Inesperado escrita por Elisianes


Capítulo 4
Parece até um encontro


Notas iniciais do capítulo

HEEEY. Como vão?

Cap de hoje está numa fofura só, hahaha Espero que gostem. Até o próximo :*



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 "OK. Por quê não?"

—Certo. Hoje saio as 19h. Estava pensando em treinar após o plantão. Se você quiser me acompanhar.

 Ela diz alegre me fixando com aqueles lindos olhos. Quando é que eles ficaram tão intensos pra mim, assim?

 “Você tá pensando besteira, Kakashi.”

—Pode ser. Onde vai ser?

 Ela cora com meu comentário. E definitivamente, ela fica linda assim. Eu preciso me controlar. Nem pareço o mesmo Kakashi de sempre. 

—Bom, eu sempre faço uma jantinha antes dos meus treinos noturnos, se você quiser, pode ir jantar comigo. Após, começamos o treino. - disse envergonhada.

 “Ela está mesmo me convidando pra um jantar?”

 Não que nunca jantamos juntos, mas era em ocasiões especiais, e não como um encontro. Claro que a finalidade do encontro fosse o treino, sua atitude e cara rosada demonstrava outra coisa.

—Ótimo

Foi a única coisa que eu consegui dizer. Ela me deu um enorme sorriso e se virou indo pra atrás da mesa. 

—Pode aparecer por volta das 20h. Só pra dar tempo de tomar um banho e começar a preparar o jantar. Leve um dos seus tapetes de meditação, caso preferir.

—Vamos comer no chão?

 Obvio que não, mas não perderia a chance de mexer com ela.

 –Não, neh, sensei. Mas sentaremos no chão pra poder treinar meu jutsu. - Ela disse sorrindo.

—Tudo bem. Vou levar o meu. Agora, vou deixar você trabalhar.

Disse já me virando pra poder sair.

 –Sensei. - me viro pra ela – Vê se não se atrasa.

Passo uma das mãos atrás da cabeça e sorrio com os olhos sendo retribuído logo depois. 

—Não garanto isso.

—Lembre-se que te esperarei pra jantar, e você sabe como fico de mal humor quando estou com fome.

 –Isso pode ser perigoso, Sakura.

 –Então não se atrase.

 –OK. 

Disse por fim, vencido. E sai do laboratório deixando-a trabalhar. Volto pra ala dos doentes e fico observando o andamento de tudo. Aparentemente Shizune conseguiu melhorar o quadro de alguns com ajuda de sua equipe e a de Sekura. Mas o problema maior é mesmo o centro de todo o problema, a causa da doença.

 Procuro um lugar isolado pra sentar e poder ler meu livro. Já fazia uns dias que não tinha posto minha leitura diária em dia, o atraso é estranhamente novo pra mim, pois nunca fiquei mais de um dia sem ler meu Icha Icha. Mas assim que me sento e relaxo pra poder começar minha leitura, lembro o motivo pelo qual não ando conseguindo ler.

—Você tem que sair da minha cabeça. É impossível pensar assim.

Balbucio pra mim mesmo. Havia já algum tempo que minha mente vinha me traindo. Pensar nela como mulher é errado. Mas o difícil, é não pensar. Convivemos muito, ela divide segredos comigo. Sua alma é clara como água pra mim. E da mesma forma, mesmo que eu não divida algo realmente profundo com ela, ela me conhece como ninguém. Mas ela sempre me ganha. Não sei se são seus olhos chamativos. Mas com certeza tudo nela me chama atenção. Isso me faz lembrar daquele dia.

 “—Sensei. Você poderia parar de me olhar desse jeito. Está me deixando nervosa.  

—Me desculpa, Sakura. É que você está muito bonita.

—Oh! O-obrigada!

 Ela vestia um vestido rosa longo com uma fresta na perna direita que começava no pé e terminava na altura da cocha. Eu já tinha visto essas cochas antes, mas agora, naquele vestido, era muito mais interessante. Sakura sempre foi linda, mas vê-la sem sua roupa habitual de ninja ou do hospital, me chamou atenção.

Essa missão poderia demorar mais tempo, assim eu poderia aproveitar mais desses momentos. Pena que após esse baile, partiremos. Já terminamos nosso serviço, o senhor feudal está satisfeito com a melhoria considerável que Sakura fez no hospital de sua vila e das anotações precisas que a mesma o orientou pra novas mudanças a longo prazo. O agradecimento por todo trabalho prestado a sua vila foi de bom aproveitamento da minha parte. Conheci um lado de Sakura que só estava esperando uma oportunidade pra poder ser mostrada. Seu lado mulher!

—Quer dançar?

 Eu em outras circunstancias, sentaria em algum lugar isolado, puxaria meu livro e uma bela taça de vinho e esperaria a hora passar. Mas como bom companheiro e acompanhante da noite, não poderia deixar uma moça dessa desapercebida ou desamparada, pois se eu não tomo a decisão de chamá-la , outro faria. Afinal, Sakura estava tendo muitos olhares na festa.

—Hum… Se você quiser.

 Estendo minha mão direita pra ela em resposta e vejo como se fosse em câmera lenta seus olhos passarem do meu rosto pra minha mão e após isso subirem pelo meu braço e parando no meu rosto novamente. Aparentemente, eu não sou o único aqui que quer dançar com alguém, por que o sorriso dado depois disso, foi o mais lindo que alguém poderia receber nessa noite.

 Ela segura minha mão e eu sinto a quentura de sua pele macia. A conduzo pra pista, onde alguns casais estavam postos dançando e me viro de frente pra ela. Com a mão livre pouso na cintura dela e a outra continua segurando sua mão. Sem perder o contato visual. Quero mostrar pra ela, que em nenhum momento farei algo pra desrespeitá-la, meu olhar e movimentos lentos sugestivos mostram isso. Ela parece nervosa, suas mãos soam, e sua respiração estava levemente alterada. Obviamente, eu não era o único abalado naquela situação.

 Mas é bom. Sentir essa aproximação, é muito bom!

 Sinto seu braço livre, antes caído ao lado do corpo rodear meu pescoço e esse gesto, me arrepia. Rodo ela uma vez e posso sentir o doce aroma adocicado que ela emanava. Seus cabelos já grandes dançavam ao ritmo da música conforme eu ditava os passos. Fazia tempos que eu não dançava, mas o jeito a gente nunca perde. Ficamos ali, um de frente pro outro, numa curta distância, que era consideravelmente muito mais que eu já tive com ela. Mas eu estou adorando isso. E se ela não gostou do que estávamos fazendo, pelo menos não aparentou.”

 “Bem que poderíamos ter mais um momento desses, pequena.”

 Esse pensamento me acordou. Estava usando “pequena” como sujeito e pensando nela como mulher. Algo de errado não está certo. NÃO MESMO.

 Mas a questão é: Nos aproximamos muito nessa missão. Pois nela seguimos mais como amigos, dada as circunstâncias. Eu na real, nem precisaria ter ido, mas como era uma viagem consideravelmente grande, eu me anunciei a Hokage dizendo que iria, caso algum contratempo acontecesse no caminho, Sakura não estaria sozinha. Definitivamente, sempre tento cuidar dela. Mesmo sabendo da incrível Kunoich que ela é. E ela sempre demonstra gratidão por isso.

Ao contrário que muitos poderiam pensar, se soubesse do “envolvimento” que tivemos naquela festa, não mudamos muito nossa relação após isso. Sakura, mesmo nova, em comparação a mim, sabe muito bem como levar as coisas, e entendeu aquilo somente como dois amigos de muitos dançando e curtindo uma festa.

“É uma pena.”

 Afinal, ela poderia ter considerado a ideia de que poderíamos ter alguma coisa depois daquilo. Mas, não é o caso. Sakura pode ter crescido e eu fazer parte de grande parte de sua vida, mas creio que ela não me ver a não ser como seu ex professor.

***

—Shizune, estou indo. Amanhã estarei aqui pela manhã. Você pode terminar tudo aqui pra mim?

 –Claro, Sakura, pode ir descansar. Até amanhã.

 Parto a passos largos até a saída do hospital. Kakashi já deveria está em casa, pois quando o procurei ele não estava mais na ala onde o deixei, isso deve ser pra não haver atrasos ao nosso encontro.

“Encontro.

—Não é exatamente isso, Sakura.

Continuo andando conversando comigo mesmo, até que uma voz bem familiar me tira dos meus pensamentos.

—Hey Testuda.

 –Oi Porca. Como vai?

—Cansada! Hoje treinei que nem uma condenada. Os jutsus do meu clã são mais perplexos que eu imaginava, Testudinha.

—Ah, mas isso é mole pra você, Ino. Vai ver, logo você vai tá sabendo de tudo. Afinal, você é a líder do seu clã agora.

—É, sou. Mas de um clã sem membros. 

Aquilo soou triste. Porca não tinha um clã consideravelmente grande e após a morte de seus pais ele se reduziu a ela. Mas o futuro a esperava. Seus filhos, os filhos dos seus filhos. Ainda tinha a possibilidade de continuação do seu clã. Com isso, tento animar minha amiga.

 –Porca, você sabe que não é assim. Você ainda tem como continuar seu clã. O nosso futuro é bem grande, e as nossas novas gerações vão chegar. Só basta casarmos e termos filhos. E assim é o ciclo da vida. Daqui a alguns anos você vai está ensinando essas técnicas pros seus filhos, e após, pros filhos dos seus filhos. E quando você morrer, seu legado ainda estará vivo nos corações de seus descendentes. Olha como é lindo!

Sorrio a puxando pelo braço. Estávamos indo em direção a minha casa, costumávamos fazer isso toda vez que nos vimos na rua, mas hoje, tenho visita. Kakashi-sensei não devia demorar pra chegar, e se Ino soubesse disso, com certeza, ela cairia em cima de mim.

“Droga!”

—Que, que foi, Testudinha?

 Ela estreitou os olhos me olhando.

“Eu não consigo esconder nada dela. Meu Deus!”

 –Me fala. Tá me escondendo o quê, mulher?

 –É…

Anda, Sakura. DE-SEM-BU-CHA.

Nessa hora ela já estava toda escandalosa no meio da rua, chamando atenção de todo mundo com a cara mais safada de todas. Não tinha escapatória. Tenho que contar.

 –Ta bom, Porquinha. Mas para de gritar. Ninguém precisa saber da minha vida.

—Ta bom. Desculpa. Mas, fala! Fala! Fala!

—Eu tenho visita.

—Quem?????

Como sempre, ansiosa, nunca deixa eu terminar o que eu começo.

—Calma, loirinha. Kakashi ficou de ir la em casa pra poder treinar meu jutsu com ele. Só isso. Eu preciso adiantar a janta antes que ele chegue.

—AAAAAAAAAAAHH

 –Shiiiiiiiiu. Porca.

Dou um soquinho no ombro dela pra que se toque do escândalo que estava fazendo.

—Eu sabiaaaa! Testa, isso é demais.

—Ino, você não me escutou. Ele vai lá pra treinarmos.

 –Sei. E pra isso você precisa fazer janta.

—Claro, eu também como.

—E vai comer com ele. - disse insinuativa

 –Vou. Mas não dessa forma ai que você está insinuando.

—Ahhhh, sabiaaa!

—Porca! 

—Sakura, sério. Que, que tem demais? Ele é lindo, ótimo ninja, sempre se importou com você. Já passou da hora de você se ajeitar com alguém e esquecer de vez aquele traste. Eu super poio vocês dois.

 –Ino, ele é meu ex sensei.

 –Disse bem. EX. De: NÃO É MAIS!

 Fico calada por um tempo. Ino poderia ter razão. Já fazia um tempo que tinha decidido largar de vez meu “amor” pelo Sasuke. Mas, Kakashi?

 “Será?”

—Sakurita, meu amor. Eu sei o que você está pensando. E te digo uma coisa: Você nunca saberá se vai dar certo se não tentar. Agora, vai. Eu vou pra casa. Tenho que tomar um bom banho. Mas pensa no que eu disse. Até logo! Amo você!

 Ela me dá um beijo na bochecha e parte em disparada pra sua casa. Me deixando com meus pensamentos em confusão.

Volto a andar pensativa.

“Bom, vamos ver o que vai rolar hoje”

 Lembro das nossas missões juntos e uma em especial vem na minha cabeça. A da festa. Ele estava realmente lindo. Vestia uma calça social preta, uma blusa azul-marinho com máscara e não vestia seu habitual colete. Naquele dia a vontade que eu tinha era de dizer: Uau, sensei. Você é mais bonito que costumam me dizer.

—Por que as meninas ficam loucas quando ele está por perto.

Isso nunca foi um problema pra mim, sempre nos tratamos de forma igual. SEMPRE. Talvez seja a nossa convivência de anos. Mas naquele dia, meu olhar de mulher falou mais alto. E quando ele ficou me olhando e me elogiou, me deu mais vontade ainda de retribuir o elogio, mas a sensatez se fez presente, graças a Kami, pois não saberia como me portar ao seu lado depois de qualquer asneira que eu poderia falar, nervosa como estava.

“Como nunca, antes fiquei perto dele.”

 Só sei que depois daquilo, não falamos mais do acontecido, muito menos mudamos nossa forma de portar um com o outro. Levamos como uma festa de final de missão que agradavelmente curtimos juntos.E continuamos como dupla até hoje.

 Chego em casa com meus pensamentos a mil. Vou direto pro banho. Preciso relaxar e limpar o corpo. Vinte minutos depois, saio de toalha e no quarto remexo meu guarda-roupa na busca do meu vestido verde, o mesmo verde dos meus olhos. Ele é perfeito, e pra eu não errar na roupa, ele sempre me salva. Nem longo demais, nem curto demais. Nem decotado demais, nem fechado demais. NO PONTO.

 Vou enfim pra cozinha. Vou fazer Sukiyaki*, uma das minhas especialidades. Não demora e fica gostoso pra poxa. Fico um tempo considerável na frente do fogão, acho que tempo demais, nem terminar de me arrumar terminei, só me dei conta da hora que era quando ouço a campainha tocar.

—Já vai! - grito.

“Será que já é o Kakashi? Ele sempre se atrasa, mesmo que eu cobre o contrário.”

Lavo minhas mãos, seco no avental e corro até a porta. Abro devagar esperando ser tudo, menos Kakashi, assim teria mais tempo pra se arrumar.

 –Yo! Sakura-chan.

—Yo, Kakashi. Entre, por favor. Você sabe o caminho, então a vontade.

Ele entra e senta no sofá, eu vou direto pra cozinha, estranhamente me sinto nervosa. Agora mais que nunca parece ser um encontro.

“Calma, Sakura”

 –Parece que hoje quem se atrasou foi você.

 –Falando nisso, faz um favor pra mim. Termina de olhar o ensopado que está terminando de cozinhar que eu tenho que terminar de me arrumar. Já volto. Um minuto.

Nem espero ele responder, saio rápido da cozinha e vou direto pro quarto trancando a porta. Estava ofegante.

“Por Kami, ele está lindo!”

—Por que ele não podia vir com sua roupa habitual de sempre?

 Eu vou no espelho, solto o coque alto que fiz com meus cabelos secos do banho e penteio. Ele estava sedoso, cheiroso e macio. Tiro o avental, dou uma última olhada no espelho, respiro fundo e volto pra cozinha. Encontro um Kakashi de olho na panela cheia fervendo.

 –Acho que está pronto. 

Ele olha pra mim no susto, parecia que sua atenção estava toda na comida. O cheiro estava bom, mas o bendito se descuida e deixa cair a colher de pau que estava na mão dentro da panela fervendo, fazendo que respingos voem sobre ele. Eu imediatamente corro em sua direção preocupada.

—Kakashi!!

 Desligo o fogo, deixando a colhe ainda dentro da panela e pego em sua mão, que estava com algumas queimaduras de 2° grau. Alguns respingos voaram em seu peito, mas a blusa o protegeu. O conduzo até o sofá da sala o sentando e eu, me posicionando de joelhos a sua frente. Começo a cura-lo.

—Você tinha que ter mais cuidado, sabia? Nem sempre vai está comigo. Nem sempre vou poder te curar.

Disse séria o olhando com uma mão segurando a sua e a outra com chacra o curando.

—Desculpe.

 Ele confidencia baixo, olhando intensamente pra mim. Em algum momento, que eu não sei dizer ao certo qual foi, parei de curá-lo, e só fiquei ali, perdida nos seus olhos, segurando a sua mão. Aqueles olhos tinha o poder de me fazer perder a noção de tudo. Eu definitivamente, não queria passar mais meus dias sem esses olhos em mim.

Carinhosos.

Intensos.

—Meus.

Eu sabia. Falei merda. Sempre falo, quando fico nervosa.

 Sinto ele acariciando o dorso da minha mão com seu polegar, e automaticamente desvio meu olhar dele pro carinho, que não parou. Volto a olhá-lo, e ele, com certeza, estava sorrindo. Aquela máscara parecia não ter mais o poder de esconder ele de mim. Foi quando me dei conta.

“Eu posso pedir a surpresa, hoje. Agora”

—Kakashi...

 –Não. - ele me interrompe

—O que?

—Eu já sei o que você vai dizer.

 –Sabe nada.

—Te conheço, Sakura. Eu vou te mostrar a surpresa, mas no jantar.

 Me levanto do chão, largando devagar da sua mão, que era quente, aconchegante e vou direto pra cozinha, parando a uns dois passos da mesma, percebendo que o homem na minha casa continuava parado no sofá, me viro de lado pra ele e o chamo.

 –Vem logo. Ou você acha que eu vou pôr a mesa sozinha? 

Ele sorrir pra mim, suspira e se levanta fazendo os mesmos passos que eu.


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Notas finais do capítulo

Podem reparar na história, que nem sempre Sakura irá tratar Kakashi por: Kakashi-sensei.
Mas o respeito entre eles dois continua o mesmo, somente o modo de tratamento que mudou, amadureceu, afinal, mesmo que ainda possam treinar juntos, eles não são mais professor e aluna, mas sim companheiros.

Só isso. Obrigada por acompanhar. Espero vocês no próximo :*



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