Lawrence's - O Acampamento Maldito escrita por Rich Kevin


Capítulo 3
Prólogo III: Há Algo Errado




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Pelo retrovisor do lado do homem, ela foi o acompanhando com os olhos durante o percurso que ele fez até beirar a rodovia e sumir na parte de trás do caminhão. A partir de então, não escutou mais nem um pio vindo dele, nem mesmo seus sussurros de desaponto com os amassados que o incidente causou pela extensão da lataria do seu velho caminhão.

Um silêncio um tanto aterrador começou a deixar a pálida inquieta. Tentando outra vez abrir sua porta, Will começou a chamar pelo estranho.

— Ei, como abre a porta? Quero descer um pouco! — disse. Segundos se passaram e ela não ouviu nada em resposta. — Senhor? Como abre a porta? Acho que vou esperar pra ver se aparece outra carona! — findou, atravessando por cima do banco dos passageiros para o do motorista, e deixando o caminhão pela porta que o homem deixou aberta.

Ao lado de fora, além do próprio caminhão, as árvores, seus arbustos e as folhas secas que elas deixavam cair e que cobriam o chão de terra, Will não notava mais nada. Não escutava nem a voz nem os passos do outro, até aparentava que ela estivesse sozinha ali.

Curiosa, deu início a passos silenciosos se dirigindo à traseira do caminhão, pelo mesmo local que viu antes o acompanhante seguir. Chegou até lá. Deparou-se apenas com uma rodovia completamente extinta de veículos em ambas as pistas e mais árvores, arbustos e folhas secas. Agora ela já estava preocupada com o desaparecimento repentino daquele homem. Seria uma pegadinha dele para tentar assustá-la após o fora que o deu no caminho?

Não, ao ver uma pequena gotícula rubra sobre folhas próximas começou a se questionar o que realmente teria acontecido. Assim que se aproximou desta, notou para além dela várias outras gotas, que se seguiam e se tornavam cada vez maiores até que se viravam um rastro largo de sangue que se estendia pela beirada da estrada até entrar numa moita de arbustos a alguns metros dela.

— Senhor? — Will chamou o caminhoneiro. — Matamos algum animal atropelado?

E mais uma vez suas perguntas ficavam no vácuo. Um frio já percorria ao longo de sua espinha naquele instante, sentia calafrios surgirem desde a ponta dos seus pés até o ápice de sua cabeça. Suas mãos começavam a tremer e seus batimentos tornavam-se mais rápidos e descompassados.

Tomada por uma grande curiosidade, mesmo que bastante receosa, Will tomou a direção daquele arbusto por onde a trilha se escondia e, tensa, chegou perante ele e o abriu num rompante com as duas mãos. Esperava o pior, é claro, mas ver o corpo de um pequeno esquilo jogado próximo a uma árvore do outro lado fez seu coração se suavizar de uma maneira incrível. Ela sentiu o peso de uma tonelada sendo retirado de suas costas quando percebeu que nada de tão grave estava acontecendo ali.

— Era só um esquilo... — comentou, aos risos de alivio, se virando.

De repente, sentiu algo líquido tocar as costas de uma de suas mãos. Ela fitou seu membro, uma gotícula avermelhada tinha a atingido de cima e agora se espalhava por sua pele. Bisbilhota, elevou seu campo de visão para a copa das árvores mais acima e fora pega completamente desprevenida pela horrenda cena do corpo do motorista dependurado de cabeça para baixo com um largo corte em sua barriga que tinha deixado expostos todos os seus órgãos internos. A mesma expressão de pavor que preenchia seu rosto desfalecido passou para Will, que num grito alarmante de horror tentou sair dali com passos ríspidos para trás.

Ao sentir algo brusco como o tronco de uma árvore impedindo suas costas de seguirem para longe dali, a jovem se virou ainda em pânico e seu alarde foi ainda maior quando viu o que a espreitava. Das mãos deste e da lâmina demasiadamente afiada presente numa delas marcas de sangue se viam tingidas. E foi um movimento dele rumo a Will para que seus gritos de pavor chegassem bruscamente ao fim. E como um chafariz, um enorme borrão de sangue foi lançado ao vento na barbaridade que ele cometeu a garota.

E numa placa próxima, pouco visível devido aos arbustos e cipós que emergiam das proximidades desta e tomavam a sua frente, constava uma velha informação já muito apagada para os turistas desavisados que trilhavam pela região:
"Acampamento Lawrence a poucos metros".


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Notas finais do capítulo

Agora a coisa vai começar pra valer! Shaushaha