Lawrence's - O Acampamento Maldito escrita por Rich Kevin


Capítulo 2
Prólogo II: Tensão




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Alguns minutos já haviam se passado desde que a jovem pálida embarcara junto do velho homem em seu antigo caminhão de lenha. Sem muito o que fazer por não estar com sequer um pingo de vontade de puxar assunto com alguém que aparentemente tinha idade para ser seu pai e que usasse "boneca" para se referir a ela, Will seguia distraída vendo as fotos que tirou com a família num dos álbuns do seu celular.

Sem que se desse conta, não reparou que o outro ao volante mantinha um olhar malicioso para com ela já a algum tempo. Calmamente, o homem começou a levar a mão que antes segurava um cigarro, e que agora se encontrava vazia, para rumo às coxas da garota. Assim que ocorreu o primeiro contato, ela levantou as pernas num susto e isso automaticamente afastou a mão dele alguns centímetros.

A jovem então o encarou de uma forma fria, repudiando tal ato, no entanto, percebeu que o outro focava a estrada. Ela suspirou profundamente, deixando claro que não queria mais uma abordagem daquelas, e voltou a atenção para o celular novamente. Poucos segundos se passaram quando outra vez Will sentiu a mão do homem em uma de suas coxas, e dessa foi pior, ele ainda teve a audácia de apertar suas pernas de um jeito até um pouco agressivo.

— Aí! — gritou, pegando a mão dele com as suas próprias mãos e a afastando de si. — O que é isso? Está maluco?! — perguntou, nervosa.

O homem apenas levantou os braços, como se desistisse de tentá-la, e se defendeu:

— Achei que estivesse gostando...

— Não, não estou! — rebateu, ainda atônita. — E se for pra ficar de mão boba comigo, pode parar o caminhão que eu sigo a pé!

O outro em seguida a encarou com um semblante que ela não conseguiu decifrar, então suspirou e pediu desculpas. Will bufou, aceitando-as.

— É que estou nessa viagem de trabalho há dias! Faz tempo que não pego uma mulher tão bonita quanto você... Ai te vejo numa estrada no meio do nada pedindo carona...

— Tá, pode parar! — a garota interrompeu a conversa um tanto enojada. — Tem muito bar de prostituição em Lake Ville, pode matar a saudade assim que chegarmos lá!

— Tá bom. — ele sorriu.

Repentinamente, um forte estralo partindo do próprio caminhão cortou o ar simultâneo a um giro descontrolado do volante deste. Pegos de surpresa, tanto o estranho quanto Will entraram em desespero e começaram a gritar. Ela travou as mãos nos cantos da cabine, tentando se manter firme, enquanto o outro lutou bravamente para retomar o controle do volante ao passo que tentava pará-lo com os freios.

Mesmo assim, somente após sair da estrada e colidir com uma árvore próxima à rodovia foi que o veículo parou. O impacto não foi muito forte, mas foi o suficiente para que Will ficasse com uma grande dor de cabeça após o choque.

— Você está bem? — ela ouviu o estranho perguntá-la e acenou com a cabeça, ainda em choque.
— O que houve?
— Saímos da pista. Parece que um pneu furou, ou algo do tipo... Não consegui recuperar o controle. — explicou, desatando seu cinto.

Um pouco de fumaça começou a sair do local mais avariado do capô que colidiu com o tronco da árvore. Will ficou levemente preocupada, passando as mãos pela porta tentando achar a trava para abri-la, com receio do veículo se incendiar.

— Não se preocupe, é só fumaça. — o caminhoneiro tentou acalmá-la, abrindo sua porta e descendo. — Vou ver o nosso estado e se consigo pôr a gente de volta na pista. — e saiu para a traseira do carro.
— Tá. — Will inspirou e aspirou uma boa quantidade de ar, tentando se manter estável.


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