Steal Your Heart AU escrita por MusaAnônima12345


Capítulo 34
Jantares de Família & Novos Acordos


Notas iniciais do capítulo

Capítulo postado dia: 05/07/2019, as 19:37.



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Kattie

— E isso é tudo o que eu sei senhor delegado. – concluo, apertando minha mão na outra, nervosa.

O escritório do delegado Roger Raincomprix era frio e intimidador como eu supunha que todo prédio da Polícia francesa era, porém todos os ali presentes fizeram o possível para me sentir um pouco mais confortável me oferecendo até mesmo um copo de café quentinho. Claro que aquilo não tinha sido o suficiente para amenizar os meus ânimos de estar sentada de frente para alguém que poderia me prender se dissesse alguma coisa errada, mas pelo menos eles estavam sendo gentis comigo depois de todo o estresse que havia passado na noite passada. Tento manter a calma enquanto observo aquele homem corpulento – gordinho, mas vamos fingir que eu não disse isso – e ruivo digitando sem parar num notebook que estava na minha frente, anotando tudo o que eu havia dito como meu depoimento do ataque em Calanque. Minutos que mais parecem uma eternidade se arrastam e me fazem dar um pequeno bocejo.

Havíamos pegado estrada tarde da noite de ontem e digamos não dormi muito bem naquelas poltronas reclináveis. Quem me acordara de manhã fora um Duusu tão amassado quanto eu, me alegrando o suficiente por saber que não fora a única a não ter um descanso muito produtivo. Isso foi as quinze pras seis da manhã de uma terça-feira.

Nunca odiei tanto um terça-feira quanto odiava agora.

— Está certo. – o sr. Raincomprix solta de repente, me assustando com o sorriso que o mesmo me lança. – Já pode ir. Obrigado.

Dou um leve aceno de cabeça e me levanto, tentando sair rapidamente daquele lugar sem parecer tão desesperada para me livrar daquela tensão toda. Bem, me arrependo quase que na mesma hora de sair correndo de lá – dou uma trombada daquelas com um policial que estava entrando na sala do delegado. Murmuro um pedido de desculpas para o mesmo, encarando seu distintivo no peito. “Olivier”. Estreito os olhos, com uma vaga lembrança daquele sobrenome, mas como nada me vem a mente abaixo a cabeça e continuo meu caminho de volta para a recepção da delegacia. De longe vejo Marinette conversando com seus pais que há muito tempo não via junto de Louis, Nino, Diego e sua melhor amiga, Laura. Quando me vê me lança um sorriso e estende um copo de café que estava em uma de suas mãos.

— E então, como foi? – a brasileira me pergunta quando aceito o café, atraindo a atenção de todos, inclusive do primo de Adrien. Balanço os ombros.

— Bem, eu acho. – conto, tomando um gole da bebida e fazendo uma careta. Não era muito fã de café, mas naquele momento era a melhor coisa do mundo. – Ele só me fez algumas perguntas. Se eu conhecia aquele barco, se notei alguma atividade estranha antes do ataque, essas coisas. Acho que eu que fiquei muito nervosa.

— Na boa? – Nino comenta, com os braços cruzados. – Esse delegado tem o poder de deixar todo mundo aqui nervoso.

— Nisso você tem razão. – Louis concorda, dividindo o olhar entre o amigo e eu. – Quando eu entrei lá dentro parecia que eu é que tinha mandado fazer esse ataque. Sei lá, parece que esse delegado não acreditou em nada do que a gente disse.

— Isso é uma tática de investigação própria dos policiais. – Diego diz, arrumando os óculos. – Eles fazem isso de propósito, assim conseguem identificar quem está dizendo a verdade e quem está mentindo.

Bebo mais um gole do meu café e dou um suspiro. Era inacreditável como tudo aquilo agora não passava de um fato passado e que todos nós estávamos bem agora. Por um momento eu podia jurar que todos iríamos morrer naquela praia. Olho para Mari agarrada nos braços de Sabine e de Tom, sem ter palavras para agradecer o que aquela maluca tinha feito. Se não fosse por ela e Adrien, ninguém estaria aqui agora para contar história. Observo a Dupain-Cheng começar a conversar baixinho com o Broussard, num tom que mais parecia um pedido de desculpas do que uma conversa de verdade. Termino meu café e me afasto um pouco para dar mais privacidade para os dois. Ao me aproximar da lixeira no corredor vejo há alguns metros duas figuras conversando que me fizeram arquear as sobrancelhas na hora.

O que será que a Alya e o Jacques estão fazendo ali?

— Você está bem? – uma voz me indaga baixinho, fazendo meu coração pular e me dar um baita susto. Quando viro meu rosto sinto meu medo se dissipar um pouco.

— Estou, até onde posso dizer. – respondo, me virando e encarando aqueles lindos olhos castanhos. Me admiro ao ver que seus olhos têm vários tons acastanhados e não apenas o chocolate. – E você? Alguém vem buscar você?

— Na verdade eu já fui liberado, estava só esperando você terminar seu depoimento. – o mesmo conta, dando um sorriso de canto. Mordo meu lábio, tentando controlar a vergonha antes de deixar meu rosto vermelho que nem um tomate. – Vai embora junto com a Marinette e a Alya?

— Na verdade, eu... – começo, passando uma das mãos no cabelo embaraçado.

— Minha filha! – alguém gritando nos interrompe e eu engulo em seco. Quando olho na direção da entrada só consigo enxergar um vulto laranja correndo na minha direção e me abraçando como se eu fosse desaparecer na sua frente. – Oh, graças a Deus você está bem Kattie! O que é que você estava pensando? Você ficou maluca? É por isso que não deixo você sair por aí sozinha, você podia ter morrido e...

— Mãe, eu tô bem... – murmuro, sendo quase sufocada quando meu pai nos abraça. – Eu... Calma, vocês estão me esmagando...

— Você quase matou sua mãe do coração garota! – meu pai diz, nos apertando ainda mais. – Nós só conseguimos pensar no pior quando a noticia passou no jornal.

— Sabe, se vocês me soltassem um pouquinho iriam ver que eu ainda estou inteira. – brinco, respirando fundo quando meus pais me dão um pouco de espaço. Dou um sorriso para dona Grace quando a mesma segura meu rosto e me dá um monte de beijinhos. – Mãe, eu já disse que eu tô bem.

— Nunca mais me dê um susto desses. – a mesma me adverte, apontando um dedo na minha cara. Apenas balanço a cabeça, assentindo. Quando ela desvia o olhar de mim percebo que só então vira Louis parado ali. – Oh, Louis meu querido, e você, como você está?

— Inteiro também, eu acho. – ele brinca, parecendo surpreso quando ganha um abraço apertado da minha mãe. Dou uma pequena gargalhada quando mamãe começa a analisar seu rosto como acabara de fazer comigo.

— Porque não convida seus amigos para jantarem lá em casa querida? – meu pai me questiona, agarrando meus ombros. – Podemos fechar o restaurante hoje a noite para comemorar que todos estão bem, o que acha?

— Eu até acho uma boa ideia pai, mas acho que depois de tudo isso que aconteceu cada um vai querer ficar um pouco com a sua própria família. – respondo, vendo meu pai ficar pensativo. Ele olha para minha mãe e ela dá um sorriso.

— Não seja isso um problema. – diz, encarando o moreno e abraçando seus ombros. – Porque não janta com a gente essa noite, Louis?

— O que? – dizemos juntos, ambos assustados com o convite repentino.

— Maravilha. – minha mãe comemora, batendo palmas com animação. – Esteja em casa sete horas querido. Tem alguma coisa que você gosta de comer em especial?

— Hã... – ele balbucia, piscando.

— Perfeito, vou fazer um bolo de carne especial dos O’Green. – minha mãe anuncia, dando um beijo no rosto do meio-Agreste e me arrastando em direção a porta junto do meu pai. – Nos vemos a noite. Sem atrasos. – ela acrescenta, com um sorriso no rosto ao ver minha expressão.

Só consigo voltar a realidade quando vejo a cara de Marinette ao nossos pais se cumprimentarem antes de irmos embora da delegacia. Ela ri enquanto eu balanço a cabeça com uma careta, me despedindo dos outros e saindo do prédio.

Então é isso que acontece quando seus pais simpatizam com o cara que você gosta?

***

Marinette

— Ok, eu acho que está bem na cara que alguém aqui apoia um possível relacionamento entre sua filha e um desconhecido. – ouço meu pai comentar quando Louis vai embora, apenas alguns minutos depois.

Dou uma gargalhada que não passou despercebida por ele. Fecho os olhos agradecendo aos céus por estar ali, viva, ao lado dos meus pais mais uma vez. Depois de tanta coisa que havíamos passado naquela praia era simplesmente maravilhoso naquele abraço dos dois.

— Eu shippo os dois juntos. – escuto minha mãe dizer com um sorrisinho. – É assim que se dizem atualmente?

— Sim, a senhora está certa. – Laura diz, dando uma gargalhada. – Eles são muito lindos juntos. Se não virarem um casal juro que esgano os dois.

— Não depois de mim. – digo, rindo.

— E de mim. – Nino acrescenta, entrando na nossa conversa com uma das mãos levantada.

— Laura e seu vírus de shippar tudo a sua volta. – Diego murmura, balançando a cabeça. – Parabéns, já estão todos contaminados.

— Pena que meus germes não sobrevivem em você. – Laura rebate, mostrando a língua e nos fazendo dar risada. – O dia que Diego Broussard começar a shippar alguém ou alguma coisa é porque o nosso mundo está no fim.

— Mais um motivo para continuar longe dessa sua mania estranha. – o mexicano retruca, causando um revirar de olhos na brasileira.

Um abrir e fechar de portas vindos do corredor me chamam a atenção, levando meu olhar na direção da pessoa que acabava de sair da sala do delegado. Adrien. Saio do abraço do meu pai com uma troca de olhares. Ele sempre entendia o que eu dizia sem palavras com esse gesto e daquela vez não foi diferente. Me aproximo devagar do loiro, cruzando os braços, um pouco sem graça. Quem diria que eu, a garota que mais odiava aquele traste de olhos verdes, estaria ali, preocupada com ele, me importando com ele.

Apaixonada por ele.

— E então? – pergunto, curiosa. – Correu tudo bem?

— Ao que parece sim. – ele responde balançando a cabeça. – Só estou um pouco preocupado.

— Porque? – questiono, arqueando uma sobrancelha.

— Eles ligaram pro meu pai. – o loiro conta, parecendo tenso. Mordo o lábio inferior, pensativa. – O delegado disse que ele já está a caminho.

— Mas isso não é algo bom? – tento, incerta. – Quer dizer que ele se importa com você, já que vai estar aqui pessoalmente e não enviar alguém no lugar dele.

—  Acredite, eu preferia mil vezes que a Nathalie em pessoa viesse me buscar do que o Gabriel. – Adrien rebate, sério. De repente vejo seu olhar se desviar de mim e parar em outra pessoa. Respiro fundo quando me viro e encontro Diego com o olhar cravado no Agreste. – O que ele está fazendo aqui?

— Oi, pra você também Agreste. – o mexicano comenta, com um sorriso irônico. – Caso você não saiba a Marinette, a Alya e a Kattie também são minhas amigas. Nenhuma delas é exclusividade sua.

— Meninos, eu acho que não é a hora nem o lugar certo para isso. – tento, sendo ignorada quando os dois começam a se aproximar um do outro sem prestar atenção em mais nada ao redor. – Adrien, ele apenas veio aqui ver como eu e as meninas estávamos. Nada mais que isso.

— Me diga Marinette: quanto foi que o garotão aí te pagou para você fingir que está de boa com a cara pálida dele? – Diego me indaga, desviando os olhos na minha direção. – Porque, sinto muito, para alguém como você que não aguentava nem mesmo olhar na cara dele estar se preocupando com seu bem-estar ele deve ter te oferecido uma grana alta.

— Diego, para de falar besteira. – Laura o repreende, se colocando a sua frente e tentando impedí-lo de encostar no loiro. – Você realmente acha que o Adrien poderia fazer uma coisa dessas?

— Desse garotinho de propaganda eu espero qualquer coisa. – o mesmo devolve, irritado.

— Ninguém me pagou por nada aqui. – digo, lhe encarando irritada também. – Diego, por favor, pense no que você está falando.

— Porque é que você tá tomando parte disso Mari? – o mexicano me questiona, sem entender. – Fala sério, é claro que os Agrestes têm concorrentes no mercado, mas não é por isso que alguém iria mandar apagar os dois filhos do concorrente por causa disso. Você não desconfia de nada dessa história?

— Você está insinuando que eu planejei tudo isso só para aparecer? – Adrien diz, avançando alguns passos na sua direção enquanto tentava lhe impedir. – Acha mesmo que eu iria quase morrer apenas para chamar a atenção da mídia?

— Eu apenas joguei no ar, você que está dizendo. – o Broussard rebate, dando ombros.

Isso foi o suficiente para os dois partirem um pra cima do outro e tirarem eu e Laura do caminho com um simples empurrão. Eu nem tive tanto tempo de reagir aquela cena: Diego e Adrien estavam se matando no chão como se fossem dois malucos imitando um MMA amador, ali, no meio da recepção da delegacia. Eu não sei o que teria acontecido se Félix não tivesse aparecido para segurar o irmão mais novo e meu pai tivesse agarrado o Dieguito, separando ambos antes de alguns policias surgirem para apartar aquela briga. O clima ficara tão pesado no pouco espaço entre os dois que aquele silêncio era quase insuportável. Divido meu olhar entre os dois, mas fui mutuamente ignorada enquanto acontecia aquela troca de olhares faiscantes entre eles, pelo menos até conseguir montar uma frase inteira na minha boca.

— Adrien não me pagou nada Diego. Ninguém aqui planejou nada sobre o ataque de Calanque, pelo contrário, fomos todos vítimas nessa história. – esclareço para o mesmo, procurando me manter firme. – Quanto a me importar com ele, não vejo problemas nisso. Ele salvou a minha vida, assim como eu salvei a dele em Calanque. O que existe entre nós aqui e agora é gratidão mútua, independente do que já aconteceu antes. – ele me encara como se ainda estivesse descrente do que lhe dizia. - Sinceramente eu não entendo porque é que você se incomoda tanto assim com a nossa aproximação.

— Eu acho que essa cena já durou o bastante, não acham? – Félix pergunta, encarando todos com um olhar frio. – Já chega dessa picuinha de vocês.

— Ele tem razão. – Laura concorda, segurando o braço do mexicano quando meu pai o solta. – Tenho certeza que vocês podem resolver suas diferenças num diálogo, numa outra hora e num outro lugar.

Abro minha boca para argumentar a favor da brasileira, mas todos somos bruscamente interrompidos pela chegada de uma pessoa que nunca pensei em encontrar pessoalmente: ele. Gabriel Agreste. No mesmo instante percebo os dois irmãos próximos de mim se contraírem que nem dois cachorrinhos que têm medo do seu dono. As longas cicatrizes nas costas de Adrien passam diante dos meus olhos como um flash de uma câmera, me lembrando que aquele homem, o maior designer de moda que eu mais admirava, também tinha seu lado monstruoso. Sinto um calafrio me atravessar quando ele para na entrada junto de uma mulher com uma roupa social, tablet nas mãos, cabelo preso e com finos óculos, olhando na minha direção e na do loiro de olhos verdes ao meu lado. Sem perceber dou leves passos para trás, assustada demais com a semelhança dos seus olhos com os de Félix enquanto ele avança sobre Adrien e lhe envolve num abraço apertado, puxando o filho mais velho no processo. Mal consigo respirar de tanta surpresa diante dos meus olhos. Provavelmente os dois também estavam em choque, porque não conseguia enxergar nenhum movimento vindo de nenhum dos dois.

Observo Gabriel se separar dos filhos e olhar ao redor, sem entender aquele clima pesado no ar.

— O que está acontecendo aqui? – indaga, e sua voz ecoa em todo o ambiente. Prendo a respiração quando o homem encara o mexicano e nenhum dos dois disfarça seu incômodo com o outro.

— Para ser sincero, eu não sei. – Diego responde, olhando uma última vez para mim, parecendo desapontado, e indo embora da delegacia sem olhar para trás novamente.

Nino faz uma careta e abaixa seu boné sobre o rosto, tentando disfarçar o interesse em tudo o que acontecera. A Novaes respira fundo e faz um sinal com as mãos, dizendo que conversaríamos mais tarde, seguindo para a rua, atrás do Broussard, rapidamente. Suspiro, me sentindo mal quando olho novamente na direção do meu designer de moda favorito.

— Você deve ser a Marinette, suponho. – ele diz, me assustando quando vejo que já sabia meu nome antes de me apresentar. Ele estende uma das mãos na minha direção, sem expressão de gratidão ou qualquer sentimento no rosto. – Você salvou o meu filho nesse atentado que poderia ter custado tanto a vida dele quanto a sua. Obrigado.

— N-não fiz nada além do que meus pais me ensinaram. – respondo, me repreendendo por gaguejar ao apertar sua mão com um sorriso envergonhado. Ele apenas assente, virando-se na direção da minha mãe e do meu pai.

— Nesse caso, por favor, aceitem meu convite para jantarem na minha casa esta noite como forma de agradecimentos a família Dupain-Cheng. – Gabriel diz, fazendo meus pais se entreolharem, surpresos.

— Será um prazer senhor Agreste. – dona Sabine responde depois de um tempo, para minha completa surpresa.

— Agradecemos e aceitamos o seu convite. – meu pai acrescenta, apertando os ombros de minha mãe.

— Então está decidido. – o pai de Adrien afirma, olhando para a mulher com o tablet na mão e voltando a me encarar. – Direi para nosso motorista buscá-los mais tarde.

Divido meu olhar entre meus pais, Gabriel Agreste – em pessoa, ali, na minha frente – e Adrien, que parecia ter visto um fantasma de tão branco que estava. Confesso que estava mais que surpresa, eu estava explodindo por dentro. Explodindo de felicidade por visitar a casa do meu designer de moda favorito desde que eu era criança, onde esse “mais que surpresa” se referia ao fato de quão assustada eu estava com toda aquela situação. Era tão surreal que eu não conseguia acreditar de jeito nenhum que tudo aquilo estava acontecendo. Por outro lado, uma pequena parte de mim me dizia que aquilo não iria dar certo. Observo aquela família sair enquanto tentava forçar minha boca a pronunciar alguma palavra sem sucesso algum. Estava perplexa... E confusa também.

Se Adrien falava que seu pai era um monstro por completo, então porque ele se preocupou tanto ao ponto de nos convidar publicamente para jantar com ele? Seria possível Gabriel pensar apenas na impressão exterior, para fingir ser um pai presente?

Suspiro, quando Bridg aparece e começamos a longa jornada de atravessar milhares e milhares de repórteres que queriam tirar uma palhinha do que estava acontecendo.

***

Bridgette

O relógio batia nove da noite quando o jantar de fato havia terminado e alguns dos empregados da casa dos Agreste apareciam para retirar os pratos da longa mesa em que estávamos sentados. Dou um leve aceno com a cabeça para Mandy, e fico feliz ao notar que a mesma ainda se lembrava de mim antes de empilhar alguns pratos e seguir seu caminho para a cozinha sob o olhar inexpressivo de Nathalie. Ah, eu me lembrava daquele olhar. A secretária/governanta da família Agreste podia ser tudo, menos inexpressiva. Uma lembrança distante me vem a cabeça, o dia em que eu, Melody e Mercúrio viemos fazer um trabalho da escola na mansão e Nathalie se oferecera para nos ajudar. Quando a senhora Agreste chegou com uma miniatura de Adrien depois de uma ida ao supermercado com Mandy a bagunça foi geral. Tudo sempre era colorido e engraçado quando Emilie estava no meio. Agora, olhando -ao redor, era como estar em um lugar parado no tempo. Por mais que a mansão não tivesse um grão sequer de pó e estivesse sempre bem iluminada era completamente escura, encostada pelo tempo.

Assim como as pessoas que moravam ali dentro.

Estava brincando com a taça de champagne já vazia na mesa. Eu confesso que me perdi no meio da longa e tediosa conversa de como eram feitas as obras de arte da marca Gabriel enquanto Marinette estava parecendo um cachorrinho com os olhos brilhando atrás de mais um biscoito do seu dono. Eu até entendo que o sonho dela poderia estar se concretizando e tudo mais, porém acho que ela não estava enxergando a gravidade da situação.

Gabriel nunca convidou mais ninguém para entrar na mansão depois da morte de Emilie. Porque isso mudou assim, tão drasticamente? E porque com a nossa família, especificamente?

— Adrien. – o mesmo chama subitamente, me assustando e me fazendo parar de tentar derrubar aquele copo de cristal super caro da família. – Porque você e Félix não mostram a sala de criações para as senhoritas Cheng enquanto converso com os seus pais?

— Isso é sério? – escuto minha irmã soltar, empolgada.

— Não queremos incomodar senhor Agreste. – lhe corto rapidamente, e seu olhar frio parece se alegrar quando para em mim.

— Ora, não é incômodo nenhum Bridgette. – ele responde, me fazendo engolir em seco. Parece se divertir por um pequeno momento. – Caso não se lembre, a sala de criações sempre é aberta para os próximos da nossa família.

Antes que pudesse argumentar sobre não ir até aquela sala Marinette já estava me arrastando atrás dela enquanto Adrien e o irmão dele iam na frente mostrando o caminho. Eu conhecia o caminho, mas minha última lembrança dali era feliz e eu não queria revivê-la, não agora. Bem, tarde demais. Atravessamos o hall de entrada da mansão e adentramos o escritório do Gabriel. Fiquei surpresa ao perceber que bastante coisa havia mudado desde a última vez que pisara ali dentro. Onde antes haviam diversas fotos de toda uma família feliz agora só haviam vários modelos de roupas que Adrien e Félix protagonizavam que estampavam toda uma parede. Na outra parede estavam algumas janelas e estátuas das linhas femininas que mais fizeram sucesso em todo o mundo, com direito aos desenhos originais do pai dos loiros em tamanho real atrás. Do outro lado do escritório tinha uma mesa digital enorme com uma pintura de três metros da senhora Agreste. Era uma verdadeira obra de arte: captava a essência do que um dia fora Emilie. Minha admiração me leva até mais perto, me levando a tocar naquela pintura para tentar alcançar aquela mulher que era tão especial, de tentar voltar aquela primeira vez que parara naquele escritório para conversar com Félix e da nossa “mútua-declaração-mortal”, como Melody havia batizado. De tentar voltar, ainda que por míseros segundos, aquela Bridgette que só queria o melhor pra família e se formar em Gastronomia.

De repente sinto meu coração acelerar quando meus dedos encostam em algo desnivelado. Aperto meus olhos quando vejo um pequeno detalhe daquela pintura estar em 3D, não escondendo minha curiosidade. Se aquele quadro era pra ser uma homenagem dessa proporção – em alto relevo, como dizem, não é? – então porque o resto da tela estava uniforme?

— ... Você não vem Bridg? – a voz de Mari me chama, me trazendo de volta para aquela visita forçada. Ela e Adrien estão na porta entreaberta. Félix não estava em lugar nenhum do escritório. – O Adrien nos convidou para uma partida de Ultimate Mega Strike 3 lá no quarto dele. Vamos lá dar uma olhada.

— Por mais tentador que seja sua proposta, não Adrien, obrigada. – digo, com um mínimo sorriso. – Eu... Quero ter mais um tempinho para admirar a arte daqui, se é que me entende.

— Claro. – o mesmo diz, assentindo com a cabeça. – Bem, a casa é sua. Qualquer coisa estamos lá encima. Primeira porta da escadaria, a direita. – ele orienta, dando uma piscadinha cúmplice pra mim e não contenho uma careta.

— Juízo vocês dois. – aviso, com um sorriso. – Não quero virar titia tão cedo.

Com uma careta vermelha e envergonhada de Marinette e uma risada maliciosa do Agreste mais novo as portas se fecham, me deixando sozinha mais uma vez naquele escritório enorme. Estreito os olhos, procurando algum sinal de alguma câmera escondida em um daqueles moldes de fotografias dos dois irmãos, mas não consigo identificar nada. A mesa digital era o ponto forte de toda aquela mansão, desde segurança até abertura de passagens secretas e coisas escondidas por aí. Talvez, se eu conseguisse abrí-la, poderia encontrar algumas respostas. Porém, assim que coloco uma das mãos na mesa o celular em meu bolso vibra e a porta do escritório se abre. Me afasto imediatamente com a mão sobre o bolso na calça que estava usando, me repreendendo no mesmo instante que vejo o loiro dos meus sonhos entrando no cômodo. Félix fecha as portas e as tranca, se encostando na mesma com os braços cruzados e me fuzilando com seus olhos azuis gélidos. O vibrar insistente da ligação me faz suspirar, irritada. Annabeth podia me ligar depois, como eu tinha pedido, não no meio daquele jantar.

— Porque não atende? – o mesmo me questiona, quebrando o silêncio ensurdecedor que nos rodeava. Está frio, tão gélido quanto o iceberg que afundou o Titanic. – Aposto que seus superiores estão loucos atrás de informações de você.

— Para a sua informação, já conversei com Annabeth. – respondo, pegando meu celular e ignorando a chamada na tela. – Ela sabe que estou bem, isso que importa.

— Ela também sabe que foi por sua culpa que aquele atentado aconteceu em Calanque? – o loiro rebate, ácido. Suspiro, descendo as escadas e me aproximando de onde o mesmo estava. Ele não desvia os olhos de mim e muito menos eu o faria. – Não se aproxime mais. – ele diz, com a voz levemente trêmula e que não passa despercebida por mim.

— Porque? – lhe desafio, com a cabeça erguida. Caminho lentamente até onde o mesmo está parado e lhe observo recuar, sem desviar o olhar. Não contenho um sorriso.

Você já me intimidou muito até agora. É a minha vez de te dar o troco.

— Acha que eu posso tentar te matar, aqui, dentro da sua própria casa? – comento, sarcástica. – Engraçado, dentro do escritório do seu pai seria tão sem graça. Porque não vamos lá fora? Talvez no seu quarto? – sugiro. - Seria mais divertido.

— Não brinque com a minha paciência. – Félix alerta, estreitando os olhos quando paro a sua frente. Estamos a um braço de distância do outro e mais do nunca podia ver o ódio brilhando no azul de suas íris, mas agora junto de outra coisa. – Será que vou precisar te colocar no seu lugar de novo Cheng?

— E qual seria o meu lugar – pergunto, baixando minha voz. Se é guerra que você quer, é guerra que você terá. — Agreste?

— Pra fora da minha casa. – responde, cuspindo as palavras com um desprezo tão falso que pôs fim ao resto de paciência que ainda tinha.

Tento agarrar seu braço, mas para minha surpresa ele é mais rápido e imobiliza meu braço, torcendo-o e o jogando nas minhas costas. Lhe acerto uma cotovelada com o braço livre e me solto de sua manobra, lhe aplicando uma rasteira pouco produtiva. Félix me dá um empurrão e me desequilibra nos pequenos degraus no meio do escritório, avançando em cima de mim e tentando me dar um mata-leão. Agarro seu braço, flexiono os joelhos e com um puxão jogo seu corpo para minha frente, me libertando do seu golpe quase bem aplicado. Prendo seu braço acima de sua cabeça me sentando sobre seu tórax e pisando com força em sua outra mão.

— Você sabe que eu sempre fui melhor em artes marciais do que você. – comento, com um ar convencido. O loiro solta um grunhido pouco amigável e suspira, irritado. – Eu não levei ninguém para aquela praia Félix. Antes de sair de Paris falei com Annabeth e ela me assegurou que não tinha ninguém nos seguindo daqui até o litoral. Eu mesma me certifiquei de que não estávamos sendo seguidos até sairmos da capital. – revelo, jogando a franja para o lado, ofegante. – A única hipótese, que eu acho mais certa no momento, é que temos um espião entre os amigos do seu irmão e da minha irmã.

— Um espião? – ele repete, dando uma gargalhada. – Isso é ridículo Bridgette. Eu conheço todos os amigos do Adrien, ninguém ali é suspeito. – conta, tentando se levantar, mas eu o empurro de volta para o chão. – É mais provável que seja uma das amigas da sua irmã.

— Eu convivo com elas desde a nossa missão com a Surveillance e acredite – devolvo, balançando a cabeça com uma careta. – elas são e sempre serão mais confiáveis do que muita gente por aí.

— Eu adoraria ficar aqui, discutindo quem é mais e menos provável ou leal a nossa confiança com você encima de mim, e confesso que seria bem interessante de se ver, mas isso não é problema meu. – o Agreste solta, com um sorriso arrogante. – Agora, por obséquio, você poderia me soltar?

— A Rainha do Estilo está por trás disso Félix. – confesso minhas suspeitas, me deixando estremecer por um momento. – Eu sei que é ela. – repito, lhe encarando com uma intensidade que há anos não me lembrava de usar. – E você sabe tanto quanto eu que ela não quer vingança apenas de mim, mas de você também. Você sabe que precisamos encontrar as 2 peças que faltam antes dela.

— Não quero me envolver nisso. – ressalta, firme. Suspiro de raiva e esfrego meu salto alto na palma de sua mão. – Bridgette, não. Não vou arriscar a minha vida de novo por sua causa.

— Então o faça pelo Adrien. – proponho, fazendo-o desistir de tentar se livrar de mim. – Não estou implorando que nós reconstruemos nossa história e o que vivemos. Estou implorando que me ajude, mais uma vez, a solucionar tudo isso. Com as 2 peças que faltam sendo vigiadas pelo Governo será quase impossível daquela corja mafiosa conseguir o que querem. Podemos finalmente fazê-la pagar por tudo o que cometeu.

Eu podia sentir o grito de vingança começando a subir pela sua garganta e uma oportunidade a ser alcançada. Com um suspiro, afrouxo minhas mãos e o solto, me levantando do seu abdomên. O silêncio, antes incômodo, agora me trazia esperança. Com sua ajuda, ainda que contrária a sua vontade, nos dava uma certa vantagem.

— Eu vou me arrepender amargamente disso depois. – o escuto dizer nas minhas costas. Prendo a respiração inconscientemente. Longo e pesado suspiro. – Qual é o seu plano Cheng?

— Juntar o máximo de informações e ligar os pontos. Se a Rainha do Estilo está mesmo por trás desse atentado, temos que saber quem a ajudou a entrar em Calanque. – respondo, lhe encarando por cima do ombro. – Essa é a primeira parte do plano.

— E a outra parte? – o loiro questiona, enquanto viro para lhe ver.

— A outra parte é dividir e conquistar. – digo, pegando o celular em mãos. – Bem-vindo a nossa equipe.

***

Louis

Eu estava acabando de chegar em casa, ou melhor, na casa do meu avô no centro da cidade. Era aproximadamente onze da noite porque eu viera andando da rua dos O’Green até ali – de propósito, é claro – para pensar em tudo o que evoluíra entre Kattie e eu. Jamais iria pensar que depois de anos encontraria a garota de uma antiga memória de infância e me apaixonaria de verdade por ela, assim, tão rápido. Enquanto subia as escadas do prédio de ioga até onde ficava a casa do meu vô, recapitulava tudo mentalmente.

— Estava tudo maravilhoso senhora Grace, muito obrigado pelo convite. O bolo de carne, o molho branco, a sobremesa, estava tudo uma delícia. – digo, enquanto a mesma começava a tirar os pratos com o pai de Kattie. – Tem certeza que não precisa de ajuda na cozinha?

— Mas é claro que não. – a mulher responde, me assustando com a semelhança que ela e Kat tinham de perfil. – Visita não lava louça, faço questão.

— Não contrarie essa O’Green aqui. – Paul me adverte, dando uma piscada e indo atrás da esposa. – Quando lhe contrariam, sai de baixo!

— Pai, não seja tão exagerado. – Kattie o repreende, balançando a cabeça com uma careta. – Falando assim até parece que a mamãe vira um monstro de sete cabeças.

— Não estou dizendo? – ele continua, começando a rir quando as duas lhe mostram a língua. – É o sangue.

Eu e a ruiva dos olhos mais lindos do mundo estávamos terminando de arrumar a mesa na sala de jantar quando os dois finalmente sumiram da nossa vista. Olho para a mesma, concentrada no que estava fazendo. Ela estava belíssima: não sei dizer ao certo se era por conta do cabelo liso caindo em seu rosto, se era pela camisa azul turquesa que estava usando ou se era eu que estava cada vez mais apaixonado por aquela garota. Deveria estar muito na cara o que estava sentindo porque ela mal conseguiu me encarar nos olhos de um jeito sério.

— Você parece um bobo senhor Yaosaka. – brinca, dando um sorriso de lado. – Porque essa cara de cachorrinho que sentou na frente da padaria?

— Porque você é o meu sonho com açúcar. – respondo e nós dois rimos.

— Ok, essa foi a pior até agora. – ela comenta, balançando a cabeça.

— Ah, para. Você não precisa ouvir essas cantadas ultrapassadas para ficar caidinha por mim. – provoco, mostrando a língua. A observo revirar os olhos, sem tirar o sorriso do rosto.

— Você está ficando muito convencido, isso sim. – Kattie retruca, terminando de estender a toalha de mesa. De repente vejo seus olhos escurecerem um pouco. – Você já vai?

Abaixo a cabeça, enfiando as mãos nos bolsos da minha jaqueta.

— Já está tarde, não quero mais atrapalhar vocês. – digo, solemente. – Além disso, você precisa passar um tempo com seus pais depois de tudo o que aconteceu. Foi um susto e tanto pra eles, acho que vocês merecem.

A ruiva ainda tenta me contrariar, mas a silencio com um abraço apertado. Não conseguia acreditar que tanta coisa em menos de vinte e quatro horas tinha acontecido com nós dois e os outros. Só de senti-la ali, entre os meus braços, o alívio me dominava. Ela sabia que eu estava certo, mesmo não querendo dar o braço a torcer pra isso. Vou até a cozinha e me despeço de Grace e Paul, demorando uns vinte minutos para despistá-los e conseguir ir acompanhado de Kat até a porta. Dou um último aceno para os O’Green e em seguida encaro a garota a minha frente. Já passavam das dez e meia, e o movimento da rua do restaurante já não estava mais tão agitada como antes. Estava frio agora, talvez mais tarde até pudesse chover, porém naquele momento eu não estava ligando para nada daquilo.

— Obrigada por ter vindo. – ela solta, falando baixinho. – Meus pais não paravam de falar um instante desde que saímos da delegacia mais cedo. Acho que eles estão empolgados demais com uma ideia preciptada de algo rolar entre a gente.

— “Uma ideia preciptada”? – repito, arqueando a sobrancelha. – Não acho que seja algo preciptado.

— Não? – Kattie balbucia, sorrindo de canto. – Então isso quer dizer...

— O que você acha que quer dizer? – lhe indago, sem desviar meus olhos dos seus. Ela solta uma gargalhada nervosa quando me vê mais próximo e não evito rir também.

— Então nós realmente estamos...? – começa, sugestiva e um pouco duvidosa. Inclino a cabeça para o lado, sorrindo de canto. – Oh. Meu. Deus. 

Antes que mais alguém dissesse algo encurto o espaço entre nós com um beijo. Para minha surpresa ela é mais rápida do que eu, agarrando meu pescoço com ambos os braços e retribuindo meu gesto, parecendo explodir de felicidade. Era a segunda vez que nossas bocas se encontravam, mas parecia que se encaixavam perfeitamente há muito tempo. Não sei explicar, é tipo aquela história clichê que muitos vivem dizendo por aí: “parecia que éramos de fato o par perfeito um do outro”. Bem... Eu estava certo de que realmente éramos e agora eu não duvidava de nada mais. Me afasto daquela ruiva que me encantava todas as vezes que lhe olhava e seguro seu rosto com minhas mãos. Podia ver em seus olhos que ela sentia o mesmo por mim em todos os sentidos possíveis.

Não haviam mais dúvidas.

Aquela era a mulher da minha vida.

— Eu queria ficar mais. – lamento, deslizando meu polegar em sua bochecha. – Para compensar minha ida tenho uma proposta para te fazer.

— E qual seria senhor Yaosaka? – Kat me pergunta, interessada. Suspiro levemente.

— É uma surpresa. – conto, rindo. – Aguarde minhas instruções mocinha.

— Você sabe que eu sou muito ansiosa. – ela insiste, fazendo um biquinho. – Não é justo.

— Prometo que não demorarei a te mostrar. – respondo, lhe beijando levemente de novo. – Até amanhã senhorita Ferrugem.

— Até amanhã senhora tartaruga ambulante. – rebate, enquanto nos separamos. – Que meu cavalheiro tenha uma ótima noite de sono pensando em mim nesta noite. – ela me deseja, brincalhona. Lhe lanço um beijo e faço uma reverência exagerada esperando a mesma entrar nas risadas.

Assim que giro a chave na fechadura e a porta se abre percebo que meu vô não estava sozinho. Me repreendo mentalmente quando vejo que estou interrompendo alguma reunião importante ou coisa do tipo com pessoas que não conheço. Porém, assim que olho um pouco mais para o lado, reconheço na hora algumas figuras que não faziam sentido algum estarem ali. Duusu, Trixx, Wayzz, e todos os outros que estavam na viagem do dia anterior estavam ali dentro.

— Wayzz? Plagg? Tikki? – solto, fechando a porta e encarando os mesmos confuso. – Até você Tuggi? O que vocês estão fazendo aqui?

— Eu pensava que você tinha dito que ele iria demorar mais um pouco a chegar Niakamo. – uma mulher morena, de olhos verdes intensos e com um sotaque britânico resmunga para o meu avô, parecendo um pouco irritada com a minha chegada.

— E eu pensei que ele viria mais tarde mesmo. – ele responde, me encarando com um suspiro. – Porque voltou mais cedo Louis?

— Eu... – balbucio, estreitando os os olhos. – Queria deixar a Kattie aproveitar os pais depois do atentado em Calanque. – explico, me aproximando do chinês. – O senhor pode me explicar o que está acontecendo?

— Na boa, garoto? – Plagg solta, esfregando o rosto. – Acho que é melhor você ficar sem saber. É muita informação para sua cabecinha.

— Não fala assim com ele. – Wayzz o repreende, cruzando os braços para o irmão. – Louis merece saber o que estávamos falando.

— Não acho que seja necessário envolver mais gente nisso. – Trixx resmunga, desviando o olhar do moreno parecido com um dos melhores amigos de Adrien.

— Quanto mais gente para ajudar melhor, afinal é sempre bom ter mais cabeças funcionando num labirinto igual a esse. – Tuggi comenta, sentada no velho sofá com estampa chinesa do outro lado da sala onde sua irmã gêmea, Nooroo e Lily também estavam sentados. – Não concorda Mestre Fu?

— “Mestre Fu”? – repito, sem entender mais nada. – Vô, fala o que está acontecendo.

— Niakamo. – o outro sujeito que eu não conhecia e que até agora não havia dito nada fala em voz alta e todo mundo é mergulhado no silêncio. Era um cara alto, sério e assustadoramente me lembrava do meu tio Gabriel Agreste. - Diga a verdade ao seu neto. Ele pode nos ajudar na nossa missão.

Entre alguns resmungos dos outros e daquela mulher de olhos verdes meu avô me chama para sentar ao seu lado. Eu não estava entendo nada daquilo e a cada segundo tudo se tornava ainda mais estranho.

— Eu vou te contar tudo, mas você precisa me prometer que ninguém mais irá saber o que lhe direi. – ele diz, com uma severidade que há tempos não lhe via usar.

— Eu prometo. – digo, com o coração acelerado. Ele dá um suspiro profundo. – Mas... O que é assim tão importante?

— Tudo começou com a Aliança. – me responde, com um tom distante.


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