Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 88
SAM - Escapando graças ao hijab


Notas iniciais do capítulo

olá! bem vindos à mais um capítulo.
à pedidos, vamos começar então com a listinha de quem vai pra onde ou quem tá onde.
vamos lá....

no momento, dos que ESTÃO NO MÉXICO, os grupinhos vão se dividir de acordo com o destino em:

— NY/Europa : Sam, Blitzen, Hearthstone, Mestiço, Anúbis, Sadie, Will, Nico. // Maias-Astecas: Victoria, Micaela (a menina q parece Annabeth) e personagem que ainda não apareceu.
— Los Angeles/Las Vegas: Hazel, Frank, Percy, Annabeth, Zia
— Nigéria : Leo, Calipso, Olujime, Magnus, Jacques, Alex, Festus

no momento, dos que ESTÃO EM NY OU NO ACAMPAMENTO vão se dividir em destino em:
— continuar em NY: Cleo, Paulo, Austin, Drew,
— Las Vegas: Kayla, Grover

no momento, os outros grupos não inclusos são:
— Nova Roma: Reyna
— Portugal: Caçadoras de Ártemis (Thalia, Kowalsky, Artemis, etc), Clarice, Mallory



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SAM

Depois de conversarmos sobre os detalhes de nossa ida para Europa, com um pulinho até Nova York para deixar Carter, todos estavam cansados o suficiente para declarar aquele dia como encerrado. Na melhor da hipótese, só iriamos sair no final do dia seguinte. Iriamos eu, Hearthstone, Blitzen, Mestiço, Sadie, Anúbis, Carter, Nico, Will e mais três dos astecas e maias, Victoria, a menina que parecia com a Annabeth, a Micaela, e aparentemente mais um menino que nós não conhecíamos ainda. Então o barco estaria bem cheio por mais que fôssemos deixar Carter em Nova Iorque e os maias e astecas na França.

Combinamos que iríamos deixar os maias e astecas numa praia perto da cidade francesa de Nantes. Era acessível o suficiente para a gente conseguir deixar eles lá pelo mar sem sair muito do caminho pra Inglaterra, e prática o suficiente para, de lá, eles conseguirem pegar um trem com destino à Paris e eventualmente continuar a viagem deles para a Alemanha. 

A nossa maior preocupação com o trajeto até a Inglaterra era que os maias e astecas garantiram que a gente teria problemas assim que chegássemos perto da Espanha. Mas vou ficar na torcida para nossos inimigos em potencial verem o quão cheio de gente nosso barco vai estar e então desistirem de nos atacar.

Antes de ir para meu quarto descansar (e ligar para Amir), resolvi passar na cozinha para comer um sanduíche e também pegar uma garrafa d’água e uma banana para comer no quarto. No meio do caminho de volta para o quarto, acabei me encontrando com Carter e Zia.

— Os meus papéis tão no meu quarto… - dizia Zia - Dentro da primeira gaveta da escrivaninha que fica do lado da cama.

— Tá… - disse Carter fazendo uma cara de quem estava tentando guardar mentalmente aquela informação - Não sei que horas vamos chegar em Nova York, mas provavelmente vou na NYU logo no dia seguinte levar os papéis.

— Veja se consegue descobrir alguma coisa sobre alojamento, por favor… - pediu ela.

— Não quer ficar na Casa do Brooklyn? - perguntou ele surpreso - Não é como se estivéssemos indo para outra cidade.

— Sinceramente, não sei. - admitiu Zia dando de ombros - Vamos ficar abarrotados de coisas pra estudar e fazer provavelmente. E o nomo não é exatamente um lugar muito calmo para fazer isso. Por isso quero deixar as opções em aberto…

Eles estavam de costas para mim, por isso só notaram minha chegada quando se viraram em direção a porta logo ao lado, que pelo nome na lateral parecia ser do quarto de Sadie, e me viram indo na direção deles.

— Oi Sam. - disse Carter olhando para meus braços - Tava na cozinha se estocando para um lanche noturno?

— É… - admiti - É meio complicado andar tão longe quando só quero um copo d’água no meio da noite.

— Você por acaso sabe a hora exata em que vocês vão partir amanhã? - perguntou Zia.

— Tínhamos combinado só por cima mais cedo… - lembrou Carter - “Final do dia”. Queria uma hora mais exata pra me programar melhor.

— Não sei… - falei - Seria melhor ver com os outros também, não? Aposto que todos querem se programar e também tem o outro menino asteca que vai com a gente e que pelo o que eu entendi está ocupado.

— É… por isso que queria ver com a Sadie a opinião dela e tal. - disse Carter - Espero que ela esteja acordada ainda…

Ambos olhamos para a porta de Sadie nos perguntamos se ela estava acordada. A primeira coisa que eu notei, foi a maçaneta. O legal das maçanetas ali dos quartos da Base del Quinto Sol, era que dava pra saber se a porta tava trancada ou não. Não de um jeito não tão legal como a porta de um banheiro público, mas algo mais elegante, como um quarto de hotel. Quando a maçaneta, que tinha uma forma meio oval, estava na horizontal, o quarto estava aberto. Na vertical, estava trancado. Tinha certas frescuras por trás para abrir e trancar mas, por hora, saibam apenas que o quarto de Sadie estava destrancado.

Talvez exatamente por estar destrancado, que Carter já foi abrindo, devagarinho, como se estivesse com medo de acordar Sadie, caso ela estivesse dormindo. E, bem, o quarto escuro foi o primeiro indício de que Sadie provavelmente estava dormindo. O indício final foi, obviamente, ela deitada na cama dormindo muito bem obrigada com os cabelos loiros pintados com mechas azuis escondendo uma pequena parte do rosto. A parte no entanto que fez nós três ficarmos vermelhos como um tomate, foi o que… ou melhor… quem… era o travesseiro dela no momento.

É… Sadie estava meio agarrada e meio deitada em cima de Anúbis. Ela parecia estar dormindo muito bem lá, agarrada à camiseta preta dele. Eu, por outro lado, fiquei morrendo de vergonha e doida para fechar aquela porta e fingir que nada daquilo tinha acontecido. Mas Carter parecia ter travado por um segundo ali. O segundo que foi suficiente para Anúbis acordar (se é que ele tava dormindo pra começo de conversa) e olhar pra gente claramente irritado.

— É importante? - perguntou ele.

Carter negou com a cabeça e no segundo seguinte Anúbis erguia a mão, a estendia na direção da porta, que estava facilmente a uns 2 ou 3 metros de distância, e então moveu a mão no ar tal como se estivesse afastando um mosquito chato. A porta rapidamente se fechou na nossa cara mas, magicamente, sem fazer nenhum som. No segundo seguinte, ela se trancou.

— Desculpa! - tentei dizer torcendo para ele ter ouvido.

Eu só estava constrangida por ter invadido a privacidade dos outros, mas acho que muito mais passava na cabeça de Carter e Zia, pois logo ouvi ele suspirando pesado.

— Certeza que não é melhor tirar ele de lá? - perguntou Zia.

— Primeiro, não deveria me meter tanto assim na vida da Sadie.. por mais que eu me coce pra fazer isso…ela não é uma criancinha mas… eu bem queria pedir pra ela ter alguns limites a mais. - disse Carter coçando a nuca - Segundo… quero ver a gente conseguir fazer um deus e uma cabeça dura fazerem qualquer coisa que eles não estejam afim de fazer.

Ele disse a última frase com uma pequena risada no final e logo dando de ombros, então imagino que ele já esteja de certa forma acostumado com a situação.

— É que somos só nós dois então… acho que estou ficando meio super-protetor… - admitiu Carter - Mas enfim, espero que dê pra resolver as coisas na Cidade do México amanhã.

— Vai pra Cidade do México amanhã? - perguntei.

— É… - disse Carter - Tem um nomo lá em algum lugar. Queria ver se consigo encontrar e aí ver se tem alguma mensagem do meu tio ou quem sabe até ter alguma alternativa de ajuda pro pessoal aqui da Base del Quinto Sol.

— Não vai dar tempo de eu ir com você. - disse Zia - O pessoal quer sair bem cedo pra Las Vegas amanhã.

— Eu posso ir com você. - ofereci dando de ombros - Talvez pedir ajuda de outros também. Quanto mais gente, mais rápido encontramos, né? Ou precisa ser um mago para encontrar? Tipo… o prédio é escondido magicamente?

— É bem provável… - disse Carter suspirando derrotado - Mas não temos a cidade inteira para procurar. Eu sei o bairro que fica ao menos. E tudo bem, melhor você não sair. Falaram que tem um monstro ainda atrás de você.

— Ah é… o Asag… - reclamei bufando - Queria saber como matar esse bicho idiota.

— Bem, amanhã vou sair bem cedinho pra tentar não atrasar ninguém. - disse Carter - Melhor eu já ir dormir então.

— É melhor eu já ir indo também. - eu disse pegando meu celular para dar uma olhada rápida em que horas eram.

Eu ainda tinha muito o que fazer, assim, nos despedimos, tomei um banho minucioso para que eu pudesse fazer a Isha, a última oração do dia e voltei pro meu quarto. Quando fui ver, já estava tarde demais para ligar para Amir. Como não queria acordar ele, acabei eu mesma indo dormir também depois de devorar a comida que havia trago e escovar os dentes mais uma vez.

Quando acordei, a primeira coisa que pensei foi que tinha que ligar para Amir. Assim, fiz a primeira oração do dia e logo em seguida fui ligar para ele apesar de minha barriga já estar reclamando de fome.

— Hey. - disse ele pelo telefone - Achei que iria ligar ontem.

— Foi mal. - respondi - Muita coisa aconteceu e quando fui ver já estava bem tarde.

Ficamos conversando por alguns minutos dos quais apenas confirmei para ele que estava tudo bem. Não queria dar muitas informações dos nossos próximos planos. Considerando os problemas que os semideuses gregos tinham com tecnologia, não queria arriscar as chances de algum monstro hacker estar ouvindo a conversa. Podia ser paranóia demais, mas não custava nada. 

Deixei o quarto para trás pensando em como Carter já deve estar desbravando a Cidade do México e fui comer meu café da manhã. Chegando lá no refeitório, encontrei Magnus, Alex, Mestiço e Hazel em uma das mesas. Em outra mesa, estavam Sadie, Anúbis, Will e Nico conversando (e felizmente ninguém olhou pra mim). E, com exceção de Victoria, Rosa e Miguel em uma mesa, o resto das pessoas eu não conhecia. O resto, que não era tanta gente assim também, eram provavelmente semideuses maias e astecas das mais diferentes idades.

— Olha, - dizia Mestiço - não estou dizendo que é um mar de rosas. No começo é muito bosta pra falar a verdade.

— O que? - perguntei me juntando a eles curiosa sentando ao lado de Alex deixando ela no meio entre eu e Magnus.

— Complicado… - disse Alex claramente desviando do assunto e, curiosamente, vi Mestiço suspirando e Magnus desviando o olhar enquanto coçava a nuca.

— Não olha pra mim. - disse Hazel levantando as mãos em sinal de rendição - Acabei ouvindo sem querer a conversa.

— Quê? Vai deixar mesmo sua irmã se coçando de curiosidade agora? - perguntei olhando para Alex mas ela é bem durona, então me virei para Magnus que na hora explicou tudo.

— A gente tava… falando com Mestiço sobre… - disse Magnus se embolando tentando achar as palavras certas - Assim… Não quero estragar logo seu dia tão cedo nem nada mas, eu percebi ontem que todos vocês vão continuar suas vidas e tudo mais e a gente vai estar travado no tempo e logo vamos acabar vendo todos morrerem. E… assim…

— Isso é uma merda. - cortou logo Alex.

— Oh… - eu disse sem saber bem o que responder.

Fiquei me imaginando velhinha, se eu chegar tão longe, e eles sem mudar um dia sequer.

— Ter amigos ajuda… - disse Hazel parecendo meio perdida em pensamentos, algo que me deixou curiosa, e ao mesmo tempo sem deixar de abrir um pequeno sorriso que deixava quase óbvia demais a preocupação dela com meus amigos.

— Exato! Olha, tem muita coisa pra fazer em Valhalla… - disse Mestiço olhando para Magnus e então para Alex - E fora dela também, se conseguirmos dar aquela fugida que, convenhamos, sempre damos. Mas só vai ficar pior antes de ficar melhor. Mas não é como se estivessem sozinhos também.

Mestiço apontou para Magnus e Alex e então deu de ombros. Me senti um pouco triste por, de certa forma, não estar incluída no grupinho que ficaria para sempre em Valhalla. Mas, também por outro lado, prefiro as coisas do jeito que são agora. Ao menos para mim. Eu obviamente preferiria que todos estivessem vivos e bem. Mas, se não fosse o fato de estarem mortos, eu nunca teria os conhecido para começo de conversa. E nem digo isso só porque Mestiço morreu vários séculos atrás, Mallory à algumas décadas e TJ… nosso 2x falecido TJ, também à alguns séculos. Digo isso porque foi o fato de estarem mortos e eu ter trabalhado como Valquíria que fez a gente se encontrar.

Ficamos alguns segundos em silêncio e sem nada fazer até que Alex passou o braço pelas costas de Magnus, já que estavam sentados lado a lado. Não pude evitar um pequeno sorriso com esse pequeno gesto de mostrar que não estavam sozinhos. Mas não pude me livrar totalmente da tristeza da situação toda. 

— Vem, não fica com essa cara, mana. - disse Alex passando agora o braço nas minhas costas - Vou ficar de olho em todas as suas gerações futuras por você.

Eu não pude deixar de soltar uma risada com aquilo, mas até que veio uma vontade de chorar um pouco quando Alex apertou os abraços deixando nós três bem juntinhos. Logo depois Mestiço reclamou de que não queria ser excluído do abraço em grupo e então acabou se levantando, indo até atrás de nós e nos abraçando com força talvez até demais. Rapidamente o abraço emotivo virou a gente reclamando que ele estava machucando a gente de tanto apertar enquanto Hazel só sorria com a cena parecendo estar pensativa.

Quando ele nos soltou, a primeira coisa que ele fez foi bagunçar o cabelo de Magnus e Alex como se fossem duas crianças, não sem reclamações da parte deles, principalmente de Alex. Depois disso, Mestiço voltou pro seu lugar e foi logo apontando o dedo para mim como se fosse uma ameaça.

— Você só se safou por causa do seu hijab, entendeu? - disse ele.

 


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Notas finais do capítulo

enfim, por hoje é isso :3



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