Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 120
SADIE - Batalha em Caos


Notas iniciais do capítulo

nota 0 pra mim pela Sadie ter que narrar em dois capítulos tão perto um do outro. tentei evitar mas infelizmente achei que a narração ficaria mais entendível e proveitosa com ela. pra compensar, vou deixar ela de castigo sem narrar por um tempo depois desse.
aproveitem o cap. ele foi bem difícil de escrever e fiquei bem insegura ;~; espero q esteja bom


no momento, estão nos EUA os grupinhos:
— Nova Roma: Frank, Lavínia, Hazel, Annabeth, Zia, Kayla, Grover, Percy, Piper, Meg, Apolo
— NY: Cléo, Paulo, Austin, Drew, Carter
no momento, estão voando, os grupinhos:
— Indo para Europa: Reyna

no momento, estão em alto mar, os grupinhos:
— Indo para Nigéria : Leo, Calipso, Olujime, Magnus, Jacques, Alex, Festus

no momento, os grupos que estão na EUROPA são:
— País de Gales: Caçadoras de Ártemis (Thalia, Ártemis, etc), Clarisse, Sam, Blitzen, Hearthstone, Mestiço, Mallory, Anúbis, Sadie, Will, Nico. // Maias-Astecas: Victoria, Micaela (a menina q parece Annabeth) e Eduardo (guri chato que o Mestiço deve estar querendo esganar).



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SADIE

Tudo ali estava o completo caos. Tinha sido complicado o suficiente abrir espaço entre os soldados celtas até o acampamento para que o pessoal nórdico conseguisse chegar até Mallory… que felizmente tinha uma cabeleira vermelha bem chamativa. Então quando ela apareceu na barriga do bonecão de madeira que pegava fogo, logo algum de nós notou, não sei quem, e ela virou o nosso destino.

— Sadie, cuida do Nico por favor. Deve com certeza ter alguém machucado lá. - disse Will segundos antes de correr atrás dos nórdicos que iam apressados até a Mallory depois que abrimos o caminho. 

— Ok. - respondi e olhei para o Nico - Você fica aqui comigo tá? Ajudando a outra parte do pessoal.

Ele não ia entender, então tentei ajudar com mímica enquanto falava.

Proviamo a sconfiggerne il maggior numero possibile.— falou Nico afirmando com a cabeça.

Nosso grupinho meio que estava em três focos, os nórdicos com o Will no resgate da Mallory, Anúbis e Ártemis com Balor e o resto de nós tentando terminar de entrar no acampamento. Eu já estava dentro, mas ainda tinha um pessoal tentando terminar de passar pela porta.

Meu foco ficou totalmente voltado para derrotar os guerreiros e os druidas, principalmente os druidas, já que eles pareciam mais potencialmente problemáticos. As magias dos druidas eram principalmente elementais e, felizmente, agora que os dois lados estavam mais ou menos misturados, eles não ousavam fazer o chão ficar se mexendo feito louco (ainda bem) nem tacar uma nevasca na gente. Mas ainda chovia muito. Qualquer coisinha que nos ajudasse era bem útil, estávamos em desvantagem numérica e os vários ferimentos que colecionamos até chegar até ali eram provas disso.

Eu já estava lutando contra o cansaço quando ouvi Blitzen gritar o meu nome. Me virei na direção da voz e vi ele e Hearthstone correndo desesperados na minha direção. Blitzen apontou para trás e vi Mestiço caído no chão com uma flecha na cabeça, uma poça de sangue ao redor, e Will com uma péssima e deprimente expressão ao seu lado que logo ergueu um olhar desolado para mim. Entendi na hora.

— Nico!….Mestiço! - pedi apressadamente torcendo para ele entender enquanto apontava para ele.

Andiamo!— confirmou ele sem perguntar duas vezes.

Não estávamos tão longe, mas corri o mais rápido que eu conseguia enquanto Nico me protegia e abria caminho. Coloquei a mão no bolso no caminho, peguei a pedra que Dagda nos deu e, quando Hearthstone estava bem perto, estendi minha mão na direção dele. Ele a envolveu com a mão dele, e tentamos fazer o que Dagda explicou, concentrar a magia e jogar a pedra no chão. Senti minha magia ser sugada, a pedra soltou um brilho rosa no meio do caminho até o chão e então se quebrou, como se fosse feita de açúcar, ao tocar a grama. 

Imediatamente depois, por alguns poucos segundos, o mundo parecia um vídeo sendo retrocedendo. Certeza que por causa da magia sugada, meu estômago se revirou e minha cabeça ficou leve demais, mas o mundo todo ao meu redor rebobinando não ajudava em nada o que estava prestes a virar uma vontade de vomitar.

Do nada eu estava, com a cabeça meio tonta, exatamente no lugar onde eu estava alguns segundos atrás… ou um minuto atrás. Por um milésimo de segundo o caos ao nosso redor ficou estranho, aparentemente todo mundo tinha lembranças de que o tempo tinha voltado em 1 minuto e isso tinha deixado todos decididamente bem confusos. Eu aproveitei o momento de confusão para respirar fundo e tentar me recuperar da tontura e estômago revirado.

O ponto importante nisso tudo, era que Mestiço estava de pé e aparentemente bem, segundo constatei quando olhei para a direção dele. Para certificar-se de que ele continuaria assim, Blitzen e Hearthstone o puxaram para o chão. Sentindo os meus sinais de cansaço, eu fiquei aliviada ao ver a flecha passando direto, inofensiva, por cima deles. 

— SADIE - Nico gritou atraindo minha atenção.

Me virei pra ele a tempo de ver um cara, tentando me atingir com uma grande espada brilhante bem na cabeça, e Nico imediatamente parou o golpe com a própria espada dele.

— Quem são vocês? - perguntou o cara.

— Missão de resgate e será que dá pra me dá um segundo pra ver se o pessoal tá bem? - respondi e atirei uma bola de fogo nele.

Ele até tentou escapar, mas na hora estava gritando tentando apagar o fogo, que não durava muito já que ainda estava chovendo forte. Queria muito acabar com essa bagunça de idioma para conseguir usar meus feitiços em egípcio de novo. 

Tentei ver como estava o pessoal nórdico no meio da confusão, e não demorou muito para que eu visse Mallory passando gritando por mim junto com Sam. As duas iam para um soldado com um arco e flecha, provavelmente o responsável pela flecha que quase levou Mestiço. O resto do pessoal parecia bem, no máximo Mestiço parecia meio atordoado pelo susto de quase morte.

— FIQUEM JUNTAS! - gritou Thalia em algum lugar que eu não conseguia ver na confusão - NÃO PODEMOS NOS SEPARAR MUITO!

— Eu vou com ela! - avisou Sam.

— MALLORY! - gritou Mestiço mas não conseguindo mais correr atrás dela já que os celtas se fecharam em cima dele e dos outros nórdicos.

— BLITZEN! - gritei torcendo pra minha voz chegar até ele - O MESTIÇO TÁ BEM?

— TÁ! - gritou ele.

— Vem. - disse para Nico puxando ele para a direção que Mallory e Sam foram - Estamos ficando ilhados aqui no meio. Isso não é bom.

Podia estar tudo caótico pra tudo quanto é lado, mas ao menos não estávamos tão longe de onde Sam e Mallory foram. Então, para não ficarmos ilhados sem ajuda por perto e também para elas não, decidimos ir para mais perto delas. Tínhamos de alguma forma concordado que se ficássemos juntos, teríamos mais chances de lidar com a situação.

Era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Uma olhada rápida me confirmou que Mestiço estava bem. Uma segunda olhadinha na direção oposta confirmou que Mallory e Sam se vingaram por ele. Ouvi explosões que me preocupavam, mas eu tinha que focar no que conseguia ver ao meu redor, se não ficaria complicado para mim e Nico.

Cada um estava cuidando dos seus vários alvos. Sim, vários. A situação estava complicada para nós. Não consegui ver todos. Estava mais preocupada em manter a mim e Nico vivos. Ele era uma ótima dupla para isso, mas ainda estávamos bem desesperados nos defendendo de ataques vindos de vários lados.

A proporção deu uma boa melhorada quando, com um grande impacto causando um terremoto, Anúbis derrubou Balor no chão, derrubando a cerca de madeira no meio do caminho e fazendo alguns celtas de panqueca.

— COMO OUSA! - gritou Balor com dificuldade.

Eu não conseguia ver a luta por estar focada na minha, mas ouvia o som dos lasers que saíam do olho dele. Como ele estava com as costas no chão, os alvos eram apenas as nuvens. 

O cara que eu queimei não havia morrido (ou sumido, já que já estava morto) com meu ataque. Tudo culpa da chuva apagando o fogo muito rápido. Enquanto eu estava ocupada com alvos mais urgentes e próximos do que ele, lançou de longe uma lança na minha direção, mas, como eu estava ocupada, não vi antes que fosse tarde demais. Eu gritei de dor o mais alto que conseguia quando a lança atingiu dolorosamente minha coxa. O ferimento era bem mais feio e maior que o que a raiz da árvore raivosa tinha feito comigo antes.

Caí no chão chorando e tremendo de dor imediatamente me tornando um alvo fácil. A queda me deixou completamente suja de lama e me fez gritar novamente e mal notei quando Nico gritou meu nome e começou a me defender de outros ataques. Mas eu notei quando Anúbis também gritou de dor.

No meio do meu sofrimento e com a visão ficando um pouco turva, tentei olhar na direção dele me perguntando se meu grito de dor tinha o distraído da luta num momento crucial demais. No meio de minha visão embaçada, acho que vi Balor meio preso com faixas de linho e, esperava que eu tivesse imaginado coisas, mas parecia ter ao menos meio braço faltando no avatar gigante do Anúbis. Não era meu dia de sorte.

A partir daí, tudo ficou meio confuso, a chuva forte atrapalhava, mas mesmo sem ela, eu só conseguia ver a poça de sangue que se formava ao meu redor e reconhecer alguns poucos barulhos vindos de armas, magia e flechas.

Sadie… estoy aqui..— disse uma garota que eu não conseguia lembrar quem era.

… saca la lanza…— ouvi um pedaço de diálogo vindo de outra pessoa, um cara, enquanto alguém me segurou pelas costas para eu não deitar de vez no chão.

Uma dor agonizante tomou conta de mim quando tiraram a lança. Alguém botou algo na minha boca para beber, mas logo em seguida eu desmaiei. 

Tudo ficou escuro e silencioso. Podiam se passar dias inteiros que eu não iria perceber. Mas quando abri os olhos, eu ainda estava no caos da batalha. Meu corpo estava um pouco pesado ainda, mas ao menos minha perna não estava mais doendo muito e nem chovia mais. 

Sentei tentando me situar e olhei para minhas pernas, sem qualquer ferimento. Levantei o olhar e notei que estava num semi-círculo formado por caçadoras de Ártemis na minha frente e, atrás de mim, apenas a cerca de madeira do acampamento. Elas impediam que o caos da luta chegasse até mim e até Victoria, que estava ao meu lado deitada desacordada também, e um garoto que eu não conhecia, também desacordado.

— Eles estão vivos também. - disse Thalia logo ao lado respondendo um questionamento que tive em silêncio.

— Quem é esse outro? - perguntei.

— Um menino que estava com a Mallory, preso na cela em formato de pessoa. - explicou ela - Não sei o nome.

— Quem foi que me curou? Quanto tempo fiquei apagada? - perguntei novamente tentando me situar melhor apesar da cabeça pesada.

— Os astecas te curaram e não sei bem quanto tempo está aí. Não contei. Talvez alguns minutos. - respondeu Thalia invocar relâmpagos dos céus, que já não jogava chuva constantemente sobre nós, e derrotando três guerreiros celtas de uma vez.

— E os outros? - perguntei - Onde estão?

— Estão abrindo caminho até o castelo e… - ela começou a responder, mas eu logo interrompi ela.

— Anúbis! - gritei lembrando do que tinha acontecido antes de desmaiar.

Me levantei de vez, senti a cabeça sacudir reclamando da decisão, mas logo achei onde Balor e apenas Balor, estava caído com a aparência meio estranha e cinzenta. Comecei a correr imediatamente naquela direção, salpicando lama pra todo lado e lutando contra a falta de força do meu corpo e minhas pernas que queriam virar amoebas.

— Sadie! Não! Espera! - gritou Thalia e eu ignorei.

Continuei correndo e logo notei que Thalia estava me acompanhando.

— Melhor você não ir sozinha no meio dessa confusão. - explicou ela - Não sabemos se está 100% ainda.

— Não tem problema deixar as caçadoras lá sozinhas? - perguntei.

— Elas conseguem se virar. - garantiu ela - Os números de adversários já diminuíram bastante, mas ainda estamos em desvantagem.

Thalia me ajudou a abrir caminho até Anúbis, mas não tivemos tanta dificuldade pois, cada vez mais, os celtas se concentravam ao redor do castelo. Mas era também bem ruim correr no meio da lama escorregadia causada pela chuva que se foi.

Chegamos onde Balor estava caído e notei que ele estava morto e lentamente se desfazendo como areia. No seu olho e no corpo todo, tinham várias flechas. Umas mais funda do que outras. Seu corpo estava todo ferido de várias formas possíveis, várias partes pareciam carne podre e o cheiro horrível confirmava isso. Mas, para me deixar mais preocupada, notei traços de um líquido prateado que eu chutei como sendo sangue divino egípcio.

Entrei em desespero ao procurar por Anúbis e, seguindo a trilha de sangue prateado, achei ele sentado no chão junto com Ártemis, que estava bem descabelada. Para meu desespero, ele parecia um pouco transparente e com pequenos montinhos de fumacinha negra saindo de algumas partes do corpo.

— Anúbis! - gritei.

Ártemis se levantou, mas Anúbis, de costas para mim, não se virou. Pelo menos eu conseguia ver o corpo dele se mexendo levemente junto com uma respiração que parecia bem lenta e profunda.

Aftós eínai kalá.— disse Ártemis - Tou édosa amvrosía.

Meio me joguei de joelhos do lado dele, meio a força das minhas pernas acabaram ali. Ele estava bem sujo de sangue, mas o lado bom era que ele parecia ficar menos transparente a cada segundo. Ele estava de olhos fechados, aparentemente com dor, e a fonte da dor era o braço… ou o que sobrava dele. Não tinha sido minha imaginação. O laser do olho de Balor tinha acertado o braço do avatar de Anúbis e o dano claramente tinha sido transferido para o dono. 

Diante dos meus olhos, o braço exterminado ia se montando de novo, o que certamente seria um processo bem mais nojento se não fosse o fato (um tanto glamouroso, mas ainda tenebroso) de que enquanto o sangue dele era prateado, a carne era dourada. A falta de vermelho foi bem recebida pelo meu estômago.

— Hmm... - resmungou ele abrindo os olhos e olhando para mim.

— V-você tá bem? - perguntei preocupadíssima, nunca tinha visto ele daquele jeito. 

Ao invés de responder qualquer coisa, ele respirou fundo, segurou minha mão com a mão saudável e fechou os olhos novamente. Ver o braço dele se refazendo era esquisito, mas também era animador pois quanto mais o braço se refazia e melhor ele parecia. Devia ter doído muito ter o braço desintegrado daquele jeito e não sei qual era a sensação do seu braço lascado se refazendo em poucos minutos, mas pelo menos ele estava bem apesar de claramente ter pedido muito sangue. 

— Imortal e tudo mais,  - falei acariciando gentilmente a bochecha dele - mas ainda dói né?

— Neket Iadet - resmungou ele baixinho mas logo erguendo o olhar, com expressão de preocupação, e percorrendo os olhos por mim - Iw batyw nefer?

— Eu tô bem. - eu disse deduzindo a pergunta e afirmando com a cabeça - Tem mais parte do seu braço faltando do que inteira! Dá pra se preocupar consigo mesmo um pouco mais?

Claro, eu me sentia meio fraca ainda, mas ele não precisava saber disso.

Ele abaixou o olhar para a mão ferida. O braço ia se formando, os ferimentos fechando e ele voltando a cor normal embora parecesse mais pálido do que ele já era. Mais um pouco e Anúbis já estava normal, mas o braço ainda não tava 100%, tinha uns pedaços de pele faltando, mas ele tentou fechar e abrir a mão algumas vezes. 

Eu senti um arrepio pelo corpo leve pelo corpo seguido de um segundo arrepio. Primeiramente ignorei ambos, mas depois não pareceu tão irrelevante. O ar parecia mais leve e até mais fácil de respirar.

— Aquela hora que eu gritei te distraiu né? - perguntei sem realmente esperar a resposta, mas ele ergueu o olhar do nada me encarando surpreso - Quê?

— Eu te entendi. - disse ele num perfeito inglês me deixando toda aliviada.

— Ai que bom! Acabou a magia idiota! - exclamei visivelmente aliviada fazendo ele rir de leve.

— Você está bem então? - perguntou ele - O que aconteceu? 

— É. Eu tô bem. Uma lança me acertou feio na coxa. Mas o pessoal do México me curou, segundo a Thalia me falou. E você? - perguntei olhando para o braço que já estava muito melhor - Foi quase, né? Ele cortou seu braço inteiro fora?

— Foi quase mesmo... Aquele olho era bem perigoso. - respondeu ele com a dilaceração do braço não parecendo mais do que alguns arranhões mais feios - Mas estou bem agora.

— O ar parece diferente. - disse Ártemis de repente - Magias se desfizeram.

— Melhor irmos até os outros? - perguntou Thalia enquanto eu e Anúbis nos levantamos e ele esfregava levemente o novo braço, agora com alguns arranhões leves - Eles foram até o castelo. Talvez algo aconteceu por lá. 

— Sim. - disse Ártemis olhando para o topo do castelo, onde um cara com capa negra esvoaçante olhava para baixo, ela então abaixou o olhar e olhou para Anúbis - Obrigada pela ajuda contra Balor.

— Digo o mesmo. - respondeu ele - E obrigado pela Ambrosia.

Eles pareciam sérios demais, mas o agradecimento mútuo não durou mais do que dois ou três segundos. Ártemis logo liderou o caminho em direção acampamento passando por cima da cerca derrubada na luta contra Balor.

— Porquê tão sérios? - sussurrei para Anúbis enquanto seguíamos Ártemis.

— Porque nunca nos falamos… sei lá o que esperar. - explicou ele dando de ombros - Tudo é possível, de ambos os lados se for olhar pelo lado dela também, considerando que ela é grega e romana, ambos conquistaram o Egito e não foram sempre tão simpáticos. É complicado.

— Mas isso foi há muitos séculos atrás… - falei.

— Verdade. - concordou ele - Mas pra uns às vezes é difícil lembrar disso.

A parte onde tinha acontecido a luta contra Balor, por ser mais distante, era a mais tranquila, apesar da destruição deixada para trás. Então precisamos percorrer uma pequena distância antes de voltarmos para o caos. 

Na frente, ia Ártemis. Ela disparava flechas numa velocidade tão grande que eu me perguntava se ela estava tentando competir com uma metralhadora. Thalia também era muito eficiente em abrir o caminho, mas posso dizer orgulhosamente que eu e Anúbis não ficamos para trás apesar das pancadas feias que já tínhamos sofrido. Bem, eu tentava. Estava me sentindo cada vez mais tonta. Já tinha usado magia demais juntando toda aquela invasão.

Derrotando vários celtas e defendendo golpes, chegamos até onde as caçadoras ainda estavam, do jeito que eu e Thalia deixamos elas. Com uma diferença, o menino que não descobri o nome que antes estava desacordado ao lado de Victoria não estava mais lá, mas Victoria permanecia lá, desacordada.

— Cadê o menino? - perguntou Thalia.

— Saiu correndo pro castelo… - respondeu uma das caçadoras - Não conseguimos pará-lo.

— Estamos indo para lá mesmo. - disse Ártemis - Conseguem manter a outra garota desacordada aqui a salvo?

— Se ela não for teimosa também… - comentou a mesma caçadora.

— Se tiver alguém mais desacordado no caminho, vejo se é possível trazer para cá. - prometeu Thalia, mas acho que todos sabíamos que seria muito difícil visto como estava a bagunça perto do castelo.

Imediatamente depois fomos em direção da muvuca que era a entrada do castelo. Era gente demais em pouco espaço. Foi muito difícil abrir espaço. Tinha celta demais querendo um pedaço da gente, o que explicava porque o resto do acampamento deles parecia bem vazio. Perder a concentração por um segundo era fatal. 

— Er… Cuidado para não tropeçar.. - disse Anúbis uma hora olhando para mim com o canto do olho enquanto parava, com a mão mesmo e com zero preocupação, a espada de um cara que parecia mundana demais para conseguir feri-lo - E… também melhor não parar pra ver muito…

— Ahm? “Não parar pra ver muito”? - perguntei meio perdida.

Eu e ele derrotamos um inimigo cada praticamente ao mesmo tempo e então, ao avançar, notei que o que eu deveria tomar cuidado para não tropeçar, era uma perna… que fazia parte de um corpo… que era o garoto que eu não sabia o nome e tinha ficado com Mallory na cela dela. 

Meu coração despencou. Nem cheguei a conhecer o menino, mas ainda era uma cena horrível e um lugar horrível para estar morto daquele jeito.

— Temos que.. ajudar ele… alguma coisa… não sei! - falei triste, revoltada, tentando achar uma solução onde dificilmente teria alguma.

— É tarde demais. - disse Anúbis suspirando profundamente - Depois, quando for menos perigoso, tentamos recolher o corpo dele.

Foi difícil respirar fundo para seguir em frente, mas, quando vi com o canto do olho, um druida jogando uma bola de fogo contra mim, fui forçada a voltar meu foco para a batalha. Defendi o ataque com um escudo mágico enquanto pensava em como quase nenhum druida tinha sobrado e contra-ataquei com o bom e velho Ha’di que empurrou o druida para trás. O druida sumiu em fumaça branca, mas, antes, ele esbarrou contra um outro guerreiro celta atraindo a atenção dele para nós.

— ALGUÉM PODE DAR… UMA AJUDA AQUI?! - ouvi uma voz gritando, Eduardo, identifiquei.

Olhei ao redor e vi ele, pingando de suor, aparentando estar duplamente exausto, evitando que vários guerreiros celtas chegassem até Micaela, que estava desmaiada logo atrás dele. Ajudando na defesa da Micaela, estava uma garota que eu não sabia quem era.

— GENTE! - gritei tentando atrair a atenção de Thalia e Ártemis também enquanto elas davam um jeito no guerreiro que eu acabei atraindo.

— Já vi! - garantiu Ártemis.

Não era um desvio tão grande até Eduardo. Então abrimos caminho até ele. Quase lá, um ataque de alguém atrás de mim me pegou de raspão, mas antes que eu conseguisse virar para trás, Eduardo lançou um raio até o responsável pelo corte e pronto, problema resolvido. Bem, mais ou menos, ele parecia que iria desmaiar ali mesmo. 

— Ela está bem? - perguntei sem poder parar as defesas e contra-ataques para conversar.

— Usou… magia de cura demais. - respondeu Eduardo ofegante.

— E os outros? - perguntou Thalia - Viu se entraram no castelo?

— Alguns… ao menos acho que sim. - respondeu a garota ofegante também - Acho que vi a Mallory entrando… O cabelo chama atenção.


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Notas finais do capítulo

falas do Anúbis do dia:
"Neket Iadet" - ao pé da letra, significa "pedaço de miséria", mas tem o sentido de qualquer um dos seus xingamentos favoritos kk obviamente ele tava falando do Balor
"Iw batyw nefer?" - "Você tá bem?"

nos livramos do Google Tradutor kk voltamos a programação normal



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