Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 6
PERCY - Só dormimos, nada mais


Notas iniciais do capítulo

HELLO GALERA!
Mais um capítulo saindo! Dessa vez, do ponto de vista do nosso cabeça de alga favorito.Antes, gostaria de fazer um pedido de desculpas por dois errinhos que passaram batido no capítulo anterior mas que já arrumei.

1 - Eu queria escrever que a Annabeth usava uma faca mas a anta acabou escrevendo "arco" no lugar de "faca" não sei pq! Me desculpem por essa.

2 - Na total falta de atenção, escrevi "cavalheiro" quando queria escrever "cavaleiro". Eu sei a diferença tá? Só lerdei mesmo.

Enfim, era isso. Bom capitulo!



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PERCY

Certo, provavelmente essa é a hora que vocês esperam que eu vá contar todo o lado meu e da Annabeth desse problema a partir de onde nos separamos de Nico e Will. Mas quer saber de uma coisa? Ainda não. Deixe-me fingir que tenho momentos que parecem de uma pessoa normal para minha idade. Deixe-me fingir que consigo chegar do feriado de Natal até o de Ano Novo sem ter nenhum empecilho monstruoso ou divino no meio do caminho. Assim, vou começar a contar a partir de uns dias atrás.

Annabeth e eu decidimos passar esse tempo em Nova Iorque sendo que Annabeth ficaria o Ano Novo em São Francisco, com a família dela. São Francisco era mais perto de Nova Roma do que Nova Iorque então ela tinha ido até lá algumas vezes. E agora em Nova Iorque, ela poderia dar um pulinho em Boston para ver o primo Magnus. Ah, não sei se sabem, estamos cursando a universidade em Nova Roma. Annabeth está muito feliz e orgulhosa por ter conseguido chegar tão longe e ela demonstra isso pegando no meu pé por lá. Ela está cursando Arquitetura esbanjando toda sua inteligencia como filha de Atena. Eu, talvez seguindo esteriótipo de filho de Poseidon, estou cursando Biologia Marinha. Era normal ter algum senso de normalidade depois de tudo que passamos no passado e ainda passamos no presente. Claro, a maioria dos estudantes eram semi-deuses também. 

— Quer apostar a probabilidade de termos um Natal tranquilo? – perguntei para Annabeth enquanto íamos em direção à minha casa. Estava bem frio, mas estávamos bem protegidos embora ainda andássemos de mãos dadas para esquentar as mãos... Tá... Não era pra esquentar a mão.

— Então... Aposto um dracma que não conseguiremos ter um Natal tranquilo – disse Annabeth.

— Nossa. Quanto pessimismo. – reclamei enquanto ela sorria para mim.

— Prove-me errada então, cabeça de alga – disse ela enquanto eu revirava os olhos.

— “Annabeth” e “errada” são duas palavras que não costumam andar juntas na mesma frase a não ser que tenha um “não está” no meio delas. – respondi.

Ela tentou até revirar os olhos, mas deu pra ver pelo sorriso que ela tentava segurar que ela até que gostou de ouvir aquilo. Quê? Eu sei o que minha namorada gosta de ouvir.

Ao chegar à frente da porta de casa, eu tirei as chaves do bolso e abri a porta. Pude ouvir a voz de minha mãe quando a fechadura começou a fazer barulho.

— Ouviu? Quem será que chegou Estelle? – disse minha mãe para Estelle, minha irmãzinha bebê.

Na hora eu vi aquele sorrisinho banguela e todo babado olhando pra mim da sala. Ela gritava querendo minha atenção enquanto esticava aquela mãozinha pequena e gordinha. Fui até ela e a peguei no colo dando um abraço apertado (mas não apertado demais) enquanto apertava também minha bochecha contra a bochecha dela.

— Estelle! Que saudade! Eu estava com saudade! Você estava com saudade? – eu perguntei e ela respondeu alguma coisa que não entendi em bebêzes. Ainda com ela no colo, também dei um jeito de abraçar minha mãe.

— Foi tudo certo lá do outro lado do país? – ela perguntou enquanto terminava de me abraçar e ia abraçar Annabeth.

— É... Por ai... – disse Annabeth enquanto a abraçava também.

— Bem, acho que vocês merecem então ao menos um descanso, não? – perguntou minha mãe.

— O mais normal possível de preferência. – reclamei.

— Só lembre que você pode estar pedindo demais quando usa a palavra “normal”.

— De toda forma... Cadê o Paul? – perguntei.

— Ah sim, vocês acabaram se desencontrando. Ele deu uma saída para comprar algumas coisas. – explicou minha mãe – Mas bem, imagino que a viagem tenha sido cansativa. Podem relaxar que logo logo estaremos jantando. E Annabeth, já sabe que essa casa é como sua certo?

— Obrigada – respondeu Annabeth com um doce sorriso.

O resto do dia passou como um borrão de tão rápido. Largamos nossas coisas, nos revezamos para tomar banho. Um tomava banho e o outro brincava com Estelle. Depois ficamos os dois brincando com Estelle até que Paul chegou. Com todo mundo já em casa, fomos jantar e, como sempre, Paul pedia detalhes e perguntava várias coisas sobre o que acontecia do lado mágico do mundo. Ele também se dava bem nas conversas com Annabeth, os dois conseguiam se manter ocupados em conversas que depois de alguns minutos eu não conseguia mais acompanhar. A conversa estava tão boa que em certo ponto Estelle já estava dormindo na cadeirinha.

— Bem... Acho que chegou a hora de certa pessoinha dormir – disse minha mãe começando a se levantar da cadeira.

— Não – disse me levantando no lugar dela – me deixa colocar ela pra dormir hoje?

— Obrigada – respondeu minha mãe com um sorriso cansado. É... Posso não saber como é ser mãe, mas imagino que seja cansativo. Bem, de uma coisa eu tenho certeza, acho que Estelle vai dar bem menos preocupações para ela do que eu dava e ainda dou.

Minha casa não é nenhuma mansão. Não tínhamos nenhum quarto de hóspedes onde Annabeth podia dormir e, para minha mãe e para Paul, deixar um hóspede tão importante assim dormir no sofá seria imperdoável. Claro que me ofereci pra dormir no sofá no lugar de Annabeth, mas Annabeth foi bem teimosa ao insistir que eu não fizesse isso. E foi assim que a solução surgiu na forma de um colchão extra no meu quarto (até porque no de Estelle não seria e nem no da minha mãe).

Quando estávamos cansados o suficiente para dormir, eu e Annabeth fomos indo para o meu quarto, mas minha mãe me seguiu e olhou para nós dois com uma expressão séria.

— Nada de aprontarem só porque estão dividindo o mesmo quarto eim. – ela disse. Ai... Annabeth disse que minha cara ficou mais vermelha que um tomate. Em minha defesa pelo menos, digo que a dela não ficou muito melhor.

— M-Mãe... – foi tudo que eu consegui dizer naquela hora.

Não, eu não aprontei com a Annabeth ainda se é o que quer saber. Não vou entrar em detalhes quanto a isso também. Não me perguntem ok? Acho que é pessoal demais pra ficar incluindo na história desse jeito.

Mas o que acho que dá para incluir é: eu estava lá sentado na minha cama enquanto Annabeth estava no colchão logo ao lado arrumando alguma coisa na mochila dela. Todos os outros já estavam dormindo ou quase dormindo e estávamos indo pelo mesmo caminho. Annabeth se virou para mim apoiando os braços e cabeça na borda do colchão da minha cama.

— Que foi? – perguntei, sabia quando ela tinha cara de quem estava tramando alguma coisa.

— Talvez o próximo Natal você possa passar lá em São Francisco com minha família – disse Annabeth - o que acha?

— Sério? Seria uma ótima ideia – disse me deitando em minha cama de forma que meu rosto ficasse de frente para o dela.

— E então quem sabe no seguinte... As duas famílias juntas?

— Está mesmo com ideias audaciosas para o futuro eim?

Ela corou de leve e acabou se virando ficando então sentada sobre o seu colchão usando minha cama de apoio para as costas de forma que ela ficou de costas para mim.

— Deve ser efeito da universidade em Nova Roma. Tudo lá parece dar tanto uma perspectiva de futuro.

— Verdade – eu disse suspirando e então olhando para o teto – Planejaremos então esses dois Natais que estão por vir. E quem sabe mais coisas também, já que está tão empolgada.

Acho que eu estava um tanto focado demais no teto, pois, no momento seguinte, notei a cabeça de Annabeth entrando no meu campo de visão me dando um doce beijo nos lábios enquanto se sentava ao meu lado na cama. Acho que agora tenho que admitir que corei novamente quando ela acabou entrando no cobertor junto comigo e deitando ao meu lado na cama.

— Q-Que foi cabeça de alga? N-Não vamos fazer nada... só... Está frio... É inverno e... – disse Annabeth deixando a frase no ar.

— Hum... Frio... – foi tudo que eu conseguir dizer. Sério, posso não ser a pessoa mais esperta do mundo, mas recentemente estava sendo difícil de achar as palavras que existiam no meu vocabulário.

A cama, por ser de solteiro, obviamente estava um pouco apertada. Mas eu não liguei para isso, não sei se ela ligou. Talvez fosse melhor até daquele tamanho. Não era apertado demais a ponto de ficar desconfortável. Arrisco-me em dizer que era na medida certa.

Desviei um pouco o olhar do teto depois de ter me recuperado do fato de Annabeth estar na mesma cama que eu e arrisquei olhar para ela. E lá estava ela me olhando com aqueles olhos cinzentos dela. Não pude deixar de notar também como ela estava bonita. Ali, um pouquinho descabelada, com cara de sono e pijama. Linda. Acho que meus olhos deixaram transparecer o que eu pensava, pois no segundo seguinte estávamos um aproximando o rosto do outro e então estávamos nos beijando profundamente. Uma das mãos dela delicadamente pousou sobre a minha bochecha e, como resposta, minha outra mão instintivamente a abraçou levemente. Como cama podia ser desconfortável às vezes para achar lugar para mão! Especialmente quando não era exatamente uma que tinha muito espaço.

Depois de o que mais pareceu uma boa quantidade de minutos, acabamos nos separando e ficamos lá, um encarando o outro e com as bochechas rosadas. Até por que... Acho que nunca tivemos um beijo como aquele. Claro, momentos de beijos especiais tiveram vários. O beijo embaixo d’água por exemplo. Mas aquele... Bem... Acho que não preciso entrar em detalhes precisos, certo?

— Eu te amo cabeça de alga – disse Annabeth num mero sussurro.

— Eu também te amo sabidinha – eu respondi embora “sabidinha” estivesse ainda bem longe no ranking de apelidos que estava “cabeça de alga”.

Ela sorriu e suas bochechas coraram mais. Ela me abraçou e, se arrumando ao meu lado pegando o travesseiro dela para ela, ela sussurrou:

— Boa noite.

— Boa noite – respondi de volta.

Bem, claro que demorei pra dormir. Tinha minha namorada dormindo ali do lado no mesmo colchão. Mas acho que eventualmente caí no sono. Eu me lembro de algo que aconteceu na manhã quando estava naquele estado onde a pessoa ainda não está acordada, mas também não está mais dormindo e também não quer abrir o olho. Tenho a leve lembrança que o barulho da porta do meu quarto abrindo me despertou um pouco e me deixou nesse tal estado. Depois de alguns segundos ouvi uma risada abafada de Paul que disse algo como “Bem, como as roupas ainda estão no lugar, acha que podemos supor que eles não aprontaram”. Ouvi então um suspiro de minha mãe que reclamou algo sobre como filhos adolescentes são complicados. Tenho certeza que me lembro de ter ouvido isso, Annabeth não se lembrou disso quando a questionei. Minha mãe e Paul não comentaram nada sobre isso e eu não sou doido de perguntar. Mas ainda estou meio sem graça de olhar para eles.

De toda forma, foi basicamente assim que se passaram meus dias até o dia em que tínhamos marcado de nos encontrar com Nico e Will. Basicamente eu ficava em casa com Annabeth aproveitando um ambiente aconchegante e familiar. E não aprontando nada durante a noite, ok? Só dormindo mesmo. Mas nem sempre ela inventava de dividir o colchão.

No Natal, comemos a deliciosa comida da minha mãe que resolveu fazer arroz azul. Acho que foi o Natal mais divertido que já tive, até porque também foi o primeiro que passei tendo uma irmãzinha. E que bagunça ela conseguia fazer quando tinha um pratinho de comida perto de suas mãozinhas gordinhas. Nossa. Olha só como ela é contagiosa, já estou passando tudo pro diminutivo.

Mas então, no dia que tínhamos combinado de nos encontrar com Will e Nico, eu e Annabeth fomos para o Central Park como combinado. Nós tínhamos literalmente acabado de virar a esquina quando dêmos de cara com monstros indo para dentro do parque enquanto um segundo grupo descia a rua indo para sei lá onde. Não sou expert em mitologia, mas esses monstros eram muito diferentes do que eu era acostumado a ver e, julgando a experiência que tive com os romanos e o recente mini contato que tive com o primo semideus nórdico da Annabeth, acho que “monstros diferentes” dificilmente são um bom sinal. Serem monstros já não é um bom sinal.

— M-Mas... O quê? – eu exclamei meio chocado. Viu? Vocabulário adquirido ao longo da vida jogado no lixo recentemente.

— De onde tantos monstros vieram? – perguntou Annabeth até que ela pareceu notar algo estranho – Eles não parecem ligar para as outras pessoas... Pelo menos...

— A maioria... – eu disse pegando Contracorrente quando notei que um cavaleiro totalmente sem cabeça (e sim, tem como ser parcialmente sem cabeça. Eu já vi o filme do Harry Potter) montado em um cavalo ia em direção a uma garota.

Estávamos impedindo o cavaleiro de atingir a garota quando ouvimos a voz de Will e Nico nos chamando. Annabeth foi quem os notou primeiro, até porque eu estava meio ocupado derrotando um monstro. Eu perfurei o tórax do cavaleiro e a menina saiu correndo. Acho que foi por causa dessa cena que os humanos começaram a notar que algo não estava certo. Não sei bem o que eles viram, mas o caos se instaurou na hora e todos começaram a correr.

— De onde vieram esses monstros?! – ouvi Nico perguntar enquanto nós quatro nos juntávamos.

— Não sabemos – disse Annabeth – já estavam aqui quando chegamos. A maioria não parece ligar para os mortais, mas alguns insistem em atacá-los. A maioria ou vai para dentro do Central Park ou descendo essa rua.

— Com certeza, nenhum dos dois pensa em preparar um show fogos de artifício para o Ano Novo.  – disse Will.

— Não mesmo – Respondi.

— Isso é demais só para nós quatro – Nico disse e eu odeio ter que admitir que concordei com o que ele disse. Mas não podíamos simplesmente desistir assim.

Então, cada um com sua respectiva arma, conseguimos derrotar os monstros que se aproximaram da gente. Eu e Nico com espadas, Annabeth com uma faca e Will com seu arco e flecha. Foi uma quantidade boa de monstros por mais que estivéssemos em quatro, e alguns eram até bem fortes, mas aquele grupo que estava se distanciando cada vez mais descendo a rua me preocupava.

— Não podemos deixar aquele segundo grupo que está indo para sei lá onde fazer seja lá o que eles querem fazer! – reclamei quando tive um mero segundo para recuperar o fôlego.

— Eu e Nico vamos atrás deles, vocês podem cuidar desses do Central Park – disse Will.

— Certeza? – eu perguntei. Parecia arriscado deixar só eles dois com tantos monstros. Tá que... Nós dois também ficaríamos com muitos monstros. Era monstro demais só para nós quatro de toda forma.

— O Central Park está até bem cercado de água então... Acho que ficaremos bem cabeça de alga – disse Annabeth.

— Água essa que está congelada... – reclamei. Água podia ser reconfortante... Congelada, nem tanto. Mas acho que eu não estava em posição de ser mais exigente. – Mas tá... Tomem cuidado.

Depois de alertá-los para tomarem cuidado (algo que acho que não precisa ficar lembrando, mas sempre é bom lembrar), Will afirmou com a cabeça e os dois foram então correndo atrás do segundo grupo de monstros. Nos viramos então para o nosso grupo de monstros, grande demais para dois semideuses. Eu engoli em seco enquanto olhava para o que nos aguardava.

— Por favor, me diz que você tem algum plano brilhante digno de uma filha de Atena. – eu disse.

— Ainda não. – respondeu Annabeth.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até aqui! E ai, o que acharam da ceninha do Percy com a Annabeth. Eu to muito dividida entre fazer eles aprontarem ou não. Até porque eles ainda são adolescentes... mas hoje em dia né... realmente n sei. Mas se for rolar, provavelmente só vou deixar subentendido, até pq n quero que a fic seja 18+. Qual a opinião de vcs? Comentem e até semana q vem ♥