Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 91
PERCY - Uma Ajuda Inesperada


Notas iniciais do capítulo

desculpa a demora. sei q já era pra eu ter postado esse cap a mto tempo, mas eu tava mto mal pra escrever. o importante é q ele saiu



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PERCY

De Los Angeles até Las Vegas, fomos nos revezando no volante e parando no meio do caminho. Afinal, dirigir por 5 ou 6 horas sem parar não é nada fácil e Annabeth ficou insistindo também que era bastante perigoso e se a gente morresse num acidente de trânsito comum antes mesmo de chegar em Las Vegas, ela nunca iria se perdoar. Mas, quando chegamos perto de Las Vegas, fiquei me perguntando se talvez uma morte por acidente de carro não fosse bem melhor em comparação ao que parecia no esperar ali.

Com certeza os mortais não estavam notando como, apesar de mal passar de meio dia, magicamente Las Vegas estar envolvida pela noite. Bem, não toda, admito. A noite que cobria parte da cidade como um guarda chuva (que devo admitir, era até bem bonito) cobria uma área de sei lá quantos metros que o foco parecia ser um dos hotéis-cassinos que tinha uma pirâmide na frente. Claro que não podia ser uma mera coincidência. Eu não era especialista em Las Vegas, mas podia apostar que aquele era o Hotel Luxor e o provável lugar de Nyx estar de férias (ou tramando alguma coisa) enquanto apostava alguns dracmas num Poker ou num Blackjack.

Mas assim, só ver parte da cidade envolta por uma noite bonita não era necessariamente assustador. Assustador foi ver aquele guarda-chuva noturno e sentir uma sensação horrível de terror e desespero que parecia emanar de lá e me dava vontade de vomitar.

— Sabe… - eu disse olhando para a pirâmide negra com a ponta dourada - Ela deve estar com muita raiva e louca pra matar a gente.

— O que exatamente vocês fizeram para Nyx estar com raiva de vocês? - perguntou Zia curiosa.

— Ahm… bem… A gente tava lá no Tártaro e… - eu disse lembrando bem daquele dia horrível - assim… talvez a gente tenha enganado ela, ofendido ela, cegamos ela momentaneamente e fugimos dela. Dica pra vida? Se for fazer um deus poderoso de bobo, torça pra não encontrar eles de novo depois. 

— O ego deles não aguenta isso. - completou Annabeth ao volante.

— Será que os filhos dela vão estar lá também? - perguntei para Annabeth.

— Vamos torcer para que não. - disse ela.

— Se tem alguém com uma família assustadora, esse alguém é Nyx. - disse Hazel - O único que não deve dar tanto medo assim deve ser o Somnus… Hipnos.

— Que ainda assim, ele consegue fazer até Zeus dormir. - disse Annabeth - Vamos parar em algum lugar não muito longe para nos reunirmos com Grover. Não parece sensato entrar naquele lugar separados.

— Tem uma lanchonete com um estacionamento grande o suficiente ali à esquerda. - apontou Zia.

Algumas curvas depois, paramos no estacionamento da lanchonete que parecia uma tentativa de imitar o Mc Donald's. Longe de ser o melhor lugar para fazer uma mensagem de Íris mas, fomos ao banheiro, de limpeza questionável, e usamos a água da torneira para ligar para Grover. 

— Grover… vocês já estão em Las Vegas? - perguntei quando a imagem dele começou a se forçar na Mensagem de Íris.

— Cara… - respondeu ele alguns segundos depois - A gente tá muito ferrado. Vocês já chegaram também? Porquê esse tal de Hotel Luxor… cara… certeza que a Nyx tá lá porquê só de olhar pra ele eu tenho vontade de sair correndo pra bem longe daqui.

— Paramos numa lanchonete do outro lado da via expressa. - disse Annabeth logo notando, assim como eu notei, que só conseguimos ver Grover e Kayla na mensagem de Íris - Só a Kayla veio com você?

— Sim… foi mal galera, não conseguimos mais voluntários. - respondeu Kayla - Tá no meio do ano letivo, não tem tanta gente no acampamento.

— Será que é suficiente? - perguntou Hazel - Podemos esperar Frank ver com o pessoal de Nova Roma se alguém mais vai vir… e… será que contamos com Apolo? Ele meio que ficou sem dar muita garantia.

— É uma ideia… mas não sei o quanto vai dar certo. - disse Annabeth - Não vamos conseguir esperar por muito tempo, é só uma questão de tempo até ela nos perceber por aqui.

— Nós vamos para onde eles estão ou eles vem pra cá? - perguntou Zia.

— Paramos em uns comércios do outro lado da via expressa também, mas bem de frente pra pirâmide do hotel. - explicou Kayla - Logo aqui do lado tem a entrada pra uma pista que passa por cima da via direto pro hotel. Parecia bem prático então por isso esperamos aqui.

— Estamos indo pra aí então. - disse Annabeth.

Eles tentaram nos orientar sobre como era o comércio para conseguirmos achar e então saímos então do restaurante torcendo pra ninguém reclamar de termos usado o banheiro (estranhamente, todos ao mesmo tempo) sem comprar nada. Não estávamos tão longe assim no final das contas. Não ficamos nem dois minutos direito no carro e logo vimos Kayla e Grover na calçada olhando para os carros se perguntando qual deles éramos nós.

Paramos logo ao lado deles e ficamos os seis olhando para o hotel Luxor logo do outro lado da via expressa onde caminhões e carros passavam correndo como se não parecesse que um pedaço do Tártaro tinha subido até ali.

— Cara… queria te rever em alguma situação melhor em que não parecesse que eu não vou durar até o final do dia. - disse Grover e, infelizmente, eu tinha que concordar.

— Quais as chances de a gente sair vivo se entrarmos só nós seis lá? - perguntei olhando para Annabeth - E de ela não ver a gente chegando perto?

— Não muito boas. - disse Annabeth - Pra aumentarmos as chances, precisamos de um plano. Começando com as águas do Estige e do Aqueronte.

— Estige e Aqueronte? - perguntou Kayla.

— É… - respondi pegando os dois frasquinhos no bolso - Nico me deu antes de sairmos do México.

— Estava pensando… Acho que temos que dar a do Aqueronte pra Nyx. - disse Hazel - Talvez Kayla tenha mais chances de fazer isso se amarrar o frasco em alguma flecha.

— Pensei nisso também, mas o problema é que se Nyx perceber o frasco chegando perto, vamos perder nossa chance completamente. - disse Annabeth.

— Quais as chances de a gente conseguir prender Nyx por tempo o suficiente para alguém jogar a água do Aqueronte na boca dela? - perguntou Zia.

— Eu não garanto conseguir segurar Nyx mas, se eu tiver a planta certa, teoricamente dá pra segurar alguém… - disse Grover meio inseguro - Mas Nyx… Não acho que dê pra segurar por muito tempo.

Ficamos algum tempo conversando sobre todas as coisas que podíamos fazer para fazer Nyx tomar a água do Aqueronte. Nossas opções, não eram muitas. Mas conseguimos ao menos ter alguns planos e planos B caso o A não dê tão certo assim. Com esses pedaços de plano, entramos no carro novamente (que ficou bem apertado pela adição de Kayla e Grover) e fomos até o estacionamento do Hotel Luxor.

No estacionamento do Hotel, logo aos pés da pirâmide, aquela sensação ruim que incomodava meu estômago parecia ter ficado intensamente mais forte. Era uma mistura desconfortável de miséria, desespero, ruína, vingança e loucura desconfortável. Foi quase como um flashback do tempo que passei no Tártaro com Annabeth. Olhei com o canto do olho pra ela e, ao ver o quão pálida ela estava segurando o volante do carro com força demais, percebi que não era o único que estava sentindo isso.

Os outros já estavam saindo do carro mas achei que podia gastar alguns segundos pousando a mão delicadamente na sua para tentar acalma embora eu também estivesse precisando de um pouco de calmaria. Com aqueles olhos cinzas que eu conhecia bem só que tomados por um misto de coragem e medo, ela me olhou aparentemente tensa.

— Não vai ser como o Tártaro… - garanti apesar de não ter nenhum poder de fazer isso.

— É o que estou tentando dizer para mim mesma. - respondeu ela.

— Não estamos sozinhos agora. - lembrei-a.

— Uma parte de mim diz isso… a outra parte só responde que isso só significa que estaremos condenando nossos amigos à uma amostra grátis do Tártaro. - respondeu ela.

Eu suspirei sem saber mais o que dizer. É difícil tentar animar uma pessoa bem mais inteligente que você porque ela geralmente já passou por todas as frases animadoras e encorajadoras que você conseguir pensar e as destruiu completamente. Então, tudo o que restou para mim fazer foi tirar a mão dela do volante e entrelaçar os dedos dela com os meus na esperança de que um ao menos pudesse dar forças para o outro já que os dois estavam precisando mesmo.

Ignorei os outros por um segundo. Não me importei que já tinham descido do carro e estavam só esperando a gente, só me importei com a pegada forte da mão de Annabeth.

Coloquei a mão livre sobre a bochecha dela e toquei a testa dela com a minha enquanto nos olhávamos intensa e silenciosamente tentando um dar forças para o outro. Por alguns segundos, eu me senti um pouco mais tranquilo e notei que ela parecia menos tensa também. Torcendo, de verdade, para aquilo ser infinitamente melhor do que o Tártaro, trocamos um leve beijo e então saí do carro sentindo o peso do frasco das águas do Estige no bolso da minha calça.

— Consegue ouvir isso? - perguntou Grover assim que saí do carro.

— Não estou ouvindo nada. - respondi.

— Exato! - respondeu Grover olhando na direção da pirâmide com a cara bem pálida - Está quieto demais. Isso aqui deveria ser um Casino, um hotel badalado de Las Vegas… Mas mais parece um cemitério de tão quieto e sem vida.

— Sem vida é a palavra certa… - completou Hazel abraçando o próprio corpo - Parece ter muita gente morta lá dentro.

— Será que chegamos tarde demais? - perguntou Zia preocupada.

— Talvez… - respondeu Annabeth - Mas ainda temos que resolver o problema de Nyx e acho que o fato de não ter nenhum pilar de luz rocha saindo da pirâmide já é um bom sinal.

Apesar do clima pesado e desconfortável, fomos andando em direção à entrada do hotel que parecia levar exatamente para dentro da pirâmide. Parecia mesmo que estávamos em plena meia noite ou algo do tipo, mesmo que tivéssemos acabado de deixar para trás o sol forte do deserto.

Fomos até a entrada do hotel que era um longo corredor que parecia ir direto para dentro da pirâmide. Fomos entrando devagar e com um medo constante de alguma coisa pular em cima da gente de repente, afinal seguranças são sempre esperados. O corredor por onde passamos tinha janelas sem vidro que tinha de cada lado, dava para ver que ele passava por cima de uma pista e, antes de nos levar para dentro da pirâmide, parecia também passar por cima da piscina do hotel.

Antes de chegarmos na pirâmide enorme em si, chegamos numa parte do corredor onde ele se abria numa sala maior e quadriculada. Estavamos bem em cima da piscina, que rodeava aquela parte quadrada que tinha uma rampa com água em cada que parecia levar direto para a piscina para formar quatro pequenas quedas d’água, que no momento estavam desligadas.

— Tem algo aqui… Digo… aqui perto, não dentro da pirâmide. Tem cheiro de caos, fome e doença… - sussurrou Grover engolindo em seco.

Com um anúncio tão tranquilizador, pra não dizer o contrário, paramos de andar. Não queríamos ser pegos de surpresa, queríamos exatamente o contrário para falar a verdade e pegar os outros de surpresa. 

— Gente… - disse Annabeth e, ao olhar para ela, notei que ela parecia tensa segurando fortemente sua adaga enquanto olhava para o teto.

Quando segui o olhar dela, imediatamente percebi que ela não estava admirando a arquitetura do lugar que havia feito com que o teto fosse uma mini-pirâmide de vidro. Não, por mais que Annabeth adorasse arquitetura, certeza que não era essa a preocupação dela. Porquê a primeira coisa que notei quando olhei pro teto foi uma sombra disforme com olhos brilhantes nos olhando de volta.

A figura pulou na nossa direção com uma cara raivosa cheia de caninos que pareciam loucos para devorar a gente. Isso se as garras não nos alcançassem primeiro. Mas, considerando que os braços eram curtos, duvidava disso. Mas não podia duvidar da capacidade de uma criatura que tinha asas de morcego para voar por aí. De toda forma, reconheci elas de uma antiga memória de uma luta passada junto com Nico e Thalia, aquilo era uma Queres.

A Queres, com um grito fino, pulou na nossa direção, mas nos esquivamos no último momento. Kayla, que saiu rodando para longe, foi a primeira a se recuperar e imediatamente lançar uma flecha nas costas do monstro, que obviamente não pareceu gostar nem um pouco disso e resolveu atacar Kayla, que estava de joelhos no chão preparando outra flecha. Mas, Zia foi mais rápido e, com uma bola de fogo, lançou a Queres para longe, rampa abaixo em direção à piscina.

— Não deixa as garras dela tocarem em vocês… - eu disse lembrando da luta contra uma delas no passado que eu havia deixado exatamente isso - São cheias de peste, infecção… essas coisas tudo. Enfim, não é legal.

Corri para onde a Queres havia sido lançada mas, quando cheguei lá, vi que ela já estava se desintegrando na base da rampa com a cabeça tocando a água da piscina antes de se transformar em pó. Bem, ao menos não eram lá tão fortes assim, era a boa notícia do dia. A má notícia foi que nossa briga atraiu as irmãs dela… e a família era grande. Várias outras Queres começavam a surgir de vários pontos ao redor da área da piscina.

Começou então um belo trabalho em equipe. Alguns golpes acertados em lugares mais letais eram o suficiente para acabar com cada uma delas. Assim, eu deslizei rampa abaixo torcendo para não acabar tendo que rolar rampa abaixo, pois era bem inclinada. 

A piscina tinha uns quadrados elevados grandes o suficiente para quatro pessoas se sentarem e um deles estava bem perto do final da rampa. Eu pulei para ele, pois uma Queres estava ali perto também. Uma esquivada e dois golpes depois, ela havia se desintegrado e eu estava pulando para dentro da piscina.

Com ajuda da água da piscina, fui acabando com outras mais, especialmente aquelas que estavam altas demais para os outros acertarem ou num lugar muito rodeado por água e nada mais do que água. 

Zia e Kayla, de pé no final da rampa, não pareciam ter tantas dificuldades em acertarem as que estavam longe demais. Na verdade, eram as que mais conseguiam acertar. Kayla acertava as que estavam alto no céu com suas flechas, e Zia impedia que demais Queres chegassem perto demais das duas. Afinal, elas também não tinham tanto espaço assim ali. Se dessem um passo para frente, caíam na piscina, pra trás era a rampa super inclinada e para os lados era uma grande proteção de concreto da rampa provavelmente para impedir os hóspedes de subirem exatamente onde elas estavam agora. 

As rampas pareciam ser o único jeito de chegar na piscina saindo de onde estávamos, provavelmente havia outro jeito depois da recepção do hotel mas, isso significava que se Annabeth, Hazel e Grover quisessem ter mais espaço na luta, tinham que entrar na água da piscina primeiro. Tentei aproveitar a cobertura criada por Kayla e Zia para ajudar os três a chegar na outra borda, que felizmente não era tão longe assim e ainda era perto de um monte de planta e um mini-bar.

Com espaço para lutar, Annabeth com sua adaga, Hazel com sua espada e Grover com sua flauta que encantava as plantas que rodeavam a área da piscina. Não era bem como esperávamos anunciar nossa chegada ali mas, ao menos não estávamos tendo tanta dificuldade assim em nos livrarmos das Queres. 

Sério, por incrível que pareça as coisas estavam indo muito bem. Mas eu não ia arriscar dizer isso em voz alta, vai que a sorte muda? Algumas Queres depois, a área da piscina parecia bem menos convidativa para um banho do que provavelmente jamais foi. Mas acho que nem pensar eu podia, pois quando estava lidando contra a penúltima Queres, só ouvi Grover gritar:

— Annabeth, atrás de você!

O grito poderia até ter sido para Annabeth, mas eu me virei desesperado. Nesse momento, senti o vento fraco e certeiro de uma flecha de Kayla acabando com minha adversária, mas também vi a agora última das Queres avançar sobre Annabeth e então ser subitamente atacada por outra pessoa que eu não via a meses. Foi muito rápido, numa hora a Queres estava ali, na outra estava sendo atacada por uma adaga enquanto a pessoa corria jogando a Queres e a si mesma na piscina.

Sem ter mais nenhuma Queres para me preocupar, eu, Annabeth e Grover nos aproximamos de onde as duas haviam caído e vimos, mesmo embaixo d’água, a Queres desaparecer. Eu já tava preocupado de ter que pular para dar uma de salva-vidas, mas logo vi que talvez não seria necessário.

— Tá tudo bem aí, Piper? - perguntei.




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Notas finais do capítulo

até o prox cap :3 vou tentar n demorar tanto dessa vez



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