Em um segundo escrita por Carol


Capítulo 6
Capítulo 6 – Desencontro


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores queridos. Mais um capítulo, espero que gostem.
Boa leitura ^.^



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Ao descer do avião, Carol se despediu dos amigos que fez durante aquele belo passeio, cumprimentou os guias e foi pegar sua mala, a retirou da esteira sem grandes dificuldades e seguiu para rever seus pais. Quando os viu ela correu puxando a enorme mala de qualquer maneira e os abraçou forte, ela chorava feito criança, chorava tanto por rever seus pais quanto por estar longe de Ed.

― Minha filha, você está tão linda! – A mãe lhe falava. – Parece que não te vejo faz anos, senti tantas saudades.

― Também senti saudades de vocês, vamos, temos muita coisa para conversar e muitos presentes para entregar.

― Sim, mas antes precisamos passar em um lugar e pegar uma encomenda do seu pai. Essa empresa de entregas está indo de mal a pior, não entregaram em nossa casa, temos que ir até uma agência fazer a retirada.

― Tudo bem, eu aguento. – Ela disse em tom de brincadeira.

Seguiram até um bairro próximo a onde eles moravam, saíram todos do carro e Carol segurou sua bolsa de mão, estavam prestes a atravessarem a rua quando duas pessoas passaram em uma moto e pararam para assaltar a família.

― Perdeu! Fiquem quietos, mocinha pode passar a bolsa.

― Não eu...

― Filha, entregue a eles! – O pai disse aflito.

― Mas aqui está o.... – E o ladrão puxou a bolsa dela e a de sua mãe e saiu a toda, Carol acabou machucando a mão, pois fazia força para não entregar sua bolsa, ela se desesperou, viu todos os contatos de Ed irem embora com muita facilidade e rapidez, não havia nem mesmo reparado na arma que tinha apontada para si, nem na cara do bandido ela só pensava em Ed e chorava copiosamente, nem dor nas mãos ela sentia.

Enquanto isso em São Paulo, Ed reclamava com a agência de viagem e com a companhia aérea, estava no Aeroporto fazia duas horas e nada de acharem sua mala. Ele só pensava em como encontrar Carol sem os contatos dela. Tudo o que ele sabia era que ela morava no Rio de Janeiro, nem o bairro que era ele sabia. Tinha apenas sua mochila e nela não havia nada que pudesse encontrar Carol, sua esperança era que ela entrasse em contato com ele. No fim a esperança de um se completada na do outro. Mas como iriam se encontrar se uma não tinha mais o contato do outro?

Os dias passavam, Ambos retornaram a suas rotinas habituais, mas nenhum teve contato do outro, Carol chorava todas as noites e Ed chorava também todas as noites, ambos pelo mesmo motivo, se sentiam burros e culpados por terem perdido os contatos um do outro. Eles tentaram pela internet, mas, por incrível que possa parecer, não conseguiram encontrar nada, pareciam até que eles nem existiam para o mundo virtual, Carol tentou o quanto pôde buscar por Ed em redes sociais e ele por sua vez tentou buscar por ela, mas nem um, nem outro obteve sucesso. Tanto ele, quanto ela, faziam os mesmos passos para tentar se encontrarem. Carol foi até a agência de viagem, mas como toda informação era sigilosa não conseguiu nada, Edward ligou para a agência, mas tudo se tornou difícil quando percebeu que eles eram de menor e tudo foi tratado pelos pais e mais uma vez o atendente informava que toda a informação era sigilosa. Ela tentou escrever para rádios, enviava fotos dele para que pudessem divulgar, mas nada fez efeito, as semanas passavam e com elas os meses, Carol já possuía uma rede de contatos enorme em São Paulo, fez grandes amizades, sempre que podia estava lá, na casa de uma amiga.

Gabriele recebia Carol sempre que ela precisava, entendia o desespero da menina e queria ajuda-la encontrar Ed. Mas era difícil, São Paulo era muito grande. Já Edward sempre que possível estava no Rio de Janeiro, na casa de sua mãe, rodava por todos os cantos da cidade, mas não encontrava nada. Até mesmo detetive particular ele contratou para encontrá-la, mas nada adiantou.

Depois de um ano sem contato, Ed não havia recuperado sua mala, recebeu uma indenização da companhia aérea e Carol não havia recuperado sua bolsa roubada, o que ela tinha de Ed eram fotos, o presente que ele lhe deu e as lembranças, o que Ed tinha de Carol eram algumas poucas fotos que ele guardara em sua mochila, o cordão que ela havia lhe dado de presente e suas lembranças.

Cada um seguia com suas vidas separadamente, Carol não conseguia mais sair com nenhum outro rapaz e Ed não conseguia ficar com nenhuma outra moça; seus amigos tentavam animá-lo, mas era impossível, Carol se afastou de suas amigas em sua cidade, estava em uma busca constante por Ed, seus pais se preocupavam a cada dia, não conseguiam entender pelo quê a filha passava, não entendiam o porquê de tanto sofrimento e tristeza. Alguns anos passaram e Ed, já estava para se formar no ensino médio. Seus amigos organizaram uma festa, mas ele não queria ir, acabou fazendo um enorme esforço, pois seria seu último ano com eles, Edward havia passado no vestibular da USP, iria cursar relações internacionais. Ed compareceu à solenidade, recebeu seu diploma de ensino médio e a noite foi à festa com seus amigos.

― Edward você precisa se animar, olha quantas gatinhas. – Seu amigo Rubinho dizia.

 ― Não estou interessado, nesse mundo só uma me interessa.

― Ah! A garota imaginária. – O amigo desdenhava.

― Ela não é imaginária, olha só! – Ed abria sua carteira e lá estava a mais bela foto dela ao lado dele, que ele tinha em sua carteira, os dois abraçados no belo jardim de Luxemburgo, eles sorriam e seus olhos brilhavam.

― Tudo bem, desculpe, foi só uma brincadeira. Mas nesse tempo todo, ela nunca te procurou, então esquece e de mais a mais...

― Não me peça para esquecer, eu nunca irei julgá-la! Eu perdi minha bagagem, o mesmo pode ter acontecido com ela, tentei de todas as formas encontra-la e não consegui, ela pode ter feito o mesmo e não ter conseguido, não quero julgá-la, pois não quero que ela me julgue. Então não me peça para procurar por outras garotas, eu nem queria vir nessa merda de festa, você que insistiu, agora, me deixa em paz!

― Tudo bem, não está mais aqui quem falou, faça como bem desejar. – Rubinho se afastou deixando Ed sozinho com seus pensamentos e sua raiva.

Ed foi até o bar e dali não saiu mais, alguns amigos se aproximavam e puxavam conversa, ele respondia a todos de maneira cordial.

― Ah você veio. – Uma menina pulava no pescoço do rapaz.

― Por favor, me solta. – Ele disse seco. Ela sem graça o soltou.

― O que foi, está de mau humor?

― Não, Joana. Só quero que você respeite o meu espaço e não encoste em mim.

― Nossa, como você é grosso. – Ela reclamou.

― Nossa, como você é intrometida. – Ele disse deixando-a irritada e saindo batendo o pé.

― Ela gosta de você, sempre gostou. – Um amigo comentava.

― Problema é dela, não gosto dela.

― Ed, Joana é linda, por que você não tenta ficar com ela.

― Ela não me interesse, nunca interessou e nem será agora que vai me interessar. Se me derem licença, vou beber em outro lugar. – Ed se levantou levando consigo uma garrafa de Vodka e mais um copo cheio de alguma bebida. Ele seguiu até a parte externa do local da festa, achou um banco e ali ficou.

Naquela mesma noite, no Rio de Janeiro os pais de Carol não sabiam o que fazer para acalmar a moça.

― Osvaldo, ela não está bem, essa febre só aumenta e ela está delirando.

― Eu sei Maria, também estou preocupado, ela fica chamando esse rapaz o tempo todo. Ed ou sei lá o que.

― Maldita hora que demos aquela viagem a ela, maldita hora, nossa filhinha nunca mais foi a mesma desde que viajou.

― Pare de reclamar mulher, e vamos logo levá-la ao hospital.

Maria vestiu a filha, Osvaldo a pegou no colo e a levaram até um hospital, lá eles a medicaram, mas não descobriram a causa da febre alta, paravam com a medicação e a febre voltava, Carol estava desacordada, mas chamava o tempo todo por Edward.

Em São Paulo a festa chegava ao fim e Ed estava deitado completamente bêbado sobre o banco do lado de fora do local da festa.

― Ih olha quem está aqui. – Rubinho comentava. – Hei Ed, acorda cara, a festa acabou, você precisa ir para casa.

― Me deixa aqui. – Ed murmurou.

― Vamos, vou te levar.

― Você tem certeza Rubinho? Você bebeu tanto quanto ele. Pode deixar, que a casa dele é caminho da minha, eu o deixo em casa. – Joana dizia.

― É, acho melhor mesmo. Vou pegar um táxi. – Rubinho saía deixando Ed com Joana, a moça sorriu, se aproximou de Ed e pediu que ele se levantasse. Sem saber muito o que fazia ele se levantou.

― Carol, eu te amo e nunca vou parar de te procurar. Espere por mim, meu amor. – Ele dizia com um pouco de dificuldade, Joana o olhava sem entender, só depois percebeu que se tratava da garota que Ed sempre falava.

― Carol... – Ela murmurou. Naquela noite Ed não foi para sua casa. Pela manhã acordou confuso, estava em um quarto estranho, olhou para os lados e a seu lado viu uma mulher deitada, os cabelos pretos e lisos, a pele clara, o rosto fino, ele a conhecia, era Joana, ela estava nua sobre a cama, assim como ele, Ed se levantou rapidamente e procurava por suas roupas, se vestiu, acordou a garota que ainda dormia.

― O que aconteceu?! – Ela não respondeu, ela apenas sorria. – Estou perguntando que porra aconteceu?! Por que estamos aqui?

― Você não se lembra? Tivemos uma noite maravilhosa, juntos.

― Sua vaga...

― Não termina! – Ela interrompeu. – Você queria tanto quanto eu! – Ed saiu batendo a porta e Joana se jogava sobre a cama, ela estava feliz com o que havia feito.

Edward sentia-se revoltado, tentava lembrar sobre as coisas da noite anterior e não conseguia, tudo eram apenas flashes, ele só lembrava de chamar por sua amada o tempo todo, somente Carolina vinha a sua mente e mais ninguém.

No Rio de Janeiro, Carol permanecia no hospital, estava medicada e depois de uma noite terrível havia acordado com muita dor de cabeça.

― Osvaldo, vamos chamar a enfermeira, Carol está com muita dor de cabeça.

― Mãe, eu não aguento, é muita dor, muita dor. – A menina gritava. E seus pais não sabiam mais o que fazer. Eles correram e chamaram uma enfermeira que indicou precisar de permissão médica para poder medicar a menina. Um médico de plantão rapidamente apareceu. Leu o prontuário de Carolina, pediu que a enfermeira trouxesse um remédio que ele prescreveu e conversou com os pais.

― Posso conversar com vocês por um instante? – Os pais assentiram e saíram do quarto. – Bom dia, eu me chamo Ronaldo, sou o médico do plantão de hoje, vi o prontuário de sua filha não encontramos causas para nenhum desses sintomas, tudo leva a crer que ela esteja passando por um momento de estresse muito grande e tudo isso é psicossomático, eu acabei de receitar a ela um calmante fraco e acredito que tudo isso passará em breve, vou avaliar o caso de perto e, se tudo melhorar, prefiro encaminhá-la para um psiquiatra.

― Nossa filha está louca? – Maria perguntava aflita.

― Não senhora, mas para o estágio em que ela se encontra melhor que seja tratada por alguém que possa receitar um remédio a ela, mas é de grande importância que ela também seja acompanhada por um psicólogo. Posso solicitar que alguém da psiquiatria venha vê-la mais tarde.

― Isso seria ótimo. – Maria concordava.

― Vamos ver como ela irá reagir com esse calmante que receitei.

― Tudo bem, obrigado doutor. – O pai de Carol, agradecia.

― O que podemos fazer para ajudar nossa filha, Osvaldo?

― Primeiro temos que fazer o que o médico mandou, vamos esperar, se ficar provado que tudo isso é psicossomático ai sim tomaremos outras providências.

Dito e feito, o médico estava certo, não demorou muito para que o calmante fizesse efeito e todos os sintomas de Carol sumissem, a tarde uma psicóloga de plantão foi até o quarto e conversou um pouco com a menina.

― Olá Carolina, como se sente?

― Estou bem.

― Sabe o que aconteceu com você.

― Na verdade só me lembro de ter sentido uma forte dor de cabeça, mas antes disso, não me lembro de mais nada. – Carol sentou na cama e levou a mão no pulso, imediatamente seu coração acelerou. Ela se desesperou olhou para todos os lados, na cabeceira da cama, dentro do armário e não achava o que procurava.

― Aconteceu alguma coisa? – A psicóloga perguntou.

― Minha pulseira, meu trevo, onde está?

― Quer que eu chame seus pais?

― Sim, por favor. – Não demorou e sua mãe apareceu. – Mãe, onde está? Onde está? – Ela dizia desesperadamente já com lágrimas em seus olhos.

― O que, minha filha, onde está o que?

― Minha pulseira, meu trevo? Aquela que sempre uso!

― Calma, eu precisei retirar do seu braço por ordens médicas, está na minha bolsa, acalme-se eu vou pegar. – Tudo aquilo era observado atentamente pela psicóloga.

― Eu já o perdi, eu o perdi para sempre, mas não posso perder isso também, não posso, nunca mais faça isso mamãe, por favor, nunca mais faça isso! – Ela dizia chorando copiosamente, sua mãe entregou a pulseira, Carol tremendo tentava coloca-la no braço, sua mãe observando seu desespero chorou junto e segurou a mão da filha para que parasse de tremer e a ajudou a colocar no braço.

― Meu anjinho, não fique assim, eu estou com tanto medo de perder você.... – Sua voz estava embargada, ela abraçava a filha tentando protege-la, mas Carol estava sem reação, apenas olhava para seu pulso já com a pulseira. A psicóloga limpou a garganta, mãe e filha se separaram e Maria saiu mais uma vez do quarto.

― Essa pulseira deve ser muito importante para você.

― Sim ela é. – Carol disse limpando as lágrimas.

― O que ela representa?

― Sorte, a minha sorte está na outra metade dela. Se eu perder essa eu perco a sorte de outra pessoa.

― Ah, entendi. É realmente algo muito importante. Mas com quem está a outra metade?

― Com o amor da minha vida. Está com Edward.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Até o próximo. ^.^



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