hah, hah, hah! É só brincadeira! — respondeu a mulher.

Por sorte, Luke e Cheryl acabaram entendendo-se e evitando uma possível briga precoce entre líder e treinador. Luke é orgulhoso, e mesmo que Cheryl seja gentil e educada, ela também acaba por ter um temperamento um tanto quanto explosivo quando lhe faltam com respeito, mas por sorte tudo estava resolvido.

Os jovens entraram no laboratório do ginásio na companhia de Cheryl. Lukas parecia maravilhado enquanto observava atentamente a variedade de plantas e de pokémons do mesmo tipo. Cheryl era muito inteligente e apreciava o entusiasmo do jovem Lukas, mas Luke não conseguia parar de pensar em sua tão esperada batalha.

— Cheryl, esse laboratório é realmente fascinante! Ele é seu, ou é mantido pelo ginásio? — perguntou Dawn.

— O ginásio é originalmente da Gardenia, eu sou apenas uma bióloga do local. Faço pesquisas para o desenvolvimento de berries novas que possam ser criadas para ajudar os pokémons. — explicou ela.

— Berries? Vocês fabricam berries aqui? — perguntou Lukas animado.

— Sim, sim. Vejo que possui interesse nesse assunto, então gostaria de alguns exemplares? Temos desde as mais simples até algumas mais sofisticadas, mas essas não podem ser distribuídas gratuitamente, pois ainda estão em processo de avaliação.

— Eu adoraria ter algumas berries, comprei um pote em Floaroma, mas realmente não tive a oportunidade de encontrar muitas árvores pelo caminho. Acho que outros treinadores foram mais rápidos. — riu o garoto.

— Ok, vou procurar por algumas que você possa guardar e começar sua coleção, quero vê-lo tornando-se um grande produtor desses frutos, tudo bem? — sorriu Cheryl.

— Pode deixar!

Luke já não aguentava toda aquela conversação sobre plantas e flores, sua ansiedade pela batalha aumentava, mas ele estava disposto a aguentar um pouco mais, pois Dawn parecia apreciar a conversa.

— Luke, não é legal ver esses dois conversando? O Lukas e a Cheryl são muito inteligentes, acho que seu irmão seria um ótimo pesquisador pokémon, ele poderia tentar seguir essa carreira. — disse Dawn.

— Você gosta de gente inteligente? Eu queria poder ser inteligente cara... — respondeu Luke em um tom enstristecido.

— Ah Luke, você não precisa ser inteligente. Eu gosto do seu jeito exatamente como é, e acho que isso o torna especial. — respondeu Dawn, segurando levemente na mão do rapaz. Logo em seguida, Cheryl entrou na sala em que eles estavam e avistou a cena.

— Ei Luke, preciso falar com voc... Ah, deixa pra lá, desculpem-me. Eu não queria ter incomodado.

— Aaah, nós não estávamos fazendo nada. — retrucou Luke envergonhado — O que você iria dizer Cheryl?

— Pronto para a batalha, garoto?

— Eu nasci pronto. — respondeu ele animado.

O estádio não estava muito cheio e nem mesmo possuia uma platéia, apenas alguns cientistas pareciam presenciar a batalha contra a líder Cheryl. O cenário era repleto de verde e árvores gigantescas fazendo com que o campo de batalha parecesse uma verdadeira floresta. A sala era completamente fechada, sendo que o público só poderia assistir a batalha atrás das altas janelas de vidro localizadas em um galpão. Apenas Luke, Cheryl e o juiz da batalha estavam em cena, o jovem tinha confiança e estava determinado a dar tudo de si naquela batalha, principalmente para não fazer feio em frente de Dawn que assistia de longe a disputa.

— Bom, vejo que possui três pokémons, Luke. Então o que acha de uma batalha três contra três? — sugeriu Cheryl.

— Tá ótimo. — assentiu Luke animado — Que vença o melhor!

— Boa sorte garoto, mostre-me tudo que for capaz!

Logo na sequência, o juíz declarou a batalha iniciada. Cheryl lançou sua pokébola que liberou um pequeno pokémon em forma de broto, a criatura parecia esconder-se dentro de uma flor envolvida em um tom violeta chamativo, escondendo totalmente seu rosto.

— Um Cherrim. — concluiu ele — Então vamos ver do que essas plantas são capaz!                          

— Não pense que vou pegar leve com você Cheryl, vou mandar força total para acabar de vez com essa batalha. Titânia, eu escolho você!

Luke lançara a pokébola da gigantesca serpente rochosa que rugiu assim que saiu da cápsula. Cheryl não estava surpresa, pois já havia visto o mesmo pokémon na noite passada na floresta, e provavelmente ela sabia como lidar com a situação.

—Vamos detonar esse ginásio, Titânia!! — disse Luke confiante.

— Bom dia para você também Luke, obrigada por perguntar. — respondeu o Pokémon em um tom irônico — Você não sabe como eu estava ansiosa por uma batalha em um fim de semana....

— Sério?

— Não. Mas agora que você me acordou vamos terminar logo essa luta para que eu possa descansar. — respondeu a serpente.

— Não vamos perder tempo Cherrim, utilize o Sunny Day! — ordenou Cheryl.

O pequeno broto rapidamente fez movimentos com suas pétalas que pareciam ter limpado todas as nuvens no céu. O teto do ginásio era feito de vidro, e desse modo um sol muito intenso pôde entrar iluminando totalmente a sala e causando um forte calor no local. Logo, o pequeno Cherrim já não tinha suas pétalas fechadas, agora elas estavam abertas e exalavam um lindo aroma, demonstrando toda a beleza do Cherrim.

— Demorô. Titânia, use o Earhtquake!!

Ao invés de seguir os conselhos de seu treinador, a grande serpente utilizou de seu imenso corpo para jogar-se na direção da pequena planta que fora esmagada pela peso da rocha. Era um Double-Edge, e pelo fato da habilidade de Titânia ser Rock Head ela não recebera nem um pouco de dano.

— Eu mandei você usar Earthquake Titânia, não Double-Edge!! — gritou o treinador.

— Ataques terrestres não são tão efetivos em pokémons do tipo grama, fugiu da escola mocinho? Isso é o básico que um treinador deve saber. — respondeu a serpente.

— Ok, ok. Deu certo do mesmo jeito, o Cherrim já era.

Cheryl apenas observava atônita seu pequeno pokémon ser destruído com um simples golpe. Ela sabia da presença do Onix, mas não imaginava que a serpente fosse tão poderosa.

— V-Volte Cherrim! — ordenou.

— Um já era, manda o próximo Cheryl! — provocou Luke.

— Não pense que terá tanta sorte dessa vez, vou mostrar do que os pokémons grama são capazes! Roserade eu escolho você!

Cheryl lançara uma linda planta que parecia usar um longo vestido enquanto carregava outras duas rosas em suas mãos. Lukas ficou maravilhado assim que avistou a Roserade no campo de batalha, libertando assim sua pequena Budew para presenciar o ocorrido. A Roserade parecia forte e determinada, mas Titãnia não se deixava ser dominada pelo tipo em desvantagem por estar lutando contra um pokémon do tipo grama que podem vir a causar danos imensos em pokémons pedra e terrestres.

— Uma Roserade! Olhe só Budew, você ainda vai tornar-se tão forte quanto o pokémon da Cheryl! — comentou Lukas, enquanto carregava seu Pokémon que assistia  fascinada a batalha.        

Utilizando-se do sol que estava à favor de Roserade, a pequena rosa rapidamente lançara pequenos espinhos em direção do campo de batalha adversário, um ataque conhecido como Toxic Spikes. O ataque fora tão rápido que nem mesmo Titânia conseguira notá-lo sendo desferido, Luke era inexperiente na questão de batalhas que envolvessem táticas, logo pensando que os espinhos desferidos não viriam a ser grande ameaça.

— Muito bem Titânia, utilize o Stone Edge na Roserade!!

— Nem pensar, quando utilizo esse ataque não tenho total precisão sobre onde estou atacando. Como a Roserade é pequena, preciso atacar com algo que tenha mais chances de acertá-la! Você nunca pensa antes de ordenar algo? Earthquake!!

Titânia jogou seu imenso corpo na direção do chão e criou um terremoto que derrubou Roserade imediatamente, entretanto, o ataque não era forte o suficiente para causar danos à estrutura do ginásio. Cheryl mais uma vez ficara pasma, parecia que dois de seus poderosos pokémons já haviam sido derrotados, e a colossal serpente de Luke ainda erguia-se no campo de batalha em perfeitas condições.

— Garoto, você não faz idéia da força do pokémon que carrega em seu time. — elogiou Cheryl.

— Quer desistir “Cherry”? Não tem problema, eu não ligo. Afinal, acho que ninguém pode derrotar a Titânia. — gabou-se ele.

— Não seja precipitado garoto, eu fui derrotada no ginásio de pedra, e nada garante que sairei intacta dessa última batalha. Nunca banque a vitória antes do fim. — advertiu a serpente.

— Ah... Pelo visto agora só tenho um único pokémon, mas como algumas pessoas dizem por aí, a gente guarda o melhor pro final, não é mesmo? — sorriu Cheryl — Fico imaginando se seu time estaria estável depois que o Onix cair.

— Ora, lógico que tá. Meu outros pokémons também são fortes, e garanto que eles podem segurar essa batalha. — respondeu Luke.

— Ok, lá vai meu trunfo final. Tangrowth, eu escolho você!!

Cheryl lançou seu último e mais poderoso pokémon. A especialidade da mulher não era em pokémons do tipo grama, e provavelmente os outros dois pertenciam ao ginásio, mas agora ela sabia com quem estava trabalhando por utilizar seu próprio Pokémon, e desde o início da batalha tinha um plano em mente para aumentar a força do poderoso Tangrowth.

A criatura era totalmente coberta por cipós de cor azulada, nada podia ser visto dentro de seu entrelaçado corpo, exceto por um par de olhos misteriosos, misturados em meio à confusão de cipós. O pokémon tinha dois grandes braços que eram formados em conjunto deixando-o com uma aparência um pouco desengonçada, mas Luke não podia deixar-se intimidado.

— Caramba, eu nunca tinha visto um Tangrowth!! Eu preciso dar uma olhada em minha pokéagenda. — disse o rapaz, rapidamente retirando o objeto de sua mochila.                            

— Pode garantir que essa batalha já é nossa, Titânia. Lembro de ter lido em algum lugar que esses pokémons são lentos, então nós atacamos primeiro e finalizamos a batalha. — disse Luke.

— Esse pokémon... Ele me confunde. — comentou a serpente — Não subestime sua força, ele será um adversário extremamente poderoso. E não adiante a vitória, olhe para cima garoto.

Luke desviou seu olhar po um instante e notou o intenso sol que ainda brilhava, o Sunny Day de Cherrim no início da batalha ainda estava em jogo, e isso dava muita vantagem ao Tangrowth que estava mais rápido graças a sua habilidade.

— Chlorophyll. Essa habilidade aumenta a velocidade do pokémon enquanto a intensidade do sol estiver em jogo, não pense que meus outros pokémons foram inúteis, eles fizeram sua parte na batalha. — explicou Cheryl — Tangrowth, utilize o Ingrain no solo!!

A criatura rapidamente plantou vários de seus cipós no chão, desse modo podendo sugar nutrientes do solo e recuperar sua energia a todo momento.

— Você perdeu Cherry!! Titânia utilize o Earthquake e acabe com ele!!

— Será um prazer. — disse a serpente, lançando o poderoso ataque na direção do pokémon. Definitivamente, o golpe acertara Tangrowth em cheio, mas assim que a poeira abaixara o Pokémon mantinha-se erguido firmemente.

— E-Ele não caiu com o ataque!! — gritou Luke.

— Meu Tangrowth foi inteiramente investido na defesa e no HP, ele pode aguentar ataques poderosíssimos como o tronco de uma árvore.  Agora é a minha vez de atacar. — sorriu Cheryl — Tangrowth, Solarbeam!!

A criatura aproveitara-se do sol e rapidamente lançou um raio de luz na direção da serpente. Titânia era fraca contra ataques do tipo planta, e nem mesmo a colossal serpente conseguiria aguentar tal impacto caindo nocauteada no chão.

— T-Titânia! — gritou Luke, correndo na direção da serpente que permanecia estendida sem condições de levantar-se — Obrigado, sua ajuda foi fundamental nessa batalha. Agora você merece o seu merecido descanso.

Luke encarou Cheryl que agora tinha seu Tangrowth erguido em meio ao ginásio. Depois de todo trabalho que eles tiveram aquela não seria a hora de desistir, e ainda por cima, ele tinha total vantagem por ter dois pokémons com energia máxima.

— Gabite, vamos acabar com isso! — disse Luke, lançando sua Dusk Ball.

— Gaaaaawr, biiiite! — grunhiu o pokémon.

— Um Gabite? Vejo que possui bons pokémons para um iniciante. Mas mesmo que ele seja extremamente forte, acho que você esqueceu-se de alguma coisa... — alertou Cheryl.

Quando Luke notara, os espinhos tóxicos lançados por Roserade haviam envenenado o pobre Gabite que agora sofria danos constantes. Luke precisaria agir rápido, antes que o veneno destruísse completamente seu pokémon.

— Que droga!! eu nem lembrava mais desse ataque cara! Precisamos agir rápido então. Gabite, utilize o Dragon Rage!

— Tangrowth, Ancientpower!

Gabite era rápido, mas Tangrowth estava em seu próprio ambiente, e para piorar a situação, o clima estava a seu favor. Os ataques pesados da criatura acertavam o dragão que a cada momento recebia danos maiores do envenenamento. Esse era o plano de Cheryl, utilizar a estratégia e confundir seu inimigo, algo que Luke não sabia fazer. Agora ele encontrava-se aprofundado no desespero, arrependendo-se de ter cantado a vitória precocemente.

— Tudo bem Gabite, vamos utilizar o novo golpe que a Tia Martha nos ensinou. Utilize o Rock Slide no Tangrowth! — ordenou Luke.

Mas por alguma razão, o dragão não se movera. Ele fitou seu oponente por um instante e em seguida caiu exausto. O envenamento havia derrotado-o. Luke retornou seu pokémon cabisbaixo, agora ele tinha uma última esperança que precisaria lutar arduamente contra o poderoso pokémon de Cheryl. Eles estavam empatados, e agora ele entendia por que não devia ter subestimado a força de um líder de ginásio.

— Essa não!! O time mais forte do Luke foi derrotado, ele não tem mais condições de derrotar a Cheryl! — disse Dawn — E afinal, qual o terceiro pokémon dele?

— Você não se lembra? Ele ganhou do Roark, é um Shieldon. — explicou Lukas — Vamos lá Luke, eu sei que você pode ganhar com o pequeno Shieldon, eu sei que ele tem essa capacidade!

Luke agora estava confuso, suas últimas esperanças estavam despositadas em Roark e no pokémon que ele lhe dera, mas será que o pequeno Shieldon inexperiente seria capaz de derrotar Cheryl?

— Vamos lá campeão, eu sei que ainda não tivemos muitas oportunidades de treinar seriamente , mas o pouco tempo que ficamos juntos foi o suficiente para mim acreditar em você. Shieldon, vai!!

Luke lançou seu pequeno pokémon escudo que parecia calmo e tranquilo em meio à pressão da batalha. Shieldon encarou seu adversário e se colocou em posição de ataque, mas Cheryl não estava disposta a esperar o movimento do adversário, e logo ordenou um novo ataque:

— Tangrowth, finalize essa batalha com um Solarbeam!!

— Shieldon, utilize o Protect!

O poderoso raio de luz da criatura acertara com força total o escudo de Shieldon, mas nada havia afetado o pequeno pokémon. Tangrowth agora estava cansado, e Shieldon poderia começar seus verdadeiros ataques.

— Shieldon, agora utilize o Swagger!

Luke tentava pela primeira vez valorizar as tática ao invés da força, o Swagger havia confundido Tangrowth, que agora parecia irritado e incontrolável em meio à batalha.

— Shieldon, aumente sua defesa com o Iron Defense!

— Tangrowth, lance o Ancientpower!

Pouco a pouco, os fortes ataques do pokémon de Cheryl já pareciam não surtir tanto efeito no pokémon pré-histórico. A defesa de Shieldon estava impecável, e a cada minuto ela tendia a melhorar significativamente. O Sunny Day do Cherrim já havia cessado, e o Toxic Spikes do Roserade não tinha efeito já que o pequeno pokémon era do tipo metálico.

Essa era uma das virturdes de Shieldon, enquanto os inimigos enlouqueciam e não conseguiam causar dano na defesa da criatura, o pequeno Shieldon mantinha a calma e concentrava-se na estratégia. Mesmo que lentamente, enquanto Tangrowth perdia sua paciência entre ataques confusos e inefetivos ele causava danos que pouco a pouco acabavam com a energia de seu oponente.

Em um último lance, Shieldon avançou na direção de Tangrowth e derrubou-o com uma investida final, trazendo assim a vitória à Luke. Mesmo que com um pokémon pouco treinado, Shieldon mostrou-se extremamente concentrado e paciente, provando assim a virtude da calma.

— YES! Eu venci cara!! — gritou Luke pulando de alegria e abraçando seu pequeno Shieldon que continuava calmo e sério.

Dawn e Lukas desceram as escadas para o encontro do amigo, enquanto Cheryl também aproximava-se para parabenizá-lo pelo feito. Algumas pessoas que assistiam a batalha agora aplaudiam a tática de Luke, que fizera uma ótima batalha no ginásio de grama.

— Parabéns garoto, acho que você realmente merece a Forest Badge do ginásio de Eterna. Só espero que algum dia você tenha a oportunidade de batalhar seriamente contra Gardenia para ver o que é uma batalha de verdade! — sorriu a mulher.

     

— Obrigado Cherry, seu Tangrowth é um pokémon fenomenal. — elogiou Luke.

— Ei, parabéns pela vitória!! — gritou Lukas, enquanto corria para o encontro do irmão — E então, o que aprendeu com essa vitória no ginásio?

— Cara, nunca subestime seu adversário, e não cante a vitória até que ela ralmente seja sua. Tenho que agradecer imensamente à Titânia e ao Gabite, pois sem eles eu não teria conseguido essa vitória também!

— Parabéns Luke, cada dia você está melhorando mais! — disse Dawn.

— Obrigado pessoal, mas percebi que preciso tornar meu time mais variado. Embora eu ame pokémons pedra e metálicos, preciso variá-los e montar um time mais equilibrado. Acho que a Titânia realmente merece um descanso depois dessa, preciso treinar meus outros pokémons.

Luke estava alegre com a vitória conquistada no ginásio. A pequena insígnia em suas mãos marcava o segundo estágio completo em busca de seu sonho. Ele provavelmente deixaria o objeto sob posse de Gabite que parecia apreciar a responsabilidade de guardar suas insígnias, mas no momento ele deveria permitir que seus aliados descansassem depois da árdua disputa. Em seguida, Cheryl caminhou em direção do garoto e sorriu:

— Olhe Luke, acho que em alguns momentos fui ignorante com você. Acho que me precipitei em achar que você fosse irresponsável...

— Ah, sem problemas, eu aceito suas desculpas. — respondeu Luke, novamente elevando seu orgulho.

— Desculpa? Eu não ia pedir desculpa, eu só ia dizer que você realmente foi irresposável lá na floresta, e eu nao quero que isso se repita, ouviu?! — repetiu a mulher.

— I-Irresponsável?? Quem você tá chamando de irresponsável?!  Nem pra você elogiar a batalha que nós tivemos?? Ahh, eu não sei mais o que faço com você Cherry! — respondeu o rapaz caindo na risada.

— Hah, hah, hah! Parabéns pela vitória Luke, foi uma vitória mais do que merecida. e o mais importante é que você tenha aprendido a lição. — finalizou Cheryl.

Vivendo e aprendendo, Luke agora sabe que nunca deve subestimar seus adversários. E além de tudo, ele agora procurará uma forma de variar seu time e torná-lo mais versátil. Com a segunda insígnia em mãos, Luke agora poderá partir tranquilo para seu próximo objetivo, mas por algum motivo parece qua algo ainda vai manter os jovens nessa eterna cidade...


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