Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 76
MAGNUS - Cada um com sua especialidade


Notas iniciais do capítulo

olá! desculpa a demora. muita coisa aconteceu.
enfim, vou tentar agora nos capítulos botar um resuminho de onde tá cada grupo pra vcs ficarem menos perdidos (e de quebra eu tbm).

Grupinho Base Del Quinto Sol - Percy, Annabeth, Nico, Will, Sadie, Anúbis, Sam, Frank, Hazel, (Mexicanos de alguma relevância : Rosa, Miguel)
Grupinho Chichen Itza - Carter, Zia, Magnus, Alex, Jacques, Hearthstone, Blitzen, Mestiço, (Mexicanos de alguma relevância : Victoria)
Caçadoras de Ártemis (Em Portugal) - Clarice, Thalia, Mallory
Saindo de Indianápolis - Leo, Calipso, Olujime
Nova Roma - Reyna



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/747866/chapter/76

MAGNUS

Sabe uma coisa difícil de se fazer quando seus poderes envolvem principalmente cura e quando sua espada sai voando por aí? Derrotar uma cobra de pedra. Bem, felizmente a cabeça de uma das cobras havia sido explodida por Carter antes de ele subir para ajudar Zia. E felizmente Jacques tinha me ajudado o suficiente com a cobra restante a ponto de deixar ela banguela e meio desorientada, mas ela ainda estava insistindo em tentar me matar.

Os ataques dela já estavam bem meia boca. Desviar não era mais um problema, mesmo estando sem espada. E claro, o fato de que ela estava grudada no chão estava sendo mais útil ainda agora. Antes ela conseguia se esticar mais para me atingir… agora nem tanto. Eu ainda estava pensando exatamente o que fazer, já que dar um soco numa cobra de PEDRA não parecia uma opção muito inteligente, quando Carter caiu vários degraus ficando mais perto de mim do que da luta que acontecia no topo do templo. Foi aí que eu me toquei que eu não necessariamente precisava derrotar a cobra. Claro, ela me impedia de subir os degraus até o topo mas… tendo Carter caído ao lado dos degraus principais, nos desníveis do templo, eu precisava mesmo ir para o topo?

Eu simplesmente decidi que não. Dei as costas para minha adversária e corri até Carter. Isso significou que eu tive que escalar dois desníveis da pirâmide. Nem um pouco fácil considerando o quanto era inclinado e alto. Tive que agradecer os treinamentos que recebíamos em Valhalla por ter conseguido a proeza de subir os dois degraus por mais que tivesse ralado minhas mãos um pouco ao quase cair no final deles. Precisava de muita força nas pernas fazer aquilo. Os monstros no chão gritando provavelmente achando desonroso eu deixar meu adversário para trás me desconcentravam um pouco, então os ignorei. 

Um pouco ofegante, cheguei até Carter. Ainda bem que nenhum monstro do chão quis interromper e todos os que estavam ali estavam devidamente ocupado em suas lutas.

Ajoelhado do lado de Carter, eu consegui sentir sua vida ficando mais fraca e cada vez mais em perigo. Sentia o veneno da picada feia em seu pescoço se espalhando por todo seu corpo e também senti várias torções e umas fraturas, provavelmente decorrente da queda. Meus dedos ficaram mais quentes e começaram a brilhar quando me concentrei em mandar minha força para ele curando seus ferimentos. 

Um lado ruim de quando eu curo as pessoas, é que acabo entrando na cabeça delas e vendo memórias ou pensamentos. Uma baita invasão de privacidade, claro. O céu da memória em questão estava cinzento como se não conseguisse decidir se ia chover ou não. Pra deixar tudo mais macabro ainda, percebi que estava em um cemitério. Logo ao meu lado reconheci um mini-Carter e uma mini-Sadie. Eles deviam ter uns 8 e 6 anos mais ou menos e estavam vestidos completamente de preto assim como os demais que se aglomeravam ao redor de um túmulo cheio de flores.

A mini-Sadie chorava sentada na grama escondendo seu rosto em seus braços e mini-Carter, apesar do olhar assombrado e de tristeza com lágrimas se acumulando nos olhos, sentou do lado da irmã e abraçou ela com um dos braços. Era difícil saber qual estava com o emocional mais quebrado. 

A cena triste acabou me fazendo lembrar da minha mãe e de quando eu estava em um papel parecido ao deles. Isso é, até eu notar que tinha uma briguinha rolando logo ao lado.

— É sua culpa. - dizia entredentes e soluçando uma senhora com sotaque britânico e o rosto cheio de lágrimas - Arrastou nossa filha para essas loucuras mágicas!

O alvo da culpa, de acordo a tal senhora, era um homem que parecia ser a versão mais velha de Carter. Julgo então que deve ser o pai deles. O homem não disse nada diante da acusação, apenas abaixou a cabeça.

— Tudo teria continuado bem se ela tivesse simplesmente continuado dando aula na universidade! - reclamou um senhor que estava tentando amparar a senhora que estava com os joelhos tremendo.

— Não foi minha culpa ela ter parado de dar aula…  - disse o pai do Carter e da Sadie tentando se defender - Tanto que nos conhecemos no Egito, sabem disso.

— Você a incentivou! - reclamou o senhor - Agora olha só a situação que estamos! Minha filha morta e duas crianças sem uma mãe para as guiar!

Eu estava sinceramente ficando sem graça de ter que ouvir aquela briga toda. Parecia terrivelmente pessoal. O mini-Carter e a mini-Sadie não tinham se mexido de seu luto e as pessoas ao redor do túmulo começavam a ir embora confirmando que eu peguei o enterro depois de seu final. 

— Irei cuidar bem dos dois… - dizia o pai de Carter quando voltei a prestar atenção na briga - Sei que não posso substituir uma mãe, mas darei meu melhor.

— Hunf. Até parece. - disse o avô enquanto a avó olhava com tristeza para a duplinha de irmãos.

No segundo seguinte eu fui puxado de volta para a realidade. De volta à Chichen Itza e ao templo de Kukulcan. Carter estava caído diante de mim, de olhos abertos e respirando rápido demais até olhar para mim desesperado.

— O que aconteceu? - perguntou ele.

— Você apanhou feio, cara. - expliquei resumindo talvez até demais - Mas eu te curei.

Cauteloso, Carter se sentou, tocou nos lugares onde antes estava os ferimentos e olhou para mim surpreso e curioso. Ainda bem que eu já tinha parado de brilhar, seria mais estranho e surpreendente ainda.

— Valeu cara. - ele respondeu.

— Nada. - respondi mas logo algo mil vezes mais surpreendente do que eu ter curado um amigo apareceu.

Nosso até então adversário se transformou numa serpente estupidamente enorme e saiu voando, com asas e tudo, pelo céu. Eu e Carter olhamos a cena levemente boquiabertos. 

— De fato, a serpente emplumada. - disse ele.

No segundo seguinte, explosões e muito fogo começaram no andar de cima. Eu e Carter olhamos e vimos Zia lutando contra um cara que eu não conhecia. Ela soltava magias de fogo, ele soltava suas próprias magias. Tudo enquanto Mestiço descia até mim com dificuldade junto com Jacques.

— Temos que sair daqui! Agora! - disse Jacques.

— Sem Kukulcan aqui, esse exército lá embaixo não vai ficar só esperando. - disse Mestiço olhando para o tal exército que, de fato, parecia discutir se valia mais a pena simplesmente matar a gente, fazer de café da manhã ou guardar no armário de humanos comestíveis para o chefe serpente deles.

— Cadê a Alex? - perguntei apressadamente.

— Levando o Fernando embora. - respondeu Mestiço - Ela tá bem melhor que a gente. Vamos logo.

— Já tô indo. Fugir é comigo mesmo. - respondi.

— Os outros conseguiram terminar de ver a tempo se tem mais alguém por aqui? - perguntou Carter.

— Não sei! - exclamou Mestiço alto ao mesmo tempo que ele usava seu machado para cortar ao meio a cobra de pedra que estava me irritando até pouco tempo antes com uma força invejável.

O que não era invejável era o tanto de sangue que caiu no chão depois disso. Ficou bem claro para mim que o Mestiço estava bem mal e era provavelmente só a adrenalina e o fato de ele ser um Berserker que estava impedindo ele de cair no chão sem forças agora mesmo.

— Como vamos passar por esse meio mundo de monstros? - perguntou Carter se preparando para a batalha mas ao mesmo tempo olhando com o canto do olho para Zia que tentava enrolar o deus que eu não sabia quem era.

— Essa parte é comigo, acho. Mas não vamos ter muito tempo. - respondi.

— Quê? Como assim? - perguntou Carter perdido.

Me concentrei e fui envolvido pela mesma aura dourada de quando fiz todas as curas. Eu, me transformando num farol ambulante, estava claramente irritando os outros monstros que sem mais nem menos derrubaram todas as armas, uma a uma, e fechavam os olhos com a luz. 

—Agora! corre! - gritou Mestiço liderando nosso grupo me puxando pelo braço.

—ZIA! - gritou Carter e ela começou a ir atrás de nós também. 

Corremos pelos monstros que fugiam da luz e perdiam a vontade de lutar. Mas isso não ia durar muito tempo e minha cabeça ficando tonta era prova disso. A luz logo começou a falhar e apagou poucos segundos depois de cruzarmos a massa de monstros. Mas eles ainda estavam perto o suficiente para perseguir a gente e seria obviamente isso que eles fariam pela expressão irritada deles. 

Foi aí que Zia fez uma pequena barreira de fogo. Não era tão incrível como outras magias que vi ela soltando, mas atrapalhava o suficiente os monstros para a gente fugir. 

Acho que ela já tinha exagerado um pouco, pois começou a cambalear depois disso e o Carter teve que ajudar ela a continuar fugindo. O problema é que foi um ajudando o outro, eu até teria ajudado mas Mestiço não me soltava e meu pulso começava a doer. 

—Mestiço…. - eu disse - Eu consigo correr…

—Ninguém mais vai morrer sob meus olhos. - reclamou ele - Então para de reclamar e corre. 

Fugindo dos monstros que gritavam atrás de nós, logo nos encontramos com Blitzen e Victoria que carregava nas costas uma menina desacordada que era inclusive maior do que ela mas ela carregava como se fosse um bebê.

—Cadê os outros?! - perguntei.

—Já foram pra El Dorado! Vamos logo! - apressou Blitzen. 

E foi o que a gente fez. Corremos desesperados para o buraco digno de Alice no País das Maravilhas que nos levaria de volta para a cidade dourada. Aquilo com certeza iria atrasar os monstros. Até porque não poderiam passar todos ao mesmo tempo por aquele buraco estreito. 

Mas nós também não. 

Primeiro Carter pulou para pegar a garota desacordada que Victoria ajudou a entrar logo em seguida. O que foi um processo demorado que deixou os monstros mais perto de nós. 

—Pula logo você garoto! - disse Blitzen.

— Mas… - disse olhando para os monstros chegando perto - Certeza que Hearthstone e Alex pularam né?

—Certeza! Eles não tinham monstros atrás deles como temos! - disse Victoria deixando o buraco de lado e se virando, ao lado de Mestiço, Jacques e Zia para encarar os monstros que se aproximavam - Alex, Fernando e Hearthstone foram na frente junto com um amigo, Júlio, que encontramos nas ruínas mais além. Só ficamos pra resgatar aquela garota que Júlio disse que estava provavelmente escondida em outra parte de Chichen Itza.

— Mestiço que devia ir primeiro. - reclamei notando a trilha de sangue que ele deixou - Tá caindo aos pedaços! Se eu deixar ele morrer a Mallory me mata!

—Tsc. - reclamou Mestiço - Vai logo moleque. 

Mestiço, como se para contrariar o fato de que eu tinha acabado de falar que ele tava caindo aos pedaços, me agarrou pelo braço e, nem um pouco delicado, me jogou a força nele. Sem poder fazer nada, fui engolido pelo buraco e o escorregador escuro que desafiava a física me levou sem paradas até El Dorado.

Não durou mais do que alguns segundos e eu estava na mesma caverna que estávamos quando saímos de lá. Os maias que haviam ficado para trás em Ele Dorado agora corriam em nossa direção liderados por Hearthstone, Alex e os mais dois maias que havíamos acabado de resgatar em Chichen Itza. 

Carter colocava a menina maia recém resgatada nas costas de um jeito meio desengonçado e logo fui até ele para ajudar. 

—Certeza que consegue? - perguntei - Não faz muito tempo que te curei.

—Estou um pouco dolorido e cansado, admito. - explicou ele - Mas tudo sob controle. 

"Está tudo bem? Cadê Blitzen?" Sinalizou Hearth com um olhar de muita preocupação. A velocidade que ele sinalizou tudo foi bem prova do desespero dele. 

—Deve estar descendo agora. - respondi com a voz já que minhas mãos estavam ocupadas ajudando Carter - Vocês estão bem? 

Minha pergunta foi para os dois, mas minha preocupação maior era com Alex que havia lutado tão perto de Kukulkan. Visualmente ao menos, os dois pareciam bem mas, pelo olhar de Alex, acho que ele notou minha preocupação maior direcionada à ele. 

— Estamos bem. - respondeu Alex meio ofegante enquanto trocamos um olhar preocupado que, admito, fez eu me arrepiar um pouco - Vocês?

— Me sentindo a pessoa mais sortuda do mundo por não ter virado jantar de cobra mágica. - respondi sem parar de ajudar Carter com a menina recém resgatada embora sentisse minha cabeça e corpo ficarem pesados pelo cansaço do dia já.

Logo quando consegui colocar a garota nas costas de Carter tentando evitar a tentação de olhar preocupado para a saída do buraco como se olhar fosse fazer todo mundo chegar mais rápido, Blitzen chegou. Carter se levantou enquanto Hearthstone ia até Blitzen aliviado provavelmente checando se ele estava inteiro num pedaço só.

—Vamos voltar para o barco. Feridos na frente. - disse Alex. 

—Supondo que ainda tenhamos um barco. - respondi - podem ter destruído quando pegaram Mestiço e os outros dois e temos que esperar os demais também.

Foi bem nessa hora que Jacques surgiu pelo buraco suspirando aliviado… seja lá como espadas suspiram.

—Saiam de perto do buraco galera! - anunciou Jacques.

Em seguida, quase que um em cima do outro fazendo um dominó de pessoas, saíram do buraco Victoria, então Mestiço e então com alguns segundos de espaço, Zia. Zia desceu num contorcionismo quase digno de aspirante ao Cirque Du Soleil pois estava meio virada para trás apontando com a varinha para mais profundamente no túnel.

—HADI! - gritou ela e Carter começou a apressar a gente para longe dali.

—Saiam de perto do túnel! SAIAM DE PERTO DO TÚNEL! - apressava ele.

O feitiço de Zia criou uma explosão no túnel que começou a fazer tudo tremer e o túnel desabar fechando a entrada e impedindo os monstros de entrarem em El Dorado por ali. O problema, foi que fez tremer a caverna onde estávamos também. Algumas pedras caíram do teto e uma estactite quase me fez de espetinho.

Uma poeira enorme levantou e ficamos encarando o buraco até a poeira baixar e conferir que conseguimos o destruir aparentemente o suficiente para que nenhum monstro nos seguisse por ali. Eu já ia começar a comemorar… até o Mestiço desmaiar do meu lado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

por hoje é isso e até mais :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Deuses da Mitologia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.