Aventuras em Sinnoh: Saga Pérola escrita por little_celeby, CanasOminous


Capítulo 16
Sussurros na Floresta Eterna


Notas iniciais do capítulo

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Sussurros na Floresta Eterna


O dia fora longo e cansativo, mas agora a noite já se aproximava trazendo o silêncio noturno. Depois do incidente no Valley Windworks em que os jovens se depararam com a Comandante Mars, o grupo continuou seguindo pela rota 205 na tentativa de alcançar a cidade de Eterna ainda naquele dia. Conforme a escuridão se propagava, lindas estrelas guiadas pela luminosidade da lua começavam a revelar-se no céu escuro de Sinnoh, porém, com o frio que voltava a tona, cadeias de nuvens cinzentas começavam a esconder o brilho dos belos astros daquela noite ominosa.

Vários treinadores batalharam com Luke que não perdera sequer uma batalha, seu Gabite era muito poderoso se comparado aos outros iniciantes e agora com seu golpe Rock Slide recém aprendido por meio da tecnologia humana ele tornava-se uma verdadeira ameaça. O pequeno Pachirisu de Lukas também mostrava destaque com seu Thunderbolt, e até mesmo o ágil Mothim parecia mais forte que nunca. Todos haviam mostrado bom desempenho durante o caminho e experiência o suficiente para enfrentar seus próximos desafios.

A noite caiu, e no fim do dia eles não ainda haviam conseguido chegar à cidade, pois em frente ainda levantava-se a misteriosa Eterna Forest que parecia convidá-los para uma temerosa aventura dentro de suas terras. Lukas hesitou em entrar no local e até tentou convencer os outros a acamparem do lado de fora, mas Luke mantinha a convicção de chegar em Eterna ainda naquele dia, e com isso convencera o time a continuar e enfrentar a floresta, pois tinha certeza que não havia perigo, ou pelo menos era isso que imaginavam.

A floresta de Eterna era conhecida por ser extremamente perigosa ao anoitecer. O local era negro e ominoso, suas árvores pareciam cortar o céu formando uma imensa capa de galhos e folhas, sendo que somente em algumas vezes era possível notar a fraca luz da lua transpassando os finos galhos das árvores que pareciam tentar agarrá-los. Diversas teias eram vistas na floresta, o que revelava a possível idade do local, provavelmente muitas daquelas árvores eram as mais antigas em todo o continente de Sinnoh, carregando lembranças e memórias para sempre esquecidas. Essa era Eterna Forest, um local assombrado e amaldiçoado pela mente humana que teimava em contar diversas lendas sobre a temerosa floresta abandonada pelo tempo.

Lukas hesitava a cada passo que dava, os segundos dentro daquela floresta pareciam afugentar-lhe a coragem fazendo com que o garoto sempre olhasse para os lados à procura de qualquer movimento anormal nas redondezas; Dawn não largava dos braços de Luke que se sentia bem em ter a garota ao seu lado, sabendo que agora ela depositava uma grande confiança no jovem. Todos já haviam ouvidos histórias contadas sobre aquela floresta, nem mesmo a idade avançada de Dawn impedia o receio de andar por aquelas bandas durante a noite. Era um feito de poucos.

— P-Pessoal, eu ainda acho melhor nós termos ficado lá na entrada... Amanhã nós podemos passar pela floresta. Hoje não tem nem sequer uma alma viva passando por aqui... — comentou Lukas.

— Eu curto essa floresta cara, parece que nós estamos sendo observados o tempo todo. Só eu tenho a sensação de que existem olhos nos seguindo...? — brincou Luke tentando assustar o irmão.

— Não faça esse tipo de brincadeira Luke, eu também estou um pouco receosa — comentou Dawn.

— Ah, qual é, pessoal! A Titânia mete mais medo nessa floresta do que qualquer coisa. — riu o jovem, apontando para uma pokébola que jazia em sua cintura.

— Você lembra das lendas que contam sobre a Floresta de Eterna? — perguntou Lukas em um tom sério.

O irmão fechou a cara no mesmo instante. Parecia que ele já ouvira outrora, e agora as memórias daquelas lendas sinistras voltavam à tona. Luke ficou pensativo por um tempo e logo assentiu que se lembrava das histórias contadas sobre aquela floresta, lendas não muito agradáveis para o frágil coração das crianças que agora perambulavam na escuridão numa rota desconhecida.

— Lenda...? Que tipo de lenda seria? — perguntou Dawn receosa.

— E-Eu não vou contar, fiquei sem dormir uma semana depois de ouvir essa história do Tio Glenn. Conta você Luke. — disse o irmão.

— Bom, eu preciso me concentrar pra contar história de terror. Vamos dar uma parada pra eu poder começar a contar a história. — disse Luke sorridente, abrindo sua mochila e pegando uma laterna, sem seguida direcionando-a contra sua face de modo a deixar que a história ficasse mais horripilante.

“Há muitos anos atrás vivia uma linda moça nessa floresta, ela tinha cabelos loiros na altura do ombros, tinha olhos verdes que mais pareciam um par de esmeraldas quando refletidos à luz da lua. A mulher tinha um belo corpo e por isso sempre fora desejada pelos aldeões da vila próxima. Ela vivia sozinha com seus servos numa imensa mansão ao norte da floresta, que era usada como casa de campo pela rica família da garota.

Um humilde jardineiro que trabalhava no local sempre se encontrou apaixonado pela imensa beleza da garota, mas a moça sempre fora rude para com o pobre homem. Ele tentava demonstrar seu amor pela amada, mas ela o ignorava. Certo dia, o jardineiro criou coragem e declarou-se para a mulher, que o negou e o humilhou. Tomado em fúria, o jardineiro decidiu matá-la, o que fez com que a linda moça fosse assassinada sem misericórdia. O jardineiro enterrou-a no próprio quintal da mansão, mas ninguém nunca encontrou o corpo da mulher.

Passados alguns dias, aquele mesmo jardineiro morrera de forma misteriosa, dizem que ele fora assassinado, mas ninguém nunca descobriu com precisão quem fizera tal crime. Desde então, aquela moça perambula por essas bandas para assombrar aqueles que passam na floresta. Seu olhar frio petrifica os viajantes, de modo que ela possa levá-los para sua cova no quintal da mansão e enforcá-los para saciar o ódio que sente de todos os humanos.”

Luke terminou a lenda e continuou observando a cara de espanto de seus dois amigos, Dawn estava encolhida em seu canto enquanto ouvia atentamente a lenda contada, já seu irmão Lukas mantinha uma feição de choro. Assim que Luke terminou de contar a lenda ele caiu no riso por não conseguir conter-se em ver a cara de assustado dos dois.

— HAH, HAH, HAH! Não acredito que vocês estão com medo! É só uma lenda cara, vocês acham que vai aparecer uma mulher vestida de branco atrás de nós?! É só uma histórinha que um tio nosso contava, nem é real. — riu Luke.

— Você... Você não devia ter contado isso... — sussurrou a garota em um tom sério.

— Ah, por favor, é só uma lenda besta. Essas coisas não existem. Olha, se não quisessem ouvir era só não terem pedido, daí eu não contava.

— Luke, você não devia ter contado isso... — repetiu Dawn passando a mão em sua face em sinal de descontentamento.

Os dois garotos desconheciam aquele lado preocupado da garota, ela parecia suar frio como alguém que estava prestes a desmaiar.

— D-Dawn, não fique com medo... Olha, vou deixar meu Pachirisu com você, então não precisa ter medo, ele é bem corajoso! — disse Lukas, lançando a pokébola do pequeno pokémon que subiu nas costas da moça — Pachirisu, quero que cuide da Dawn e não deixe nada acontecer com ela, ouviu?

Pachii, pachiii! — assentiu o pokémon.

— Ah, que ótimo. — disse Luke irritado — Agora vou ficar com peso na consciência por assustar vocês dois. Se alguém vier me encher o saco de noite por que não está conseguindo dormir vocês vão ver.

Luke parecia descontraído enquanto direceionava a luz de sua lanterna para o céu quando de repente ouviu um estranho som vindo da floresta. Ele rapidamente levantou seu olhar e encarou as redondezas apontando o feixe luminoso em meio a sinistra floresta à procura de algo, ou alguém, escondido na escuridão.

— Ow, vocês ouviram isso?

— O-Ouviu o quê? — perguntou Lukas receoso.

— Na moral cara. Sem zuar agora. Eu ouvi... som de metal sendo rastejado... — afirmou Luke, percebendo a feição de espanto de seu irmão e da garota — Vocês iriam entrar em pânico se eu dissesse que eu ouvi barulho de correntes...?

Dawn soltou um grito de desespero e levantou-se rapidamente para sair daquela floresta de uma vez por todas. Desde o início fora uma péssima idéia ter entrado lá, e agora até mesmo Luke tinha receio da decisão que tomara.

— Aaah!! Que ódio, nós nunca deveríamos ter entrado aqui, vamos embora e esperar o amanhecer, por favor!!! — implorou Dawn.

— Agora vou ter que concordar com vocês. Vamos embora e amanhã nós voltamos, foi uma péssima idéia entrar nessa floresta de noite! — respondeu Luke de modo eufórico, arrumando suas coisas e pronto para dar partida, quando de repente uma figura sinistra pôde ser vista dentro da floresta.

Luke levantou sua visão e avistou uma estranha criatura que flutuava em meio à densa neblina que começava a ser formada na floresta, a criatura parecia tomar a forma de uma mulher, seu corpo vestia um fino vestido branco que parecia manchado nas pontas. A figura tinha olhos sem expressão que brilhavam intensamente em meio à floresta, e a cada segundo a misteriosa figura parecia aproximar-se mais dos jovens.

Os três gritaram em sinal de pânico e saíram correndo dali, cada qual para um lado diferente deixando a figura fantasmagórica para trás. Nenhum deles pôde perceber do que se tratava, mas certamente aquela imagem sinistra ficaria guardada em suas mais obscuras lembranças.

Dawn correu até não agüentar mais, suas pernas doíam, mas ela não queria olhar para trás, a adrenalina em seu corpo fazia com que corresse cada vez mais. O pequeno Pachirisu em seu ombro lutava para acompanhar seus movimentos, e depois de um certo tempo, ela finalmente parou de baixo de uma árvore. Dawn encolheu-se e abraçou seus joelhos, ela não queria abrir seus olhos, pois sabia se a realidade poderia ser pior do que a escuridão que a rondava. Tudo que se podia ouvir era o choro abafado de uma garota naquela floresta; uma garota que agora estava sozinha, pois Luke e Lukas haviam desaparecido.

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Os irmãos estavam agora do lado de fora da floresta, ambos pareciam ofegantes e cansados, pois já não agüentavam mais correr. A imagem da criatura ficara na cabeça de Lukas, que agora tinha uma feição preocupada a respeito daquela estranha lenda que seu irmão contara.

— Você viu aquilo? Será que era a mulher da lenda? Será que ela veio nos pegar porque invadimos seu território...? — perguntou Lukas ofegante.

— Eu nunca senti tanto medo na minha vida cara... — suspirou Luke.

Enquanto os dois descansavam, Luke rapidamente notou a falta de sua amiga que não estava no grupo, ele sabia que ela provavelmente teria se perdido na hora do pânico. O rapaz fechou seus olhos e passou a mão no rosto, pois sabia que Dawn estava sozinha naquela floresta escura.

— Foi minha culpa ter contado aquela história, eu sou um idiota!! — gritou Luke em sinal de desapontamento — Cara, eu não vou descansar enquanto eu não tirar a Dawn segura daquela floresta.

— Como assim, você vai voltar para a Eterna Forest?!

— Você não vai me impedir de entrar lá de novo. Ou você fica aqui sozinho, ou volta pra dentro da floresta comigo! Eu sei que ela é mais velha do que nós e sabe muito bem cuidar-se sozinha, mas por dentro acredito que ela seja apenas uma garota meiga e assustada. Eu preciso ajudá-la! — disse Luke, preparando uma de suas pokébolas — Titânia, eu escolho você!!

Luke lançou a pokébola de sua imensa serpente que o olhou em sinal de descontentamento, provavelmente aquela não seria uma boa hora para ter escolhido Titânia que detestava ser interrompida quando estava noite.

É bom você ter uma boa explicação para chamar-me à uma hora dessas... — disse a serpente irritada, abaixando-se até ficar na altura dos olhos de seu treinador.

— Minha melhor amiga tá presa naquela floresta, nós vamos entrar lá e procurar ela o mais rápido possível. Demorô? — ordenou Luke.

— Refere-se àquela humana fêmea de cabelos negros? Tudo bem garoto, acho que posso ajudá-lo. — disse Titânia.

Lukas ficou surpreso ao perceber que pela primeira vez seu irmão conseguira controlar seu pokémon perfeitamente. Eles então subiram nas costas da gigantesca Onix e adentraram novamente naquela inóspita floresta.

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Dawn permanecia sentada sob uma camada de folhas secas da floresta enquanto tentava abafar o som de seu choro no silêncio da noite. O pequeno Pachirisu de Lukas tentava animá-la, mas ele também tinha receio por estar em um campo desconhecido e sem o auxílio de seu treinador. A garota queria evitar ao máximo olhar para os lados, pois não sabia o que encontraria, e sua mente humana poderia ver o pior. De repente, ela começou novamente a ouvir sons de passos andando nas proximidades.

O pequeno esquilo se colocou em posição de ataque, pois prometera ao seu mestre que não deixaria que nada de ruim acontecesse com a garota. Dawn levantou seus olhos de relance e se deparou com a silhueta de uma mulher vindo em sua direção; seus pés não obedeciam seu corpo e ela nem mesmo conseguia colocar-se de pé para fugir dali. Logo, a misteriosa figura aproximou-se de Dawn e agachou-se ao seu lado para ficar na mesma altura de seu olhar.

— Você está perdida, garota? — perguntou a mulher com uma voz doce.

Dawn não respondeu por um instante e em seguida voltou seu olhar para a moça. Ela tinha cabelos verdes amarrados em uma longa trança que recaia sobre seus ombros, seus olhos eram verdes e transmitiam um certo conforto e segurança. A mulher estendeu a mão para Dawn que levantou-se com dificuldade, logo em seguida abraçando a pequena garota que mantinha seus olhos inchados.

— Não tenha medo da floresta, ela nunca iria fazer mal à vocês. Meu nome é Cheryl, eu estava passando próximo a floresta quando ouvi gritos, então decidi vir procurar de onde vinha. — confortou — Não tenha medo, tudo vai ficar bem. Você já é uma moça, e garotas assim não devem chorar.

— Obrigada... — agradeceu.

— Qual o seu nome garotinha? — perguntou Cheryl.

— Dawn... — respondeu ela receosa.

— Dawn... É um nome muito bonito. — sorriu Cheryl — É perigoso andar por essas redondezas de noite, ainda mais para uma garota bonita como você. — alertou ela.

— Eu não estava sozinha, eu estava com meus amigos, mas nós nos assustamos e então acabamos nos separando. — explicou ela.

— Entendo... Venha comigo, pois eu sei onde fica a saída dessa floresta, eu já me perdi muito aqui quando era mais jovem. Fique atenta para encontrar seus amigos, é melhor sairmos dessa floresta o quanto antes. — disse Cheryl.

Hora ou outra alguns Murkrow apareciam entre os galhos das árvores enquanto seguiam as garotas com seus olhos noturnos. Dawn andou por um tempo na companhia de Cheryl que parecia conhecer perfeitamente aquele local, as duas já aproximavam-se da saída do norte quando perceberam uma enorme mansão cercada por paredes e um portão destruído em sua frente. Aquela parecia a própria casa da lenda da princesa que Luke contara, o que dispertou uma grande curiosidade em Dawn no mesmo instante.

— Meu amigo me contou uma lenda sobre essa mansão... O que ele falou era verdade? — disse Dawn.

— Ah, imagino que tenha sido a história sobre uma princesa que foi morta aqui e que perambula por essas bandas procurando por uma vítima, não é? — perguntou Cheryl.

— E-Exatamente! — disse Dawn surpresa.

— Heh... Meninos são assim mesmo, gostam de ficar colocando medo nas garotas. Mas não ligue para o que ele falou, tudo não passa de uma lenda. — sorriu Cheryl.

— Que ótimo, assim fico mais aliviada...

— Eu estava brincando. Isso aconteceu sim, só que há 3 décadas atrás. Essa lenda que seu amigo contou realmente aconteceu, legal não? — disse Cheryl com um sorriso estampado em seu rosto.

— Você não está ajudando muito, Cheryl... — retrucou Dawn.

Dawn e Cheryl continuaram seu caminho até a saída quando ouviram um enorme estrondo que vinha de trás das árvores, e de lá, surgiu a serpente de pedra na companhia dos dois irmãos que procuravam Dawn por todos os cantos da floresta.

— Dawn?! Onde você estava, nós ficamos tão preocupados!! — disse Lukas, correndo em direção da garota e abraçando-a.

Cheryl sorriu enquanto pensava que o jovem fosse o irmão mais novo de Dawn, ela apreciava a forma como ele demonstrava carinho, algo que parecia raro nos dias atuais. Dawn retribuiu o abraço em Lukas e passou levemente sua mão em seu rosto que agora a fitava aliviado.

— Eu estou bem Lukas. Tive sorte de encontrar essa mulher que conhece muito bem a floresta. Seu nome é Cheryl, e ela estava me guiando para fora da floresta. — explicou a garota.

— Muito prazer, senhorita Cheryl. Agradeço imensamente por ajudar nossa amiga! — agradeceu Lukas.

— Ah, sem problemas. Eu imaginei que vocês dois fossem irmãos. — sorriu ela — Agora digam-me, quem é que teve a brilhante idéia de entrar naEterna Forest durante a noite? — perguntou ela.

Os dois apontaram para Luke que no momento conversava com Titânia agradecendo a ajuda. Ele retornou seu pokémon e andou em direção de Cheryl.

— E aí mano. — cumprimentou ele.
— Quem você pensa que é para ficar perambulando por essa floresta de noite? Vocês são crianças, não sabem que pode ser perigoso?? E se eu não estivesse aqui, o que teria acontecido?? — perguntou Cheryl zangada, enquanto apontava para Luke que recuava cada vez mais.

— Q-Quem é você?? — perguntou Luke.

— Meu nome é Cheryl, e saiba que eu não quero mais vocês andando por aí de noite, ouviu? Aposto que foi você que convenceu seus amigos a entrarem aqui, não foi? Você é muito irresponsável! — disse Cheryl.

— Ow, quem você pensa que é? Minha mãe?? Eu nem te conheço e você ainda quer ficar mandando em mim? — respondeu Luke.

— Ora essa, seu ingrato. Vocês poderiam estar correndo perigo, saiba que eu só quis ajudar! — respondeu Cheryl.

— Afe, e por um acaso eu pedi sua ajuda mulher? Eu estava quase encontrando a Dawn quando você surgiu do nada pra estragar minha glória. — respondeu Luke, tendo em seguida seu braço segurado por Dawn que o fitava com um olhar de reprovação.

— Podia ter sido perigoso Luke, e a Cheryl me ajudou muito. Não seja ignorante e peça desculpas. — disse Dawn.

— EUUUU?? Pedir desculpa?! Essa palavra não existe no meu dicionário.

— Então vou ser obrigada a realizar uma reforma ortográfica e implementar essa palavra no seu vocabulário limitado. Pede desculpa, agora. — disse Dawn, fazendo o garoto desculpar-se no mesmo instante.

— Desculpa tia. E obrigado por ajudar minha amiga a sair da floresta. — respondeu Luke — Pronto, agora podemos ir embora.

— Da próxima vez que você quiser entrar na floresta, ouça o conselho de seus amigos e entre de dia, ouviu garoto? — aconselhou Cheryl.

— Foi mal!! É que eu queria chegar em Eterna ainda hoje pra poder batalhar no ginásio, mas acho que meu egoísmo quase nos levou a uma enrascada. — explicou Luke.

— Ginásio, você diz? Compreendo... — disse Cheryl num tom de curiosidade — Ora, perdoem-me também por ter sido muito apreensiva, tenho o costume de preocupar-me com pessoas mais novas. Bom, é melhor vocês descansarem hoje, pois acredito que o amanhã o dia será muito agitado. Vou levá-los até o Centro Pokémon, e pode deixar que eu arrumarei um ótimo quarto pra vocês.

— Muito obrigado, Cheryl! — agradeceu Dawn.

A noite estava quase no fim, mas pelo menos dessa vez os garotos poderiam dormir até tarde e descansar do dia cansativo que tiveram. Os jovens então seguiram rumo à cidade de Eterna na companhia de Cheryl, que lhes forneceu um ótimo quarto no Centro Pokémon. Lukas e Luke teimavam em pensar na misteriosa imagem da mulher que avistaram na floresta, mas o cansaço era maior e isso impediu com que os dois permanecessem acordados pensando no assunto.

Dawn entrou no quarto dos irmãos e lentamente ajeitou a coberta de Lukas, em seguida dando-lhe um suave beijo no rosto para desejar-lhe boa noite. Luke estava no banheiro escovando seus dentes antes de dormir, Dawn deu uma leve batida na porta e desejou-lhe boa noite, em seguida voltando para seu quarto. Porém, ela continuava com sua mente em trabalho, era como se a euforia daquela noite não a deixasse descansar, e de certo modo a imagem da mulher na floresta ainda lhe perturbava.

Já havia passado uma hora e o sono ainda não surgira. Dawn andou lentamente até o cômodo dos dois irmãos e bateu lentamente na porta. Luke atendera de certa forma rude, pois já era tarde para qualquer tipo de serviço, mas ao ver que se tratava de Dawn seu rosto estampou um semblante de surpresa.

— O que houve Dawn...? — perguntou ele com uma voz sonolenta.

— Eu não consigo dormir... Fiquei pensando na lenda que você contou e... Não estou conseguindo dormir mesmo. Parece ridículo alguém com minha idade ficar com medo disso, né... — comentou ela, enquanto Luke continuava a observá-la confuso — Ah, desculpe-me por incomodá-lo. Você havia dito que ficaria bravo caso alguém não conseguisse dormir à noite por causa dessa lenda... Eu já estou indo embora. Boa noite.

— Ahh, esquece aquilo que eu falei... Sei que parece estranho, mas você não quer dormir aqui com a gente? — perguntou ele um pouco sem graça.

— O quê? — indagou Dawn surpresa.

— N-Não que eu queira algo do tipo, quer dizer, é só pra você ficar aqui se estiver com medo. Daí a gente fica bem longe, é só pra ver se o medo passa, sei lá, mas se não quiser... — gaguejou ele receoso pela proposta que fizera.

A garota deu um sorriso sem graça e entrou no quarto. Lukas nem mesmo acordara com sua presença. Luke procurou algum lugar que ela pudesse ficar, mas não encontrou, deixando então sua cama para que ela deitass, e arrumando um colchão no chão para si.

— Não tem problema mesmo se eu dormir em sua cama, Luke? — perguntou a garota meio sem jeito.

— Não, não. Contanto que você se sinta segura aqui no quarto. Pode ficar tranqüila que a gente não vai deixar nada acontecer com você,beleza?

Dawn sorriu e agradeceu a preocupação, deitando-se na cama e fechando seus olhos pelo cansaço. Agora Luke tentava dormir no chão duro e gelado do quarto, mas ele estava feliz, pois sabia que era para agradar a garota que ele mais admirava.


A Floresta de Eterna guarda muitos segredos e mistérios indecifráveis, e mesmo que com muitas dificuldades, os jovens conseguiram fazer seu caminho até a cidade de Eterna com o auxílio de uma mulher que conheceram por acaso, chamada Cheryl. Agora eles poderão descansar e preparar-se para a segunda batalha de ginásio de Luke, que será contra um líder especialista em tipos planta. Será que ele conseguirá vencer tal desafio tendo um time de pokémons em desvantagem?


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