Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 96
REYNA - Luz vs Escuridão


Notas iniciais do capítulo

n sei se notaram q o ritmo de publicação tá um pouco mais lento. é pq eu tô, por um lado, tentando enrolar um pouco a do Anúbis (E eu tento alternar quem recebe atualização nova) pq eu tenho coisas planejadas mas eu preciso q janeiro chegue kkk e tbm pq eu arrumei um emprego novo yey o/ ou seja, menos tempo livre kkkk mas não vou deixar as fics chegarem a 1 mês sem atualização.
mas enfim, bom cap ;3



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REYNA

Nyx era rápida e perigosa. Antes de Percy e Zia chegarem para me ajudar, eu já estava usando toda a minha concentração e agilidade possível para desviar dos golpes de Nyx. Ela era absurdamente alta, de um jeito nada natural mas não tão grande para confundi-la com um gigante, e isso a deixava num ponto de vantagem. Mas isso era mais fácil falar do que fazer. 

Eu passava mais tempo em uma distância segura e analisando a existência de algum buraco para avançar na direção dela. Eu não podia deixar ela muito confortável. Tinha que pelo menos distraí-la enquanto a ajuda não chegava. Quando estávamos perto o suficiente, o combate era tão rápido e intenso que se eu estivesse minimamente distraída, no mínimo perderia um braço.

Não só as longas garras negras nas mãos dela tentavam me cortar ao meio, como também as trevas que ela emitia e jogavam contra mim tentavam me cortar ou engolir, o que fosse mais fácil e prático, imagino. Eu desviava de ambos como podia, mas em dois momentos eu não fui rápida o suficiente. Minha tentativa de contra atacar depois de desviar de um ataque vertical de uma rajada de trevas me rendeu uma perfuração dolorosa de suas unhas em minha barriga.

 Me afastei apressadamente sentindo a dor se espalhar junto com o sangue que manchava minha roupa mostrando que a profundidade do corte era preocupante o suficiente. Mas, nem tive tempo de colocar minha mão no corte ou algo do tipo, pois repentinamente uma onda horizontal de trevas foi fortemente jogada contra mim. Abaixei-me apressadamente e então tive o segundo corte que, felizmente, não foi nada doloroso. Um terço de minha trança foi cortado sem piedade pelo ataque de Nyx.

Apesar de não estar nos meus planos ir numa cabeleireira, cabelo não era nada tão importante assim. Nem me dei tempo de registrar o ocorrido direito e imediatamente contra-ataquei Nyx de baixo para cima. Ela, que não esperava uma recuperação tão rápida, arregalou os olhos por um segundo, mas logo tratou de esconder a surpresa. Aproveitei aquele um segundo de surpresa muito bem. Por mais que ela tenha tentado se defender, eu ainda consegui abrir um corte estranho no alto do braço dela, quase no ombro, quando ela tentou se defender. 

O corte era estranho. Era acinzentado como se eu tivesse perfurado uma estátua não tão dura envolta numa camada de escuridão quebradiça. Essa mesma escuridão se ergueu como uma parede mole que engoliu a ponta da minha lança antes que ela chegasse ao rosto de Nyx.

— Não pense que será fácil assim, garota. - ela disse, exatamente antes de minha ajuda chegar.

Repentinamente o lado oposto do corpo de Nyx foi atingido por uma forte labareda de fogo vinda de trás de mim fazendo Nyx gritar de dor. Sem pensar duas vezes, eu pulei para longe puxando minha lança para mim com força. 

— Eu já ia gritar para você pular para longe. - disse Percy segurando firme a contra-corrente  - Não queríamos perder o momento surpresa então não gritei antes. Foi mal.

— Tudo bem. Só fiquei com calor. - respondi olhando para a garota de cabelos curtos que, magicamente, invocava com o que parecia uma varinha a forte coluna de fogo contra Nyx.

— Essa é Zia… - explicou Percy - Acho que tá ocupada demais para se apresentar direito. Tá bem o suficiente para lutar contra a Nyx comigo enquanto torce pra não virar churrasco?

— Minha mira não é tão ruim assim! - exclamou Zia ofegante com uma gota de suor escorrendo da testa.

— Claro que estou. Chega de papo. - pedi.

— Obrigada. - disse Zia desfazendo o feitiço.

O feitiço era claramente a única coisa que impedia Nyx de pular até nós ansiosa para cortar nossa garganta, pois foi isso que ela fez imediatamente. Uma pequena bola de fogo interrompeu o avanço dela breve o suficiente para eu e Percy nos aproximarmos. A troca de golpes quase parecia uma dança. Percy interrompia os ataques de um lado, eu atacava do outro. A escuridão de Nyx passava raspando por nós abrindo um corte profundo em minha bochecha e outro na coxa de Percy que parecia doloroso e feio, mas eu também havia conseguido furar a maçã do rosto dela. Se ela fosse uma pessoa normal, só esse ferimento já teria sido fatal, mas era Nyx.

Os ferimentos que nossas armas abriam nela não demoravam a se fechar. As únicas marcas que permaneciam no corpo de Nyx eram os queimados brancos das chamas de Zia, que até agora não tinha voltado a atacar. Imagino que ela estivesse tentando recuperar as forças para conseguir nos ajudar. Não sei quanto de energia as chamas de antes gastaram.

Eu parava um ataque vindo de cima para baixo das garras de Nyx na direção de Percy, a escuridão de Nyx abriu um corte doloroso no meu braço que me fez gritar de dor enquanto Percy aproveitava para contra-atacar numa abertura que se abriu. Foi nesse momento que comecei a ouvir a música de Grover e os gritos roucos de Piper.

— PARA DE ATACAR ELES! FIQUE QUIETA! - ordenava Piper.

Nyx não parou, mas ao menos perdeu um pouco a velocidade e começou a hesitar uma vez ou outra. Esse provavelmente foi tempo o suficiente para Zia voltar a fazer magias. Mas, ao invés de invocar apenas chamas, ela se concentrou em tentar conter os movimentos de Nyx. Não foi fácil. Por várias vezes ela se soltava ou arrebentava o que quer que Zia usasse para prende-la. Só conseguimos de fato prender Nyx quando Zia usou uma combinação de cordas mágicas e fogo que, pelo jeito que ela suava e ofegava, parecia cobrar dela toda sua força.

— É TARDE DEMAIS! - gritou Nyx - NÃO ADIANTA.

Talvez fosse de fato um pouco tarde demais, pois as chamas de Zia estavam começando a se apagar. Parecia claramente ser demais para ela prender uma deusa daquele jeito por muito tempo. Tentei ajudar como dava. Enfiei em dó minha lança nas costas de Nyx enquanto Percy e Grover, que não parava de tocar sua flauta, preparavam o frasco com a água do Aqueronte.

Nyx estava de joelhos e bem irritada quando os demais chegaram. Zia continuar a parecer usar toda a sua concentração enquanto murmurava palavras que eu não entendia e apontava, o que eu acho que era, uma varinha para Nyx. E também não estava sendo tão fácil manter ela quieta pressionando minha lança em suas costas firmemente. Minha camiseta estava suja de sangue e as calças de Percy também estavam com sangue na altura da coxa, na lateral externa. 

Todos estávamos com muita pressa e preocupados com a possibilidade de ela escapar, especialmente porque uma energia estranha parecia tentar se acumular nela.

— Vamos rápido com isso antes que a gente vire pó ou ela escape de novo! - pediu Annabeth quando correu em nossa direção ajudando com o frasco deixando Percy livre para tentar forçar Nyx a abrir a boca ou algo do tipo.

— Como assim “De novo”?! - questionou Meg fazendo a pergunta que eu também fiz mentalmente.

Então, nesse exato segundo, repentinamente duas flechas brilhantes atingiram Nyx em cheio vindas de trás de Meg. Elas haviam sido lançadas do arco de Apolo que, apesar do tanto de gente no meio do caminho, conseguiu acertar perfeitamente o braço esquerdo e a coxa esquerda da deusa da noite.

 As duas flechas que ele acertou nela queimavam a pele de Nyx tal como o fogo de Zia também queimava. Isso deixou ela ainda mais inquieta e irritada. Mas, a melhor parte, foi que isso pareceu fazer diminuir a fina, mas crescente, camada de energia ameaçadora que se acumulava na pele dela aparentemente prestes a explodir.

— APOLO! VOCÊ VAI PAGAR! - gritava Nyx.

— Nada pessoal, Nyx. - respondeu Apolo.

— É PESSOAL SIM! - gritou Meg apontando as cimitarras gêmeas dela para Nyx.

— MEG! DÁ LICENÇA QUE EU NÃO QUERO ARRUMAR A NYX DE INIMIGA PRO RESTO DA MINHA VIDA! - reclamou Apolo me fazendo revirar os olhos.

Todos apontavam alguma arma pra Nyx quando Percy aproveitou que ela abriu a boca para reclamar de Apolo, para forçar goela abaixo nela o líquido estranho do frasco que ele segurava. 

— O que é isso no frasco? - perguntei com dor já sentindo minha cabeça tonta especialmente ao ver o sangue escorrendo pelo meu braço pelo corte feio em meu braço.

— É um pouco da água do Aqueronte. - respondeu Kayla.

— Água do o quê? - perguntou Meg.

— Um dos rios que cortam o submundo. - explicou Hazel - Esse, no caso, é conhecido como o rio da dor e do infortúnio. 

— Simpático… - comentou Meg.

— Ele… era... horrível. - disse Annabeth sombriamente.

Todos encaravam Nyx que, depois de tomar forçadamente o líquido, ficou como uma estátua, sem mal respirar, focando o vazio com os olhos esbugalhados.

— Ela ficou quieta… - murmurou Piper passando a mão massageando a garganta enquanto Grover, ainda receoso acho, não quis parar de tocar a flauta.

— Será que está funcionando? - perguntei - Ela não mora lá no Tártaro? Parece meio otimismo demais funcionar com ela.

— Ela não deve ser 100% ruim né? Talvez só 99%? - questionou Kayla - Porquê assim… ela é mãe… e a noite pode ser tão linda.

— Mãe das Fúrias, do Tânatos, da Eris, do Caronte, dos bichos com quem estávamos lutando até agora… - lembrou Piper - A lista só continua…. 

— E do Hipnos… - lembrou Hazel dando de ombros - Dormir é legal.

— Assim… não sei se dá pra falar que ela não é 100% má mas… - disse Apolo em dúvida - Mas muitos gostam dela e consideram ela uma fonte de conforto e descanso. Então acho que ela tem seus melhores séculos? 

— Ela não tá fazendo nada… - eu disse olhando para ela parada.

Nyx parecia uma estátua. Uma estátua que arrepiava os cabelos da nuca e que o olhar parecia lentamente cada vez mais depressivo e sem vida.

— O que a gente faz agora? - perguntou Grover.

— Aproveitamos antes que o efeito da água passe. Não deve durar muito nela. - respondeu Percy - Antes a contra-corrente não estava funcionando tanto. Será que agora funciona?

Com o canto do olho, já que não ousava deixar de olhar para Nyx, notei que Apolo tinha planos à parte. Ele estava até então apontando uma flecha para a cabeça de Nyx tal como os outros também estavam apontando suas armas, mas agora a flecha dele começou a brilhar fortemente.

— Kayla, Zia… uma ajudinha vai ser bem vinda! - pediu ele.

— E-eu? - perguntou Kayla - O que eu faço? A mesma coisa?

— Não confio em soltar ela! - alertou Zia entredentes - Mas vou tentar dar um jeito. 

— É! Mesma coisa, Kayla! - confirmou Apolo - Só… se concentra pra caramba na ponta da flecha. Pensa no sol e essas coisas do tipo com força. Vai no peito que eu vou na cabeça!

— Tá - respondeu Kayla - Mas vou logo avisando que se isso não der certo, eu não vou ter tanta flecha assim mais.

— Só por favor cuidado comigo aqui do lado! - pedi, segurando forte na minha lança e confiando na mira dos dois.

— Tá! - responderam Apolo e Kayla ao mesmo tempo. 

Nyx ainda estava completamente parada, talvez até mais pálida, quando os dois lançaram as flechas contra ela. Ao mesmo tempo, as cordas mágicas que prendiam Nyx começaram a queimar a ponto de eu conseguir ver pequenas chamas dançando na superfície da corda.

Quando as flechas atingiram-na, elas brilharam tão forte que eu tive que desviar o olhar e fechar os olhos. Não consegui nem ter certeza de se as flechas tinham acertado ela de fato ou parado em pleno ar a alguns centímetros da deusa, mas a intensidade da força gerada pelo contato daquela luz forte com toda a escuridão de Nyx foi sufocante e impactante.

A escuridão de Nyx e de tudo ao nosso redor parecia se rebelar. As sombras se agitaram rapidamente fugindo da luz que explodiu das flechas que magicamente as desintegravam transformando-as em pequenos pedaços negros. Como fragmentos de um papel queimado na fogueira. E então, magicamente, eu senti que não havia mais nada preso à minha lança. 

Ameacei abrir os olhos lentamente e olhar na direção de onde Nyx estava e, de fato, não havia mais nada lá. Não só ela, mas a escuridão que envolvia aquela parte do hotel parecia ter repentinamente se recolhido fugindo da luz das flechas. Flechas essas que caíram inofensivas no chão onde pequenos pedaços de sombra se contorciam de dor e sumiram se desfazendo em dezenas de pequenos pedaços.

— Nós… matamos a Nyx? - perguntou Grover parando de tocar surpreso e pálido.

— Acho que não. - disse sem ter muita certeza enquanto olhava para Apolo em busca de mais respostas e opiniões.

— Também acho que não. - respondeu ele - Ela não é tão fácil de matar. Sem falar que ela é a própria noite e escuridão. Acho que apenas a mandamos de volta para a casinha dela bem machucada por ter sido atingida por tanta luz depois de ficar meio mal por causa da água do Aqueronte.

— Aposto que isso vai ter volta… - disse Annabeth deixando todos tensos - Não saímos da lista de vingança da Nyx.

— Bem, um problema de cada vez. - disse Piper tão rouca que já mal conseguia ter sua voz ouvida - Por hora, é menos um.

Sim, um problema de cada vez. Aquilo tudo tinha deixado um gosto estranho na garganta que eu não conseguia engolir. Um gosto azedo que me dizia que nossos assuntos com Nyx não tinham terminado ainda. Mas, por hora, era melhor focar nos problemas que ainda nos rodeavam. Era difícil não se sentir incomodada pelo ambiente do hotel. O nível de desconforto dali tinha diminuído junto com o desaparecimento de Nyx e a luz voltou a entrar também. Contudo, não tinha como ignorar que funcionários e hóspedes do hotel estavam mortos por todos os lugares graças à Nyx e seus filhinhos assustadores.

Ao redor de onde até então estava Nyx, Piper e Zia desabaram, de joelhos no chão, exaustas. Percy parecia querer fazer o mesmo, mas Annabeth imediatamente o abraçou apoiando-o enquanto ele botava a mão no ferimento da coxa. Eu fiz o mesmo com o ferimento da minha barriga e, com o braço ferimento pendurado pingando sangue, dei passos desengonçados para uma parede próxima para poder me apoiar e tentar respirar devagar fundo. Com a adrenalina baixando, os corte começavam a doer. Meu braço caiu sem forças para se erguer e eu desejava ter mais braços para poder colocar a mão sobre o ferimento da barriga e do braço ao mesmo tempo.

Notei então Apolo se aproximando de mim e a cada passo mudando mais para sua força de Lester do que sua força de Apolo tradicional. O percurso dele foi seguido com o olhar por Kayla e Grover, que interromperam o processo de sentarem-se no chão para checar como estava Zia, que parecia pálida e fraca demais. Todos pareciam cansados, ou pálidos, ou no mínimo descabelados, inclusive Grover e Kayla, o que deixava o questionamento de se eles conseguiam fazer algo por Zia, mas a expressão de Zia parecia bem preocupante.

— Vamos de sessão de enfermaria ok? - disse Apolo claramente já tendo feito uma triagem visual e me classificando como primeira paciente - Quem tá com ferimentos feios, sangrando ou doendo muito, ou quem sabe bateu a cabeça ou levou um choque muito forte por algum motivo que eu não consigo pensar, favor avisar!

— A Zia não parece nada bem! - alertou Piper com uma voz que já mal saía.

— Eu tô com uns cortes. O pior na coxa. - resmungou Percy.

— Sinal que o efeito da água do Estige acabou… - comentou Annabeth enquanto Apolo começava a me curar e eu começava a me sentir gradualmente melhor.

— Estige? - perguntei surpresa claramente desinformada.

— Pois é… depois a gente te atualiza dessa parte. - falou Percy enquanto Meg e Pêssego se aproximavam da gente bem tranquilos e sem necessidade de enfermeiros.

— Você prefere ficar como Apolo-adulto ou Lester-cheio-de-espinha? - perguntou Meg enquanto eu entrava na fila logo a frente com Percy.

— Pêssego. - disse Pêssego.

— Pra sua informação… - disse Apolo enquanto terminava meu tratamento - Minha pele está muito bem, ok? Bumbum de neném.

— Obrigada. - disse quando a dor em minha barriga se foi.

— Nada. - disse Apolo indo correndo ver Zia que já parecia estar desacordada no colo de Kayla.

Suspirei e fui até onde um pedaço da minha trança estava caído no chão. Não tinha como eu colar o cabelo de volta, obviamente, mas eu ainda queria o meu prendedor de cabelo de volta. Peguei-o pensando em como estávamos todos vivos, Nyx tinha voltado para o submundo, mas eu não sentia como se tivéssemos ganhado aquela rodada. Não com o tanto de sangue que foi derramado ali e com aquela luz roxa, vinda do pilar mágico, que cruzava a ponta da pirâmide, iluminando tudo ao nosso redor.

 


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