Inesperado escrita por Elisianes


Capítulo 12
Em Ação


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta! Mais um cap pra vocês! ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/747578/chapter/12

–Senhora Shia? Senhora Shia?

Estava concentrada em fortificar meu jutsu, que mais uma vez estava por um fio, quando Niro vem me incomodar, sendo que tinha dado ordens claras pra não fazer isso. As vezes, minha vontade era matar esse cara, nunca sabe obedecer ordens!

–O que é desgraça? Não tá vendo que estou ocupada?

–Eu sei, senhora. Mas temos um problema.

Paro o que estava fazendo me levanto e me deparo com ele.

–O que é dessa vez?

–Aquele Uchiha. Ele está nos vigiando. Hideki estava patrulhando ao redor hoje, e se deparou com o nukenin. Por sorte ele saiu vivo, pois Sasuke não teve pena. Ele agora está acamado, em cuidados de Sayuri.

–Como aquele Uchiha ousa em fazer isso?

–Temos que fazer alguma coisa, senhora. Os capangas estão começando a ficar com medo, e a senhora sabe melhor que ninguém que o jutsu está começando a falhar.

–Cala a boca, Niro! Eu tenho tudo sobre controle. Agora, vaza daqui, eu tenho uma coisa a fazer.

–Onde a senh…

–SAI! EU MANDEI SAIR!

Agora era oficial, aquele Uchiha estava me dando nos nervos, mas, depois eu cuido dele, o foco de toda minha desgraça era ela.

“Sakura Haruno”

Eu não vou deixar que ela acabe com meu jutsu tão facilmente, e se é guerra que ela quer, é guerra que ela vai ter.

***

–Bom dia, meus amores. Como estão se sentindo hoje?

–Muito bem, doutora Sakura. Graças a senhora!

–Que isso! A minha equipe fez todo trabalho!

–Doutora Sakura?

–Sim pequena?

–Quero agradecer a senhora! A muito tempo eu e meu irmão não ficamos tão bem. Não conseguíamos nem brincar mais juntos, mas graças ao tratamento de vocês, estamos bem melhores. Eu disse a meu irmão que poderíamos confiar na senhora. Eu tinha certeza. Por isso, Arigatô!

Aquilo aqueceu meu coração. Mais antes que eu pudesse respondê-la, sinto uma áurea sombria vindo em nossa direção de cima, e só tive tempo de tirar Samiuri e seu irmão e algumas das crianças que estavam na ala, antes que o teto se quebrasse.

–O quê? Samiuri? Você está bem?

–Sim, doutora. Mas meu irmão!

Eu olho pra ele, ele estava com um corte na cabeça e desacordado. O que quer que tenha sido isso, eu não vou deixar barato. Estavam mexendo com a minha área, ninguém ali dentro sairia vivo depois de ter machucado meus pacientes.

–Ele ficará bem!

Digo já aplicando chacra nele, o fazendo acordar.

–Estão todos bem?

–Hai!

Alguns responderam.

–Agora, quero que todos saiam daqui. Avisem a qualquer adulto que virem que tenho problemas. Vão!

Samiuri, se levanta, já ajudando seu irmão, mas uma das crianças e saindo.

Foi quando eles já estavam na saída dos fundos que enfim, me levanto e olho ao redor. Havia crianças embaixo de escombros. Outras gritando por algum machucado. E outras, já aparentavam estar sem vida. Eu estava horrorizada, e sai em disparada pra uma das crianças que estava embaixo de uma coluna que caiu com a queda do telhado, mas antes que eu chegasse nela, sinto um baque em meu corpo que me lançou contra a parede.

–Ai!

Sinto uma das minhas costelas se quebrando, e uma dor me atingindo, mas devido meu ninjutsu medicinal, eu logo me curo já me levantando esperando ver quem foi o altor do golpe. Estava meio difícil de enxergar, devido à quantidade de poeira por causa da queda do telhado, mas eu podia sentir quem estivesse ali.

–Apareça logo! Eu sei que você está aqui!

Disse já em posição de batalha.

–Olha, a Rosinha sabe falar!

Uma voz feminina chega aos meus ouvidos, e uma silhueta bem definida aparece aos poucos no meio dos destroços. Era ela. Só poderia ser. Era Shia! Na hora, uma onde de raiva me tomou, e a vontade de sair quebrando a cara dela era imensa, portanto tive que fazer uma força sobre-humana pra poder me controlar a não acabar com aquele sorrisinho sacana no rosto daquela piranha.

–Eu tenho nome, Shia.

–Hum. Vejo que me conhece. Sakura.

–Parece que você também.

–HAHA. Até que Kakashi tem bom gosto. Você não é de toda, de se jogar fora.

–Como?

Ela sabia de nós dois? Mas isso era impossível, a não ser que venha nos espionando.

–Vocês não conseguem enganar ninguém, coisa rosa. Mas meu assunto aqui, não é esse.

–E qual seria?

–Ah, você sabe muito bem!

Ela se aproxima mais de mim, e eu mantenho minha guarda, mas dando liberdade pra ela se aproximar, queria ler melhor minha adversária, e isso, se daria se eu pudesse senti-la. Assim que ela fica a meio metro de mim, uso meu chacra pra poder medir a sua força. O que me chamou atenção, ela não era nada fraca, mas o que mais me surpreendeu, é que ela não era de toda má. Havia um ponto de bondade naquele coração, que estava soterrado por grande dor.

Uma das coisas que eu aprendi a fazer com meu chacra, era sentir as intenções do outro. A sua força. E seu grau de maldade. Claro, que não em total exatidão. Dependendo de como esteja o chacra do ninja, sei mais ou menos o estado físico que ele está. Ali, tinha dois problemas, e o maior deles não era Shia ser forte, mas era, ela ser sofrida. A dor te deixa mais forte que seu corpo realmente é. Mas, eu também tinha minhas cartas na manga, e “derrota” era uma palavra que não fazia parte do meu vocabulário.

–Diga vocÊ! - disse sarcástica

Ela pelo visto não gostou, o sorriso antes presente nos lábios deu lugar um bico carrancudo de desgosto e raiva.

–Sua insolente.

–Eu? Só estou fazendo meu trabalho.

–Trabalho? Você está acabando com meus avanços…

–E você melhorando os meus! - disse vitoriosa

Era visível que eu estava ganhando no quesito “jutsu”, dela. O meu estava não só batendo de frente, mas a passando, e visto que isso a deixava com raiva, eu aproveitei. Quando um ninja perde a cabeça, sua capacidade de pensar diminui, e com ela, seu senso de luta, pois ele não haje mais com a cabeça, mais sim com a emoção, o que na maioria das vezes, é derrota na certa.

Como esperado, ela tenta um soco direto, que foi parado sem dificuldade nenhuma por uma das minhas mãos. Ela mostra uma cara de dor, pois eu usei mais força que o necessário pra poder parar aquele simples soco.

–O que foi? - a provoco.

–Você é forte, rosinha. Mas será que é tanto, quanto eu?

Ela se solta de mim e dar dois pulos pra trás, fazendo celos que eu não consegui enxergar. Só me restava esperar por algum jutsu.

“O que ela está aprontando?”

Havia se passado uns cinco minutos, e nada. Aquilo estava começando a me preocupar. Até que escuto alguém tossir.

–Dou… Doutora!

Uma voz fina de criança me chama atenção

–Estou aqui! - respondo, esperando pelo pior

Shia aparece com uma criança de mais ou menos dez anos, com uma kunai em seu pescoço. Me certifiquei primeiro, se aquilo era verdade. Não sabia quais eram suas habilidades, portanto, genjutsu poderia ser uma delas. Mas, para minha infelicidade, era real.

–O que pensa que está fazendo, Shia?

–Ora! Não vê? Estou prestes a matar essa criança!

Disse com um sorriso sádico no rosto.

–Você não precisa fazer isso! Sua luta é comigo. Deixe ele ir!

–Oh. A doutorazinha está nervosa. Não vai demorar, eu prometo, será uma morte rápida, e sem escrúpulo nenhum.

–Não faça isso, Shia. Estou lhe avisando!

–Ora! Uma ameça! Deveria ficar com medo? HAHA Se você fosse fazer alguma coisa, já teria feito, rosinha. Sabe que se, se mexer, eu corto de imediato a garganta dele. E você não quer isso, ou quer?

Eu trinco os dentes. Estava ficando sem saída. Eu não sabia o que fazer. Eu precisa bolar um plano, precisava salvar aquele menino.

***

Estava com Naruto indo até o hospital. Hoje era o tal dia do nosso encontro do time 7. Sakura marcou um almoço pra nós três em um restaurante bem conhecido por todos: O Ichiraku.

Ela bem que tentou outro, mas Naruto, começou a falar, falar, e no final, ela cedeu, pra poder calar o amigo. Estava animado por dentro, sair com aqueles dois, dava uma nostalgia. Mesmo tendo a certeza que não só eu, mas eles também, sentiam falta de um certo moreno, era ainda assim, nostálgico.

Assim que chegamos no hospital, andamos em direção ao escritório de Sakura, que ficava próximo a ala das crianças. Naquela hora ela deveria está terminando sua última consulta do dia, e se dirigindo pra o mesmo local que a gente. Andávamos despreocupados, quando de repente, ouvimos um estrondo alto, que nos alertou.

–Você escutou isso, Kakashi-sensei?

–Escutei. Está vindo da ala das crianças. Vem, vamos Naruto.

Começamos a correr em direção ao barulho e no meio do caminho vejo a mesma garotinha com seu irmãozinho. Aquela que elogiou Sakura no seu primeiro dia na vila. Ela estava cansada, segurando mais duas crianças consigo, e outros vindos atrás com alguns ferimentos. Naruto logo faz dois dos seus clones, pega cada um duas crianças e se prepara pra poder levá-los a Shizune.

Mas antes, a menina fala.

–Senhor. - ela aponta pra mim. - A doutora Sakura… Ela.. tá com … problemas…

Assim que ela disse isso, desmaia nos braços do clone. Eu que já estava com o coração na boca, olho para o verdadeiro Naruto, que não estava com a expressão melhor que a minha, e nos disparamos a correr. Assim que chegamos na ala, vimos a entrada principal fechada pelos estilhaços. Tentamos a todo custo quebrar, mas não daria certo, o hospital estava instável devido a abertura brutal que fizeram no teto, se tentarmos outra explosão, com certeza, não faria bem a construção já demasiada, ferrada.

–Droga!

–O que faremos, Kakashi-sensei?

Penso, penso e penso mais uma vez, até que uma lembrança vem em minha mente:

“-Aqui, Kakashi, essa é a saída de emergência. Tsunade-sama insistiu em que houvesse uma, para futuras catástrofes. Ainda mais nessa ala especifica. Eu morreria se alguma criança sofresse algum dano devido a falta de recursos. Esse em especial é muito útil. Veja, nós entramos por ali, certo?

Ela me mostra a entrada principal da ala.

–Agora, se você abrir essa porta, que mais parece um armário qualquer pra suprimentos hospitalares, você da de cara com um túnel, que vai dar quase em frente ao meu escritório, que também não é longe da saída. Isso pode salvar muitas crianças.”

–Vem comigo! Já sei por onde entrar.

Vou em direção mais ou menos onde seria o túnel. Assim que vejo uma entrada no chão aberta, entro sendo seguido por Naruto, sem demora, chegamos onde Sakura estava, e a cena vista por nós dois, foi cruel.

Shia estava com um garoto em seu poder, com uma kunai praticamente o perfurando o pescoço. Eu sabia que ela tinha feito coisas ruins, mas aquilo? Usar uma criança pra poder se favorecer? Era demais.

Vi Sakura mais a sua frente com os olhos arregalados numa expressão de confusão. Alguma coisa tinha acontecido. Enquanto eu ainda tentava entender, vejo o corpo do menino caindo.

***

Estava tetando bolar alguma coisa, quando sinto dois chacras muito conhecidos por mim.

“São eles.”

Arregalo meus olhos com a cena a seguir. A criança caindo ao lado de Shia, sangrando.

–O QUE VOCÊ FEZ?

Uso minha velocidade pra pegá-lo. Antes que ela pudesse me impedir, eu pego o garoto e o tiro levando pra longe dela, já começando a curá-lo. Estava difícil. Ela tinha cortado a veia horta dele. Era quase impossível. Mas por que ela fez isso? Eu não me mexi, eu não fiz nada. Ela simplesmente o matou. Sem mais, nem menos.

Eu não estava tendo sucesso. Ele morreria. Aquela inocente criança morreria.

“Por que?”

Eu só sabia me perguntar. Todos nós passamos por traumas. Dores. Mas isso não justifica a crueldade que ela fez. Eu estava cansada de tudo aquilo. Com raiva. Não poderia deixar que aquela mulher machucasse mais alguém. Ou eu mesma sangraria. Mas por dentro. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ouço a voz dele.

–Shia! O que você fez?

A essa altura, a poeira já tinha abaixado consideravelmente, permitindo uma melhor visualização de todo estrago. Eu precisava de médicos ali, haviam crianças ainda vivas, e eu precisava salvá-las. Enquanto Kakashi conversava com Shia eu fui em direção a algumas crianças as auxiliando a irem para a mesma saída de emergência que as outras que mandei. Mas sem deixar de prestar atenção em cada palavra trocada por Shia e Kakashi.

–Não viu? Eu sei que viu! Te senti quando chegou. Foi por isso que o matei.

“Desgraçada!” - pensei

–Você está fora de si, Shia. O que pensa que está fazendo? Pare com isso, você ainda tem chances de se redimir. De ser feliz!

–Feliz? Kakashi, você sabe melhor que ninguém que eu não posso ser feliz nunca. Não depois de tudo que fiz. De tudo que estou fazendo!

A cada palavra saída da boca de Shia eu sentia a escuridão nelas, a dor, a tristeza. E o pior, eu tinha visto isso em seus olhos. Eu sentia raiva do que ela tinha feito, mas sentia pena, pois sabia que tudo não passava de uma medida desesperada de amenizar a dor. E eu não poderia ficar calada naquela situação. Independente do que ela fez, ou está fazendo, ela deve ter uma nova chance, ela só precisa agarrá-la.

–Todos temos uma segunda chance. Todos merecemos uma segunda chance. Basta querermos uma. - disse chamando sua atenção pra mim.

Eu apareço ao seu lado, mas antes que ela tente algum golpe em mim, eu a empeso, a imobilizando.

–Só me escuta, Shia.

Ela arregala os olhos, com o tom usado. Tom acolhedoramente frio.

–Eu não sei nada do seu passado, mas o pouco que eu fiquei sabendo, só sinto pena de vocÊ. A primeira vez que escutei o motivo que lançou esse jutsu demoníaco, eu tive vontade de matá-la. Mas hoje, vejo que te deixar viva é ainda melhor. Matar você vai acabar com toda sua dor, te manter viva vai te ensinar a saber conviver com ela. Mesmo que pense que não, mas a realidade é: Todos nós merecemos uma segunda chance. Eu já quase morri, e não foi uma única vez. E se isso não bastasse, foi pelas mãos de alguém que eu amava. Mas soube lidar com isso, demorei, mas aprendi. - a essa altura, meus olhos não obedeciam a ordem de não chorar - E com você não precisa ser diferente. Para de se fingir de vítima e comece a se dar uma nova chance, e deixe essas pessoas inocentes em paz. Elas não merecem a mesma dor que você, elas não merecem o que você está fazendo. Aquela criança não merecia morrer por causa da sua dor.

Mesmo com lágrimas nos olhos, mantinha minha feição forte. E passava determinação em cada palavra. Eu sabia que tudo que eu tinha dito entraria no seu coração, pois eu vi através daqueles olhos, que ela não foi sempre essa pessoa. Havia ainda bondade em algum canto perdido, só precisávamos achar. Ela precisava achar! Mesmo que ainda com raiva por ela ter feito o que fez, mesmo que minha vontade era de acabar com ela, naquele exato momento, alguma coisa não me deixava fazer isso.

Mesmo que meu coração esteja em pedaços pela perda, meu corpo não se mexia em ataque a ela. Eu precisava desesperadamente fazê-la entender que poderia mudar. Bastava eu conseguir isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E é isso! Espero que gostem! ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inesperado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.