Cat Twins escrita por Jessmee


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que esse capítulo transmita todo o sentimento e ligação forte que compõem essa família. ♥



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A noite era fria e chuvosa, o céu escuro assustava qualquer um com os relâmpagos e trovões que o enfeitava. Mas talvez os trovões estivem lá por algum motivo, pois bem ali naquela cidade, em uma das ruas mais lotadas de lá, havia um som mais assustador do que o dos trovões... o grito de uma mulher que parecia estar sendo assassinada lentamente. Os trovões e a chuva haviam feito da rua mais movimentada, deserta pouco antes dos gritos começarem e a pobre mulher e o homem que estava com ela agradeciam aos céus por isso. Apesar da dor, do sofrimento, do medo, dos gritos e do cenário nem um pouco bonito... bem ali, naquela casa bem no fim da rua, algo maravilhoso acontecia. Duas vidas estavam chegando naquela noite, duas vidas muito desejadas e já tão amadas. O homem se chamava Dylan, ele havia treinado isso a meses, todos os dias. Dedicara os últimos oito meses e meio apenas para isso, desde que soube que sua amada Liz estava esperando uma nova vida e se dedicara ainda mais ao saber que não era uma vida e sim duas, dois anjos que até então apenas apareciam em seus sonhos. Sua amada Liz não era humana como ele, ela não pertencia ao mundo dele, ao mundo que estava naquele momento... ela era uma fugitiva do mundo dela e ninguém fora daquele mundo poderia entender a historia de ambos e muito menos ajuda-los quando o momento chegasse, sabendo disto, Dylan dedicou seus oito meses direto a aprender sobre a gravidez de sua amada, do principio ao fim para poder cuidar dela e dos anjos que estavam vindo esta noite, a noite que mudaria a vida deles.

                Liz gritava e se contorcia, sentia como se estivesse sendo partida ao meio, como se estivesse sendo rasgada, como se sua barriga estivesse sendo socada por dentro e por fora, era horrível, terrível. Nenhuma das meditações, ginásticas, respirações, livros e aulas poderiam prepará-la para aquele momento. E ela que sempre se achou tão forte e resistente, sempre teve certeza que nada nunca conseguiria derrubá-la, principalmente enquanto o amor de sua vida estivesse bem ali do seu lado, porém naquele momento nem mesmo ele conseguia acalmá-la e isso só a apavorava mais e mais.

— Liz! Liz, meu amor, por favor por favor olha pra mim! Me escuta meu anjo, por favor, por nós... nós quatro. Você é forte, sei que é, sabemos que é. Lembre-se de tudo que treinamos, estudamos, nos preparamos. Eu preciso de você meu amor, preciso que seja forte por nós quatro agora! – Ele dizia segurando sua mão esquerda, Dylan beijou a mão de Liz demoradamente e então a soltou, tomando seu lugar no pé da cama e se preparando para ajudar sua amada a trazer seus tesouros para o mundo.

                A tempestade havia levado a luz embora e o que lhes restaram foram velas e lanternas para iluminar o quarto, ele estava nervoso e tentava se acalmar, estava morrendo de medo também de errar a qualquer momento, afinal a vida estava em suas mãos e não era a vida dele. Ela gritava, se agarrava nos lençóis, se contorcia de dor. E ele? Ele sentia cada grito dela como uma facada bem no peito, atravessando seu coração. Elas não vinham. Apesar de toda a dor que ele via sua mulher passar, não havia sinal daquelas que estavam causando a dor. Ele fazia todos os procedimentos que tanto estudou... começou a ficar menos confiante, talvez toda a teoria estudada não valeria de nada com a falta de pratica dele. Ele já estava se desesperando, estava aceitando a idéia de que não conseguiria. Até que aconteceu.

                Ele estava impressionado e logo ela também ficou. Foi o momento mais incrível de suas vidas, apesar de todas suas aventuras e todos os acontecimentos passados, nada, absolutamente nada chegava aos pés da magia daquele momento. Fora incrível a forma como a primeira delas agarrou o dedo dele enquanto ele tentava tira-la dali, quando estava se desesperando novamente, aquela mãozinha foi como uma carga de força e confiança absurda. E foi nesse momento que ele teve a total certeza que elas eram realmente especiais. Ele enrolou a primeira em uma toalha violeta e delicada e a colocou em um pequeno berço ao lado da mãe, que a olhou e sentiu as dores sendo deixadas para trás. A pequena por outro lado gritava, chorava, berrava. Eles se preocuparam com os gritos da pequena, mas agora tinham que se preocupar primeiro em tirar a segunda o quanto antes.

                E ela saiu, não como a outra, não agarrou o dedo do pai, não saiu berrando. Eles não gostaram disso, ela estava tão calma, imovel... parecia... parecia... não. Ela abriu os olhos, se moveu um pouco e soltou um gemido. Ela estava viva, porém, tão tranqüila quanto uma criança adormecida. A irmã ainda gritava enquanto o pai enrolava a segunda pequena em uma toalha azul tão delicada quanto a violeta. Ele a colocou ao lado da chorona, que parou de chorar no mesmo instante e essa foi a vez da mãe se impressionar e ter a certeza de que elas eram realmente especiais, não uma, nem a outra. Mas as duas, as duas juntas como estavam bem ali na sua frente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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