Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 78
BLITZEN - A volta noturna cansativa


Notas iniciais do capítulo

olá! cheguei com mais um capítulo. um mais tranquilo dessa vez

listinha de quem está onde:
Grupinho Base Del Quinto Sol - Percy, Annabeth, Nico, Will, Sadie, Anúbis, Sam, Frank, Hazel, (Mexicanos de alguma relevância : Rosa, Miguel)
Grupinho Chichen Itza - Carter, Zia, Magnus, Alex, Jacques, Hearthstone, Blitzen, Mestiço, (Mexicanos de alguma relevância : Victoria)
Caçadoras de Ártemis (Em Portugal) - Clarice, Thalia, Mallory
Saindo de Indianápolis - Leo, Calipso, Olujime, Festus
Nova Roma - Reyna

próxima vez coloco o grupinho NY tbm. agora tô meio sem tempo de checar todo mundo se tá certo kkk foi mal



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BLITZEN

Se tem uma coisa que complica uma fuga, é alguém do tamanho do Mestiço desmaiar. Não queríamos ficar muito tempo em El Dorado já que não sabíamos quanto tempo tínhamos até algum dos vários monstros conseguir entrar ali por outro jeito que não fosse o túnel recém desabado. Foi um caos. 

Todos estávamos cansados de jeitos diferentes mas tivemos que arranjar forças para mesmo assim puxar Mestiço para longe do que uma vez foi o caminho para Chichen Itza. Paramos então na entrada da caverna já que ela também nos levaria até Tulum para poder sair dali. A entrada da caverna então virou do nada uma enfermaria emergencial quando Magnus se ajoelhou ao lado de Mestiço e começou a brilhar ao começar a curar ele.

— Toma cuidado… você já tá bem pálido. - lembrei-lhe.

— Eu sei. - respondeu Magnus.

— Ele brilha! - disse um dos maias de El Dorado que não tive o prazer de aprender o nome. 

— Daria uma ótima lanterna. - completou Victória enquanto olhava para o lado da caverna por onde havíamos saído 

— Existe outro caminho até aqui além daquele túnel? - perguntou Carter que também parecia bem cansado e acabado - Bem, além desse que vai para Chichen Itza e desse que vai pra Tulum.

— Talvez… não tenho certeza. - respondeu Victória - Dizem que tinha uma entrada, diferente dessa que é uma caverna, num lago perto de Bogotá. Mas, dizem os relatos ao menos, que ela se fechou com a chegada dos espanhóis e não se abriu mais desde então. Nem sabemos pra onde ela se conectava desse lado. Não me surpreenderia se existirem outras que nem ouvimos falar. Esse lugar ainda é cheio de mistérios.

— Bogotá... - perguntou Alex - Colômbia né? 

— É. - afirmou Zia.

Foi naquela hora que Magnus simplesmente caiu de exaustão em cima de Mestiço por mais não recomendado que seja desmaiar em cima de uma pessoa ferida. Acho que a dor de ter alguém caindo sobre seus ferimentos (seus ferimentos que antes estavam piores e agora estavam relativamente melhores) foi o que fez Mestiço acordar do nada. Nada delicadamente, ele empurrou Magnus para o chão e lá Magnus ficou.

— Que enfermeiro fajuto é esse que quer piorar os ferimentos do paciente? - questionou Mestiço com alguns resmungos de dor.

— Nem um “obrigado”? - questionei enquanto ia checar com Alex se Magnus estava bem.

— Obrigado. - resmungou Mestiço - Por enquanto ajuda bastante mas realmente preciso ao menos de um sofá para cair em cima e dormir o resto do dia… de hoje e amanhã.

Mestiço então começou a levantar com dificuldade e então Zia estendeu a mão para ele ajudando-o a se levantar. Ao mesmo tempo, eu, Alex e Hearthstone tentávamos dar um jeito de carregar Magnus.

— Eu levo. - se ofereceu Alex.

"Tem certeza?" sinalizou Hearthstone.

— Sim. Só me ajudem a botar ele nas minhas costas. - disse Alex.

— Se não aguentar vai acabar caindo no meio do caminho. - lembrou Jacques - Se o Mestiço não estivesse tão acabado seria melhor ele para carregar.

— Qualquer coisa trocamos no caminho. - disse Zia.

— Vamos sair daqui logo. - pediu Victoria.

No nosso ritmo então fomos deixando El Dorado para trás indo pelo túnel que havíamos pegado em Tulum. Era triste ver o rastro de destruição que havia ficado pelo caminho. Acho que nossos amigos maias estavam sentindo isso mais ainda. Não tenho noção direito de quantos amigos caídos eles viram desde que Kukulcan chegou, nem de quantos eles nem sabiam se estavam desaparecidos ou não.

Passamos pelo túnel de volta para Tulum e, apesar de nossas preocupações, não vimos nenhum outro monstro. Mas, infelizmente, vimos os sinais da batalha que havia acontecido antes de a gente chegar. O que deixava tudo bem mais triste. Além disso, com a noite lentamente caindo, tudo ficava mais assustador e tenebroso. Foi graças à uma chama que Zia acendeu magicamente na palma da mão dela e a luz do celular na mão de Victória que tínhamos mais alguma fonte de luz para ver para onde estávamos indo e também para não tropeçar em nenhum tronco caído no chão. O que não seria legal já que ali era bem inclinado e qualquer tropeço poderia ser um atalho bem desastroso até a praia.

— Kukulcan… Ele foi para onde os outros estão né? - perguntou Zia.

— Sim. É uma boa voltarmos logo então. - pediu Carter que parecia um tanto pálido.

Eu ignorei um pouco a conversa dos outros e olhei para Hearthstone. Ele parecia sério julgando pela expressão dele. Andávamos nós quatro juntos, eu, ele e Alex carregando Magnus, enquanto o resto do grupo estava mais atrás ou mais a frente.

" Está tudo bem?" sinalizei para Hearthstone.

"Depois a gente conversa." sinalizou ele de volta e meu coração apertou na hora. Tá aí uma péssima combinação de palavras para se ouvir… ou ver, no caso. A promessa iminente de uma conversa não parecia ser animadora.

" Sobre?" perguntei.

" Depois." insistiu ele desviando minha atenção de mim para Alex que parecia cansar de carregar Magnus.

Como a gente teve que parar para trocar Magnus das costas de Alex para as de Hearth, gastamos um bom tempo então nos acomodando no barco novamente mas obviamente a nossa fuga não ia ser pacífica pois logo vimos uns monstros brotando da mata chamando outros atrás deles para nos seguirem.

— Como chegaram tão rápido?! - exclamou Carter.

— Não sei e nem quero ficar aqui pra descobrir! Bota esse barco pra andar logo!  - apressei.

As crianças maias pareciam mais desesperadas do que nós. Acho que depois da noite horrível que eles tiveram no dia anterior, a última coisa que eles queriam era mais gente para enfrentar. Mesmo com as luzes do celular e da chama de Zia, ainda era difícil ver direito o que estava querendo vir nos enfrentar, mas notei a mata se abrindo quando algo que parecia um crocodilo colorido começou a descer rapidamente o barranco que levava até a praia.

Ainda nem havíamos desgrudado das margens da praia ainda, então o perigo do monstro entrar a bordo era bem real. À minha esquerda, Hearth botava Magnus no chão apressadamente com ajuda de um dos maias que tremia de medo (acho) diante da possibilidade de um combate. À minha direita, Zia apontava sua varinha para o monstro e invocava alguma magia que fez uma explosão bem onde ele estava.

— Cuidado! Vai causar um incêndio florestal desse jeito! - reclamou Victória.

— Estou tomando cuidado. - garantiu Zia.

O monstro, graças à explosão, saiu de seu percurso até nós e foi lançado contra uma árvore perto. A árvore, que não era tão grossa assim, se quebrou com o peso do monstro que resmungou de dor enquanto nosso barco deixava as margens da praia sem ter sido alcançado. Um pequeno susto, e nada mais. Assim eu esperava ao menos.

— Ficaremos bem por agora né? - perguntei. 

— Espero que sim. - disse Mestiço que já estava largado no chão com os olhos fechados com uma expressão de dor.

— Está doendo muito? - perguntou Alex fazendo uns remendos num ferimento de Mestiço que não havia se fechado completamente já que Magnus não o curou até o final.

— Vou sobreviver. Graças ao loirinho aí. - respondeu Mestiço abrindo um sorriso triunfante.

Ao nosso redor, todos começavam a se acomodar, exaustos, em algum canto ou a começar um tratamento de primeiros-socorros uns nos outros. Seria uma longa viagem de volta à Base Del Quinto Sol e, na melhor das hipóteses, a hipótese pela qual estávamos torcendo inclusive, não teríamos nenhum problema até lá.

— Nem tivemos oportunidade de lutar direito com Kukulcan. - comentou Carter enquanto eu me sentava lentamente e com cara de dor do lado de onde Alex e os outros estavam.

— Ao menos conseguimos tirar alguns dos maias sobreviventes daqui. - comentei vendo eles se reuniram em um circulo enquanto conversavam baixinho e começaram a chorar - Quando fui com a Victoria procurar mais sobreviventes em Chichen Itza, longe da pirâmide, achamos alguns corpos. Horrível. 

— Vai ter que ter outra viagem para recuperar os corpos mas.. enquanto estiver cheio de monstros, fica complicado. - comentou Zia.

Sem ninguém pedir, acabamos fazendo um minuto de silêncio por aqueles que nem conhecíamos e que haviam tentado escapar do pesado ataque que Kukulcan fez. Talvez tenha sido mais de um minuto que ficamos ali, só sei que o que nos fez sentir o silêncio que havia começado foi o ronco de Mestiço que havia caído no sono sentado meio torto ali do lado.

— Então… - disse Zia tentando iniciar uma conversa com cuidado - O que Kukulcan queria?

— Eu voto em chamar atenção! - exclamou Jacques.

— Eu voto em controlar essa área.- disse Victória que sem ninguém perceber havia se aproximado de nós - Essa área tem muito poder e estávamos a controlando há décadas. Não é que nem Teotihuacan que por mais poderosa que também seja, não podemos usar muito porque está sempre abarrotado de turistas. Aqui tem menos turistas, ainda muitos, mas menos. E ainda muita coisa se esconde nas matas sem que os turistas saibam da existência. De toda forma… obrigada pela ajuda.

— Que isso…  - disse Carter.

— Queríamos ter feito mais. - comentou Alex.

—  Você e os demais estão bem? - perguntei.

— Uns precisam descansar, outros de cuidados médicos mais complicados do que simplesmente um pouco de primeiros socorros… - comentou Victória - Mas vamos sobreviver.

— Acho que tenho ainda um pouco de magia para um curativo mais urgente ou dois. - voluntariou-se Zia.

— Obrigada. Mesmo. - disse Victória - Aparentemente não sobrou curandeiro nenhum por aqui.

Zia se levantou então com dificuldade junto com Carter e foi até o resto dos maias com Victória deixando o resto de nós sozinhos. Mestiço dormia, Magnus estava em algum ponto entre sono profundo e desmaio, Jacques murmurava alguma música, Alex parecia lutar contra o sono e eu tenho que admitir que a ideia de tirar uma soneca me parecia bem tentadora. Mas eu queria conversar com Hearth e aquela oportunidade parecia ideal.

— O que foi? Aconteceu algo? - sinalizei para ele.

— Você… - sinalizou ele de volta.

— O que eu fiz? - perguntei.

— Anda superprotetor demais ultimamente. - explicou ele - Eu consigo me virar sozinho também. Sabe disso. Não precisava querer começar um argumento só porque me ofereci para ficar para cuidar do garoto na cabana mais cedo.

Parei um pouco para repassar o momento em minha mente. Era verdade. Quando ele se ofereceu para ficar, eu já fui querendo começar um argumento. Não estava querendo deixar ele sozinho e estava de fato sendo mais superprotetor… talvez desde que o TJ morreu.

" Confie mais em mim." pediu Hearthstone.

"Eu fico preocupado." sinalizei de volta " Já perdemos TJ, Mestiço tá ali parecendo um pano surrado, Magnus tá desmaiado…"

"Vamos passar por mais essa." garantiu Hearthstone " É sério que eu que tô tendo que te motivar?"

Deixei uma risada escapar e abaixei os olhos instintivamente meio envergonhado. Como estava escuro, aproveitei a deixa criada pela falta de sol para tirar a minha roupa de proteção contra raios solares. Era bem mais confortável ficar sem nada… especialmente quando não tinha nada querendo te petrificar até o último pedaço.

"Impedimos o Ragnarok e você não estava assim…" comentou Hearthstone.

"Estávamos todos vivos…" respondi "Tá, Magnus morreu, mas foi pra Valhalla. E depois de Valhalla… sabe-se lá o que tem. Se é o que tem alguma coisa. E não podemos contar com Valhalla sempre. Valhalla é uma loteria. E Valhalla bem… Mas e você? Vai reclamar comigo se eu te lembrar que é uma boa você ficar perto da luz? Mal tem lua hoje."

Hearthstone revirou os olhos e eu só consegui suspirar e fechar o punho e esfregar ele em círculos na frente de meu peito. O ESL para “me desculpe”. Depois disso, o assunto foi morrendo e o barco foi ficando cada vez mais silencioso. Estávamos todos cansados e só queríamos voltar para a Base Del Quinto Sol. Na verdade, de preferência para casa de uma vez. Me perguntei como os outros estariam também. Ter que receber Kukulcan de surpresa não era bom e ele com certeza parecia conseguir chegar em Teotihuacan bem mais rápido do que a gente.

Em algum ponto eu acho que acabei dormindo ali de qualquer jeito pois de repente me dei conta dei conta que Zia estava nos acordando falando que havíamos chegado sendo que nem parecia que havia passado 5 minutos. Fiquei meio desorientado por alguns segundos tentando me localizar. Notei que Magnus estava acordado e que Hearthstone não estava mais ao meu lado.

— Hey. Bom dia. - disse para Magnus que parecia muito cansado com suas olheiras nas olheiras e muito pálido mas conseguiu arranjar sangue o suficiente para corar ao notar que Alex havia apoiado-se no seu ombro e estava dormindo e babando ali mesmo.

Magnus demorou alguns segundos para responder, acho que estava acordando ainda. Aproveitei a deixa para olhar ao redor e notei que Hearthstone e Victória estavam conversando… ou melhor, Hearthstone parecia estar tentando ensinar alguma coisa de ESL para ela. E, enquanto Zia acordava uma garota maia sacudindo-a de leve, acabei ouvindo Carter conversar com ela.

— Se voltarmos à tempo, podemos ir pra universidade resolver as coisas… - disse Carter para Zia enquanto ele encostava na amurada do navio e olhava para a terra se aproximando.

— Acha que vai dar tempo no meio de tanta confusão? - perguntava Zia.

— Bom dia…  - respondeu Magnus lentamente enquanto olhava pro céu - Apesar de nem ser dia ainda.

— Preciso acreditar que sim. - disse Carter - Alguma coisa com o que contar depois dessa bagunça. 

— Você está acordado o suficiente para eu voltar à pingente? - perguntou Jacques de repente bem na hora que Alex abria os olhos devagar e eu dava um grande bocejo me espreguiçando todo..

— Não mesmo.- rebateu Magnus - Chegamos então?

— Parece que sim. - respondi.

— Sam e os outros devem estar bem né? - perguntou Alex se espreguiçando também.

— Ele era forte, mas ela não estava sozinha e ela também é forte. - Lembrou Mestiço que eu nem havia notado que tinha acordado já que estava de costas para mim.

— Espero que eles tenham se saído ao menos melhor do que a gente. - resmungou Alex.


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