Australia escrita por spyair


Capítulo 1
O maldito trabalho


Notas iniciais do capítulo

Olha quem está de volta! Voltei após superar minha crise existencial pelo fim da minha ultima fic (Aliás, quem quiser dar uma olhadinha, sinta-se a vontade ❤).
Não tenho nada de interessante pra falar aqui, então espero que gostem!



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— Ah, Hana, ele vai mesmo me obrigar a fazer aquilo! Dá pra acreditar? — choraminguei, apoiando-me no ombro da garota ao meu lado, que caminhava displicentemente ao meu lado com um sorrisinho no rosto.
— Calma, Liv, calma — tentou meu acalmar, dando palmadas suaves em meu ombro.
— Calma? Ele vai me obrigar a trabalhar naquele lugar imundo todo dia depois da aula — mordi o lábio, fungando alto assim que entramos na sala de aula ao som das risadas altas de minha melhor amiga.
Por que diabos, em pleno segundo ano do colegial na Austrália, no auge da minha adolescência, meu pai teve que me obrigar a trabalhar no clube de natação idiota dele? Claro, de alguma forma eu tinha que pagar pelos meus óculos que num infeliz ataque de fúria, foram parar no telhado da casa do vizinho, mas não podia ser de outro jeito?
Após muito tempo de aula de matemática, fomos liberados para o almoço. Hana e eu nos partimos até o refeitório, onde cada uma pegou sua respectiva refeição e nos dirigimos até nosso lugar secreto atrás das arquibancadas da quadra de esportes.
— Liv, quer parar de se preocupar com isso? É só um trabalho, que mal tem nisso? — Hana revirou os olhos, enfiando seu cachorro quente goela abaixo.
— Hana, não é só um trabalho... Eu vou trabalhar no Clube de Natação de Sidney, então sabe qual é o uniforme que eu vou ter que usar, não é? Biquíni! — disparei as palavras em cima da garota ao meu lado.
Hana era um caso maravilhosamente perfeito de garota. Possuía belos cabelos castanhos que ondulavam graciosamente até o fim de suas costas e contornavam sue rosto aristocrático. Seu maior detalhe eram seus olhos, cada um de uma cor. Azul e castanho, da esquerda para a direita. E para completar, o corpo dela era impecável! Ás vezes tenho vontade de chutar a bunda dela até que encolhesse.
— E daí? — encarei-a com um olhar assassino.
— Perdoe-me, mas nem todo mundo tem a sorte de ter seus peitos!

 

###

 

Fitei meu reflexo no espelho, uma expressão de desgosto estampada no meu rosto. Praguejei esse infeliz lugar, batendo a porta do vestiário feminino ao sair de lá. Por sorte não era só um biquíni, e sim um maiô. E para minha sorte maior ainda, papai tinha me conseguido um moletom do clube de natação, grande o suficiente para cobrir quase tudo.
— Que gracinha — senti uma presença atrás de mim, que me obrigou a virar-me brutalmente para apontar para o rosto do engraçadinho que soltou aquilo.
— Calado, pai! A culpa é toda sua! — estapeei seu ombro enquanto revirava os olhos, cruzando os braços.
— Não é minha culpa se você jogou seus óculos em cima da casa do vizinho e agora tenho que pagar um novo — resmungou, pondo-se a caminhar ao meu lado. Nós dois andávamos lado a lado, sem pronunciar palavra alguma. Vez ou outra cruzávamos com alguém que frequentava o clube.
— O que eu vou ter que fazer? — indaguei, relutante, quando alcançamos a porta dupla que dava para a piscina olímpica.
— Só tem que ajudar as crianças.
— Vou ficar na piscina das crianças? — subitamente, um brilho invadiu meus olhos, que foi imediatamente reprimido pelo olhar do meu pai.
— Não.
— Droga.
— Você fica na oitava raia — avisou, abrindo a porta dupla. A primeira coisa que vi foi a água. O esplendor de toda aquela água reunida, por um momento, fez esquecer meu desagrado em estar ali. Não durou muito tempo, claro. Retornei á minha careta, observando cada detalhe daquele lugar que eu conhecia bem. Era um salão amplo, com duas piscinas, uma pequena, para crianças que ainda não sabem nadar direito e outra piscina grande, olímpica. Ambas estavam ocupadas com pessoas de diversas idades.
Não demoraram três segundos para que um pequeno grupo de crianças se formasse ao meu redor, sorridentes, tentado falar cada uma mais alto do que a outra. Três meninas e dois meninos. Todos com roupas de banho, deveriam ter entre quatro e seis anos.
— Você é nossa nova treinadora? — uma das garotas questionou.
— Como é o seu nome?
— Vamos nadar!
— Quero a boia de golfinho!
— Boa sorte — vi meu pai piscar para mim com um ar brincalhão, antes de berrar: — Matsuoka, que merda é essa que você está nadando?!
— Okay... — ignorei esse ultimo grito, lançando um olhar ameaçador que fez com que todas as crianças se calassem. — Meu nome é Olivia Hoffmann, mas podem me chamar de Liv e... Sim, eu sou filha do treinador Hoffmann.
— Liv, vamos nadar! — exclamou um dos garotos, agarrando minha mão junto com seu amigo e me arrastando até a raia oito, enquanto as três garoas me empurravam.
— E-esperem! — tentei protestar, e por obra de Deus, consegui tirar o casaco antes que fosse empurrada na piscina.
— Vamos nadar! — berraram todos juntos, pulando na piscina.
— E-ei! — tentei mover-me um pouco para o lado, mas acabei esbarrando num dos nadadores da raia ao lado. — Ah, me desculpe! — pedi, virando-me para ver em quem eu havia esbarrado. Tudo o que vi foi a pessoa, mais precisamente o garoto, sair da piscina sem me dar atenção, mas parecia irritado.
— Olha por onde nada, Liv! — um dos garotos (o primeiro a me puxar) ralhou com uma risada, e eu tive que reprimir meu xingamento.

 

###

 

— Até mais, Noah — acenei para a última das crianças (sim, aprendi o nome de todas) que havia sido buscada por seu pai. A noite já caíra e eu estava só esperando o Noah ir embora para eu mesma poder ir. No entanto, antes que meu sonho se concretizasse, meu pai jogou um molho de chaves pra mim.
— Pode fechar tudo pra mim? Obrigado — o homem saiu correndo para fora do clube antes que eu tivesse a chance de contestar ou então de processar as palavras. Suspirei indignada com aquilo, dando meia volta. Tinha que voltar até a piscina e trancar lá antes de ir embora.
— Velho idiota… — murmurei quando me aproximei da porta dupla. Pude escutar o som da água se mexendo, então presumi que ainda havia alguém lá. — Ei, você precisa sair da piscina agora — pedi ao abrir a porta. Caminhei até a beirada da piscina, colocando-me em frente à raia número sete, que era a que estava sendo usada. A pessoa que estava nadando se aproximava de onde eu estava, então esperei para que pudesse falar novamente. Quando finalmente ele alcançou a borda, tornei a falar. — Você me ouviu? Preciso fechar a… piscina…
Meu santo padroeiro dos músculos! O que é isso?! Deus no Céu e esses músculos na Terra!
Travei, engasguei. Não consegui mais me mover quando aquele deus grego saiu da piscina, molhado, lindo, sexy, e inteiramente maravilhoso! Isso existe mesmo?! Um garoto assim existe?
— Vai ficar aí parada? Se não for trancar a piscina fala logo que eu volto pra água e… Ei, tá me ouvindo?
Não, estou ocupada demais olhando pra esses ombros. Oh, e que tríceps são esses? Deus, e esse volume no… Pare, Olívia! Não olhe para essa região!
— E-eu… esperar… fora… — quê?! O que foi que eu disse?! Céus, meu cérebro não está mais conseguindo manter uma ligação estável com minha boca. Estou ferrada, e tudo por culpa desse maldito trabalho.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Sei que todos se sentem como a Olivia quando veem os garotos de Free, o sentimento é totalmente recíproco, então comentem o que acharam!



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