Caçadores de Demônios - INTERATIVA escrita por Gabriel Min


Capítulo 3
Poder Compartilhado


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a todos que enviaram as fichas! Admito que fiz só consegui terminar agora pouco a revisão, com planos de postar apenas durante a tarde, mas não me contive.
Estou achando bastante interessante em escrever uma história que vai conter várias cenas de luta como a que vocês vão ler abaixo.
Admito também que não tenho experiencia com essas cenas de ação, portanto se alguém achar que devo melhorar em algum ponto, por favor, me avise! Estarei sempre disposta a melhorar o máximo que puder, baseado em seus apontamentos.
No mais, espero que gostem desde capítulo, eu AMEI DE CORAÇÃO escrevê-lo, foi muito divertido!



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― É impressão minha ou...

― Ou as sombras estão se mexendo por conta própria? Sim ― Jackie respondeu ao seu companheiro, ― tomara que seja apenas coisa das nossas cabeças.

Jackie não poderia sequer imaginar aquelas sombras mexendo sem que ela ordenasse, afinal, ela era a única pessoa do mundo inteiro que poderia fazer com que todas aquelas sombras se mexessem. Não era?

Ela queria que fosse verdade, até Kato soltar um grito e ser erguido mais de cinco metros do chão. Por uma sombra.

― Okay, muito engraçado, Jackie Agora me coloque no chão. Devagar ― completou o mais velho. Mas Jackie negava ferozmente com a cabeça.

― E-eu... Eu não fiz isso, Kato, eu não posso...

E não havia sido mesmo. Jackie apenas utilizava seus poderes unicamente e exclusivamente para defesa. Era impossível ela ter feito aquilo. De repente, a sombra se desfez e Kato caiu no chão. Dessa vez, ele gritou de dor.

­Henry Blanchard estava exatamente no lugar onde a sombra se portara minutos antes, o jovem de dezoito anos segurava sua arma, um tetsubo, em seus ombros. Os espinhos da sua arma eram mais que letais, bastava um único toque para que seu oponente caísse. Entretanto aquele poder todo vinha de anos de treinamento. O tetsubo logo começou a dar lugar para uma fumaça cinza rodeada por pequenas correntes elétricas de mesmo tom, aos poucos, a fumaça voltava para seu anel no dedo do meio da mão direita. O garoto ajeitou a gravata e olhou diretamente para Jackie. Ao seu lado, Katherine Baker a olhava com certo desgosto:

― Eu realmente gosto de você, mas brincar com o Kato durante a missão? ― Ele desaprovava a situação apenas com uma mexida na cabeça.

­― Você chegou um segundo atrasada, ― as palavras seguintes saíram pausadamente e gradativamente com um tom mais alto ― já que claramente não escutou quando eu disse que não fiz porra nenhuma!

Pela porta da frente, Agnes entrava observando a situação, procurando ela mesma uma explicação para o que havia acabado de acontecer.

― Deixe ela em paz, Katherine. Você sabe que não foi ela.

Era fato de que todos sabiam que Jackie não havia feito isso. Mas o verdadeiro motivo de todos eles saberem que Jackie realmente não havia feito isso era o mais obvio possível: Jackie simplesmente não sabia controlar seus poderes de modo que pudesse fazê-las forte o suficiente a ponto de levantar alguém mais de cinco metros do chão. Tudo o que ela poderia realmente fazer eram fracas barreiras de proteção, literalmente: a pura defesa.

― Acho melhor pararmos de indagar quem fez isso e se preparar para a batalha.

As coisas começaram a esquentar quando cinquenta, talvez sessenta sombras materializadas começaram a correr na direção dos caçadores. Eram formas parecidas com a do homem, com braços, pernas, cabeças, músculos. E estavam prontas para a batalha.

A cena seguinte fora uma imersão de cores no ambiente: o tom azul de Agnes materializou uma espada, com detalhes em azul marinho e tons mais claros, além de pequenos diamantes encrustados no pumo. Na extensão da lâmina, uma escritura em inglês: demônios matam demônios. O tom verde de Katherine dava lugar a uma yari, afiado, já banhado com o sangue dos inimigos capturados ao longo da caminhada da garota. A mesa escritura era encontrada na lança. O testubo de Henry materializou-se a partir da fumaça cinza e por fim, o preto que dava forma a Pistola Demoniaca de Jackie.

Dentre todos os caçadores ali, ela era a única filha de um demônio. Todos os outros nasceram de uma relação completamente humana, adquirindo seus poderes através dos anos terríveis de suas vidas, os levando aquele exato momento.

A primeira a dar o passo que iniciava verdadeiramente a batalha era Agnes: ela, nomeada líder do grupo base do País de Gales, tinha que ser a primeira a dar o primeiro golpe em uma batalha, seguido então dos outros. Era uma regra que todos os grupos bases de todas as seis bases deveriam seguir.

Portanto, assim que ela rodopiou no ar e cortou a primeira sombra com a espada, os outros logo se mexeram. Kato não utilizava qualquer arma como os outros, apenas os punhos. Mestre em diversas artes maciais antigas, ele sabia que poderiam terminar aquela batalha rápido, mas quando direcionou o primeiro soco, a sombra a sua frente desviou, acertando no estomago. O golpe seguinte fora certeiro, exatamente no centro do que seria o rosto daquele ser, mas ele apenas caiu para trás, sem que a sombra fosse desfeita. Aquilo daria muito mais trabalho do que havia imaginado.

Jackie poderia facilmente ser do tipo que lutava de longe. A pistola permitia que ela ficasse uma distância razoável do centro da batalha, mas isso não significava que ela ficava sempre na cobertura. Naquele exato instante, ela se misturava no meio das sombras, alternando entre golpes diretos e tiros. Diferente de Kato, ela conseguia dissolver as sombras com seus tiros, assim como os outros que mantinham as armas dos anéis. Uma das sombras vinha por trás da mais nova do grupo, tentando pegá-la desprevenida, mas ela poderia senti-las de longe; assim que atirou na sombra a sua frente, com um chute afastou outra sombra, dando um tiro no meio do rosto negro da mesma, para então focar na sombra atrás de si, aplicando mais um tiro na mesma, dessa vez na perna. A mesma não se dissolveu, aplicando um soco profundo no rosto da garota, que voou longe, caindo em cima dos entulhos do que seriam bancos de madeira.

― Jackie, atrás de você! ― Katherine alertou a mais nova, que rapidamente reagiu criando uma de suas barreiras.

A sombra recuou e quando a barreira sumiu, mais um tiro saiu da pistola, fazendo a sombra sumir. Do outro lado da igreja, Katherine lutava lado a lado de Henry. Ambos se ajudavam na luta, assim como em seus treinos. Como uma luta coreografada, eles combinavam seus ataques e juntos eliminaram mais da metade daquelas sombras.

Agnes lembrava uma guerreira de filmes de épocas medievais. Não era apenas pela sua força que havia sido escolhida para ser a líder, mas devido aos seus ideais, senso de justiça e uma estabilidade emocional um pouco maior do que seus companheiros, era a única ali que conseguia, de fato, fazer com que todos os seus companheiros de luta formassem um verdadeiro grupo de caçadores. Apesar dos chutes e socos não surtirem um verdadeiro efeito em cima do oponente, a espada dava a ela um poder especial, devido ao fato de ser uma arma sobrenatural.

Mas não era só isso.

Agnes Sørensdatter tinha uma habilidade especial: mimetismo. Poderia simplesmente fazer o que quisesse quando bem entendesse. Apesar da característica cor azul do anel e de ínfimos detalhes em seu usual uniforme, o roxo que tomava conta de suas mãos quando tratava de seu poder era único: era uma bela cor, mas carregava um misto de medo e desespero, pois era com ela que Agnes derrotava partes de seus inimigos.

Agnes não tinha medo de usar aquele poder tão grande, diferente de Jackie que nem mesmo sabia controla-los, mas sabia que todo o cuidado era necessário: um poder grande como dela necessitava de extremo controle.

Kato, em um dos extremos lados da velha igreja acabou encontrando-se preso: uma das sombras o segurava por trás, tentando ao máximo sufocar o motorista. Seus braços estavam presos e seus companheiros ocupados demais para conseguir escutarem seu pedido de socorro. Então quando viu ao longe, pelo enorme vão no teto do local, a torre de vigilância, fez o possível para ativar o aparelho em seu ouvido.

― Pietro, eu preciso de ajuda... ― A voz quase não saia e os sons que se libertavam vinham em forma de gaguejo.

Pietro já estava a postos, com uma flecha em posição: ele sabia que uma hora seria solicitado. Ouvido os ruídos através de seu magnifico poder somado ao fone em seu ouvido, acertara a sombra exatamente no meio da face.

Kato não sentira medo ao ver a flecha aproximando-se, não confiar na mira de Pietro Moscowitz era considerado um pecado mortal.

Segundos depois, o som da batalha fora diminuindo, dando espaço apenas para o barulho da respiração pesada que vinha de cada um. Quando acharam que havia terminado, mais sombras apareceram.

Precisavam agir depressa antes que fossem vencidos pelo cansaço: fora exatamente no instante em que Jackie percebera um pequeno pé atrás de uma mesa, no altar da velha igreja.

― Preciso de cobertura! ― Anunciou aos companheiros.

Enquanto corria, tiros eram escutados e logo, em um salto, ela rodopiou no ar e caiu no meio do altar, voltando-se para a mesa em questão. Jackie mirou exatamente no meio da testa do inimigo e as sombras desapareceram no instante seguinte.

― É...

― O que é?

― É só um garotinho.


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