Elemental escrita por PikaGirl


Capítulo 2
A little bit of training


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei, mas mais vale tarde do que nunca, né? :'3



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Nataly acordara de manhã, por volta das seis, com os sinos irritantes que o cemitério tinha para avisar as pessoas de que Element voltara. Ou só para avisar que eram horas do treinamento diário. Sinceramente, ela preferia que eles estivessem tocando pela primeira situação. Mas aquele espírito só aparecia de noite, e uma vez por mês. Que saco.

Levantou-se, sabendo bem que Bruce a obrigaria a treinar mesmo com todos aqueles ferimentos. Ele não tinha pena da sua preciosa amiga de infância? Deixou esse pensamento de lado, porque sabia bem que ele também iria treinar, então não poderia ser egoísta (e também não queria morrer naquele dia).

Vestiu-se com umas calças confortáveis e uma blusa sem estampa, passando pela cozinha, vendo o amigo japonês cozinhando. Normalmente ele que preparava as refeições, visto que da última vez que a menina tentara cozinhar, pegara fogo a tudo. Ok, talvez não a tudo. Mas tiveram que arranjar um fogão novo.

—Bom dia, Ushijima.

—Bom dia, Ly-sama.

Ela fez uma cara de puro desgosto, se sentando á mesa. Não estava mais ninguém ali, só os dois. A maioria devia estar dormindo ainda, como sempre. Era a rotina: Bruce, Nat e Ushijima acordavam antes de todo mundo, para prepararem o treinamento do dia.

—Hey, quantas vezes eu já te disse para não me chamar assim? Eu até aceito que me trate de um jeito oriental, mas use um… como é mesmo… -chan? Isso.

—Sabe bem que eu não posso tratar uma superiora dessa maneira. Principalmente alguém tão forte e com tanta experiência como você.

—Eu posso ter treinado meus poderes minha vida toda, mas você também o fez! Além disso, é dois anos mais velho que eu! E sabe que eu não gosto de ser vista como uma superiora. Eu cheguei apenas á duas semanas.

—Então fazemos assim. Eu vou te chamar de Ly-san. O que acha? Está melhor?

—M-Mas!... Ok. Pode ser.

Suspirou pesadamente, vendo o oriental pousar o café da manhã para os dois na mesa. Iria demorar para que a relação deles se tornasse numa mais familiar, mas ela sabia que mais tarde ou mais cedo a relação deles iria mudar.

***

Ushijima observava a cara de felicidade que a menina possuía enquanto comia a refeição tipicamente japonesa, com dificuldade em pegar o hachi. Notava-se o quanto ela apreciava a comida, e o quão difícil era para ela aprender a usar os talheres tipicamente japoneses. Mas mesmo assim, ela tentava, e queria agradar ao colega de casa.

“Até nisto você é cabeça dura, não é, Ly? Porque você não admite logo que não consegue? Você é mesmo determinada…” sorriu sem que ela notasse, continuando a se alimentar da refeição que seus pais lhe ensinaram a fazer, antes de... “Estamos em situações bem parecidas, não é? Ambos perdemos os pais, e ambos temos alguém que desejamos proteger… Você deseja proteger seu melhor amigo, que igualmente te protege por você ser a escolhida, e eu desejo te proteger, a mulher que eu amo. Estou quase a fazer meus dezoito anos, e você acabou de fazer seus quinze. Isto seria errado, não? Prometo que não te farei nada, e que tudo o que anseio são beijos inocentes, enquanto te abraço e oiço suas lamentações e medos. Eu só quero que você seja feliz, mas serei capaz de te dizer isto tudo?...”

—Ushijima, sua taça está vazia. Já podemos ir?

—!

Levantou o rosto rapidamente, vendo os olhos verdes -azuis? Ele nunca tinha a certeza- olhando para ele com um brilho de preocupação. Sim, ela era brilhante.

—Desculpe, Ly-san. Vamos andando.

Deixaram a louça na pia, como sempre faziam, e começaram a ir para o lado de fora do cemitério. O sorriso de Ly lembrava o de pele morena de alguém…

Sim, ela era mesmo brilhante.

***

—Muito bem. Agora que já chegaram, sabem o que vamos fazer hoje?

—Bruce, você ainda não nos contou. Como raios é que vamos saber?

Ushi sorriu de canto vendo a interação dos dois amigos, enquanto que o mascarado apenas punha a mão na testa e continha-se para não cometer ali mesmo um assassinato. No entanto, aquele sitio tinha mais que espaço suficiente para enterrar alguém, nisso ninguém tinha que se preocupar.

—Ok, então vamos lá. Hoje não vamos treinar com os espíritos…

—SÉRIO??? POSSO IR DORMIR ENTÃO?

—…Mas vamos lutar uns contra os outros, humanos contra humanos…

—E uma pessoa fica animada atoa…

—Nataly, eu juro por Deus que se você não calar a boca, eu te enterro viva.

—Nossa, violência. Não se esqueça de quem salvou todo mundo nesta porra toda ontem á noite fui eu.

—Isso não faz com que você seja menos irritante.

—Mas faz de mim a escolhida, a salvadora, e uma pessoa muito foda.

—Olha a linguagem.

Bruce por esta altura já estava contado até cem para se conter, perdendo a paciência.

—Ok, ok, já percebi. Bora lá arrumar esta porra toda!

Começou a organizar o espaço de treinamentos com um sorriso de animação no rosto, dando diversos pulinhos e cambalhotas sempre que punha alguma coisa no lugar.

Os dois adolescentes seguiam com o olhar cada movimento da menina, fazendo a si mesmos a mesma pergunta “Devemos ajudar?”. Olharam um para o outro, negando com a cabeça. Não valia a pena, agora que ela estava tão entusiasmada. Só de pensar que á pouco estava quase caindo para o lado de tanto sono que tinha…

***

—AUCH!

Marisa (uma das melhores amigas de Nataly), deitou a mesma ao chão, finalizando a luta corpo a corpo.

—Então Nat? Ainda há pouco estava a dizer que me ia ganhar facilmente. –ajudou a mesma a se levantar do chão, estendendo-lhe a mão.

—Isso foi antes de Bruce impedir que eu usasse meus poderes! –desviou o rosto envergonhada, vendo todos os outros que assistiam rirem da cena.

—Nat, você sabe bem porque eu fiz isso. Marisa é a única daqui que não tem poderes, e é a nossa melhor lutadora. Se você superar ela, não tem nada que te derrube.

—Então eu vou ser derrubada pelos próximos oitenta e quatro anos… -fez um bico aborrecido, saindo do campo de batalha junto á loira de olhos azuis, permitindo a entrada de mais dois garotos que se preparavam para o confronto.

—Ah vá, Nat. Você não foi tão ruim assim. Ainda tá inteira, certo?

—Eu… nem vou questionar isso… Mas estou toda dorida.

—Normal. Não tem prática em luta sem os poderes.

Ela sabia disso. Mesmo assim, estava demasiado dependente dos seus poderes, e isso podia acabar por ser sua destruição. Estava em má forma, e nunca tinha treinado com Marisa antes. Esta fora sua primeira vez em que treinava com sua melhor amiga do grupo, e não tinha sido assim tão péssimo. Tal como a loira dissera, ainda estava inteira.

—Acho que vou descansar um pouco antes do almoço.

—Mas já são três e vinte. Eu te conheço. Se não for comer agora, só come amanhã de manhã.

—Não se preocupe. Eu fico bem. Além disso, estamos em falta de alimentos, não é?

A de olhos azuis escuros viu a amiga ir até seu quarto, se trancando lá dentro. Depois ouviu a água do chuveiro correndo. Teria que explicar a Bruce a situação mais tarde, senão morreriam as duas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ♥



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