Inesperado escrita por Elisianes


Capítulo 5
A Surpresa


Notas iniciais do capítulo

OLLAAA.
A sumida aqui voltou. E voltou com mais um cap lindo pra vocês se saciarem. ♥
Espero que gostem. Até o próximo. :*



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Após a conversa com Sakura, fico estranhamente ansioso o resto do dia. Tentei me desvencilhar de tamanho nervoso ajudando no que podia Shizune e sua equipe e de Sakura, mas estava difícil. Nem mesmo o meu precioso Icha Icha estava ajudando, o que já estava sendo frequente. Então, dadas circunstâncias e a hora já chegando a noite, resolvo partir pra casa. Afinal, não me atrasaria hoje. Sakura com certeza estava descrente com isso, pois nunca cumpri minhas promessas de: “Não me atrasarei”. Mas incrivelmente hoje, não sinto nenhuma vontade de me atrasar.

 –Shizune, já estou indo. Amanhã apareço pela manhã pra ver o andamento de tudo. Boa noite. 

—H-Hai. Boa noite K-Kakashi-sama.

Shizune corou com meu simples comentário, estava começando a acreditar que ela estava realmente interessada em mim. Infelizmente, ou felizmente, não estava interessada nela. Nunca estive interessado em nenhuma mulher, na verdade. Tive minhas poucas aventuras, mas nada sério. Minha vida de shinobe não me permite ter esse tipo de relacionamento. Mesmo que hoje em dia eu acredite no poder do laço, acho ainda, perigoso você ter uma família no meio de um mundo onde o simples fato de você amar uma mulher é perigo de vida pra ambos. 

—Isso é complicado. - penso comigo mesmo indo em direção ao meu apartamento.

Ter essas convicções é totalmente contrário aos sentimentos que estou andando sentindo ultimamente. Sakura começou a mexer comigo de uma forma muito diferente. Que eu nunca imaginaria que aconteceria. E eu preciso mais que nunca tentar me controlar e pôr meus pensamentos no lugar. Mas algo me diz que a noite de hoje não me ajudará nem um pouco com isso.

Chego logo em casa e vou direto pro banho. Sempre sou lento demais pra fazer as coisas, esse é meu costume pra poder atrasar. Se não me atraso o suficiente em casa, arrumo alguma coisa no meio do caminho pra poder me ajudar nisso. Na maioria as vezes, ir ao memorial de Obito é o que me ajuda bastante nesse quesito. Lá eu perco a noção da hora. Mas hoje, bati meu recorde. As 19h50 eu começo a me dirigir a casa da Haruno. Estava diferentemente alegre. Ando por breve dez minutos e toco a campainha. Não demorou muito ouço o grito abafado vindo de dentro da casa pequena, por Sakura. Se eu conheço bem a ex aluna que tenho, ela aparentemente está surpresa. 

Ela abre a porta devagar, parecendo está torcendo que seja todos, menos eu. Sabia que ela não levaria fé quando disse que não me atrasaria. Com os olhos fechados indicando meu habitual sorriso, a cumprimento:

—Yo! Sakura-chan.

Ela parece nervosa. Fala rapidamente as palavras e me deixa entrar na casa sem nenhuma reverência. Afinal, isso quase não existia mais entre a gente. A observo indo sentar no sofá seguindo-a com o olhar até a cozinha. Ela está com um coque mal feito a cima da cabeça, o que a deixou linda, mas mostra que ainda não tinha acabado de se arrumar, e a comida ainda fervendo na panela em cima do fogão era outra prova disso, não resisto o momento e brinco.

—Parece que hoje quem se atrasou foi você.

Ela pareceu se abalar por um momento, dada o visível desconforto, com certeza devida a situação aparente respondendo abruptamente, pedindo pra eu olhar o processo final do cozido partindo logo após em disparada pro quarto. Eu rio com a cena. Parece que não é só eu que não estou indiferente com tudo isso. Sakura não é mais uma criança. Só sei, que desde um tempo antes de hoje, algo mudou. E mudou pra melhor. Mas não forçarei nada, mesmo não sendo mais sensei e aluna, tivemos um longo e ótimo relacionamento antes de sermos simples shinobes que trabalham juntos. Chego em frente ao fogão e vejo o cozido, estava quase pronto, não tinha muito o que fazer, mas o cheiro vindo da panela estava muito bom, então peguei uma colher de madeira em uma das gavetas do armário da cozinha e fui prová-lo. Estava muito concentrado naquilo, e quando acabara de deliciar o maravilhoso jantar, ouço Sakura, e olhar pra ela me desestabilizou tanto que deixei cair a colher de madeira dentro da panela, respingando alguns pingos generosos em minha mão e roupa. 

“Droga!”

 Aquilo estava doendo. Rapidamente Sakura toma partido, desligando o fogo e me direcionando a sala e começando de imediato me curar. Ela parecia meia aborrecida, me dando um pequeno sermão.

“Como ela está linda!”

Foi culpa sua! Estava com seus cabelos secos e soltos, sem o avental podendo mostrar mais abertamente seu vestido comportado, mas, ao mesmo tempo, que revelava bem suas proporções. Chamando muito minha atenção. Mas no fim, foquei no que realmente importava no momento, eu vi que ela estava certa, Sakura não podia ficar me curando sempre. Então, me desculpei a olhando com intensidade, ignorando o fato de que sua beleza me desarmou. Nem eu sabia ao certo o que estava acontecendo, só sei que queria está exatamente onde estava e com ela. Só com ela. Demonstrava carinho, mas temia que também desejo. O que logo me recriminei. Mas por um curto momento, pude ter a impressão que ela disse algo.

 “Meus? O que ela quer dizer?”

 Saber eu não sabia ao certo, mas dado momento intenso de nossas trocas de olhares, poderia deduzir que ela estaria se referindo a isso, mas perguntaria em outra ocasião, talvez. Acaricio o dorso da mão dela amorosamente. Nem eu sabia direito o por quê que estava fazendo aquilo, mas na minha cabeça coloquei que era na intenção de agradecimento por ter me curado mais uma vez. Mas na verdade, eu simplesmente somente queria fazer aquilo. Acariciá-la. Sentir sua pele na minha. Quente. Macia. Acolhedora.

De repente ela muda sutilmente sua expressão. E eu já imaginei o que se trataria. Com certeza, não perderia a oportunidade de pedir o que devo a ela nesse jantar. E eu, particularmente estava decidido em me revelar hoje. Estava na hora. Sakura não mantinha segredos comigo. Então, nada mais justo que eu também não. E um dos meus maiores segredos é, o que tem por debaixo daquele pedaço de pano no meu rosto. 

Logo ela me chamou pelo nome e eu entrei em negativa, deixando-a sem entender. Sem me demorar muito, continuei. Eu sabia o que queria; “A” surpresa. E se ela queria tanto isso, igualmente como eu, eu daria a ela. E esperava ansiosamente que o resultado daquilo não fosse ruim. Ela se aborreceu por um momento, e eu mantive o tom descontraído.

 –Eu já sei o que você vai dizer.

Ela negou. Obvio que negaria. Ela sempre faz isso. Mas sabe melhor que eu mesmo que eu a conheço muito bem. Então, continuei.

 –Te conheço, Sakura. Sei o que você quer. - pauso por uns poucos instantes—Eu vou te mostrar a surpresa, mas no jantar.

 Ela me observou por uns instantes e logo após se levantou vagarosamente se desfazendo mais devagar ainda do toque ainda existente de nossas mãos e se pôs a andar até a cozinha, parando antes pra poder me impor que a ajudasse. Eu como bom visitante e amigo, me levantei e fui em sua direção.

 Não tinha muito o que arrumar. Sakura deixara mais ou menos tudo em ordem pra que na hora que fossemos jantar estivesse tudo no esquema. Fui em direção a panela, mas ela logo me impediu com um dos braços posicionado a cima do meu peito me fechando. O toque poderia ser simples, despretensioso, mas foi suficiente pra que o calor corporal mexesse com ambos.

—Nada disso, sensei. Você já se queimou com isso hoje. Não deixarei que isso se repita. Vá pegar os pratos, estão separados na parte direita do armário no superior. Eu cuido da panela. É mais seguro. Pra nós dois.

 Disse ainda cuidadosa comigo mas em tom zombeteiro, e visivelmente, tentando se manter firme após o contato.

—Se insiste. Doutora.

 Ela me olha em recriminação falsa, e eu sorrio por debaixo da máscara ignorando-a e pegando os pratos onde ela dissera estar. Eram simples, mas de uma delicadeza imensa, tinham no fundo desenhos de Sakuras, o que me chamou mais atenção. 

—Ora. Seus pratos têm desenhos de cerejeiras. Isso é de certo modo cômico, “Sakura”.

 Disse seu nome com mais ênfase, e saberia que ela entenderia a referência, mas como sempre, se fez de desentendida.

—Ora!- disse zombeteira-Por que? - disse sorrindo pra mim

 –Sakuras?

 –É o meu nome, sensei. - ela sorrir mais abertamente-O motivo pelo qual eu comprei o jogo de pratos foi exatamente por isso. Combinou comigo!

 Disse piscando pra mim ao mesmo tempo que colocava as luvas térmicas pra pegar a panela ainda quente. Eu concordo com um meneio de cabeça simpático e coloco os pratos um de frente pro outro na mesa.

—Pode pegar o descanso de panela, por favor? Está na segunda gaveta do armário.

 Pego e sinalizo a ela perguntando se era aquilo, recebendo logo uma concordância com a cabeça.

 –Põe no centro da mesa pra mim, por favor.

Obedientemente, faço. E vejo ela pedindo licença já com a panela em mãos indo em direção aonde eu estava a instantes atrás.

 “Eu bem que me acostumaria com isso.”

Esse pensamento é inadequado Kakashi, foco. Me recrimino imediatamente. 

Assim que ela termina de colocar a panela, retira suas luvas e pendura em cima do fogão, retorna logo depois convidando a me sentar. Ela voltara a ficar nervosa, talvez pelo fato de eu ter dito que revelaria meu segredo agora. Comer sem a máscara na frente dela sem que ela me visse seria algo um pouco difícil e cansativo, e já que já tinha me decidido que mostraria meu rosto, não haveria sentido o trabalho pra me esconder nesse devido momento.

—Bom…

—Sim.

 Esperava atentamente pelas suas ações. Ela estava ansiosa. Lindamente ansiosa.

—Antes ou depois do jantar?

 –Antes.

 –Então… Posso lhe perguntar agora, neh? - Aceno risonho com a cabeça positivamente, vendo ela sorrir curiosa com meu positivo—Qual seria a tal surpresa, Kakashi? Eu não aguento mais de ansiedade. 

—Eu sei! - Disse sarcástico, recebendo um sorriso nervoso da médica na minha frente e continuo. -Eu pensei muito. E dado todo acontecimento dos últimos tempos, vendo que nossa amizade e companheirismo aumentou gradativamente, não vejo motivo de ter esse segredo com você. Pois a surpresa nada mais é que a revelação de um segredo meu.

 –Oh! - disse com as mãos nervosas perto da boca, pela admiração da tal “revelação” feita.

 Ela estava atenta a tudo que eu falava, e eu estava achando isso tudo muito engraçado. Eu poderia rodear mais um pouco, mas acho justo ser direto, visto que desde criança vem tentando ver-me.

—Desde muito nova você sempre quis ver meu rosto. - Ela arregalou seus olhos surpresa – Naruto e Sasuke sempre vinham com você quando eramos o time 7 elaborando planos e planos pra poder ver como eu sou, mas nunca puderam conseguir tal ato. - disse sorrindo, satisfeito. - Mas depois de todos acontecimentos, que você já sabe quais são, eu propus essa surpresa na condição que você ficasse feliz, alegre, e não pra baixo como você estava, e você cumpriu. No começo, confesso, não iria cumprir com minha promessa. - pude ouvir quase um balbuciar de um: “Como sempre, sensei!”, mas poderia ser só coisa da minha cabeça. - Mas, em todos os treinos via sua melhora, no quesito social falando, e sua ansiedade e curiosidade com o que eu reservava pra você. E algumas outras coisas no decorrer dessa semana me levaram a decidir que cumpriria isso. - esse final acentuou a curiosidade da moça - Você sempre é muito transparente comigo, Sakura. Se abre quando está triste, desabafa quando está rancorosa. E acho justo você saber mais um pouquinho de mim, mesmo que fisicamente falando. Já que nunca dividi nada tão íntimo contigo, diferente de você comigo. Mas você sabe, é o meu jeito. - Ela concorda com a cabeça com um sorriso sincero. - Pois é isso!

 Continuou quieta, com olhar atento a todos os meus movimentos. Eu não esperava que ela falasse, pois, com certeza, era algo muito surpreso pra digerir e dizer algo de cara. Então, entendi a deixa quando ela meneou a cabeça como se dissesse: “Pode continuar, estou esperando.”

 E foi exatamente o que eu fiz.

 Devagar, levantei uma das mãos em direção a minha máscara, e mais devagar ainda fui abaixando. Ela me olhava cada vez mais se aproximando em minha direção se debruçando sobre a mesa. Seus olhos quase pulando do rosto e sua boca cada vez mais entreaberta. O brilho que suas esmeraldas emitiam eram hipnotizantes. E me permiti me perder neles por um momento. Percorro meus olhos por toda extensão de seu rosto, findando minha revelação, parando em sua boca, reparando um pequeno sorriso de satisfação. Tímido. Mas lindo. Me permiti sorrir também. Foi quando ela se pronunciou pela primeira vez depois de todo discurso.

 –Kami-sama! - ela disse olhando ainda com os olhos brilhantes e a boca aberta.

 –O que foi, Sakura? 

—Você … Você é lindo! - disse mais num sussurro tímido, mas por conta da quietude da casa e nossa considerável proximidade eu escutei muito bem.

 –Obrigado! - disse com um sorriso nada discreto, e com certeza, nada comportado.

 Não sei o motivo, mas sempre quando estou ao seu lado, me tira do sério, e minhas ações ficam desesperadas, sem controles quando o assunto é ela. Mas devo me controlar. Além de ser minha ex aluna, é minha dupla de missões e ainda por cima, amiga.

 “Vamos com calma, Kakashi!” 

Ficamos em silêncio por um tempo. Sakura estava nervosa, sem graça e envergonhada com suas maçãs do rosto vermelhas. Não pude deixar de, mais uma vez, ser traído pela minha mente e soltar um riso baixo. Aquela cena estava de certa forma, melhor que eu esperava.

 Não demorou muito, vejo ela balançar por uns instantes a cabeça, como se tivesse obrigando-a voltar a Terra e sua expressão mudar, me questionando. 

—O que foi, sensei? 

Finalmente ela parece ter recobrado a consciência de seu transe interno e volta a me encarar pra uma possível conversa.

 –Você está envergonhada. Mas não precisa. Agora você sabe como sou de baixo da máscara. Não é grande coisa, mas é algo grande pra mim. E foi muito bom dividir com você! 

E foi mesmo. Não sabia quanto tempo não me libertava daquela bendita máscara pra ninguém. Mas com Sakura, fora especial. Ela sorriu, não mais envergonhada, agora se mostrou sincera e carinhosa. 

—Obrigada, Kakashi. De verdade! Eu me sinto lisonjeada em poder receber esse compartilhamento de sua beleza comigo. - disse descontraída, recobrando o tom brincalhão de sempre, mesmo ainda envergonhada com tal revelação que fizera em relação a minha beleza – Saiba que foi de muita importância você ter me mostrado seu rosto. Não só por que, por toda minha vida sonhei em saber como você é por debaixo desse pano, mas por que sei que o motivo de não mostrar seu rosto pra alguém, com certeza é algo significativo pra você, ou não faria isso atoa. Então, se mostrar assim pra mim, é sim grande coisa pra mim. Obrigada!

 Essa menina sabe como comover as pessoas. Sorri um sorriso meigo de carinho pra ela, que foi retribuído. Com certeza ela fica ainda mais linda sorrindo. E como o cozido não esperava e continuava a esfriar a nossa frente, tomo partido em chamá-la pra o que vim fazer aqui: Jantar. O treino após isso seria um bônus.

 –Bom, vamos jantar, então?

 –Vamos! - respondeu-me sorrindo mais largamente.

 Juntamos as mãos na altura do peito e ainda olhando um para o outro, intensamente, dizemos juntos: 

—Itadakimasu.


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Notas finais do capítulo

E AI ? Me digam ^^



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